A própria Palavra de
Deus nos ensina a tomar uma posição, em vez de ficar em cima do muro. Como
soldados de Cristo, temos de batalhar pela fé. Não podemos permitir de maneira
nenhuma que apatia encontre guarida em nossos corações, como aconteceu aos
crentes da igreja de Corinto. O apóstolo Paulo, em 1ª Co 5.1-5, apresenta a
indiferença daqueles crentes diante da transgressão e, em seguida, toma posição
para o bem da igreja. Da mesma maneira, o erro doutrinário é uma transgressão
e, igualmente, devemos tomar posições firmes para proteger a sã doutrina de
qualquer adulteração. Um cristão não pode e não deve viver indeciso, em cima do
muro. Ele deve sim expor a Verdade do Evangelho corretamente, com firmeza e sem
distorções.
No livro de Juízes
capítulo seis e sete aprendemos uma lição fundamental para um verdadeiro
ministro. Quando os midianitas uma tribo nômade aliado aos amalequitas vindo da
região de Nequebe, ao sul da Palestina junto com alguns dos povos do oriente,
tornaram-se inimigos e saqueadores do povo de Israel. Mas, dentro desta
história encontramos um homem chamado Gideão. Um servo de coragem valente que
estava malhando trigo no lagar, para expor a salvo dos midianitas. Mas, ali lhe
apareceu o Anjo do Senhor e lhes disse: “O Senhor é contigo homem valente” (Jz
6.12).
O Anjo do Senhor
é uma teofania, ou seja, é aparição de Jesus no Velho Testamento. A aparição do
Senhor veio para animar a Gideão exortando a formar um exército para livrar o
povo da escravidão dos midianitas. Quando Gideão preparou um exército de trinta
e dois mil homens para a batalha Deus mandou que os tímidos e os covardes
saíssem, ficando apenas dez mil homens. Mas, Deus ainda achou muito e ordenou a
Gideão a descer as águas. “Então, o Senhor lhe disse: Todo aquele que lamber a
água com a língua como faz o cão, esse porás a parte, como também a todo aquele
que se abaixar de joelhos a beber. Foi o número dos que lamberam levando a mão
à boca trezentos homens, e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a
beber a água. Então, disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que
lamberam a água com a mão eu vos livrarei, e entregarei os midianitas nas tuas
mãos” (Jz 7.1-7). E este foi o exército que Gideão usou para derrotar os midianitas.
Neste texto bíblico
aprendemos uma grande lição para nosso dia a dia. Aqueles que lamberam a água
como cão (nove mil e setecentos homens), estavam desatentos e desapercebidos
aos ataques do inimigo, enquanto que apenas trezentos homens que tomaram água
de joelhos levando a mão na boca, representam os soldados vigiando e atentos
aos ataques do inimigo
Nesta última hora
Deus precisa de homens Gideões, valentes e corajosos para livrar o Seu povo
das mãos e dos ataques midianitas que vêm para solapar a fé e escravizar o povo
de Deus através das heresias.
I. LEGALISMO
O legalismo ensina
que o homem tem que obedecer a certas observâncias e regulamentações para que
possa alcançar o favor divino.
A palavra “legalismo”
não é encontrada na Bíblia; esta palavra é um sinônimo de legalidade ou
observância da Lei.
O legalismo tem
causado muitos transtornos aos cristãos, principalmente nas doutrinas da
Bíblia, exemplo: (Soteriologia).
O legalismo distorce
os alicerces da doutrina da salvação: Paulo nos informa que “...pela graça sois
salvo, por meio da fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus” (Ef. 2.8).
Quando dizemos que determinado individuo, precisa observar regras e normas para
ser salvo estamos anulando o sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário que é o
único meio do pecador arrependido alcançar a salvação. È somente em Cristo que
temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Cl 1.14).
Jesus ao
confrontar-se com os lideres religiosos de Israel, usou as palavras de
(Isaias 29.13), e assim definiu o legalismo religioso. Ele Disse: “seus
ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mt 15.9). O legalismo
confunde doutrinas Bíblicas com Usos e costumes. Paulo nos informa no livro de
Romanos 10.3 que: procurando estabelecer a sua própria justiça, não se
sujeitaram à justiça de Deus” [Pereira. Legalismo. http://www.advilasolange.com.br/Legalismo.html
- acesso dia 15/09/2009].
O legalismo é uma
forma de escravidão. A Bíblia diz em Gálatas 4.8-9 “Outrora, quando não
conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses; agora, porém,
que já conheceis a Deus, ou, melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais
outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis
servir?”
O legalismo é
atrativo mas destrutivo. A Bíblia diz em Colossenses 2.23 “As quais têm, na
verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida,
e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a
satisfação da carne”.
II. A BASE DO LEGALISTA É O ORGULHO
O legalismo é uma
atitude, uma mentalidade baseada no orgulho. É uma conformidade obsessiva a um
padrão artificial com o propósito de exaltar a si mesmo. O legalista assume o
lugar de autoridade e o leva a extremos injustificados. Daniel Taylor afirma
muito bem que ele termina em controle ilegítimo, exigindo unanimidade e não
unidade.
A grande arma do
autoritarismo, secular ou religioso, é o legalismo: a fabricação e
manipulação de regras com o propósito de obter controle ilegítimo. Talvez a
mais prejudicial de todas as perversões da vontade de Deus e da obra de Cristo,
o legalismo se agarra à lei as expensas da graça, a letra em lugar do Espírito.
O legalismo prima pelos
preceitos da Velha Aliança. Pelas regras criadas pelo homem através das
tradições herdadas pelos pais. Como já disse, se pudermos reforçar
vigorosamente as regras criadas pelos homens como meio de santidade e salvação,
perderíamos o rumo para o céu.
O autoritarismo
farisaico se manifesta na confusão do princípio cristão com insistência em
comportamento humano invés de fé e graça. Colocam-se como super espirituais e
usam suas experiências e regras similares, e citam frases isoladas para
descreverem essas experiências.
O legalista diz na
verdade: As coisas que pratico faço para ganhar o favor de Deus. Esquecendo
do significado da graça divina “Favor imerecido”.
Devemos compreender
que estas coisas não estão expressas nas Escrituras. Elas foram transmitidas ou
ditas ao legalista e se tornaram uma obsessão para ele ou ela. Torna-se um
cristão papagaio, só diz o que os outros já disseram. O legalismo é austero,
exigente e semelhante às leis por natureza. O orgulho que está no âmago do
legalismo opera em sintonia com outros elementos motivadores. Como a culpa,
medo, vergonha. Ele leva a uma ênfase sobre o que não deve ser, e o que não deve
fazer.
Tenho certeza que todos concordam que vale a pena lutar pela liberdade. Essa é, sem
dúvidas, a principal razão pela qual os soldados dão a suas vidas pela pátria.
Porém há algo que é contraproducente: os cristãos nem sempre estão disposto a
lutar! Somo capazes de lutar contra qualquer inimigo que ameace, não somente
nossa família, mas também nossa soberania nacional; contudo, como crentes que vivemos
debaixo da graça, não nos mostramos tão dispostos e apaixonados a defender
nosso direito de ser livres “com a liberdade com que Cristo nos libertou”.
Basta que um legalista se uma a nosso grupo, e de imediato lhe entregamos a
direção. Temos medo!
Os matadores de
cristãos não podem ser apenas indulgentemente ignorados ou bondosamente
tolerados. Você não pode permitir que o legalismo continue, da mesma forma que
não permitirá que uma cascavel entre sorrateiramente em sua casa. A igreja é a
casa de Seu pai, por isso vamos combater o legalismo para que Deus volte a
operar maravilhas como foi na igreja primitiva. Você deve saber que a Bíblia é
nossa única regra de fé e, se usarmos corretamente, não iremos ferir ninguém a
não ser aqueles que não aceitam que ela é a inspiração divina, ou que ela não é
completa.
III. A VERDADE
É QUE LIBERTA
O termo “cristão” significa
conceitos diferentes para pessoas diferentes. Para uns representa estilo de
vida rígido, nervoso, inflexível, áspero, descolorido e irredutível. Para
outros, significa uma aventura arriscada, cheia de surpresas, vivida na ponta
dos pés em expectativa ansiosa. Para outros, representa liberdade para viver em Cristo Jesus. Alegria ,
prazer, felicidade, amor fraterno, plenitude, lutas e vitórias e benção
espiritual.
Um povo que tem no
centro da sua experiência a libertação da culpa do pecado e entrada na
liberdade do Espírito, um povo que não vive mais sob a tirania das emoções ou
opiniões humanas ou de memórias desagradáveis, mas é livre em esperança, fé e
amor – deve ficar criticamente atento a qualquer individuo ou qualquer coisa
que suprimisse sua recém adquirida liberdade.
Mas, infelizmente,
a comunidade de fé, é exatamente o lugar onde deveríamos experimentar a vida de
liberdade, é também o lugar onde corremos mais risco de perdê-la. Por quê?
Porque cada um ensina ao seu bel prazer, sem a menos conhecer as regras
hermenêuticas.
São poucos os
cristãos têm uma vida cheia de alegria, de gozo e de paz. Foram libertos,
mas não querem sair do cativeiro das tradições e experimentar uma vida em
liberdade em Cristo
Jesus.
Você já viu alguém
ficar anos preso e, receber o alvará de soltura, mas rejeitar a liberdade?
Na citação de Peterson ele diz: “O único lugar da terra onde mais esperamos ser
libertados é, de fato, justamente o lugar onde seremos mais provavelmente
colocados sob jugo: a igreja. Isto deve certamente entristecer o nosso Deus”.
O que aconteceu no
primeiro século pode ter certeza que ainda está acontecendo no século XXI.
Paulo escreve aos gálatas sobre a sua surpresa: “Corríeis bem; quem vos impediu
para que não obedeça a verdade?” (Gl 5.7).
Quero ampliar o seu
pensamento – “Quando eu estava com vocês, alguns estavam na faixa dos 100 metros rasos, outros
faziam os 440 metros
com facilidade. Outros ainda corriam distância bem mais longas... vocês eram
maratonistas. A verdade os libertou, e me lembro distintamente quão bem corriam
e como pareciam alegres. Quem interferiu nos seus passos? Quem tirou seus
sapatos de corridas? Alguns de vós deixaram de correr” (Paráfrase do autor). A
verdade é algo imutável e refere-se as doutrinas bíblicas ensinadas por Deus e
não pelos homens.
No capitulo 3.1 de
Gálatas Paulo diz: “Quando eu estava aí, ensinando a vocês a verdade,
apresentei um salvador que todo o castigo pelos seus pecados. A sua morte e,
subseqüente, ressurreição já foi o pagamento final de Deus pelos nossos
pecados. Pagamento total! Tudo o que tem a fazer é crer que ele morreu e
ressuscitou dos mortos por você. Ele foi publicamente exibido para que todos
vissem, e agora a verdade pode ser declarada para que todos creiam. Vocês
creram nisso certa vez e foram gloriosamente libertados. Mas, não agora. Quem
levou a mudar da lealdade à glória de Deus para as opiniões humanas, da obra do
Espírito para os efeitos da carne?”.
A Bíblia Viva
contém a seguinte leitura deste versículo: “Gálatas insensatos! Quem foi o
feiticeiro que os sugestionou e pôs em vocês esse encantamento ruinoso? Em
outras palavras: “Vocês enlouqueceram? Quem roubou a sua mente?”. Paulo estava
fora de si. Quem havia hipnotizado os gálatas antes completamente despertos?
Em Gálatas 1.6,
num trecho anterior, ele admite o seu espanto: “Maravilho-me de que tão
depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro
evangelho”.
Isso poderia
comparar-se à idéia de você criar seus filhos num ambiente sadio. Eles
cresceram na sua casa e, por ser um bom lar, desenvolveu segurança e
estabilidade à medida que imitam a sua autenticidade e estilo de vida
espontâneo. Eles se comunicam abertamente e livremente. Aprendem como
confrontar e tratar os problemas. Em resumo, eles aprendem as coisas básicas da
vida como deve ser vivida... o que inclui conhecer a Cristo, amar a Deus e
andar como ele, relacionado-se bem com as outras pessoas – todas as coisas que
representam integridade, vulnerabilidade e autenticidade.
Uma vez crescidos,
eles vão para longe. O tempo passa e você começa a sentir falta deles, indo
visitá-los depois de três ou quatro anos. Fica chocado! Descobre que suas vidas
são rígidas, fechadas, sujas e emocionalmente mutiladas. Surpreende-se ao
vê-los lutando com problemas, evidenciando atitudes negativas; a ponto do
suicídio. Naturalmente surge a pergunta: “Quem os prendeu? Quem distorceu a sua
mente? O que aconteceu nesses últimos anos?” É com esse mesmo tipo de zelo que
Paulo escreve aos seus amigos gálatas sobre as suas preocupações.
Pense um pouco,
pelo que ele está lutando? Liberdade! “Vocês eram livres. Mas agora, amigos
gálatas, não passam de escravos. Quero saber o que aconteceu de errado”. A
resposta não é complicada; os assassinos da graça haviam invadido e vencido.
Tanto nos tempos de
Paulo e como agora, um dos problemas mais sérios que afeta a igreja é o
legalismo, que arrebata o gozo do Senhor da vida do crente e com o gozo se vai
o verdadeiro poder para adorar a Deus “em espírito e em verdade”.
O legalismo é uma
atitude carnal que se conforma a um código, com o propósito de exaltar a
pessoa. O Código é qualquer modelo objetivo aplicável ao tempo; o motivo é
exaltar-se a si mesmo e ganhar méritos, ao invés de glorificar a Deus pelo que
Ele tem feito; e o poder é a carne, não o espírito, que produz resultados
externos somente similares à verdadeira santidade. Os resultados são, na melhor
da hipóteses, falsificações e não podem jamais aproximar a santificação
genuína, por motivo da atitude carnal e legalista.
II. AUSÊNCIA DA GRAÇA
Somos salvos pela fé
não pelas obras. A Bíblia diz em Efésios 2:8-10 “Porque pela graça sois salvos,
por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”
Considero o legalismo, ser o maior e o mais grave dos problemas da
religiosidade, onde ela bate de frente com o Cristianismo. Em momento algum os
praticantes da religiosidade concebem a atuação divina pela categoria da Graça,
como doação e auto-doação divina. Para eles só a graça não basta, tudo tem que
ser barganhado e negociado.
Esta concepção legalista anula a Graça, anula o sacrifício de
Cristo, anula a redenção proporcionada pela morte de Jesus na cruz. Neste ponto
poderíamos traçar um paralelo (ainda que bastante impreciso) com a ação dos
judaizantes na Igreja Primitiva, combatida enfaticamente pelo Apóstolo Paulo,
na epístola aos Gálatas:
“Sabendo, contudo, que o homem
não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus , também
temos crido em Cristo
Jesus , para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não
por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Mas se,
procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados
pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não.
Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo
transgressor. Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de
viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no
Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça
de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em
vão”. (Gl 2.16-21).
Dessa forma, anula-se a fé cristã. Este é o argumento que invalida
as considerações de quem avalia a religiosidade como um caminho válido para
Deus, legítimo e até melhor do que a fé cristã.
O legalismo, como disse, é o maior e o mais grave dos problemas
deparados pelo apóstolo Paulo na igreja primitiva e que igreja cristã ortodoxa
ainda enfrenta.
“Um dos problemas mais sérios enfrentados hoje pela igreja
cristã ortodoxa é o legalismo. Um dos mais sérios problemas deparados pela
igreja nos dias de Paulo foi o do legalismo. Isso acontece todos os dias. O
legalismo tira do coração do crente a alegria do Senhor e com essa ausência
vai-se também o seu poder para um culto de adoração vital e serviço vibrante.
Nada resta senão uma confissão rígida, sombria, tediosa e indiferente. A
verdade é traída e o nome glorioso do Senhor torna-se sinônimo de “desmancha
prazeres”. Os cristãos sob a lei não passam de uma triste paródia da
realidade”.
Embora já estamos no
século XXI, encontramos grupos de indivíduos “rígidos, sombrios, tediosos e
indiferentes, basta visitar algumas das igrejas evangélicas de hoje. É com
grande dor no coração e grande desapontamento dizer que as igrejas morrem
quando o pastor é legalista, pois são assassinos de almas. Os legalistas, com
sua lista inflexível de “faça” e “não faça”, matam o espírito de alegria e
espontaneidade daqueles que desejam gozar a sua liberdade em Cristo Jesus. As
pessoas estritamente legalistas na liderança tiram toda a vida da igreja,
embora afirmem estar prestando um serviço a Deus.
Se você jamais esteve
sob o peso do legalismo, é uma pessoa abençoada. Se já foi escravo e
libertou-se (como aconteceu comigo), sabe melhor do que ninguém que tesouro
privilegiado a liberdade realmente é. Vale a pena lutar por ela!
Na carta Magna da
liberdade cristã, Gálatas 5.1, contém um único mandamento que, se crido e
obedecido, faria muito para pôr um ponto final no legalismo.
“Estais,
pois, firme na liberdade com que cristo nos libertou e não torneis a meter-vos
debaixo do jugo da servidão”.
Nada perturba mais os
fariseus radicais do que a verdade libertadora da graça. Paulo, em data
remota no passado, está escrevendo a cristão que sabiam o aconteceria, mas se
deixasse cair sob a magia paralisante dos assassinos da graça. J. B. Phillips,
numa para frase de Gálatas 5.1, interpreta:
“Não desistam e
percam a sua liberdade... Plantem então com firmeza os pés na liberdade que
Cristo conquistou para nós e não deixem prender novamente nos grilhões da
escravidão”.
Precisamos ter
coragem e dizer: “Dêem-me a liberdade por causa de Cristo”. Escravidão é
sempre escravidão, quer seja política ou espiritual. Dêem-me a liberdade que
ele conquistou no Calvário, caso contrário, continuo escravo. A morte é
preferível ao cativeiro... concedam-me então a liberdade obtida por Ele ou
morrerei! Viver na escravidão é anular a graça de Deus.
Quando a graça de
Cristo estiver plenamente desperta na sua vida, você descobrirá que não está
fazendo algo devido ao medo ou à vergonha por causa da culpa, mas age por causa
do amor. A terrível tirania do desempenho forçado, a fim de agradar alguém, já
passou... para sempre.
III. A GRAÇA
TRAZ LIBERDADE
Liberdade para gozar os direitos e privilégios por ter saído da
escravidão e permitir a outros tal liberdade.
É liberdade para
experimentar e gozar um novo tipo de poder que só Cristo pode dar. É
liberdade para tornar-me tudo o que ele quer que eu seja, sem levar em conta
como ele orienta a outros. Eu posso ser eu, plenamente livre. É liberdade para
conhecê-lo de maneira independente e pessoal. E essa liberdade é então
libertadora para outros, a fim de que eles possam ser o que devem ser, de um
modo diferente do meu!
Vejam bem, Deus
não está fabricando pequenos cristãos com um cortador de biscoito em todo
mundo, de modo que todos pensemos do mesmo modo, sejamos parecidos uns com os
outros, falemos do mesmo jeito e nossos atos sejam iguais. O corpo é variado.
Não fomos criados com o mesmo temperamento, nem usamos o mesmo vocabulário, ou
o mesmo sorriso, nem nos vestimos do mesmo modo, ou temos o mesmo ministério.
Eu repito: Deus gosta da variedade. Na vida de Jesus Ele curou um cego apenas
dizendo: Veja. Outro cuspiu na terra e fez um lodo e passou nos seus olhos e
após mandou lavar-se no tanque de Siloé. Jesus quer nos mostrar que nem tudo
deve ser da maneira que queremos que seja. A liberdade para sermos o que somos
é praticamente magnífica. É liberdade para fazer escolha, para conhecer sua
vontade, liberdade para andar nela, liberdade para obedecer à Sua orientação
para a minha vida e a sua. Uma vez que você tenha experimentado essa liberdade,
de nada mais satisfaz.
Eu, talvez, deva
reafirmar que se trata de uma liberdade pela qual você terá de lutar. Por quê?
Porque as fileiras do cristianismo estão cheias daqueles que fazem comparações
e gostariam de controlar e manipular você de modo que venha a tornar-se tão
miserável quanto eles. Afinal de contas, se estão decididos a ser “rígidos,
sombrios, tediosos e indiferentes”, esperam então que você também seja assim.
“A miséria gosta de companhia”, é lema legalista não mencionado, embora não
admitam isso.
IV. AUSÊNCIA DA GRAÇA
Finalmente, apontamos aquele que consideramos ser o maior e o mais
grave dos problemas da religiosidade popular, onde ela bate de frente com o
Cristianismo: a ausência da Graça. Em momento algum os praticantes da religiosidade
popular concebem a atuação divina pela categoria da Graça, como doação e
auto-doação divina. Tudo tem que ser barganhado e negociado - em caso de se
alcançar o que se pede, o preço combinado tem que ser rigorosamente pago, caso
contrário o negócio corre sério risco de ser desfeito ou de, em caso de nova
necessidade, não se ser mais atendido. A palavra "graça" tem
conotação de "pedido atendido" (podendo ser qualquer coisa: um par de
sapatos, a "aquisição" de um marido, a geração de um filho, a cura de
uma doença, a "sorte grande" no jogo do bicho). A percepção disto foi
muito bem explorada pelo dramaturgo Dias Gomes em sua famosa peça "O
Pagador de Promessas". O pagamento de promessas, em função das
"graças" recebidas, ocupa assim um lugar central nas práticas e
concepções da religiosidade popular, sendo um dos fulcros do relacionamento com
o divino. As promessas são, via de regra, feitas sempre aos intermediários -
santos, orixás, nossas senhoras, espíritos desencarnados e que tais - para que
estes, em sua função de despachantes junto à Deus, agilizem e priorizem a
tramitação do "processo" do pedinte. Para cada petição, uma promessa.
De modo que ninguém fique devendo nada a ninguém e todos fiquem quites entre
si.
V. QUATRO ESTRATÉGIAS PARA VENCER OS
LEGALISTAS
Primeiro, mantenha-se firme em sua liberdade. Lembremos
do que Paulo escreveu em: “Estais, pois, firme na liberdade com que cristo nos
libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1). Não
perca terreno. Peça ao Senhor para dar-lhe coragem e use a Palavra.
A liberdade tem sua
motivação primordial no amor incondicional de Deus, que nos elimina com a
graça salvadora de Cristo, que nos faze agir por amor e não por temor. Você
precisa saber que liberdade é libertar-se da escravidão, entre outras coisas,
nada mais é que independência para fazer algo. É livrar-se do poder do pecado e
da morte. Cristo nos trouxe uma poderosa liberdade da maldição da lei, o que se
traduz em liberdade do temor de ser castigado por Deus e de uma consciência acusadora.
È estar livre frente às exigências dos demais.
Segundo deixe de buscar o favor de todos. Este hábito pode ser o mais difícil
de quebrar, mas vale a pena o esforço que você fizer. Não procure agradar quem
é fariseu, santarrão. Não permaneça em situações que sua consciência lhe diz
serem erradas. Isso nada mais é do que servir a homens, e não a Deus. Não
importa quão espirituais as coisas pareçam ser, pare de ficar querendo agradar
a todos.
Os falsos ministros
sempre irão usar versículos como: “Melhor obedecer do que sacrificar”. Mas,
isto deve ser aplicado para eles, porque o versículo refere-se a obedecer a
Palavra de Deus e não as doutrinas de homens. Ou “obedecei vossos guias que
zelam pelas vossas almas” Aqui é uma preocupação dos apóstolos quanto ao ensino
herético. Refere-se aos ensinos dos apóstolos que haviam aprendido com o Senhor
Jesus. Usar estes versículos isolados para disseminar heresias é acrescentar ou
adulterar as Escrituras.
Terceiro, comece a recusar-se a ser escravo. Escravidão
é estar sob jugo de alguma coisa. Procure ser servo de Cristo e não do
legalismo humano. Procure ser um cristão autêntico e não viva de máscara.
Cresça na graça e no conhecimento e não se submeta a escravidão, seja um
cristão livre.
Quarto continue sendo sincero quanto à verdade Seja honestamente
contigo mesmo e também para com os outros. Seja franco e humilde. Se não
concordar com alguém diga isso com bondade e firmeza. Se não souber algo,
admita a verdade. Não faz mal se não souber. Não seja hipócrita, mas
verdadeiro. Um dos maiores erros por parte das lideranças hoje é não reconhecer
o seu erro diante do povo. Há isso, é humilhação. (é o pecado de Saul: Vamos
junto Samuel para o povo ver que está tudo bem entre eu e você). Isto é
hipocrisia, medo de perder a liderança. Sabe que está errado, mas continua
errado. Todavia, os que confessam seus pecados alcançarão misericórdia.
Caso o conceito
de lutar pela liberdade pareça demasiado agressivo para você, talvez egoísta
demais, pense então nele como lutar a fim de que outros possam ser libertados –
a fim de que outros possam ser despertados para as alegrias e os privilégios da
liberdade pessoal. Os que fazem isso em campos de batalhas reais são chamados
de patriotas ou heróis. De todo o coração, eu creio que aqueles que lutam conta
o legalismo também deveriam ser assim considerados.
Pr. Elias Ribas
Igreja Ev.
Assembléia de Deus
Blumenau - SC