TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

O HOMEM E OS CUIDADOS COM A OBRA DE DEUS




I. A CHAMADA DE DEUS

1. No Antigo Testamento.

1.1. Sacerdotes. A palavra sacerdote no original hebraico Cohem; do lat. Sacerdos. Era o ministro divinamente designado, cuja principal função era representar o homem diante de Deus. Era Deus quem escolhia o sacerdote.
Suas obrigações básicas: santificar o povo, oferecer dons e sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores (Hb 5.1-3).
No Antigo Testamento todo o sacerdote tinha que ser da tribo dos levitas: “Também os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, se hão de consagrar, para que o Senhor não os fira” (Êx 19.22).
1.2. Levitas. Nem todos os levitas eram sacerdotes. Os levitas também eram homens que lidavam com as finanças, ensino, culto e altar.
1.3. Profetas. Eram homens escolhidos por Deus para proclamar a Sua Palavra a nação de Israel.
1.4. Porteiros. Tinha a responsabilidade de cuidar a entrada do Templo.
1.5. Cantores. Eram homens escolhidos por Deus para conduzirem o louvor na Congregação (Ed 2.41, 65).
1.6. Netinis. Servidores do Templo, auxiliares dos levitas, oriundos dos gibionitas, (Js 9.23-27; Ed 2.43-58).

2. No Novo Testamento.Ef 4.11-12.
Ministério Geral – Apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre.
 Ministério Local – Diácono e auxiliar de trabalho.

II. O OBREIRO É UM MORDOMO

1. O obreiro é um despenseiro. 1ª Pe 4.10: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”.
1.1. Na parábola dos talentos Jesus diz: Mt 25.14; Lc 16.1-2: “Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens”.
1.2. Para a igreja de Corinto Paulo escreve dizendo: 1ª Co 4.1-2: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos ministérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”.

III. O PERFIL DE UM OBREIRO

1. Vida pessoal.
1.1. Dedicação. Rm 12.7-8 “Se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou quem ensina esmere-se no faze-lo. Ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; que exerce misericórdia, com alegria”.
A Palavra dedicação [no grego paraklesis] significa esforçar-se por satisfazer de forma humilde e sem orgulho; exortando, confortando e encorajando; instruir, ensinar da melhor forma possível.
1.2. Coragem. Coragem no grego tharrheo, significa ter muita coragem, ser de bom ânimo, ser ousado. Ef 6.20: “Eu sou embaixador a serviço desse evangelho, embora esteja agora na cadeia. Portanto, orem para que eu seja corajoso e anuncie o evangelho como devo anunciar”.
Quando Josué sucessor de Moisés assumiu a liderança do povo hebreu o Senhor lhe disse: Js 1.6, 7, 9: “Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais. Tão-somente, sê forte e mui corajoso. Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espante, porque o Senhor teu Deus, é contigo por onde quer que andares”.
1.3. Diligência. Do Latim diligentia, zelo, cuidado, ativo, atenção, dedicação, empregar todos os meios para o trabalho; execução de serviço. É ter urgência em fazer alguma coisa, ser cuidadoso e atento, pronto, esforçar-se na aplicação dos meios para fazer acontecer o que urge ser feito.
Hb 6.11-12: “Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança. Para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daquele que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas”.
1.4. Dignidade. Do Latim dignitas, “o que tem valor”, de dignus, “digno, valioso, adequado, compatível com os propósitos”.
Dignidade é a qualidade de quem é digno, ou seja, de quem é honrado, exemplar, que procede com decência, com honestidade. É um substantivo feminino, que vem do latim dignitate, que significa honradez, virtude, consideração.
1. Qualidade de digno.
2. Modo digno de proceder.
3. Procedimento que atrai o respeito dos outros.
4. Autoridade moral; honesto; responsabilidade.
1ª Tm 3.7: “Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (Tg 1.9). “O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade”.
1.5. Tato. Prudência; habilidade; vocação. Cl 4.7-9: “Quanto à minha situação, Tíquico, irmão amado, e fiel ministro, e conservo no Senhor, de tudo vos informará. Eu vo-lo envio com expresso propósito de vos dar conhecimento da vossa situação e de alertar o vosso coração”.
1.6. Agradável. Do grego charis, significa: graça, aquilo que dá alegria, deleite, prazer, doçura, charme, amabilidade: graça de discurso.
Cl 4.6: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”.
1.7. Bom comportamento. Do grego anastrophe, significa: modo de vida, conduta, comportamento, postura. Cl 4.5: “Portai-vos com sabedoria para com os que estão de fora; aproveitai as oportunidades”.
1.8. Discrição. Vem do Latim discretio, discernimento, capacidade de fazer distinções”, de dis-, com a mesma função que de-, mais cernere, “distinguir, separar, peneirar”.
Discernimento; qualidade de quem sabe guardar segredo; modéstia. Seriedade e prudência adequada na relação com pessoas que não são discípulos de Cristo, habilidade e discrição em transmitir a verdade cristã.
Tg 1.19 “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo o homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”.
1.9. Porte e asseio - Êx 19.10-11: “Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles suas vestes”. Lavar no verbo (Piel) do hebraico kabac lavar (roupas, pessoa) e no verbo pual significa: ser lavado.
Asseado no dicionário português significa: limpar-se, ornar, vestir com esmero (Franscisco da Silveira Bueno – Dicionário da língua portuguesa).
O obreiro é um embaixador de Cristo na terra e por isso ele deve ter uma boa apresentação em seu porte higiene em geral.
O encontro de Rute com Boas - Rute 3.3: “Banha-te, e unge-te, e põe os teus melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenhas acabado de comer e beber”.
Rute representa a Igreja; Boas tipifica Jesus.
1.10. Cortesia. 1. Qualidade do que é cortês. 2. Educação ou especial cuidado no trato ou no contato com alguém.
Pode significar uma maneira delicada e civilizada de agir, cumprimentar ou mesmo um gesto de doação ou favor para outra pessoa.
1ª Tm 5.1-2: “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como pai; aos moços, como a irmãos. Às mulheres idosas, como a mães; as moças, como a irmãs, com toda a pureza”.
1.11. Assiduidade. Do latim assiduus ou assiduitate, esta palavra remete para algo ou alguém que é ocupado, constante ou contínuo. Pontualidade; responsabilidade (Jo 2.4b.).
1.12. Liderança. Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos.
Marcos 10.35-45, encontramos alguns ensinos de Jesus a respeito do exercício da liderança.
“Jesus e os doze caminhavam até a cidade de Jerusalém, quando dois deles, Tiago e João, aproximaram-se do Mestre com este pedido: “Concede-nos que na Tua glória nos sentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda” (v.37).
No entender do povo do Oriente, quem se assentava nesses dois lugares exercia grande autoridade e influência no reino. O pedido dos dois era realmente audacioso.
Uma verdade que a Bíblia afirma é que o líder exerce, de fato, autoridade sobre o grupo. Sem o exercício da autoridade, não há uma liderança hábil, eficiente e operosa.
Mt 7.28-29: “Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da Sua doutrina, porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas”.
A autoridade de Jesus incluía até os demônios e a natureza (Mc 9.25,26; Mc 5.1-13; Lc 8.25).
1.13. Modelo. É o exemplo, padrão a ser seguido.
1ª Tm 1.15-16: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.”
1.4. Autocrítica e auto avaliação. É avaliação realizada pelo indivíduo que está sendo avaliado (sobre si mesmo).
A auto avaliação é um método que consiste em valorizar a si mesmo a própria capacidade que se dispõe para tal ou qual tarefa ou atividade, assim como também a qualidade do trabalho que se leva a cabo, especialmente no âmbito pedagógico.
2ª Co 13.5: “Examinando-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”.
Quando temos a visão de Deus, temos também a de nós mesmos e das nossas limitações (Is 6.1-5).
1.15. O obreiro deve cuidar da sua saúde.
1ª Tm 5.23 “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estomago e das tuas frequentes enfermidades”.
O vinho nesta época era uso medicinal. No 3.3 Paulo diz que obreiro não devia ser dado ao vinho, ou seja, o obreiro não devia se embriagar com vinho. Mas no uso da medicina não tinha nada a ver.

2. Vida espiritual.
2.1. Amor divino em seu coração - Jo 21-15: “Depois de ter comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeirinhos”.
2.2. Santidade: É uma ordem imperativa de Deus. 1ª Pe 1.16: “Sede santo, por que eu sou santo”. Ser santo significa uma separação do mal: Is 52.11 “Retirar-vos, retirar-vos, saí de lá, não toqueis coisas imundas; saí do meio dela, purificai-vos, vós que levais os utensílios do Senhor”. Lv 20.24 “Ser-me-eis santo, porque Eu, o Senhor, sou santo, e separai-vos dos povos para serdes meus”.
Santo é o ato de santificar; tornar sagrado, santo; separado do mundo e do pecado; dedicado exclusivamente para Deus; ter uma vida de santificação, ou seja, possuir qualidades especificas que nos mantenham ou nos levem a separarmos dos pagãos, das pessoas pecadoras que vivem a vida alienada da presença de Deus; distanciar do pecado e se aproximar de Deus.
2.3. Paciência: É um fruto do Espírito (Gl 5.22).
2.4. Fé: Sem fé é impossível agradar a Deus.
2.5. Fidelidade - 2ª Tm 2.1-2: “Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos pra instruir a outros”.
1ª Co 4.2 “Ora, além disso, o que se quer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”. 3 Jo 5 “Amados, precedes fielmente naquilo que praticas pra com os irmãos, e isto fazes mesmo quando são estrangeiros”.
2.6. Humildade - Mt 11.27: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”.
Mt 5.3: “Bem aventurado os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”.
Tg 4.10: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará”.
2.7. Espírito perdoador Mt 6.12: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”.
2.8. Sabedoria espiritual - Pv 3.13: “Feliz é homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento”.
2.9. Inteligência espiritual - Cl 1.9: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual”.
1ª Co 1.5: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento”.
Is 11.2: “Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”.
2.10. Maturidade espiritual - Ec 10.16 e 1ª Tm 3.6: “Não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo”.
2ª Tm 2.15: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneje bem a palavra da verdade”.
2.11. Visão espiritual na Obra de Deus - Ez 1.1: “Aconteceu no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus”.
2.12. Visão de almas - Mt 9.36-38: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, Então, se dirigiu a seus discípulos e disse: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da Seara que mande trabalhadores para a sua seara”. (Out. ref. Mc 8.24-25 e At 21.20).
2.13. Apto para ensinar - 2ª Tm 2.24: “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente”.

3. Vida social.
3.1. Sociabilidade: Viver em sociedade em comunidade; viver bem entre os irmãos; Bom relacionamento. Atos 2. 46:Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração”.
3.2. Conhecimento - Is 50.4: “O Senhor Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boas palavras ao cansado”.
2ª Pe 3.18: “Antes crescei na graça e no conhecimento...”
Jo 5.39: “Examinais, as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”.
Examinando as escrituras vamos conhecer Jesus e Ele tem a Palavra de vida eterna, Ele é a vida eterna: esta é a razão.
Pv 23.12: Aplica o coração ao ensino e os ouvidos às palavras do conhecimento”.
3.3. Autodisciplina - 1ª Co 9.27: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”.

4. Perigos do ministério.
4.1. Popularidade - 1ª Ts 2.6: “Também jamais andamos buscando glória de homens, nem de vós, nem de outros”.
Três coisas derrubam o obreiro: 1. Poder. 2. Dinheiro. 3. Sexo oposto.
4.2. Bajulação - 1ª Ts 2.5: “A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos, Deus disto é testemunha”.
4.3. Ganância - 1ª Pe 5.2: “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade”.
1ª Tm 6.5-7: “Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. 6 Mas é grande ganho a piedade com contentamento. 7 Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.”
A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos, Deus disto é testemunha.
2ª Co 17: “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus”. (At 20.2830).
4.4. Ganância pelo Poder.
1ª Ts 2.6: “E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, servos pesados”.
4.5. Sexo oposto - Ne 13.26: “Não pecou nisto Salomão, rei de Israel? Todavia, entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado do seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo Israel. Não obstante isso, as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado”.
Pv 31.3 “Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos às que destroem os reis”.

5. O obreiro e a mensagem.
5.1. O alvo deve ser sempre o pecador.
5.2. Não confundir poder de Deus com braveza.
5.3. A Mensagem deve ser de acordo com o tipo de culto.
A. Culto evangelístico.
B. Culto de ensino.
C. Culto de Santa Ceia.
D. Culto de Batismo.
E. A mensagem tem três tempos:
1. Introdução.
2. Explanação.
3. Desfecho – não se deve esquecer o tema.


Pr. Elias Ribas

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

CHAMADOS PARA SER SANTO



1ª Pe 1.16 “Sede santo, por que eu sou santo”. Ef 1.4: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.”

I. DEFINIÇÃO DO TERMO

O que significa ser santo. Santo no gr. hagios hb. Kadosh, quer dizer separado. É aquele que se separa do mal, e dedica-se ao serviço de Deus, é o ato de santificar; tornar sagrado, santo; separado do mundo e do pecado; dedicado exclusivamente para Deus; ter uma vida de santificação, ou seja, ter qualidades específicas que nos mantenham ou nos levem à separação das pessoas pecadoras que vivem longe da presença de Deus.
Santo do Lat. Sanctitatem, Perfeição moral. Estado de quem se destaca pela natureza. Nas Sagradas Escrituras, a santidade tem dois sentidos mui distintos. 1. Separação do mal e do pecado. 2. É a dedicação completa ao serviço do Reino de Deus.
A palavra é usada para distinguir entre o santo e o profano, entre o especial e o vulgar.

II. PORQUE DEVEMOS SER SANTO

1. É a vontade de Deus - 1ª Ts 4.3-5. “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; 4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, 5 não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus”.

2. É um imperativo de Deus. “Sede santo, por que eu sou santo” (1ª Pe 1.16; Lv 19.1, 2).
Levítico 11.45 Eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo.
Êxodo 19.5-6 “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”.
Levítico 20.6 “Santos serão a seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do SENHOR, o pão de seu Deus; portanto, serão santos”.
Levítico 20.24, 26: “Mas a vós outros vos tenho dito: em herança possuireis a sua terra, e eu vo-la darei para a possuirdes, terra que mana leite e mel. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos. 26. Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus”.
Dt 7.6 “Porque povo santo és ao SENHOR teu Deus; o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra”.

3. Separado para Deus.
Jo 17.19 Jesus diz: “E a favor deles eu em santificou a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”.
O cristão é chamado por Deus para viver uma vida irrepreensível, ou seja, correta perante o Senhor Deus, e separada do mundo.
“A fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos” (1ª Ts 3.13).

4. Porque já estava nos planos de Deus.
Ef 1.4 Paulo diz: “... como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fossemos santos, irrepreensíveis diante dele em caridade”.

5. Porque fomos chamados para ser santos.
1ª Co 1.2 “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santo, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”.

6. Santo significa um revestimento da plenitude de Cristo.
Ef 3.19 “Para que sejais cheios de toda a plenitude de Cristo”.
A mesma vida que foi separada do mundo e entregue ao Senhor.

7. Santidade sempre foi a prioridade de Deus para Seu povo.
Ef 4.21-24 “Se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos removais no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”.

8. É um quesito que Deus sempre exigiu de Seu povo, no Velho Testamento quanto no Novo Testamento. Alguém acha que por estarmos vivendo num período de graça, Deus tem a obrigação de tolerar um amontoado de imundícias que vem tomando conta da Sua igreja, está muito equivocado. À vontade de Deus para Sua igreja é que haja uma separação das coisas e maneiras más (1ªTs 4.3).

9. A santificação envolve: a separação ao mundo e a sua completa dedicação ao serviço de Deus.
2ª Tm 2.21 “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”.
Separado para fazer a diferença entre o santo e o profano. Ml 3.18 “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve”.

III. SER SANTO SIGNIFICA UMA SEPARAÇÃO DO PECADO

A santificação envolve: a separação ao mundo e a sua completa dedicação ao serviço de Deus:
2ª Tm 2.21: “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”.

1. A definição do pecado. Pecar significa transgredir, ferir a lei moral imposta por Deus, ferir a santidade do Criador.
A palavra pecado do grego harmatia, significa “errar o alvo”, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da vida. É também “errar o caminho” como um viajante que sai do caminho certo. O pecado é um mal moral; é violência, corrupção. Pecado é uma falta de integridade e de retidão, uma saída da vereda designada. É uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma transgressão da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia e culposa da lei; é também culpa, infidelidade, falsidade, engano, dívida, desordem, iniquidade, queda, obstinação, desobediência, falta, derrota, impiedade, erro, etc.

2. O pecado segundo João.
1ª João 2.16 “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede de Pai, mas procede do mundo”.
2.1. Nos apetites malignos da carne a concupiscência da carne.
2.2. No materialismo avarento e transitório a concupiscência dos olhos.
2.3. No orgulho da vida sem Deus a soberba da vida.

Concupiscência da carne. Qualquer pecado da carne; desejo da carne: paixões carnais, imoralidades, glutonaria, bebedice, materialismo manifesto pelos prazeres extravagantes, pelos sentimentos, pelo endeusamento das gratificações mundanas e perversas.

Concupiscência dos olhos. Cobiça, avidez, ambição desenfreada por riquezas, desejo incontido por aquilo que vê, convicto que ficará plenamente satisfeito quando tiver o objeto da sua avareza, sendo isso um engano.

Soberba da vida. Arrogância de viver, orgulho, jactância, insolência, presunção; o homem que pensa e fala muito de si mesmo e seus bens e benefícios, suas riquezas, seus feitos, sendo estes quase sempre falatórios e exageros seus; um petulante convencido e vaidoso.
No grego clássico Pleonexia, significa “uma ganância arrogante”, e o espírito que procura tirar proveito do seu próximo. O verbo correspondente, pleonektein, significa “defraudar” ou “burlar”.

3. Teologicamente o pecado pode atingir as três dimensões humanas: corpo, alma e o espírito.
O homem é formado de três partes distintas em um só (tricotomia). O pecado segundo a Bíblia é a transgressão da lei moral que fere por vez a santidade de Deus.

4. Quem seduz o homem a pecar.

4.1. O diabo é quem seduz ao pecado. É o agente da tentação.
Gn 3.1-6: “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2. Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. 4 Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. 6.Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”.

4.2. O pecado atingiu as três partes do ser humano. Corpo, alma e espírito.
A. No Corpo: “... a concupiscência da carne...”. “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer...”.
B. Na alma: “... a concupiscência dos olhos...”. “... agradável aos olhos...”.
C. No espírito: “... e a soberba da vida...”. “... e árvore desejável para dar entendimento...”.

5. Jesus também foi tentado.
Jesus sendo Deus também foi tentado NO ESPÍRITO, ALMA, E CORPO, mas venceu o pecado e o tentador. Compare a tentação de Jesus:
Lc 4.1-12: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, 2 durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome. 3 Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão. 4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem. 5 E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. 6 Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. 7 Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. 8 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto. 9 Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo; 10 porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; 11 e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. 12 Respondeu-lhe Jesus: Dito está: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
5.1. Pedras em pães “Cobiça da carne”.
5.2. Reinos da terra “Concupiscência dos olhos”.
5.3. Pináculo do templo “Orgulho da vida”.

6. O homem é tentado pela cobiça.
Tiago 1.13-15 “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.

7. O pecado separa o homem de Deus.
7.1. O pecado está ao nosso redor: “o pecado que tão de perto nos rodeia” (Hb 12.1).
O pecado tira o homem do meio em que deve viver. O pecado converte luz em trevas, a alegria em tristeza, a vida em morte. O pecado é o maior e mais terrível inimigo do homem. Ele destrói as promessas, mata as esperanças, dá serpentes ao invés de peixes, pedra em lugar de pão, tormento em lugar de prazer. O pecado sempre destrói e nunca edifica; promete e jamais cumpre a promessa. Como dizem as Escrituras: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

IV. AS TRÊS DIMENSÕES DO PECADO NA RAÇA HUMANA

1. Concupiscência da carne.
Gl 5.19-21: Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”.

2. Concupiscência dos olhos.
Mt 5.27-28: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

O que levou o rei Davi pecar no seu palácio? No livro de 2º Samuel a Bíblia relata o pecado de Davi dizendo: “E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pesada estou” (2º Sam 11.1-5).
O que levou Davi ao pecado foi: A concupiscência dos olhos, a ociosidade e a concupiscência da carne. Davi era o rei de Israel, já era casado, mas quando olhou para a beleza da mulher, não se preocupou em saber como era sua vida se era casada ou não e sim em satisfazer o desejo de seus olhos e de sua carne; e fez com que ela viesse á sua presença e deitou com ela, e cometeu adultério.
O pecado de Adão e Eva; de Davi e do próprio Lúcifer e muitos outros que a Bíblia relata não são de usos e costumes, mas da concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida.

3. Soberba da vida - pecado do espírito.
O que levou Lúcifer a pecar contra Deus? O pecado da cobiça.
O pecado se originou no querubim Lúcifer. A Bíblia diz que Lúcifer estava num paraíso numa terra coberta de pedras preciosas e, era o ser mais perfeito em sabedoria, mas entrou no seu coração à soberba, o orgulho de querer ser Deus (Ez 28.19; Is 14.11-15), e foi lançado ao mundo dos mortos (Is 14.15).
Ezequiel 28.12-17: “Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
Isa. 14.12-15: “Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo”.

V. A SANTIFICAÇÃO REALIZADA NO ÂMBITO DIVINO

1. Através de Deus - 1ªTs 5.23-24: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
A maior motivação para sermos santo é a esperança da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Lv 20.15: “E não profanará a sua descendência entre o seu povo, porque eu sou o SENHOR, que o santifico”.

2. Através do Filho - Hb 10.10: “Na qual vontade tem sido santificada pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”.

3. Através do Espírito Santo - 1ª Pe 1.2:Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas”.
A santificação é a ação do Espírito Santo na vida do crente, separando-o purificando-o para adorar e servir ao Senhor:
Tito 3.3-7: “Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. 4 Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, 5 não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, 6 que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, 7 a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna”.

4. A fé em Deus - At 26.18: “Para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim”.
Está muito claro que o papel do Pai foi planejar o do Filho providenciar e o do amado Espírito Santo é de realizar.

VI. PARA QUE SER SANTO

1. Para ver a Deus - Hb 12.14: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá a Deus”.
Deus é santo e nos recomenda a sermos santo como Ele na verdade é santo. E sem esta santidade ninguém verá a Deus. A santificação é o ato de preparar-se para ver a Deus.

2. Para ser um vaso de honra, santificado e idôneo - 2ª Tm 2.21: “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílios para honra, santificados para toda boa obra”.

3. Para anunciar as virtudes de Cristo - 1ª Pe 2.9: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Nação Santa: Somos um povo que viveremos no mundo, mas separado do mundo, diferente em todos os aspectos; no viver, no vestir, no andar, no falar, no agir, etc.
Somos uma nação santa escolhida para anunciar o evangelho ao mundo. Anunciar as virtudes de Cristo para os pecadores.

VII. COMO PODEMOS OBTER A SANTIFICAÇÃO

1. Deus é quem santifica - 1ª Ts 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensível para vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.

2. Observando a Palavra de Deus - Jo 17.17: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. Ef 5.26 Paulo diz: Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra”. Jo 15.3: Jesus diz: “Vós já estais limpo pela palavra que vos tenho falado”.
A santificação só é possível mediante a obediência integra a Santa Palavra do Senhor.

3. Pela Palavra e a oração - 1ª Tm 4.5: “Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificado”.
A Palavra de Deus serve para nos orientar o caminho certo, nos purificar, lavar e santificar o nosso espírito, alma e corpo para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
A santificação não vem pelos sacrifícios, pela oração, jejum, mas unicamente pela Palavra.

4. Pelo sangue de Jesus - Hb 13.12: “Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta”.

5. Santificado pelo Espírito Santo - 1ª Pe 1.2: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas”.
2ª Ts b “... porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito Santo”.

VIII. PARA QUE SER SANTO

1. Para ver a Deus: A santificação é para todo o crente em Cristo. As Escrituras declaram que sem a santificação ninguém verá a Deus (Hb 12.14).
Deus é santo e exige de seus filhos a santidade como Ele na verdade é santo. E sem esta santidade ninguém O verá. A santificação é o ato de preparar-se para ver a Deus. Acima de todas as coisas, a santidade é a prioridade de Deus para os Seus seguidores (Ef 4.21-22).
A palavra “seguir”, quer dizer: “procurar”, “perseguir”, como Paulo de Tarso persegui e segui os cristão. Não podemos ser relaxados em ser santos. A santidade de Deus requer a nossa santificação (1ª Pe 1.15-16).
Uma criatura não santa não tem lugar no favor e no seio de Deus santo. Santificação é o que Deus espera do crente (Rm 6.15; 1ª Co 15.3-4; 1ª Jo 2.1; 3.6; Sl 119.1-4,11; Ju 24).

2. Para ser um vaso de honra, santificado e idôneo: Para ser útil a Deus. Sem santidade, ninguém poderá ser útil a Deus: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra” (2ª Tm 2.20-21).

3. Para anunciar as virtudes de Cristo. “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1ª Pe 2.9).
Somos uma geração eleita por Deus com a finalidade de anunciar Sua excelência, bem como seguir Seus passos e Seus exemplos deixados por Cristo Jesus.

4. Para ter intimidade com Deus. Sem santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus: “Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade” (Sl 15.1-2).

IX. COMO PODEMOS OBTER A SANTIFICAÇÃO

1. É Deus é quem santifica. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensível para vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Ts 5.23).

2. Somos santificados observando a Palavra de Deus. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). “Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef 5.26).  “Vós já estais limpo pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3).
A santificação só é possível mediante a obediência integra a Santa Palavra do Senhor.

3. Somos santificados pela Palavra e a oração. “Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificado” (1ª Tm 4.5).
A Palavra de Deus serve para nos orientar o caminho certo, nos purificar, lavar e santificar o nosso espírito, alma e corpo para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
A santificação não vem pelos sacrifícios, mas unicamente pela Palavra. Nem mesmo o jejum tem este poder.
A verdade em si mesma, certamente não tem nenhuma eficiência adequada para santificar o crente, mas o Espírito Santo pode usá-la em nossas vidas. As Escrituras revelam o estado do coração e mostram o remédio para as falhas. As Escrituras servem para incentivar a atividade espiritual por apresentar motivos e dar direção através de proibições, exortações e exemplos.
Mediante o conhecimento da verdade e uma entrega definitiva da vida para Deus constitui a condição suprema para a santificação prática. É Deus que precisa fazer o homem santo. Se o homem quer ser santo, ele deve oferecer a si mesmo a Deus, para que este possa realizar esta obra nele.

4. Somos santificados pelo sangue de Jesus. “Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta” (Hb 13.12).

5. Somos santificados pelo poder regenerador do Espírito Santo. “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (1ª Pe 1.2). “...porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito Santo” (2ª Ts b).
Somos eleitos, ou seja, escolhido por Deus para vivermos uma vida santifica no Espírito. Fomos lavados, santificados e justificados, em nome de Jesus Cristo e no Espírito Santo de Deus, (1ª Co 6.11).  Pregando a Palavra de Deus, seremos agradáveis e santificados pelo Espírito Santo de Deus, (Rm 15.16). É o Espírito Santo de Deus que realiza em nós a santificação, que purifica do pecado nossa alma e nosso espírito, que renova em nós a imagem de Cristo e que nos capacita, pela comunicação da graça, a obedecer a Deus segundo a Sua Palavra (Gl 5.16, 22, 23, 25).

6. Os filhos de Deus são santificados mediante a fé. Na comissão divina do apóstolo Paulo extraímos um grande exemplo de santificação pela fé: “Para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (At 26.18).
Este versículo é uma declaração típica feita pelo Senhor Jesus daquilo que Ele quer realizar através da pregação do Evangelho.
Jesus veio a este mundo “para abrir os olhos dos cegos”. Satanás cegou a mente dos perdidos para não verem a realidade da sua condição de perdidos que perecem, nem a verdade de Cristo Jesus, no poder do Espírito Santo, seu entendimento será aberto (2ª Co 4.5; Ef 1.18).

“Os converteres...”. Satanás é o governante deste mundo, e todos que não têm Cristo estão sujeitos ao controle de Satanás e escravizados pelo seu poder. O espírito de Satanás age em todos os pecadores, ou seja, nos filhos da desobediência (Ef 2.2). A proclamação do evangelho, no poder do Espírito Santo, libertará homens e mulheres do poder de Satanás e os colocará no reino de Cristo (Cl 1.13; 1ª Pe 2.9). “A fim de que recebam a remissão dos pecados”. O perdão de Deus vem mediante a fé em Cristo, firmada nos méritos da Sua morte sacrificial na cruz.

“Santificados pela fé”. Aquele que é perdoado, liberto do domínio do pecado e de Satanás, está separado do mundo e agora vive para Deus, na comunhão com todos os demais salvos pela fé em Cristo.

X. QUAIS AS BENÇÃOS DE SERMOS SANTOS

1. Tem o coração reanimado. “Pois, irmão, tive grande alegria e conforto no teu amor, porquanto o coração dos santos tem sido reanimado por teu intermédio” (Filemom 7).
2. Tem amparo do Senhor. “Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos; eles serão preservados para sempre...” (Sl 37.28).

3. Tem garantia de vida eterna. “Mas, os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade” (Dn 7.18).
Os santos referem-se a seres humanos resgatados por Cristo e santificados pela separação do pecado e pela dedicação ao serviço do reino de Deus. São eles glorificados e transladados para os céus, onde herdarão todas as coisas.

4. Serão cheios da ciência, e sabedoria do Espírito Santo - Êx 31.3: “Disse mais o SENHOR a Moisés: 2 Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, 3 e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício”.

5. Os corpos dos santos um dia ressuscitarão e serão transformados para a vida eterna. Mt 27.52; 1ª Ts 4.16, 17.

6. Os santos viverão eternamente com Deus no novo céus e nova terra. Ap 22.1-3. Ali não haverá tristeza e nem dor (Ap 22.4).
Santidade é uma característica ímpar de uma nova criatura em Jesus, pois quando nascemos de novo, temos a viva esperança de um dia estarmos com Cristo, mas para vê-lo precisamos estar em constante santificação.
A santificação é a essência da vida espiritual em Cristo, pois sem ela não podemos dar bons testemunhos, falar do amor de Deus ao pecador, e não faz sentido algum estarmos em uma igreja sem ela.
Sem santidade não veremos a Deus e nem seremos abençoados. Esta é a razão em Pedro nos exorta a sermos santos (1ª Pe 1.16), por que Deus é santo nos pede a santidade, a separação do pecado.
O homem sem uma conversão sincera e a santificação, jamais entrará nos portais celestes, ou seja, no Reino de Deus, quanto mais receber as promessas deixadas pelo Altíssimo.
Que o Espírito Santo possa nos auxiliar para compreendermos estas coisas e que estas palavras possam sair do papel e tornar-se realidade em nossas vidas.

XI. OS ASPECTOS DA SANTIFICAÇÃO

Jo 17.17: “Santifica” – Santificar, deixar de lado e dedicar uma pessoa ou uma coisa ao serviço de Deus e dedicar como sacrifício.
At 15.9: “...purificando-lhes (aoristo –instantaneamente) pela fé os corações”. Purificar, limpar.
Rm 12.1: “que apresenteis (aoristo – ato singular não necessário a ser repetido) os vossos corpos como sacrifício”, literalmente “colocar de lado” para qualquer propósito.
2ª Co 7.1: – aor. Sub. Ativo – limpar, purificar. O aoristo indica que deve ser feito um rompimento completo.
Gl 5.24: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram (aoristo – ato singular definitivo) a carne, com suas paixões e concupiscências” – uma ação completa no passado.
Cl 3.5: “Fazei, pois, morrer (aoristo imp. matar diretamente ou indiretamente ou completamente) a natureza terrena”. Considerar-se morto.
Cl 3.10: “e vos revestirdes (aoristo) do novo homem....”. Tornar-se uma nova criatura, nascer de novo.
Cl 3.12: “Revesti-vos (aoristo), pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade”. Todas estas excelências de caráter são assumidos de uma vez.

Pr. Elias Ribas




quinta-feira, 1 de agosto de 2019

TRÊS COISAS QUE O OBREIRO NECESSITA SER E TER





1.      Chamado e enviado por Deus.
2.      Ungido por Deus.
3.      Aprovado por Deus.

I. CHAMADO E ENVIADO POR DEUS

Lc 10.1-2:Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir. 2 E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.

Hb 5.4:Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão”.

Ninguém pode ser obreiro sem que primeiramente seja chamado e enviado por Deus. Por isto, é necessário que a Igreja também ore, suplique ao Senhor da seara, porque Ele é o que outorga os obreiros.

Jr 3.15:Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência”.

Ef 4.11-12: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.

1. Moisés orou e Deus deu o novo obreiro para Israel (Nm 11.16-17; 27.15-20; Dt 31-14; Js 1.1-2).

2. Jesus orou antes de escolher os apóstolos (Lc 6.12-13; Comparar com Jo 17.11).

3. Os apóstolos oraram a Deus para que desse um substituto, no lugar de Judas (At 1.24-25).

4. A igreja orou e o Espírito Santo chamou missionários (At 13.2). Ser obreiro, ministro, etc., não é ser fabricado em um Instituto Teológico (podemos cursar bons institutos), porém, para ser obreiro, tem que ser chamado por Deus.

5. Ser obreiro ou ministro, não é uma profissão ou um emprego social como, por exemplo, o caso de Juízes 17.7-10. Tampouco é um legado de família (Lv 10.1-2), mas unicamente uma chamada divina.

II. UNGIDO POR DEUS (1º Sm 16.13; Sl 89-20).

O óleo é necessário às máquinas, bem como em uma fechadura para que a mesma não enferruje. Existem obreiros enferrujados e secos, por falta de óleo divino.

As Igrejas que não funcionam é por falta do toque do óleo celestial. Exemplo: Um carro pode ter tudo o que é bom, inclusive todos acessórios, até mesmo uma bonita buzina, porém, se não tem óleo no motor, não pode andar, se o fizer, o motor fundirá. Assim existem obreiros e também Igrejas, ficam assoviando, porém, não resolvem nada porque lhes falta unção.

Depois do óleo, o carro precisa de gasolina, a energia que o faz andar. O óleo divino é o Espírito Santo: unge, suaviza, lubrifica e dá poder na obra de Deus. Então, o obreiro tem que estar na estação de serviço em Jerusalém (Lc 24.49; 10.19. Is 10.27b).

O veículo precisa também trocar o óleo, depois de certa quilometragem, porque às vezes, o óleo já está gasto. (Sl 92-10; At 4-31; Ef 5.18).

1. Classes de pessoas que eram ungidas oficialmente no Antigo Testamento:
1.      Sacerdotes   (Lv 8.30)
2.      Reis             (1º Rs 19.16)
3.      Profetas       (Sl 105.15)

Jesus, sendo o Filho de Deus, não iniciou seu ministério sem antes receber primeiro a unção do Espírito Santo (Jo 1.32; Lc 4.18; Sl 45.7).

Os apóstolos e a Igreja receberam também a unção divina (At 2.4; 6.10; 1ª Jo. 2.20-27).
Jesus foi sacerdote, profeta e rei e nós também o somos; por isso, temos que ser ungidos.

III. APROVADO POR DEUS (1ª Tm 2.15)

O Senhor Deus nos chama, nos unge e nos prova. Não basta ser chamado e ungido, senão também que é preciso ser aprovado.

Aprovado significa admitido, habilitado, alguém que passou pela prova. Se aplica aos alunos que são aprovados nos estudos. Nesse caso, o aluno, para ser aprovado, tem que esforçar-se nos estudos, pesquisando muitas vezes, até altas horas da noite.

O obreiro também, ainda que chamado e ungido, tem que esforçar-se, dedicar-se de corpo e alma às coisas espirituais; não pode parar. Para manejar bem a Palavra, é preciso fazer exercícios. Se o obreiro é inteligente, Deus não aprova seu trabalho, e se Deus não aprovar, não adianta enfurecer-se, dar pulos ou saltar no púlpito.

O aluno, no final do ano, é aprovado ou reprovado. O obreiro também, ao final de sua carreira, será aprovado ou reprovado (1ª Co 3.9-15; 9.27; Mt 25.19-23; 2ª Tm 4.7).

Equivalências:

OURO:                                                           Justiça Divina.
PRATA:                                                         Redenção de Cristo.
PEDRA PRECIOSA:                                   Testemunho sólido.
MADEIRA:                                                   Orgulho humano.
FENO:                                                            Interesse humano.
FOLHAGEM (conjunto de folhas):             Vanglória.

Mas aquele obreiro que construído seu edifício com madeira, feno e palha, o qual será queimado, ou seja desvendado no tribunal de Cristo. Disse o apóstolo Paulo:
“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo...” (1ª Co 3.15).

Todavia, fomos chamados para uma boa obra, mas não esqueçamos que precisamos da unção do Espírito e da aprovação divina.

Pr. Elias Ribas