TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

CONHECENDO OS DOIS LIVROS DE SAMUEL


1º Samuel 1.1-8 “Houve um homem de Ramataim-Zo-fim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho deZufe, efrateu. 2-E este tinha duas mulheres: o nome de uma era Ana, e o nome da outra, Penina; Penina tinha filhos, porém Ana não tinha filhos. 3-Subia, pois, este homem da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Siló; e estavam ali os sacerdotes em Siló; e estavam ali os sacerdotes do SENHOR, Hofni e Fineias, os dois filhos de Eli. 4-E sucedeu que, no dia em que Elcana sacrificava, dava ele porções do sacrifício a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas 5-Porém a Ana dava uma parte excelente, porquanto ele amava Ana; porém o SENHOR lhe tinha cerrado a madre.” 6-E a sua competidora excessivamente a irritava para a embravecer, porquanto o SENHOR lhe tinha cerrado a madre. 7-E assim o fazia ele de ano em ano; quando ela subia à Casa do SENHOR, assim a outra a irritava; pelo que chorava e não comia. 8-Então, Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?

INTRODUÇÃO. Neste trimestre, estudaremos os livros históricos de 1 e 2 Samuel. Não há livros que despertem tanto interesse quanto estes dois livros. Além de ser um relato histórico repleto de acontecimentos, é entretecido com a biografia das três personalidades principais: Samuel, Saul e Davi, em torno dos quais os capítulos são agrupados. Milhões de crianças judias e cristãs têm-se encantado e edificado com as histórias de Ana e Samuel, Davi e Golias, Davi e Jônatas, a perseguição de Saul a Davi, a bondade de Davi para com Mefibosete e sua tristeza pela rebelião e morte de seu filho Absalão. Em âmbito doutrinário, leitores mais maduros têm estudado o pacto davídico, os paralelos entre o pecado de Davi com Bate-Seba e os acontecimentos que envolveram os filhos do rei, bem como a desobediência contumaz de Saul e o seu orgulho inveterado que o levou à desgraça.

- As qualidades bem como o caráter e a forma de liderança dos três principais personagens – Samuel, Saul e Davi – serão explorados com maior intensidade ao longo do trimestre. Que legado, no aspecto da liderança, esses homens deixaram para gerações futuras, e o que podemos tirar de lições para os líderes do povo de Deus da Nova Aliança?

A Capa da Revista mostra-nos uma Escritura e uma coroa real. Isto nos remete ao que está escrito em Dt 17.14-20, onde Deus, na Sua presciência, já previa a hipótese de Israel ter um rei, estabelecendo, então, os deveres que o rei teria diante de Deus e do povo. Um destes deveres era o de ter um traslado da lei num livro, para que pudesse lê-lo todos os dias de sua vida, para que aprendesse a temer ao Senhor e guardar todas as palavras nela contidas para que as fizesse. A coroa real, portanto, não significaria poderes ilimitados, qualidades divinas, como acontecia com as nações gentílicas, e isto desde Ninrode, o primeiro a divinizar o poder político e de onde surgiu a idolatria, mas, bem ao contrário, era a consciência de que o fato de ser rei o tornava um escolhido de Deus para governar o povo, governo este que deveria respeitar os ditames da Lei divina, pois Deus continuava o Senhor de toda a Terra, como bem disse quando propôs que Israel fosse Seu povo (Êx 19.5,6). Foi, precisamente, por não respeitar esta submissão à vontade divina que Saul foi rejeitado, enquanto que Davi, ainda que tenha cometido pecados, foi considerado um homem segundo o coração de Deus.

A grandeza de Moises e Samuel.
- Samuel foi o primeiro profeta depois de Moises. Estes dois profetas se destacaram como grandes líderes espirituais do povo de Deus na Tanakh.
- Num dia em especial, contrariando a agenda monótona de Moisés, Deus lhe chama. O chamado de Deus para Moisés estava casado com o propósito divino de libertar Moisés tanto da culpa quanto da situação de escravo hebreu.
- Deus incumbiu Moisés de estender aos israelitas o que ele mesmo recebera de Deus: a oportunidade de recomeçar sua vida do modo como Deus se agrada.
- Samuel, a escutar a voz de Deus e de Moisés que foi atraído por uma visão sobrenatural, Samuel não conseguiu discernir a voz do Senhor da voz de uma pessoa comum, porque era menino e precisou da ajuda do sacerdote Eli que discerniu que era o Senhor.
- Ao ouvir a Voz divina e diferente de Moisés que encontrou diversas desculpas para não obedecer ao que ouviu, o menino Samuel ouviu com atenção e obedeceu com destreza ao que Deus lhe ordenara. Deus compartilhou com Samuel o que seu coração sentia com relação à casa de Eli. Deus que não achou em Eli, Ofni ou Fineias espaço no coração para falar, encontrou no garoto Samuel alguém disponível para ouvir e disposto para obedecer.
- Em Samuel nós aprendemos que Deus chama porque tem grande desejo de compartilhar conosco o que vai em seu coração. Em Moisés aprendemos que Deus chama o homem porque quer libertá-lo (Sl 99.6; Jr 15.1; At 3.22-24; At 13.16-20).

I. CONTEXTO HISTÓRICO DE 1 E 2 SAMUEL

1. Anarquia política.
Juízes 21.25. “Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.”
- O livro dos Juízes termina com o lembrete de que estes tristes acontecimentos tiveram lugar durante o período em que não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto (v. 25). Embora a mão de Deus possa ser encontrada através de toda a história dos Juízes, o fracasso humano se destaca com nítido relevo.
- A o livro do profeta Samuel foi escrito após o livro de Juízes que viveram após a morte de Sansão. No cânon hebraico, os dois livros de Samuel formam um só. É um dos livros mais cristológicos, se não o mais cristológico do AT, pois o reino de Davi, todo ele, praticamente refere-se ao reino vindouro de Cristo (ver 25.1n [“Samuel criou duas instituições: a Monarquia e o Ensino. Aquela, na pessoa de Davi, tipifica a Cristo….”]. Bíblia Shedd.

2. A originalidade de Samuel.
- Conforme eu li, originalmente, os livros de 1 e 2 Samuel eram um só livro, denominado “O Livro de Samuel”. Os tradutores da Septuaginta os separaram e temos mantido essa divisão deste então.
- Antes, “O Livro de Samuel”, juntamente com o Livro de Reis e Crônicas formavam um total de três livros. Samuel e Reis são encontrados no cânon hebraico ao lado de Josué e Juízes em uma seção conhecida como “Os Profetas Anteriores”. Juntos, estes livros contém o registro histórico iniciado por Josué e a travessia do Jordão, e estendem-se até o período do exílio babilônico. Na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento hebraico, os volumes, originalmente não divididos, foram separados. Os dois livros de Samuel foram chamados de Primeiro e Segundo do Reino, e os livros de 1 e 2 Reis eram chamados de Terceiro e Quarto do Reino. Jerônimo adotou nomes similares na Vulgata Latina, a fim de chamá-los de Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Reis.
- Os livros de 1 e 2 Samuel formam uma narrativa que trata da história de Israel, a partir de sua entrada em Canaã, até ao cativeiro na Babilônia (587-586 a.C.). Porém, eles não são apenas registros de fatos e de pessoas do passado, mas são a Palavra de Deus indispensável ao nosso ensino, edificação e consolação (2ª Tm 3.16).

3. Os personagens principais do livro.
- Há vários personagens importantes nestes livros, mas, dentre eles, três se destacam: Samuel, o profeta; Saul, o primeiro rei de Israel; e Davi, o segundo rei e o homem segundo o coração de Deus.

3.1. Samuel. Ele foi vocacionado por Deus para encerrar o período dos juízes e dar início à era dos reis. Sua época testemunhou a decadência do sacerdócio (representado por Eli e seus filhos) e a introdução do ministério profético. Samuel foi o último juiz e o primeiro profeta desse período (mas não o primeiro profeta das Escrituras; confira Gn 20.7), também foi quem ungiu os primeiros reis de Israel. Era levita coatita, mas não da família de Arão. Ainda assim, ao que tudo indica, serviu como sacerdote com a aprovação divina. Seu coração era puro, obediente e dedicado, enquanto dos filhos de Eli era contaminado e desobediente. Samuel mostra como Deus, o verdadeiro Rei de Israel, atendeu ao pedido do povo e delegou a soberania real primeiro a Saul e, em seguida, a Davi e a sua linhagem.

3.2. Saul. Foi o primeiro homem ungido para ser rei de Israel. Era extremamente alto, com uma notável aparência. Ele representava a imagem visual ideal de um rei, mas as tendências de seu caráter foram com frequência contrárias às ordens de Deus para um rei. Saul era o líder indicado pelo Senhor, mas isso não significava que ele seria capaz de reinar sozinho.
- Durante o seu reinado, Saul obteve os maiores sucessos quando obedeceu a Deus. Seus maiores fracassos resultaram de sua própria desobediência. Ele possuía todas as qualidades para ser um bom líder – boa aparência, coragem e atitude. Até suas maiores fraquezas teriam sido usadas pelo Senhor caso ele as reconhecesse e as entregasse nas mãos de Deus. Suas próprias escolhas o afastaram do Todo-Poderoso e o alienaram de seu próprio povo.
- Aprendemos com Saul que enquanto nossas forças e habilidades nos tornam úteis, nossas fraquezas nos conduzem à inutilidade. Nossa capacidade e talento fazem de nós instrumentos, mas nossos fracassos e negligências nos lembram que precisamos do controle do Senhor em nossas existências. Qualquer coisa que realizemos sozinhos são apenas uma sugestão do que Deus faria através de nossas vidas. Lembre-se, é Deus quem controla nossa existência.

- Em resumo, aprendemos com Saul as seguintes lições de vida:
1. Deus quer obediência do coração, não meros atos de cerimônia religiosa.
2. A obediência sempre envolve sacrifício, mas sacrifícios nem sempre envolve obediência.
3. Deus quer fazer uso de nossas forças e debilidades.
4. As fraquezas deveriam nos ajudar a lembrar as nossas necessidades da direção e ajuda de Deus.

3.3. Davi. Foi o segundo rei de Israel, escolhido por Deus. Foi citado na galeria dos Heróis da Fé em Hebreus 11. Foi descrito por Deus como o homem segundo seu próprio coração. Apesar de suas fraquezas – traidor, mentiroso, adúltero e assassino -, possuía uma fé inabalável na fiel e perdoadora natureza de Deus. Ele pecou, mas foi rápido em confessar as suas transgressões. Suas confissões eram de coração, e seu arrependimento era genuíno. Nunca negligenciou o perdão de Deus ou tomou a sua bênção como uma concessão. Em troca, o Senhor nunca lhe negou o seu perdão ou as retribuições de suas ações. Davi experimentou a alegria do perdão mesmo quando teve que sofrer as consequências amargas de seus pecados.
- Embora tenha cometido um grande pecado, Davi deliberadamente não repetiu o mesmo erro. Ele aprendeu com suas falhas porque aceitou o sofrimento que estas lhe trouxeram. Aprendemos com Davi as seguintes lições de vida:
A disposição para admitir honestamente os nossos erros é o primeiro passo para lidar com eles.

- O perdão não remove as consequências do pecado.
1. Deus deseja a nossa total confiança e adoração.
2. Poderíamos ainda falar de Ana, mãe de Samuel (1º Sm 1.1-28; 2.1-11).
3. Ao pensar nesta mulher, pense em persistência e fé. Numa época da história quando esterilidade era motivo de zombaria e ridicularização para uma mulher, Ana enfrentou um problema a mais: tornou-se alvo de chacota da parte da outra esposa do seu marido. Se você estivesse no lugar de Ana, como teria reagido?
- Ana não retrucou sua rival; pelo contrário, levou sua tristeza e sua incapacidade de gerar filhos a Deus. Orou sinceramente ao Senhor suplicando-lhe um filho. Acreditou que sua situação persistiria apenas por algum tempo.
- Ana orou sincera, especifica e sacrificialmente. Não retrocedeu no seu pedido, mesmo quando repreendida pelo sacerdote incompreensivo, e Deus recompensou a fé dela com um filho que ela deu o nome de Samuel. Quando chegou o tempo de cumprir o seu voto e entregar Samuel ao serviço do Senhor, ela o fez de coração gradecido.
- A oração mudou o curso da vida de Ana e exerceu impacto sobre toda a nação de Israel. Deus colocou o filho de Ana numa função-chave como profeta durante a vida do rei Davi, e a influência de Samuel se estendeu além da sua vida porque deu grande impulso ao movimento profético. Deus também abençoou Ana com outros filhos (1º Sm 2.21), provando-lhe novamente o seu deleite na fé e na persistência dela.
- Poderíamos ainda falar de Abigail, mulher ousada, destemida, sábia, humilde e resoluta (1º Sm 25.1-44).
- Depois da morte de Samuel, Davi mudou-se para o deserto de Parã. Ali encontrou pastores apascentando os rebanhos do rico Nabal, homem insolente, rude e contencioso. - Nabal era casado com Abigail, mulher bonita inteligente e intuitiva.
- A esposa sábia de Nabal salvou a vida miserável dele. Quando Nabal ofendeu Davi, Abigail agiu rapidamente para contornar uma situação delicada. Ofereceu uma grande festa e saiu para encontrar-se com Davi. As ações decisivas de Abigail atenderam a necessidade premente de alimentar os homens de Davi. Eles também acalmaram Davi e o impediram de vingar-se.
- Depois que retornou para casa, Abigail resguardou-se e decidiu não tratar com Nabal até que ele ficasse sóbrio. Independentemente da rudeza e do comportamento reprovável de seu marido, Abigail respondeu sincera e respeitosamente. Mais tarde, Deus mesmo vingou Davi e retirou Nabal de cena.
- Davi nunca se esqueceu desse encontro. Ele sabia se uma mulher era de Deus quando a via. Depois da morte de Nabal, Davi escolheu Abigail para ser sua esposa. A paciência e a submissão dela em tempos difíceis, bem como a sua sabedoria e as habilidades de solucionar problemas prepararam Abigail para ser uma excelente esposa para Davi. Davi valorizou a força de Abigail e sentiu-se fortemente atraído a essa líder feminina altamente capaz.

4. O propósito de 1 e 2 Samuel.
-1º Samuel descreve o momento decisivo da história de Israel, em que as rédeas do governo passaram do juiz para o rei. O Livro relata a tensão entre a expectativa do povo quanto a um rei (um soberano absoluto “como o tem todas as nações” – 1º Sm 8.5) e os padrões teocráticos de Deus, pelos quais Ele era o Rei do seu povo. O Livro mostra claramente que a desobediência de Saul a Deus e sua violação dos princípios teocráticos do seu cargo levaram Deus a rejeitá-lo e a substitui-lo como rei.

-2º Samuel continua a história profética do aspecto teocrático da monarquia de Israel. Ilustra a fundo, com exemplos do reinado de Davi e da sua vida pessoal, as condições do concerto de Israel, conforme Moisés as definiu em Deuteronômio: a obediência ao concerto resulta em bênçãos divinas; o desprezo pela Lei de Deus resulta em maldições e castigos (Dt 27-30).
- Enfim, 1 e 2 Samuel são de grande importância histórica. Entre suas lições mais importantes são as palavras de Samuel a Saul: “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar” (1º Sm.15.22). Sacrifícios serviam como pedidos de perdão. É melhor fazer o certo do que pedir desculpas depois!

II. AUTORIA E DATA

1. Título e Autor.
1 e 2 Smauel receberam esse nome do personagem principal do início do Reino de Israel, Samuel; este foi profeta, sacerdote e juiz; foi a pessoa usada por Deus para fazer a transição dos juízes aos reis. Portanto Samuel exercia uma função tríplice: Juiz, sacerdote e profeta.

- Quanto a autoria dos Livros, não se sabe com exatidão quem realmente os escreveu. Sem dúvida, o profeta Samuel registrou boa parte da história de Israel nesse período; é provável que Samuel ou tenha escrito ou fornecido a informação para 1º Sm 1.1-25:1, o que engloba sua vida e ministério até sua morte no capítulo 25. Grande parte do conteúdo dos livros se refere a acontecimentos posteriores à morte de Samuel. No entanto, outros materiais haviam sido colecionados e puderam ser usados como fontes pelo autor verdadeiro. Três dessas fontes são mencionadas em 1º Cr 29.29, a saber: as “crônicas de Samuel, o vidente”; as “crônicas do profeta Natã” e; as “crônicas de Gade, o vidente”. Tanto Gade como Abiatar tinham acesso aos eventos da corte do reino de Davi, de forma que ambos são candidatos à autoria do Livro de Samuel. Abiatar era um sacerdote habituado a manter registros precisos; ele acompanhou de perto a carreira de Davi, e até passou algum tempo com este no exílio.

2. A data dos Livros. Os acontecimentos de 1º Samuel ocorreram ao longo de aproximadamente 100 anos, entre 1100 a.C. até 1000 a.C. Os acontecimentos de 2º Samuel abrangem mais 40 anos; portanto, o livro foi escrito, então, algum tempo depois de 960 a.C.

- 1º Samuel talvez tenha sido redigida por volta de 1000 a.C. A ausência de referências ao cativeiro de Israel (722 a.C.) requer, sem dúvida, que estipulemos para o Livro uma data anterior a esse acontecimento. Há quem acredite que as referências a “Israel” e “ Judá” exijam uma data posterior a 931 a.C., quando o reino se dividiu nessas duas partes. É possível, contudo, que os temos já fossem usados antes da divisão política.
- Por causa do comentário encontrado em 1º Sm 27.6 - “pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje” -, acredita-se que os dois livros devem receber uma data posterior à divisão do reino em duas partes, divisão que aconteceu logo depois do governo de Salomão em 931 a.C. Embora, com frequência, fosse traçada uma diferenciação entre Israel e Judá, e embora Davi tenha reinado em Judá por sete anos e meio antes da unificação do reino, não havia reis em Judá antes desta data.
- De qualquer forma, a afirmação relativa à duração do reinado de Davi em 2º Samuel 5.4 deixa claro que os livros não poderiam ter assumido sua presente forma antes de algum tempo depois do reinado de Davi. Referências ocasionais a condições ou marcos existentes - “até o dia de hoje” (1º Sm 5.5; 6.18; 27.6) -, parecem apontar para uma data posterior à época de Salomão, mas anterior ao exílio babilônico, provavelmente para o período da monarquia dividida, entre 931 e 721 a.C.

3. A situação espiritual. Samuel nasceu durante o período dos Juizes quando Eli era o Sumo sacerdote A situação espiritual do povo era a pior possível, antes e depois da morte do sumo sacerdote Eli. Lendo 1º Sm.7.3,4 temos uma noção da situação espiritual do povo; a idolatria imperava. Os filhos de Eli, que eram sacerdotes, praticavam os mais vis pecados (1º Sm 2.22), levando o povo a uma degradação espiritual e moral altamente preocupante. A idolatria e a imoralidade eram os pecados dominantes na nação.
- Tomamos conhecimento de Eli em 1 Samuel, quando Elcana e sua mulher Ana subiram a Siló, onde se encontrava então o tabernáculo. Deus ouviu a oração de Ana, e nasceu Samuel, que se tornaria profeta.
- No tempo em que os Juízes julgavam em Israel, o único sacerdote a oficiar no tabernáculo a que é feito referência é Eli, e seus filhos Hofni e Finéias. Finéias, filho de Eleazar, apareceu no tempo de Josué (Jos 22) e depois da morte de Josué, no episódio da guerra com Benjamim na sequência da morte da concubina do levita (Jz 19 e 20). Mas este episódio teve lugar na época anterior à opressão de Cusã-Risataim (ver anteriores mensagens sobre Juizes).

A morte de Eli. 
“Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação”.
- Eli se deixou levar pelos filhos, honrando-os mais que ao Senhor Deus. Ele não lhes aplicou a disciplina necessária, mesmo sabendo de todos os atos pecaminosos de seus filhos (1º Sm 2.23) – “E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios”.
- Esse quadro desolador gerou consequências espirituais irreparáveis ao povo de Israel: religiosidade aparente, espiritualidade superficial e um sacerdócio descomprometido com Deus.
- Depois que os filisteus tomaram a Arca e, mesmo recuperando depois, os israelitas deixaram de adorar o Senhor e serviram aos deuses estranhos das nações circunvizinhas (cf.1º Sm 7.3).Eli foi sacerdote e juiz durante 40 anos.
- Enquanto isso, o Profeta Samuel assumiu a liderança do povo judeu. Ele trouxe um grande renascimento espiritual, fazendo anualmente uma ronda partindo de sua casa em Ramah, onde nascera, passando por Bethel, Gilgal e Mitzpah, julgando e instruindo o povo, e restaurando a paz, união e segurança a toda a nação judaica.
- Quando Deus levantou Samuel e ele iniciou um grande avivamento entre o povo; os israelitas estavam cultuando os deuses estranhos das outras nações, mas Samuel os exortou a livrarem-se rapidamente deles. Ele orientou o povo a promover a construção de uma unidade nacional e espiritual.
“Então, falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao SENHOR, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao SENHOR, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus” (1º Sm 7.3).
“Então, os filhos de Israel tiraram dentre si os baalins e os astarotes e serviram só ao SENHOR” (1º Sm 7.4).
- Os ídolos em nossos dias são muito mais sutis do que deuses de madeira e pedra. No entanto, são tão perigosos quanto aqueles dos cananeus. Qualquer coisa ou pessoa que ocupe o primeiro lugar em nossa vida ou que nos controla, poderá ser considerado um deus. Dinheiro, sucesso, bens materiais, orgulho ou qualquer outra coisa ou pessoa podem se tornar ídolos, se tomarem o lugar de Deus em nossa vida. Só o Senhor é digno de nosso culto e adoração, e não podemos permitir que nada venha a se igualar a Ele. Se tivermos deuses estranhos em nossa vida, deveremos pedir ao Senhor que nos ajude a depô-los deste trono e a fazer com que somente o único e verdadeiro Deus seja nossa primeira prioridade.

III. A TEOLOGIA NOS LIVROS DE SAMUEL

1. Conteúdo.
1º Samuel. Com poucas exceções, a narrativa de 1Samuel segue a sequência cronológica.
A. Capítulos 1 a 3 relatam o nascimento e a infância de Samuel e mostram a depravação dos filhos de Eli, homens que abusavam sua posição como sacerdotes.
B. Capítulos 4 a 6 registram uma crise em Israel. Deus usou os filisteus para exterminar a casa de Eli. Ao mesmo tempo, a arca da aliança (o móvel mais sagrado em Israel) foi tirada dos israelitas e passou décadas longe do local onde os israelitas adoravam ao Senhor.
C. Capítulo 7 fala do livramento de Israel das mãos dos filisteus e descreve o trabalho de Samuel como juiz em Israel.
D. Capítulos 8 a 10 descrevem o início do reino de Israel. O povo pediu um rei, rejeitando o domínio direto de Deus sobre a nação, e o Senhor lhe deu um rei do tipo que as pessoas esperavam. Saul, um homem da tribo de Benjamim, foi escolhido como primeiro rei de Israel.
F. Capítulo 11 conta a história de uma batalha que ganhou para Saul o apoio popular de Israel. Ele conduziu os israelitas na batalha contra os amonitas e livrou do poder deles a cidade de Jabes-Gileade, na Transjordânia.
G. Capítulo 12 contém o discurso de despedido de Samuel, que incentivou o povo a ser fiel ao Senhor. Ele avisou, também, das consequências que viriam sobre o povo se fosse desobediente a Deus. Esta mensagem nos lembra dos discursos finais de Moisés e Josué.
H. Capítulos 13 a 15 explicam os graves erros de Saul que seriam motivo de Deus recusar estabelecer a dinastia deste benjamita. Por causa da rebeldia e ambição egoísta deste rei, Deus avisou que daria o reino para outra família. Logo descobrimos que a dinastia permanente começaria com Davi.
I. Capítulos 16 e 17 usam três episódios para introduzir Davi, o jovem que seria o segundo rei de Israel. Ele foi ungido por Samuel, foi chamado para tocar sua harpa para acalmar o rei, e, na história mais conhecida da sua juventude, foi usado por Deus para vencer o gigante Golias.
J. Capítulos 18 a 26 relatam o período de conflito entre Saul, que foi tomado de paranoia, e Davi, que esperava com paciência o momento determinado por Deus para ascender ao trono. Em vários momentos, Saul tentou matar Davi, mas este recusou a levantar sua mão contra o rei legítimo de Israel.
L. Capítulos 27 a 31 descrevem a guerra entre os israelitas e os filisteus que levou à morte de Saul, abrindo lugar para a coroação de Davi como rei de Israel. O próximo livro, 2º Samuel, começa com o início do reinado de Davi.

2º Samuel. O livro de 2º Samuel pode ser dividido em duas seções principais: os triunfos de Davi (capítulos 1-10) e os problemas de Davi (capítulos 11-20). A última parte do livro (capítulos 21-24) é um apêndice não-cronológico que contém mais detalhes do reinado de Davi.
A. O Livro começa com Davi recebendo a notícia da morte de Saul e seus filhos. Ele proclama um tempo de luto. Logo depois, Davi foi coroado rei de Judá, enquanto Isbosete, um dos filhos sobreviventes de Saul, é coroado rei de Israel (capítulo 2). Uma guerra civil segue, mas Isbosete é assassinado e os israelitas pedem a Davi que reine sobre eles também (capítulos 4 e 5).
B. Davi muda a capital do país de Hebron para Jerusalém e depois move a Arca da Aliança (capítulos 5 e 6). O plano de Davi para construir um templo em Jerusalém é vetado por Deus, que em seguida faz a seguinte promessa a Davi: Davi teria um filho que governaria depois dele; o filho de Davi iria construir o templo; o trono ocupado pela linhagem de Davi seria estabelecido para sempre; Deus nunca iria remover a sua misericórdia da casa de Davi (2Sm.7:4-16).
C. Davi lidera Israel à vitória sobre muitas nações inimigas que os cercavam. Ele mostra também bondade à família de Jônatas ao cuidar de Mefibosete, filho aleijado de Jônatas (capítulos 8-10).
D. Infelizmente, Davi cai em pecado. Ele cobiça uma bela mulher chamada Bate-Seba, comete adultério com ela e depois tem o marido assassinado (capítulo 11). Quando o profeta Natã confronta Davi com seu pecado, Davi confessa e Deus graciosamente o perdoa. No entanto, o Senhor diz a Davi que as consequências do seu vil pecado seriam inevitáveis.
E. Surgiram muitos problemas. Um deles foi quando o filho primogênito de Davi, Amnom, violenta sua meia-irmã, Tamar. Em retaliação, o irmão de Tamar, Absalão, mata Amnom. Absalão então foge de Jerusalém ao invés de enfrentar a ira de seu pai.
F. Mais tarde, Absalão lidera uma revolta contra Davi e alguns dos antigos companheiros de Davi se juntam à rebelião (capítulos 15 e 16). Davi é forçado a sair de Jerusalém e Absalão se posiciona como rei por um curto período de tempo. No entanto, o usurpador é derrubado e - contra a vontade de Davi - é morto. Davi lamenta a morte de seu filho.
- Um sentimento geral de inquietação assola o resto do reinado de Davi. Os homens de Israel ameaçam separar-se de Judá e Davi tem que suprimir mais uma rebelião (capítulo 20).
G. O apêndice do Livro inclui informação sobre uma fome de três anos que assolou a terra (capítulo 21), uma canção de Davi (capítulo 22), um registro das façanhas dos mais valentes guerreiros de Davi (capítulo 23), assim como o censo pecaminoso de Davi e a consequente praga (capítulo 24).

Aplicação Prática.
- Qualquer um pode cair. Mesmo um homem como Davi, que verdadeiramente desejava seguir a Deus e que foi ricamente abençoado por Deus, era suscetível à tentação. O pecado de Davi com Bate-Seba deve servir como um aviso a todos nós para guardarmos nosso coração, nossos olhos e nossas mentes. Orgulho sobre a nossa maturidade espiritual e nossa capacidade de resistir à tentação com nossas próprias forças é o primeiro passo para uma queda (1º Co.10.12).
- Deus é misericordioso para perdoar até os pecados mais hediondos quando realmente nos arrependemos. No entanto, curar a ferida causada pelo pecado nem sempre apaga a cicatriz. O pecado tem consequências naturais e, mesmo depois de perdoado, Davi colheu o que havia semeado. Seu filho da união ilícita com a esposa de outro homem foi-lhe tirado (2º Sm 12.14-24) e Davi sofreu a miséria de uma ruptura no seu relacionamento amoroso com seu Pai celestial (Salmos 32 e 51). Quão melhor é evitar o pecado, em primeiro lugar, ao invés de ter que pedir perdão depois!

2. Cristo revelado.
- O Senhor Jesus Cristo é visto principalmente em duas partes de 2º Samuel:

2.1. Em primeiro lugar, a aliança davídica conforme descrita em 2º Samuel 7.16:
“Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre”.
- Esta promessa foi reiterada em Lucas 1.32,33 nas palavras do anjo que apareceu à Maria para anunciar-lhe o nascimento de Jesus:
“Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de - Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”.
- Cristo é o cumprimento da aliança davídica; Ele é o Filho de Deus da linhagem de Davi que reinará para sempre.

2.2. Em segundo lugar, Jesus é visto na canção de Davi no final da sua vida (2º Sm 22.2-51). Ele canta sobre a sua rocha, fortaleza e libertador, seu refúgio e salvação. Jesus é a nossa Rocha (1º Co 10.4, 1ª Pd 2.7-9), o Libertador de Israel (Rm 11.25-27), a Fortaleza para qual “já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta” (Hb 6.18) e o nosso único Salvador (Lc 2.11; 2ª Tm 1.10).

3. Os alicerces da Dinastia davídica.
- Quando Davi propôs no seu coração construir um Templo para que nele o Senhor Deus fosse adorado continuamente, recebeu um recado de Deus, através do profeta Natã, no sentido de que ele não poderia construir o templo, mas quem edificaria o templo seria o filho de Davi, que reinaria em seu lugar, dando início a uma dinastia que jamais teria fim. - O filho que seria o seu sucessor imediato seria Salomão.
- Por motivo dessa iniciativa de Davi, Deus o exaltou sobremaneira, prometendo-o que lhe edificaria uma casa, ou seja, escolhia a sua descendência para governar sobre o povo de Israel para sempre. O próprio Davi ficou pasmo com a promessa que Deus lhe dava, tanto que considerou a sua insignificância, reconhecendo que o Senhor lhe falava de “tempos distantes” (2º Sm 7.19). Temos, aqui, então, o que os estudiosos da Bíblia chamam de “pacto davídico”, ou seja, o pacto firmado entre Deus e Davi, segundo o qual o trono de Israel ficaria para sempre na casa de Davi, ou seja, a descendência de Davi seria, eternamente, a descendência real de Israel.
- Este pacto representava mais um passo em direção ao plano de Deus para a humanidade. Deus havia prometido salvar o homem no Éden, prometendo que um descendente da mulher haveria de vencer o mal e o pecado. Depois, com Abraão, mostrou que este Salvador viria de uma nação que seria formada pelo próprio Deus: Israel. Agora, com Davi, diz que este Salvador seria descendente da tribo de Judá, da família de Davi, a quem seria dado o governo de Israel. O Messias seria, portanto, descendente de Davi, “Filho de Davi”, o legítimo herdeiro do trono de Israel.
- A partir desse pacto o povo de Israel ficou ciente de que o Messias, aquele que viria para salvar Israel, seria descendente de Davi, daí porque a imagem do Cristo ter ficado relacionada com a imagem do Libertador político, do Rei, daquele que haveria de livrar Israel dos seus inimigos, imagem esta que se intensificou a partir do cativeiro da Babilônia, quando Israel perdeu a sua independência política, como fruto dos seus pecados, o que era explicitamente reconhecido pelas autoridades judias (cfr. Ed.9:6-9). Até mesmo os discípulos de Jesus, mesmo depois da ressurreição, não tinham deixado de associar a imagem do Messias ao do libertador político (At 1.6).
- A dinastia davídica durou cerca de 425 anos, mas será perpetuada por meio do Rei-Messias, Jesus, ”o Filho de Davi”. Pela sua vitória sobre todos os inimigos de Israel, pela sua humildade e compromisso com o Senhor, pelo seu zelo a favor da casa de Deus e pela associação dos ofícios de profeta, sacerdote e rei na sua pessoa, Davi é um precursor da Raiz de Jessé, Jesus Cristo.
“Porém, a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti, teu trono será firme para sempre”(2º Sm 7.16).

4. A ação do Espírito Santo nos Livros de Samuel.
- O Espírito Santo atuava com mais frequência através do sacerdócio. Sua atuação como conselheiro pode ser apreciada nas muitas ocasiões em que Davi “consultou o Senhor” através do sacerdote e do éfode.
- Sua principal ação é convencer a pessoa do pecado. Jesus explicou isso em João 16.8: “E, quando ele vier convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo”. A obra de convencer e de condenar do Espírito é claramente percebida quando o profeta Natã enfrenta Davi por causa do seu pecado com Bate-Seba e Urias. O pecado de Davi é desnudado, a justiça é feita, e o julgamento é anunciado. Isso, no quadro microcósmico de 2Samuel, ilustra o amplo ministério do Espírito Santo no mundo através da Igreja investida do poder do Espírito.

IV. SAMUEL: O DIVISOR DE ÁGUAS

1. Samuel, um servo vocacionado por Deus.
- Deus chama todo líder para ser servo, mas nem todo servo é chamado para ser líder. O líder transmite a ideia de serviço e é exemplo para outros. A vocação de Samuel para liderar o povo de Deus deu-se quando ele era menino, tendo como mentor Eli. Pode-se ver isso em 1º Samuel 3.19,20:
“Crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. Todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do Senhor”.
- Certa feita, Deus falou a Samuel durante a noite, e, então, ele disse a Eli o que Deus lhe revelara (1º Sm 3.11-18). Apesar da dura mensagem dirigida a Eli, Samuel disse a verdade em amor. Esse encontro deu início a um firme padrão para Samuel. Cedo, os israelitas procuraram Samuel para que lhes desse conselho de orientação para o seu futuro; precisavam de ajuda para reconquistar a Arca da Aliança; precisavam de uma estratégia contra os inimigos, os filisteus; finalmente procuraram a permissão de Samuel para coroar um rei, semelhante as outras nações vizinhas.
- A influência do profeta continuou crescendo. Cresceu de tal maneira que, quando o rei Saul falhou na sua liderança, Samuel o removeu do trono por ordem de Deus. A autoridade que ele tinha, dada por Deus, era capaz de até mesmo afastar um rei que ocupava o trono.
- Samuel viveu tempo suficiente para dar aos israelitas dois reis. Samuel exortou, afirmou, corrigiu, profetizou, lembrou e ensinou o povo. Quando morreu, todo o Israel se ajuntou para lamentar a morte dele (1º Sm 25.1). De fato, esse foi um líder de impacto!

2. Samuel, um líder que sabia ouvir.
2.1. Todos os líderes necessitam aprender a reconhecer a voz de Deus, mesmo quando ainda jovens como Samuel. Certa noite, Samuel estava deitado no chão perto da Arca de Deus e o Senhor o chamou: “Samuel, Samuel!”. No começo, Samuel ouviu, mas não reconheceu a voz do Pai. Porém, continuou ouvindo e, depois, recebeu uma mensagem a respeito do juízo vindouro sobre o sacerdote Eli e a família deste.
- Samuel teve uma longa noite de insônia, paralisado por medo, ao pensar que devia repetir o que o Senhor lhe havia contado. Mas, Eli convenceu Samuel que seria muito mais perigoso reter a verdade do que revelar o que Deus lhe tinha dito (1ª Sm 3.17). Assim, Samuel expôs a verdade, e, por causa da sua obediência, Deus elevou o jovem a líder e a profeta entre o seu povo (1º Sm 3.20).

2.2. Samuel é um grande exemplo bíblico de liderança correta. Demonstra que o homem ou a mulher, que está apto para liderar o povo de Deus, é pessoa que aprendeu a ouvir a voz do Senhor, dar atenção às palavras dele e falar a verdade, sem importar-se com as consequências terrenas.
- Deus nunca escolheu seus líderes com base no carisma ou na eloquência deles. Pelo contrário, Ele busca aqueles que têm a coragem de ouvir e falar exatamente o que Ele lhes diz.

3. Samuel, um líder que servia com humilde e sinceridade.
- Samuel começa a liderar com aproximadamente trinta anos de idade, depois da morte de Eli. Não houve da parte desse jovem qualquer atitude de rebeldia contra o sacerdote. Ele jamais ousou apontar erros do seu líder, nem desejou seu posto, mas o servia com humildade e sinceridade, razão pela qual se firmara diante do Senhor.
- É lamentável, mas muitos, hoje, estão servindo não com bons propósitos, mas apenas desejando posição, título, fama, motivos pelos quais sempre que encontram qualquer falha no seu líder expõem-na a outros, inclusive usando meios eletrônicos, cartas, querendo a posição do outro. É bom sempre lembrar, porém, que não devemos tomar à força a capa de Elias; ela só pode cair nas mãos daqueles que servem bem (2º Rs 2.9-14); somente assim serão usados poderosamente nas mãos de Deus.

4. Samuel, um tipo de Cristo.
- Samuel foi líder de líderes, conselheiro-chefe de reis e capitães militares de Israel. Quando ele falava, todos escutavam. Como profeta de Deus, Samuel ungiu reis; como intérprete da Palavra de Deus, aconselhou e desafiou reis. Servindo como juiz nos dias imediatamente antes da monarquia de Saul, Samuel incorporou três grandes funções: profeta, sacerdote e juiz, como também o faria Jesus, mais tarde.
- Samuel foi chamado por Deus num momento de grande anarquia nacional, crise espiritual e moral do povo de Deus e da sua liderança. Ele teve que convocar o povo para promover a construção de uma unidade nacional e espiritual. Sob sua liderança, ele foi grande responsável pela transição do período dos juízes para a monarquia; é o que podemos dizer: ele foi um divisor de águas.
- Samuel foi o último juiz de Israel; com ele foi fechado o ciclo dos juízes. Ele contribuiu sobremaneira com a nação de Israel ao estabelecer os alicerces do ofício profético, preservar o sacerdócio e estruturar a base espiritual do sistema monárquico (1º Sm 3.15-21; 2.18; 8.10-22). Ele deixou um inegável legado às lideranças seguintes.

CONCLUSÃO. As muitas histórias apresentadas em 1 e 2 Samuel revelam os erros e os acertos de líderes humanos, mas, ao mesmo tempo, revelam o quanto Deus trabalha pelo seu povo. Ao ler e estudar estes dois Livros, note a transição da teocracia para a monarquia; exulte com as clássicas histórias de Davi e Golias, Davi e Jônatas, Davi e Abigail; e assista ao surgimento da influência dos profetas. Mas em meio à leitura de toda esta história e aventura, resolva participar de sua corrida como servo de Deus, do início ao fim.

FONTE DE PESQUISA

1. Bíblia de Estudo Pentecostal.
2. Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
3. Bíblia da Liderança Cristã. Sociedade Bíblica do Brasil.
4. BÍBLIA SHEDD, Trad. João F. de Almeida RA. 2ª Edição. Edição Vida Nova. São Paulo – SP.
5. CLAUDIONOR CORRÊADE ANDRA, Dicionário Teológico, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
7. Revista Ensinador Cristão – nº 80. CPAD.
8. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
9. Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
10. Pr. Osiel Gomes. O Governo divino em mãos humana. CPAD.
11. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
12. Roberto B. Chisholm Jr. 1 & 2 Samuel. Vida Nova.
13. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Portal- EBD.
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

terça-feira, 24 de setembro de 2019

A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO



Lucas 15.11-32 “E disse: Um certo homem tinha dois filhos; 12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. 13 E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 14 E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. 15 E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. 16 E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. 17 E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! 18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; 19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. 20 E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se lhe ao pescoço e o beijou. 21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lhe, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; 23 E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; 24 Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. 25 E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. 26 E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. 27 E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. 28 Mas ele se indignou, e não queria entrar. 29 E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; 30 Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. 31 E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; 32 Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.”

- A parábola da ovelha perdida é muito aplicável à grande obra da redenção do homem. A ovelha perdida representa o pecador afastado de Deus e exposto a uma ruína segura se não for conduzido de volta a Ele, embora não deseje regressar. Cristo é ardoroso para levar a casa os pecadores.

- A parábola do filho pródigo mostra a natureza do arrependimento e a prontidão do Senhor para acolher bem e abençoar a todos os que se convertem a Ele. Expõe plenamente as riquezas da graça do evangelho; e tem sido e será, enquanto durar o mundo, de utilidade indizível para os coitados pecadores, para guiá-los e alentá-los a arrepender-se e a voltar a Deus.

- Um estado pecaminoso é um estado de separação e afastamento de Deus. Um estado pecaminoso é um estado de desperdiço: os pecadores voluntários empregam mal seus pensamentos e os poderes de sua alma, gastam mal seu tempo e todas as oportunidades. Um estado pecaminoso é um estado de necessidade. Os pecadores carecem das coisas necessárias para suas almas; não têm comida nem roupa para eles, nem nenhuma perversão para o além. Um estado pecaminoso é um vil estado de escravidão. O negócio dos servos do domínio é fazer provisão para a carne, cumprir suas luxúrias e isso não é melhor que alimentar os porcos. Um estado pecaminoso é um estado de descontentamento constante. A riqueza do mundo e os prazeres dos sentidos nem sequer satisfazem nossos corpos, mas que são em comparação com o valor das almas! Um estado pecaminoso é um estado que não pode buscar alívio de nenhuma criatura. Em vão choramos o mundo e a carne; têm o que envenena a alma, mas que nada têm que a alimente e nutra. Um estado pecaminoso é um estado de morte. O pecador está morto em delitos e pecados, desprovido de vida espiritual. Um estado pecaminoso é um estado perdido. As almas que estão separadas de Deus, se sua misericórdia não o evitar, logo estarão perdidas para sempre. O desgraçado estado do filho pródigo somente é uma pálida sombra da horrorosa ruína do homem pelo pecado, mas quão poucos são sensíveis a seu próprio estado e caráter!

INTRODUÇÃO. Nem todos os judeus aceitaram Jesus como Messias, todavia isso não fez com que Ele parasse a sua missão. O seu caráter não foi afetado, apesar de toda oposição da religiosidade de homens maus. Apesar de toda a pressão, continuou em direção ao triunfo da ressurreição, sem intimidar-se com a turba que o oprimia, tentando desviar de sua gloriosa missão. E, na rejeição de seu povo (Jo 1.11,12), foi buscado pelos que não perguntavam por ele, foi achado por aqueles que nunca o buscaram, pessoas que não conheciam o seu nome, receberam a oportunidade de serem recebido por Ele (Is 65.1).

I. CARACTERÍSTICAS DE DEUS PAI

Para tornar a sua denúncia efetiva contra os judeus, Jesus conta três parábolas, aqui nos ateremos a do filho pródigo. A discriminação contra os seguidores de Jesus tinha, como raiz, a inveja da liderança religiosa que o via como alguém que estava tomando para si, uma grande fatia do bolo social judaico da religiosidade dominante, inclusive penetrando nas camadas da alta sociedade desprezadas e taxadas maldosamente como “publicanos e pecadores”. A fim de combater aquele mal, Jesus evoca a figura de um pai magnânimo, ilustrando a pessoa do Pai celestial, como veremos a seguir.

De acordo com a lei judaica, a parte da herança do filho mais velho correspondia ao dobro da parte dos outros filhos (Dt 21.17), e, se o pai assim o desejasse, poderia distribuir a riqueza ainda em vida. O filho mais novo agiu dentro da lei quando pediu sua parte dos bens e mesmo quando os vendeu, mas certamente não foi um gesto amoroso de sua parte. Foi como dizer ao pai: “Gostaria que estivesse morto!”. Thomas Huxley disse: “As piores dificuldades de um indivíduo começam quando ele tem a possibilidade de fazer o que bem entende”. Que grande verdade!

1. A liberalidade de Deus.
Aquele pai é rico fazendeiro, tem muitos trabalhadores a seu dispor, paga bem aos seus funcionários e tem dois filhos. Quando o filho mais moço pede sua herança, fere-lhe a alma, mas liberalmente ele concede. Não era ético um pedido daquele, além do mais, o pai estava vivo. E depois disso, o filho sai pelo mundo extraviando a sua herança. Mas o pai espera que ele volte, ao retornar, o recebe e faz festa. O mais velho, austero, responsável, legalista e intolerante reclama, mas o pai esclarece sua posição e tenta convencê-lo a participar de sua alegria agora. A generosidade de Deus se desabrocha em liberalidade, Ele quer que estejamos em sua casa por amor. De tudo, ele nos dá e não gostaria jamais que esbanjássemos nada, todavia se quisermos partir, teremos a nossa própria “grande experiência”, para nos provar que junto a ele é sempre melhor (Lc 15.16,17).

A vida na terra distante não era o que o jovem esperava. Seus recursos esgotaram-se, seus amigos o deixaram, veio a fome, e o rapaz foi obrigado a fazer por um desconhecido o que havia se recusado a fazer pelo pai: trabalhar! Essa cena dramática é a maneira de Jesus enfatizar o que o pecado faz na vida dos que rejeitam a vontade do Pai. O pecado promete liberdade, mas traz apenas escravidão (Jo 8.34); promete sucesso, mas traz fracasso; promete vida, mas “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). O rapaz pensou que “se encontraria”, mas, na verdade, se perdeu! Quando Deus é deixado de fora da vida, o prazer transforma-se em escravidão.

Arrependimento - ele caiu em si. “Arrepender-se” significa “mudar de ideia”, e foi exatamente isso o que o rapaz fez enquanto cuidava dos porcos. Ele “caiu em si”, o que indica que, até então, estava “fora de si”.

2. O perdão de Deus.
Deus nos é revelado no perdão de pai, ilustrada na parábola em que o filho mais moço não conhecia bem, mas o pai lhe estava a esperar para esse fim (Lc 15.2).  Quando o filho chega, ele o recebe calorosamente, trata dele e decreta feriado na fazenda e faz um grande festejo com música, danças e muita carne por conta da casa. Todo mundo fica feliz, menos um, o filho mais velho quando sabe o que está acontecendo na fazenda (Lc 15.25-28). Os publicanos e pecadores arrependidos de todos os tempos que recebem Jesus, experimentam o perdão do Pai celestial, a alegria salvação e a restauração da humanidade verdadeira (Gn 1.26).

3. A Compreensão de Deus.
O pai foi compreensivo com ambos os filhos: com o que saiu perdoando, pois entendeu que aquilo fez parte do aprendizado para toda a vida. E foi compreensivo com o que ficou, apesar de austero e intolerante. Porém, não deixou de fazer nada por causa da queixa do mais velho. Deus jamais porá seus planos de lado por causa da insatisfação de alguém, os festejos não serão abortados por causa da incompreensão de alguns: Is 43.13 “Desde os dias mais antigos eu o sou. Não há quem possa livrar alguém de minha mão. Agindo eu, quem o pode desfazer?”.

Devemos meditar nas obras de Deus e nos alegrar com o que Ele se alegra, e não morrer de ciúmes como crianças mimadas com medo de perder o espaço na sua casa. Se a metade dos pródigos desse mundo retornarem, teremos muitos problemas com aqueles que acham que estão perdendo espaço.

O interessante é que esses “grandes” pecadores negligenciados pela religiosidade, foram os que acolheram, Jesus. Dentre eles, Mateus (chamado Levi) que se tornou apóstolo e escritor; Maria Madalena, de conduta duvidosa (testemunhou a ressurreição), etc. A magnanimidade de Deus é revelada até com a compreensão do queixoso Filho mais velho, porém é certo que Ele não deixará de fazer nada por causa dos seus planos.

II. A INSENSATEZ DO FILHO PRÓDIGO

O Senhor Jesus denunciou dois comportamentos que demonstraram falta de temperança. O filho mais novo que pediu a herança e a consumiu inutilmente, e do filho mais velho que permaneceu em casa, mas agiu intolerantemente, não demonstrou afeto, pois tinha uma imagem do Pai - até ali equivocada - de intolerância também. Jesus quer nos fazer perceber que ambos os filhos estavam sob aprendizado: Deus estava corrigindo o mundanismo do que saiu e o legalismo do que ficou.

1. A loucura do filho pródigo.
Ninguém sai de casa sem antes pensar longamente no que está fazendo. O governo brasileiro, através de pesquisas; descobriu que grande parte de crianças e de adultos desaparecidos são de pessoas que deliberadamente deixam as suas famílias. Muitos desenvolvem mentalmente a possibilidade dessa realização por mágoas, brigas e também aventuras.

O filho mais jovem do fazendeiro, influenciado pelas histórias das belezas “de uma terra distante”, lançou-se numa aventura quase sem retorno. Quando dissipou seus bens, perdeu seus amigos, passou necessidade e humilhação de tornar-se um porqueiro (algo abominável ao judeu e que nunca imaginara fazer) percebeu o quanto caiu. Há muitos na casa do Pai cheios de fantasia com um mundo distante, outros hoje querem ficar na fazenda (igreja), mas gozar dos seus bens e trazer todas as abominações para dentro dela.

2. A humilhação do filho pródigo.
Ele só pensava em desfrutar sua vida de forma licenciosa, dissipando seus bens e longe de casa (Lc 15.13).
Deus permite ao ser humano que siga a estrada que ele mesmo escolhe, deixando-o decidir e proceder de acordo com seus próprios desejos. Curioso é apenas que as pessoas, enquanto estão bem, não pensam em Deus. Quando, porém, passam a sentir problemas, culpam a Deus. O filho mais novo na parábola, porém, não age dessa maneira. É essa a sua salvação.

O filho perdido a princípio desfrutava dos prazeres efêmeros da vida. Comida e bebida farta, mulheres e vários amigos, do que preciso mais? Todavia, a falta de dinheiro, a humilhação e a dor foram os agentes que fizeram aquele pródigo refletir a condição miserável daquele momento.
Pv 27.8 “Como a ave que vagueia longe do ninho, assim é o homem que vagueia longe do lar”. Em sua mente era difícil o retorno, mas o seu interior lhe dizia que seu terno pai o receberia, nem ao menos como um trabalhador. E assim se dispôs e foi. É necessário reconhecer a própria condição e se humilhar para poder ser restaurado.

Lc 18.14 “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” (Pv 11.2; 29.23).

3. A recepção calorosa do pai

De volta para casa, o pai estava a sua espera e corre ao seu encontro. Arrependido, ele reconhece seus erros e quer ser admitido como um funcionário, mas o seu pai lhe surpreende com um tratamento “vip”. Declara feriado na fazenda e promove uma festança. Ilustrando assim a boa vontade divina com os pecadores (Mt 9.10-13).

Como médico, Jesus, veio para dar saúde espiritual a pecadores enfermos. Como noivo, veio para dar alegria espiritual. A vida cristã é uma festa, não um funeral.

Mostrava o Senhor que os excluídos da religiosidade, marcados socialmente e taxados de pecadores, que se voltam para Deus, entram no Reino precedendo assim os líderes religiosos, (Mt 21.31-32). O homem não conciliado com Deus sente uma guerra interior, ele sente a falta de paz interior, até o momento da sua reconciliação com Ele através de Cristo Jesus. O Espírito Santo testemunha o perdão, a filiação divina e também dá garantia de vida eterna.

Tt 3.5 “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Ef 1.13; 4.30).

III. PARADIGMAS DO FILHO M AIS VELHO

Quando Jesus fala do filho mais velho, está tratando diretamente com os judeus críticos em geral, e mais especificamente com os seus críticos escribas e fariseus (Lc 15.1). Eles ilustravam o filho mais velho que não entrou na festa de comemoração do retorno de seu irmão. Na verdade, essa liderança não aceitava esse comportamento inclusivo de Jesus, porque gostava do conservar costumes antigos, como por exemplo a exclusão dos que não eram judeus, e ainda procurava impedir que os outros entrassem. Com muita sabedoria Jesus estava chamando-os de estúpidos e grosseiros.

1. A visão da vida do filho mais velho.
Há muitos que têm conceitos errados sobre Deus e sua graça e procuram se opor ao trabalho do Reino. Na verdade, Deus está querendo dar uma nova configuração através da manifestação da sua graça e poder, mas “o filho mais velho” não desfruta do que tem, porque quer permanecer no vinho velho de paradigmas antigos que perderam o efeito. Outros imaginam por que “há tantos anos” servem a Deus sem transgredir, estão sendo injustiçados, porque os mais novos em algum momento foram pródigos e agora tem um banquete preparado. Sem contar os que usam a prodigalidade de antigos pecados de alguns para mostrar que eles, na verdade são mais dignos, porque dizem, “nunca transgredi o teu mandamento” (Lc 15.29; Mt 23.23-27).

2. Recusou participar dos festejos.
Festejos para uns e indignação para outros, o texto diz que “ele se indignou e não queria entrar” e o pai foi tão humilde que tentou conciliar a situação conversando com o filho mais velho. Mas não adiantou, o mais velho permaneceu irredutível. Devemos entender que Deus tem as suas maneiras de agir, e Ele sabe como fazer: Is 55.8 “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR.”.

Coberto de ciúmes em sua atitude, estava demonstrando que o Pai não sabia o que estava fazendo. Note aqui um precioso princípio: As pessoas são mais importantes do que coisas, eles têm valor por mais que tenham descido no pecado, são preciosas almas.

3. A dureza de coração do filho mais velho.
Apesar do apelo do pai, entendem os que ele não entrou nos festejos do irmão, porque os judeus continuaram endurecidos e fazendo oposição ao evangelho, basta observar o trabalho missionário de Paulo que constataremos isso. Para alguns, mais valem os seus pontos de vista, sua fidelidade e política interesseira do que a alma desse “teu irmão”. É uma lástima isso! Mas para o Pai, ele tem valor, porque estava morto “nos delitos e pecados”, mas reviveu em Cristo, estava perdido, mas foi achado. Mesmo que alguém, coisifique, despreze e não queira festejar. O crescimento do Reino vai continuar.

A situação de desprezo e oposição levou o Senhor Jesus a se pronunciar com sábia defesa de seus seguidores. Ele sabia como era difícil aqueles homens se posicionarem ao seu lado abandonando a velha vida. O lamentável é que há aqueles que acham que estão na casa fielmente, como o filho mais velho, não desfrutam devidamente do que o Pai tem. Isso acontece porque são ignorantes quanto a sua generosidade, tendo uma visão mesquinha e excludente.

CONCLUSÃO.
O que percebemos, através de Lucas 15, é que o Senhor Jesus, apesar de respeitar a sua cultura, não estava de acordo com ela, pois os judeus tinham uma repulsa pelo que era novo, evitavam os estrangeiros, taxando-os de cães, quer dizer daquela maneira nunca trariam os gentios a fé no Deus verdadeiro. Devemos ter cuidado com a nossa maneira de pensar, Deus não é patrimônio de religião, templo ou nação alguma, ou mesmo denominação, pois a visão divina é de longo alcance, é inclusive e eterna. E se não tivermos cuidado com os nossos pensamentos, nós é que seremos cortados da relação com Ele.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

O CHAMADO DIVINO PARA O MINISTÉRIO



1º Reis 19.19-21:Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.20 Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu? 21 Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia”.

INTRODUÇÃO. Um proeminente ministro do evangelho, sofrendo de uma enfermidade crônica, foi aconselhado pelo seu médico a afastar-se das atividades pastorais, tendo em vista o prolongamento de sua vida.
Acredito que, se o senhor seguir a minha orientação, ainda possa sobreviver cerca de seis anos; caso contrário, é possível que o nobre pastor tenha menos de três anos de vida – disse-lhe o médico em tom grave.
Ele retrucou: - Bem, doutor, aprecio e agradeço a sua franqueza, mas prefiro viver dois ou três anos na Seara do Mestre, a me entregar a uma ociosidade estéril.  (Manancial de Ilustrações)

I. DEVE SER PLENAMENTE COMPREENDIDO

1. Elizeu compreendeu o gesto de Elias.
1.1. Jogar o manto – um ato simbólico que significava que o poder e a autoridade de Elias passavam a Elizeu.
1.2. “Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo”.

2. A pessoa que é chamada para o ministério deve entender as implicações deste chamado:
2.1. Poderá passar por provações e privações.
2.2. Nem sempre será popular – Elias: Perturbador de Israel.
2.3. É muito mais do que receber um título.
2.4. Exige sacrifício de outros interesses.
·         Nenhum outro interesse pode fazer-nos fugir do chamado.
·         Elizeu liquidou seus negócios como lavrador.
·         Não pode voltar atrás.

II. DEVE SER MAIS FORTE DO QUE LAÇOS EMOCIONAIS ANTIGOS

1. Elizeu precisou deixar sua família.
1.1. Abraão só saiu a peregrinar após a morte de seu pai.
1.2. O homem de Lucas. “E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai” (Lc 9.59).
·         “Permita-me primeiro sepultar meu pai”.
·         “Não posso ser teu discípulo enquanto meu pai estiver vivo” (NTI).
1.3. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim”.

2. Nenhum laço emocional deve impedir-nos de cumprir a missão.

III. GARANTE-NOS O RESPALDO DIVINO NO CUMPRIMENTO DA MISSÃO

1. Elizeu recebeu unção.
1.1. Para ministrar a Palavra.
1.2. Para treinar novos profetas.

2. Autoridade.
2.1. Sobre as forças da natureza – machado que flutuou.
2.2. Para realizar milagres.

3. Deus manifestou seu juízo através de Elizeu.
3.1. Geazi ficou leproso como castigo por sua mentira e por tentar tirar proveito próprio do ministério.
3.2. Os 42 rapazinhos que foram mortos por duas ursas.
3.3. Capitão atropelado na porta de Samaria.

4. A presença constante de Deus.

CONCLUSÃO. Você sente o chamado para o ministério? Já atendeu este chamado? Já se dispôs a obedecê-lo? Já compreendeu todas as implicações deste chamado?
Não deixe de atender ao chamado divino!

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

TRÊS ALICERCES DO MINISTÉRIO



Josué 1.1-9:E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: 2 Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. 3 Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés. 4 Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo. 5 Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei. 6 Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. 7 Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. 8 Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. 9 Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”.

INTRODUÇÃO.
O que segura o nosso ministério? Em quais bases estamos alicerçados?
No preparo acadêmico?
Na formação teológica?
No carisma pessoal?
No caráter? Na força de vontade?
Quando chegam as lutas, as provações, as decepções, o que pode nos manter firmes em nosso ministério?

I. O CHAMADO DIVINO

1. Não é escolha própria.
2. Não é escolha humana (outras pessoas).
3. Não se baseia na aparência, capacidade ou habilidades pessoais.
4. É chamado divino (v.2).
5. É prerrogativa exclusiva de Deus.
6. Ele, em sua soberana sabedoria e vontade, nos vocaciona.
7. Como somos com nossas qualidades.
8. Como somos com nossos defeitos – aos quais eles modifica e aperfeiçoa.
A. Onde quer que estejamos.
B. Deus não se enganou ao nos chamar.
C. É muito mais um compromisso de Deus conosco do que nosso com Deus.

II. A FIDELIDADE DO SENHOR

1. Quando Deus diz vem, ele assume todas as implicações deste chamado.
A. Ele cuida sempre de todos os detalhes.
B. Jamais abandona ou desiste de sues escolhidos (vs. 5, 9).
C. Ele cumpre suas promessas a nosso respeito (vs. 3, 6).

2. Mesmo quando somos infiéis ao chamado ele permanece fiel.
3. Quando todos nos abandonam ou falham ele permanece fiel.
A. Cônjuge.
B. Pais ou filhos.
C. Amigos.
D. Denominação.
E. Igreja.

3. Nosso ministério está alicerçado na fidelidade de Deus e não em promessas ou compromissos humanos.

III. O PODER DE DEUS

1. Nos dá autoridade.
A. Diante do povo.
B. Perante nossos adversários.
C. Contra os poderes das trevas.

2. Nos dá poder para cumprir nosso ministério (vs. 2,6).
A. Com sinais e prodígios.
B. Com pregação eficaz.

3. Nos enche de seu Espírito Santo.

CONCLUSÃO. Nosso ministério não é baseado em títulos, fama, formação, capacidade ou habilidades pessoais. Ele tem como base o chamado divino, a fidelidade do Senhor e o seu poder. Sem isso não podemos exercer o ministério e alcançar frutos para glória de Deus.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

SETE DEGRAUS DO SUCESSO MINISTERIAL



 I. CHAMADO

Jd 1:Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo”.
De onde? Podemos dizer que em primeiro lugar, fomos chamados do mundo para a “Igreja” (Gl 5.13; 1ª Pe 2.9), depois da igreja para o “ministério” (1ª Tm 1.9).

1. Uma vocação.
1.1. Soberana - Fl 3.14.
1.2. Digna - 2ª Ts 1.11.
1.3. Santa - 1ª Tm 1.9.
1.4. Celestial - Hb 3.1.

II. PROVADO

Tiago 1.2-4:Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; 3 Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. 4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma”.

1. Depois de convocado, o Senhor nos “provará” - Ap 2.2:Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos”.

2. A provação não vem pela derrota, e sim, para testar a nossa “fé” - 1ª Pe 1.6-7: “Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, 7 Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo.”

3. No que tange o obreiro, a provação vem para purificar das “escórias”. Como seremos provados?

3.1. Provados como o “ouro” - Zc 13.9:E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus”.
Quanto mais se purifica o ouro, mais valioso ele se torna, quanto mais se purifica (prova) o obreiro, mais valioso ele se torna para o uso do Senhor, sabendo que ele não nos prova acima do que podemos suportar.
1ª Co 10.13:Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”.

3.2. Provados no labor - Gl 6.4:Mas prove cada um a sua própria obra, e terá glória só em si mesmo, e não noutro”.

3.3. A oração do salmista - Sl 26.2:Julga-me, SENHOR, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado também no SENHOR; não vacilarei. 2 Examina-me, SENHOR, e prova-me; esquadrinha os meus rins e o meu coração”.
Sl 139.23:Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos”.

III. APROVADO

2ª Tm 2.15:Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
A prova é um teste, aqui é o resultado, se formos aprovados, bem-aventurados somos. Quando passamos no teste, somos aprovados:

1. Por Deus. At 2.22:Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis”.

2. Pelos homens - Rm 14.18:Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens”.

3. A recompensa - Tg 1.12:Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”.

IV. ESCOLHIDO
At 6.3:Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio”.

1. Quem nos escolheu? 1ª Co 1.27:Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes”.

2. Quando nos escolheu? 2ª Ts 2.13:Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade”.

3. Por que nos escolheu? Dt 7.6:Porque povo santo és ao SENHOR teu Deus; o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra”.

4. De onde nos escolheu? Jo 15.19:Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia”.

5. Para quem nos escolheu? At 9.15:Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel”.

6. Para que nos escolheu? Jo 3.15:Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
7. Quem tem sido escolhido? Tg 2.5:Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam”?
Mt 11.25:Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”.
Lc 19.10:Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.

V. SEPARADO

At 13.2:E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”.
O termo “separar” na Bíblia significa: consagrado para uso exclusivo do Senhor”.
Exemplos:
5.1. A tribo de Levi, separada para o Senhor            (Dt 10.8).
5.2. O Tabernáculo     (Lv 8.10).
5.3. O Templo (2º Cr 2.4; 7.6).
5.4. Os objetos            (2ª Sm 8.11).
5.5. Barnabé e Saulo (At 13.2).

VI. ENVIADO

1. Obreiro: enviado celestial.
Um enviado representa aquele que o enviou. Quem envia?

1.1. O Senhor - Jo 20.21: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”.

1.2. O Espírito Santo - At 13.4: “E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”.

2. Para que envia? Para “pregar” (Mc 16.15).

2.1. O arrependimento - Lc 24.46-47: “E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, 47 E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.”

2.2. O Batismo. Mc 1.4:Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.”

2.3. A Palavra - 2ª Tm 4.1-2: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, 2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.”

2.4. O Reino - Lc 9.2:E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos”.

2.5. A Ressurreição - At 28.31:Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.”

2.6. A Rebeldia - Ez 2.3:E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais transgrediram contra mim até este mesmo dia”.
2.7. A Cristo - Fl 1.16-17: “Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. 17 Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.”

VII. CONFIRMADO

2ª Pe 1.10:Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”.
Confirmação, o último degrau do Sucesso Ministerial. Como pode um obreiro saber que o SENHOR está confirmando a sua vocação e ministério?
Confirmado através:

1. Dos Dons Espirituais visíveis em sua vida - Mc 16.20:E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém”.

2. Da Autoridade no nome poderoso de Jesus Cristo, o nosso documento legal. Mc 16.17:E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demónios; falarão novas línguas”.

3. Do Amor exercido para com os de fora e os de dentro - 1ª Co 13.13:Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”.

4. Dos frutos produzidos. Jo 15.16:Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda”.

5. Dos filhos gerados espiritualmente - 1ª Co 4.14-15: “Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados. 15 Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo”.