Neemias 8.3-5:
“E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva
até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam
entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei. 4
Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para
esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías,
Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum,
Hasbadana, Zacarias e Mesulão. 5 E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo
(pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em
pé”.
INTRODUÇÃO. Desde os dias de Moisés, o Senhor deu a Lei ao Seu
povo. Ela é um código de regras espirituais que traz, acima de tudo, ensino sobre
o relacionamento com Deus e com o nosso semelhante. Nos dias de Neemias, a Lei
trouxe renovação espiritual ao povo de Deus. Esdras, o escriba, leu, ensinou e
interpretou a Lei divina ao povo, e isto, trouxe grande alegria e entendimento.
Ainda, hoje, através da Sagradas Escrituras o crente se renova com a Palavra de
Deus.
I. O ANSEIO DO POVO PELA PALAVRA DE DEUS
1. Desde o Sinai, Israel passou a dar importância à
Lei do Senhor. “E te será por
sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor
esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito.
Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano” (Êx 13.9-10).
1. 1. A meditação
diária na Lei de Deus é o segredo da vitória. “Não se aparte da tua boca o
livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de
fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o
teu caminho, e serás bem sucedido” (Js 1.8).
1.2.
Houve uma época que o livro fora perdido, mas ao ser encontrado e lido, trouxe
mudanças espirituais. “Disse Hilquias a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei
na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã” (2ª Cr 34.15).
1.3. A Palavra de Deus deve estar, sempre, perto de
nós. “Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo” (Sl
119.97).
2. O desejo pela
Palavra.
2.1. Após o Senhor dar descanso ao povo, houve um
grande ajuntamento na praça para receberem o livro da Lei. “Então todo o povo
se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a
Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha
ordenado a Israel” (Ne 8.1).
2.2. Após 70 anos no cativeiro, o povo demonstrou
desejo pela Palavra de Deus. (Sl 119.17-40).
3. A Lei é
trazida ao povo.
3.1. Esdras foi o portador da Lei perante todos em
Jerusalém. “E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de
homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no
primeiro dia do sétimo mês” (Ne 8.2).
3.2. Foi o momento
esperado por todos após 70 anos longe de sua pátria e sem ouvir a vós de Deus.
“Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar,
recordando-nos de Sião. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas
harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que
nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de
Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira”? (Sl
137.1-4).
3.3. O prazer do crente deve
estar na Lei do Senhor. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho
dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de
dia e noite” (Sl 1.1-2).
4. O povo estava atento a Lei.
4.1. Neemias
relata o desejo do povo pela Palavra. “E leu nela diante da praça que está
fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos
homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo
estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).
4.2. A Palavra de
Deus operou gloriosamente no coração do povo. “Acharam-se as tuas palavras, e
eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria do meu coração;
pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos exércitos” (Jr 15.16).
4.3. A Palavra de Deus é um alimento para nossas
almas.
“Depois me disse: Filho do
homem, come o que achares; come este rolo, e vai, fala à casa de Israel. Então
abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do homem, dá
de comer ao teu ventre, e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou.
Então o comi, e era na minha boca doce como o mel” (Ez 3.1-3).
II. ESDRAS
TRAS A LEI PERANTE O POVO
1. Moisés escreveu a Lei do Senhor. “Moisés escreveu esta lei, e a entregou aos
sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do pacto do Senhor, e a todos os
anciãos de Israel” (Dt 31.9).
1.1. O sacerdote
(escriba) era o responsável pela transcrição da Lei. “Será também que,
quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro,
uma cópia desta lei, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes. E o
terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer
ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos,
a fim de os cumprir” (Dt 17.18-19).
1.2. Os levitas eram homens separados para o
ministério do ensino.
“Mas também para ensinar aos filhos de Israel todos os
estatutos que o Senhor lhes tem dado por intermédio de Moisés” (Lv 10.11).
“Ensinarão os teus preceitos a Jacó, e a tua lei a Israel; chegarão incenso ao
seu nariz, e porão holocausto sobre o teu altar” (Dt 33.10).
1.3. Neste ministério, eles percorriam as cidades
ensinando ao povo.
“E
com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas,
Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e
Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram
por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo” (2º Cr 17.8-9).
1.4. Ordenou que fosse lida
no tempo e no local pelo Senhor. “Quando todo o Israel vier a comparecer
perante ao Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lereis esta lei diante
de todo o Israel, para todos ouvirem. Congregai o povo, homens, mulheres e
pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que
ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir
todas as palavras desta lei; e que seus filhos que não a souberem ouçam, e
aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra
a qual estais passando o Jordão para possuir” (Dt 31.11-13).
2. A lei devia
ser ensinada e obedecida. “Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e
os preceitos que eu hoje te ordeno, para os cumprires. Sucederá, pois, que, por
ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te
guardará o pacto e a misericórdia que com juramento prometeu a teus pais; ele
te amará, te abençoará e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre,
e o fruto da tua terra, o teu grão, o teu mosto e o teu azeite, a criação das
tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com juramento prometeu a
teus pais te daria” (Dt 7.11-13).
2.1. O ensino é uma ordenança
divina. “Ponde, pois, estas minhas
palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão,
e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos; e ensiná-las-eis a vossos
filhos, falando delas sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao
deitar-vos e ao levantar-vos” (Dt 11.18-19).
2.2. Esdras leu e ensinou a
Lei, quando ajuntou o povo na praça em Jerusalém. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a
alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam
entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne
8.3).
2.3. O ensino é uma ordenança de Jesus.
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas
que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos” (Mt 28.19-20).
2.4. A igreja deve perseverar no ensino da
Palavra. “E perseveravam na doutrina dos
apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42).
2.5. A falta do ensino leva o crente ao erro. “Jesus,
porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de
Deus” (Mt 22.29). O ensino da Palavra de Deus, faz conhecer sua posição espiritual.
2.6. A Palavra traz alegria e comunhão entre o povo.
“Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para
fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram
referidas” (Ne 8.12).
2.7. O ensino tem por finalidade nos ajudar a
compreender as Escrituras. “Ele respondeu: Pois como poderei entender, se
alguém não me ensinar? e rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse” (At
8.31).
2.8. Os levitas foram convocados por Deus para o
ensino. “Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o
sentido, de modo que se entendesse a leitura” (Ne 8.8).
2.9. O ensino deve ser uma das qualidades do
líder.
“É necessário,
pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante,
sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar” (1ª Tm 3.2).
III. O
ENSINO PRODUZ MUDANÇA NO OUVINTE
1. O ensino
produz quebrantamento. “E Neemias,
que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam
o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não
pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei”
(Ne 8.9).
1.1. O Senhor sempre estará junto de um crente
quebrantado. “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os
contritos de espírito” (Sl 34.18).
2. O ensino
nos torna benignos.
2.1. A benignidade é a disposição para a prática do
bem. “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos
uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32).
“Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as
doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este
dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria
do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10).
2.2. O mandamento bíblico é que devemos socorrer os
necessitados. “Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário
socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele
mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (At 20.35).
“Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem
falta de mantimento cotidiano. E algum de vós lhes disser: Ide em paz,
aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o
corpo, que proveito há nisso”? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta
em si mesma” (Tg 2.15-17).
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão
necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? (1ª
Jo 3.17).
2.3. É a verdadeira religião. “A religião pura e
imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas
suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” (Tg 1.17).
IV. A LEI DO
SENHOR PRODUZ BENÇÃOS ESPIRITUAIS
1. O homem
espiritual tem prazer na lei do Senhor.
“Porque, segundo o homem interior,
tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7,22).
1.1. A obediência
traz bênçãos. “Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo
cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor
teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra; e todas estas bênçãos
virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus” (Dt
28.1-2).
1.2. A Lei quando foi lida pelos levitas trouxe
grandes bênçãos ao povo. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para
enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as
palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).
2. O Senhor
fortalece Seus povo.
2.1. Quando a quebrantamento, choro, arrependimento e
confissão, o Senhor renova Seu povo. “Portanto não vos entristeçais, pois a
alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10b).
2.2. Após o ensino, o povo se consagra ao Senhor Deus.
“E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas
que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor
vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as
palavras da lei” (Ne 8.9b.).
2.3. O povo
estava livre como um pássaro. “Escapamos, como um pássaro, do laço dos
passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. O nosso socorro está no
nome do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 124.7-8).
3. Aquele
dia foi santificado ao Senhor.
3.1. O verdadeiro dia santo é aquele que
passamos na presença do Senhor. “Os levitas,
pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo;
por isso não vos entristeçais” (Ne 8.11).
3.2. A Palavra produz a verdadeira santidade em nossa
vida. “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
3.3.
Por isso devemos meditar sempre. “Bem-aventurado o homem que não anda
segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na
sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às
correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não
cai; e tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.1-3).
4. O povo entendeu a Lei.
4.1.
O Senhor Jesus deixou os dons ministeriais para o crescimento da Igreja. “E
ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas,
e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos,
para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef
4.11-12).
4.2.
Esdras tinha habilidade para ensinar. “Então todo o povo se foi para comer e
beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha
entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).
4.3.
Para compreendermos a Palavra hoje, contamos com a presença do Espírito Santo.
“Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”
(Jo 14.26).
“Quando
vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as
coisas vindouras” (Jo 16.13).
CONCLUSÃO. Em todo o tempo a Lei do Senhor é perfeita e refrigera
a alam. Através dela podemos compreender a bondade e a misericórdia do Senhor.
A Lei do Antigo Testamento nos conduziu a Cristo, que nos trouxe a lei do amor.
Mas, para que possamos entender este grande amor, precisamos estudar a Palavra.
Ela nos guiara em toda verdade para que: “até que todos cheguemos à unidade da
fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida
da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13).
Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC