TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

JESUS CRISTO É A PEDRA PRINCIPAL DA IGREJA

Mt 16.18-19 Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

Foi com referência a esta solene assembleia que Jesus disse: “Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

INTRODUÇÃO. Jesus Cristo é a pedra basilar da Igreja, que está edificada por meio dos ensinamentos dos apóstolos e do testemunho dos profetas.

“Sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Na primeira leitura do texto se depreende que o apóstolo Pedro seria a pedra fundamental sobre a qual a igreja haveria de ser erguida, porém, como toda a Bíblia depõe contra esta primeira leitura, certo é que este é o caso de uma análise na regra da hermenêutica, pois o apóstolo Pedro não era a pedra fundamental (pedra de esquina), antes o próprio Cristo, como o próprio apóstolo atesta em uma de suas epístolas. Jesus refere-se a Si como Pedra Principal, e Rocha não a Pedro.

I. O SIGNIFICADO DA PALAVRA PEDRO E CEFAZ

1. O significado da palavra Pedro. A palavra Pedro no grego é um substantivo masculino, “Petros”, que significa pedra pequena e móvel, ou fragmento de rocha. Pedra no grego é um substantivo feminino, “Petra” que é Rocha Grande e Firme.

2. O significado de Cefas. Cefas é o outro nome pelo do qual o apostolo Pedro é chamado na Escritura (Jo 1.42; 1ª Co 1.12; Gl 2.9; etc.).

No texto bíblico do Novo Testamento em português, o nome Cefas traduz a transliteração grega Kephas do aramaico Kepa, uma palavra que significa “pedra” ou “rocha”.

A Bíblia registra que o nome Cefas foi dado ao apóstolo Pedro pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Na verdade, o nome hebraico de Pedro era Simão, provavelmente uma variação do nome hebraico Simeão que vem de uma raiz cujo significado é “ouvir”.

O texto bíblico diz que quando o apóstolo André levou o seu irmão Simão até Jesus, o nosso Senhor olhou para ele e disse: “Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). (João 1.42). Portanto, Pedro ou Cefas tem o mesmo significado que é pedra pequena ou rocha.

II. PEDRO É A PEDRA REPRESENTATIVA, PORQUE OUTROS APÓSTOLOS TAMBÉM O SÃO

Várias interpretações se têm dado ao vocábulo “pedra” registrado no versículo 18 do cap. 16 de Mateus.

Os romanistas, por exemplo, costumam afirmar que a pedra é o próprio Pedro, sobre o qual é edificada a Igreja de Cristo. O Novo Testamento se opõe a esse gravíssimo erro. Pedro é apenas uma das pedras do fundamento. Jesus é a Rocha e Pedra de esquina do Cristianismo.

1. Oficio profético dado por Jesus a Pedro. “...e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” Essa atribuição de um novo nome a Simão estava diretamente relacionada à grande obra que Deus haveria de realizar em sua vida. Ao dizer que Simão seria chamado Cefas, Jesus agiu em seu ofício profético, ou seja, olhando para o futuro o Senhor Jesus Cristo viu a grande transformação que ocorreria em Simão. Essa transformação seria tão profunda que o impulsivo Simão se tornaria uma rocha sólida, e ficaria conhecido por toda a história como Cefas; especialmente pela forma grega desse nome, Petros, isto é, “Pedro”.

Isso quer dizer que quando Jesus deu a Simão o nome Cefas, Ele estava predizendo o que a graça divina haveria de realizar no coração e na vida daquele discípulo (Hendriksen, 1953).

2. Os apóstolos e profetas são fundamentos. Ef 2.20 “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a Pedra Angular”.

3. Todos os cristãos são “pedras vivas”. 1ª Pe 2.4-8 “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa.”

4. Pedro apenas é um líder proeminente entre os apóstolos. Lucas 22.24-27 “E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. 23- E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. 24- Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve. 25- Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve.”

Qual deles deveria ser o maior. Os apóstolos, em comum com os judeus em geral, supunham que o Messias viria como um príncipe temporal, e à maneira de outros príncipes da terra – é claro, que ele teria oficiais de seu governo, ministros de estado, etc. O argumento deles foi fundamentado nessa expectativa, e eles estavam disputando qual deles deveria ser levado ao mais alto cargo. Eles já tiveram uma disputa semelhante. Ver Mateus 18.1; Mateus 20.20-28. Nada pode ser mais humilhante do que o fato de os discípulos terem tido “tais” contendas, e em tal tempo e lugar. Que, assim como Jesus estava contemplando sua própria morte e trabalhando para prepará-los para isso, eles deveriam se esforçar e disputar cargos e posições, mostra quão profundamente está o amor pelo poder; como a ambição encontrará seu caminho nos lugares mais secretos e sagrados; e como até os discípulos do manso e humilde Jesus são às vezes atuados por esse sentimento mais baixo e perverso.

5. Pedro foi enviado por outros apóstolos, e obedeceu. “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João (At 8.14).

Chegando lá os apóstolos oraram para que as pessoas recebessem o Espírito Santo, pois isso não havia acontecido ainda.

6. Pedro não é vigário de Cristo na terra. 1ª Pe 5.1 “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar.”

“...que sou também presbítero...”. Pedro se via no mesmo patamar que o resto dos presbíteros. Participante é a palavra-chave da epístola aos Hebreus (Hb 3.1,14). Ela nos mostra que faremos parte do Reino de Cristo quando Ele voltar (Rm 8.17; Ap 2.26-28; 5.9,10). Pedro já sentia que em parte estava participando da glória que um dia ele experimentaria totalmente.

7. O Espírito Santo é o Vigário de Cristo na terra. João 14.16,17 “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; 17- O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. 26- Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”

III. JESUS É QUEM EDIFICA A IGREJA

1. Qual é a identidade da verdadeira Igreja apresentada por Jesus? Quais suas principais características? Quem é seu fundador? A verdadeira Igreja do Senhor não conhece outro legislador além de Cristo e descobre que seu gozo mais elevado na terra consiste em saber sua vontade e fazê-la. Sua maior glória no futuro será tornar-se semelhante a seu Senhor (1ª Jo 3.1-3). Vestida da justiça de Cristo, cheia de seu amor, revestida de seu Espírito e cumprindo sua vontade, a Igreja eleva os seus olhos ao céu, esperando a volta daquEle a quem ama (1ª Ts 1.9,10).

2. É Jesus quem edifica a igreja. Ele disse “Eu edificarei a minha igreja...” Nenhum líder espiritual tem capacidade ou talentoso para edificar a Igreja. Às vezes fico impressionado com alguns que dizem que Pedro é o líder da Igreja. Deveríamos ficar impressionados/as com Jesus. É ele quem edifica a Igreja.

3. A Igreja pertence a Jesus. Ele disse “a minha igreja”. Logo, se for minha ou sua, então não é igreja. Se for igreja, pertence a Jesus. Lembre-se de que foi Jesus que morreu pela igreja, não foi o pastor, bispo ou papa!

4. Jesus é a Cabeça da igreja. Efésios 5.23 “Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.”

Efésios 1.20-23 “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. 21- Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; 22- E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, 23- Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.”

O apóstolo Paulo afirmou que a igreja pertence a Deus e que ela está sujeita a Cristo, sendo a igreja o seu corpo. O apóstolo Paulo demonstrou que faz parte do corpo de Cristo na condição de servo.

“Á igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1º Coríntios 1.2).

IV. JESUS É PEDRA PRINCIPAL

1. O que significa Pedra angular principal. No grego é akrogoniaios Pedra angular da fundação.

2. A pedra é Cristo. Na resposta de Jesus (v. 18), podemos ver que Ele próprio é a pedra sobre a qual a Igreja está assentada. Quando Ele disse: “Tu és Pedro”, usou a palavra petros que quer dizer “pedrinha” ou “fragmento de pedra”, que pode ser removida. De fato, Pedro demonstrou certa fragilidade, em sua personalidade. Numa ocasião, deixou-se usar pelo inimigo (Mc 8.33); num momento crucial, negou Jesus três vezes (Mt 26.69-75). Por isso, quando Jesus disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, Ele utilizou a palavra petra que tem o significado de rocha inamovível, e não petros que é “fragmento”.

3. Jesus é pedra angular. Lucas, o médico amado, registrou um discurso do apóstolo Pedro em que é demonstrado que Jesus é a pedra angular:

“Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (At 4.11 -12).

Na arquitetura antiga, a construção de um edifício requeria uma pedra angular. Ela é traduzida como a “pedra mais importante” ou “pedra principal”. Ela era posta no canto do prédio para sustentar o alicerce, firmar e unir toda a estrutura e manter as paredes em linha certa. Para que se tenha uma ideia dessa dimensão, em uma das escavações no local do templo em Jerusalém, foi encontrado um monólito com cerca de 12 metros de comprimento.

A pedra angular é o elemento essencial que dá existência àquilo que se chama de fundamento da construção.

No cristianismo, a Pedra Angular é simbolicamente representada por Jesus Cristo, o filho de Deus. Em diversas passagens da Bíblia Sagrada há referências sobre a pedra angular.

No Livro dos Salmos, capítulo 118, versículo 22, há uma metáfora sobre os construtores (a nação judaica) rejeitarem o mais importante elemento na construção do templo espiritual (Jesus Cristo, o Messias), conforme se lê: “A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular”. A Pedra Angular escolhida por Deus para edificar a Igreja, conforme a planta divina, foi Jesus Cristo.

Portanto, uma pedra angular na construção de um edifício é a base sólida que ele necessita para conseguir chegar à altura programada, sem cair. Para um cristão, Jesus Cristo é essa base fundamental na qual se assenta toda a construção da Igreja, formada por todos aqueles que acreditam na Palavra de Deus. 

4. Jesus a pedra Viva. Quando surge uma dúvida, o melhor é perguntar à pessoa envolvida. Pedro, quem é a Pedra?” Ele (Cristo). O apóstolo Pedro descreveu Jesus como uma pedra viva:

1ª Pd 2.4-8 “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. 5- Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. 6- Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. 7- E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina. 8- E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.”

Por falta de beleza ou tamanho, ela foi deixada de lado ou considerada imprópria como pedra angular. Isso representa o Senhor Jesus, proposto aos judeus como fundamento ou pedra angular sobre a qual construir a igreja, mas rejeitado por eles – os construtores – por causa de sua falta de beleza ou beleza; isto é, do que eles consideravam agradável ou desejável (Isaías 53.2-3).

5. A Pedra que os construtores rejeitaram. Lucas 20.17 “Mas ele, olhando para eles, disse: Que é isto, pois, que está escrito? A pedra, que os edificadores reprovaram, essa foi feita cabeça da esquina.”

Jesus Cristo nosso Senhor e salvador, é a ‘pedra viva’ conforme citou o apóstolo Pedro e conforme escreveu o salmista Davi: “A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a pedra angular” (Sl 118.22). Embora os homens tenham reprovado a Cristo, a pedra viva aprovada por Deus, para Deus Ele é a pedra eleita e preciosa.

Jesus mesmo diz nos Seu evangelho que Ele é a pedra principal. Mt 21.42 “Nunca leste nas Escrituras; A pedra que os edificadores rejeitaram, essa se tornou a Pedra Angular; o Senhor fez isto, e é maravilhoso aos nossos olhos”.

A pedra. A figura é tirada da construção de uma casa. A principal pedra para o tamanho e a beleza é a que geralmente é colocada como a pedra angular.

6. Nossa Rocha é Jesus Cristo. Romanos 9.33 “Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma ROCHA de escândalo.”

É isso que Jesus Cristo representa para os dois tipos de pessoas do mundo, os que creem e os que não creem: Uma pedra de tropeço/de escândalo ou uma rocha de segurança.

Rocha de tropeço/escândalo para todos os que não aceitam as verdades sobre Ele e não admitem sua divindade e missão como Filho de Deus. Jesus é uma pedra de tropeço para os céticos, para os ateus, para os de outras religiões e até mesmo para certas áreas do conhecimento humano.

Cristo é uma rocha de escândalo para os que querem viver suas vidas sem prestar contas a Deus de seus atos, para os obstinados, rebeldes, imorais e idólatras. Um escândalo para espiritualistas, para os enganados por vãs filosofias.

Disse o salmista: “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é o meu rochedo, em quem me refúgio. Ele é o meu escudo e o poder que me salva, a minha torre alta” (Salmo 18.2).

Os dois fundamentos. Mateus 7.24-27 “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; 25- E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. 26- E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; 27-E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.”

Quero demonstrar esta verdade de uma forma que evidencia como podemos ser enriquecidos pela leitura da Palavra de Deus.

Jesus usa a palavra “ROCHA” para estimular seus ouvintes a serem leitores e praticantes de suas palavras. Fez apenas uma comparação, sem dar qualquer sentido especial à palavra rocha.

No Antigo Testamento, há um episódio doloroso para Arão, Moisés e seu povo. Deus disse a Moisés para falar à rocha e teriam água para beber. No entanto, obedecendo a si mesmo e não a Deus: “Moisés ergueu o braço e bateu na rocha duas vezes com a vara. Jorrou água, e a comunidade e os rebanhos beberam” (Nm 11.20). Por não terem confiado publicamente em Deus, ele e Arão foram impedidos de entrar na terra prometida.

Só entendemos plenamente a gravidade do ato de Moisés quando lemos no Novo Testamento o que Paulo escreve: os hebreus “E bebiam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo” (1ª Co 10.4).

A rocha da qual saiu água para matar a sede dos israelitas (Êx 17.6; Nm 20.7-11; Sl 78.15-16). Alguns mestres judeus diziam que essa rocha acompanhou o povo durante as viagens pelo deserto. Segundo Paulo, a rocha era espiritual, ou seja, foi através dela que Deus preservou a vida de seu povo. Nesse sentido, era a presença do próprio Cristo entre o povo de Deus daquele tempo.

Somos convidados, então, a construir nossas vidas sobre a ROCHA (com letra maiúscula), que é o próprio Cristo. Construir nossas vidas sobre a Rocha é reconhecer que Ele é o Salvador e desejar ser salvo por Ele, o que demanda arrependimento dos pecados e fé n’Ele como Salvador. Construir nossas vidas sobre a Rocha é reconhecer que Ele é o Senhor e desejar ser conduzido e protegido por Ele.

Indo ao Antigo Testamento, ficamos surpresos. Deus é chamado de Rocha (com letra maiúscula) 24 vezes, desde Gênesis, onde lemos uma promessa de vitória “pela mão do Poderoso de Jacó, pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel” (Gn 49.24).

Os poetas se admiram: Deus “é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é” (Dt 32.4). “Quem é Deus além do Senhor? E quem é Rocha senão o nosso Deus?” (2º Sm 22.32). “Venham! Cantemos ao Senhor com alegria! Aclamemos a Rocha da nossa salvação” (Sl 95.1).

Um profeta garante: “Não tremam, nem tenham medo. Não anunciei isto e não o predisse muito tempo atrás? Vocês são minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não existe nenhuma outra Rocha; não conheço nenhuma” (Is 44.8).

Somos convidados, portanto, a construir nossas vidas sobre a rocha (com letra minúscula). A rocha é o conjunto das palavras de Cristo. Seguindo os seus ensinos, somos capacitados a enfrentar as enxurradas da vida.

7. Jesus é a pedra vaticinada pelo profeta Isaias. Is 28.16 “Portanto assim diz o Senhor Deus: Vede, assentai em Sião uma pedra, uma já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não será confundido.”

Isaías era também chamado profeta Messiânico, porque o alvo de suas profecias era o Messias, aquele tão aguardado pelo povo de Israel.

Colocar uma pedra angular em Sião significa que seu reino seria fundado em uma rocha e estaria seguro em meio a todas as tempestades que pudessem cair sobre ela.

O Targum (do Hebraico תרגום, no plural targumim) são as traduções, comentários em aramaico da Bíblia hebraica (Tanakh), processa isso: “Eu nomeio em Sião um rei, um rei forte, poderoso e terrível. Que a passagem diante de nós se refere ao Messias, não há dúvida. Ou seja, eu ponho uma base firme que nada pode mover. Eu a construo sobre uma rocha para que as tempestades e tempestades da calamidade não possam varrê-la: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha” (Mt 7.24-25).

De acordo com a passagem de Isaías, a pedra não serve somente como tropeço. Trata-se também de “uma pedra aprovada, uma preciosa pedra angular, solidamente assentada”, a saber, sobre Sião. O apóstolo Paulo continua dizendo aos Romanos 10.11 “Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.”

Jesus Cristo mesmo vai dizer que que ouve e pratica as Suas Palavras serão comparados aquele que construiu a casa sobre a Rocha e vindo o vento e a tempestade não puderam destruí-la. (Mt 7.24-25).

E embora muitos tenha falhado e caído ao querem impor suas próprias ideias aos textos bíblico, o que não é permitido, ao examinarmos as Escrituras e mesmo como nossas limitações humanas vejo uma única mensagem cruzando de Genesis ao Apocalipse: Jesus Cristo, a Pedra Principal, Pedra Angular, Pedra de Tropeço e uma Rocha.

Daí a necessidade de conhecermos as Escrituras mais e mais.

V. JESUS É O FUNDAMENTO DA IGREJA

1ª Coríntios 3.11 “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. 11- Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.”

Paulo se comparou a um prudente construtor. Trabalhava como um experiente e habilidoso mestre de obras, distribuindo as tarefas a cada operário. Mas a obra que realizava tinha o fundamento certo. Só existe um fundamento sobre o qual se pode erigir o edifício espiritual – Jesus Cristo (cf. 1ª Pe 2.4-8). Cada obreiro, porém, é responsável quanto ao modo como realiza a obra.

Jesus é o fundamento da Igreja somente por Ele é que o mundo deve ser salvo (At 4.10-12).

VI. JESUS É A BASE DA CONSTRUÇÃO

1. A edificação. Ef 2.20 “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a Pedra Angular”.

O apóstolo Paulo ilustra a maneira pela qual os efésios e todos os outros cristãos são admitidos à honra de serem concidadãos dos santos e da casa de Deus. Eles são construídos sobre o fundamento – eles são baseados na doutrina dos apóstolos e profetas. Assim, somos habilitados a distinguir entre uma igreja verdadeira e uma igreja falsa. Isso é da maior importância; pois a tendência ao erro é sempre forte e as consequências do erro são perigosas ao extremo. Nenhuma igreja se vangloria do nome mais alto do que aquelas que têm um título falso e vazio; como pode ser visto em nossos próprios tempos. Para nos proteger do erro, é assinalada a marca de uma igreja verdadeira.

Veja que o texto fala que fomos edificados sobre o Fundamento dos Apóstolos e Profetas. Ou quando vejo isso vejo a história da humanidade ser escrita e vivida para que o Propósito Eterno de Deus de salvar o homem se cumpra.

A nomeação de Jesus de Nazaré para ser o fundamento da Igreja é provada por milagre e profecia como obra de Deus.

O próprio Cristo, a única Fundação verdadeira, foi o grande assunto de seu ministério e a fonte de sua vida. Como um com Ele e Seus companheiros de trabalho, eles também, em um sentido secundário, são chamados de “fundamentos” (Ap 21.14). Os “profetas” estão unidos a eles de perto; pois a expressão é aqui não “fundamentos dos apóstolos e dos profetas”, mas “fundamentos dos apóstolos e profetas”.

O fundamento é um só, logo, os responsáveis por revelar este fundamento são uma unidade (TAYLOR, 2000, p. 203-204), são os agentes divinos da revelação do evangelho, que trata de Jesus, a pedra de esquina, a pedra angular ou a pedra fundamental.

Os Profetas já anunciavam a necessidade de nos voltarmos para Deus, de nos arrependermos e de nos mantermos firmes com o Senhor.

O Apóstolos. Que nos transmitiram a mensagem e o Evangelho de Jesus Cristo. Retratados no NT.

Essa referência também se adequa exatamente à conexão. A estabilidade do reino de Deus na terra repousa sobre o Messias. Deus havia decidido mandá-lo; e, consequentemente, em meio a todas as agitações e revoluções que poderiam ocorrer entre seu povo antigo, essa promessa era certa, e certa que Ele viria e que sua igreja seria preservada.

VII. O REINADO DE CRISTO JESUS

Daniel 2.44,45 “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre. Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.

1. O sonho de Nabucodonosor. Nabucodonosor viu, em seu sonho, uma Pedra vindo do céu e atingindo a estátua nos pés. Mas o que ela representa? O Reino de Deus, através de Jesus Cristo, que será implantado em breve, cuja capital será Jerusalém. Em várias partes da Bíblia Jesus é comparado a uma Rocha, uma Pedra para edificação e proteção do seu povo, mas também para destruição dos seus inimigos.

2. Este reino é proveniente do céu. O versículo 34 diz: “Uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos” No evangelho segundo Mateus 21.42-44, temos a explanação da profecia da Pedra, dada por Jesus, que é a própria Pedra. A Pedra rejeitada por Israel (At 4.11; Lc 19.14; 1ª Co 10; 1ª Pe 2.4; Ef 2.20).

A Pedra esmiuçará as nações (2.44): “aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó”. Isto é futuro, e refere-se ao Senhor Jesus na Sua vinda em glória, com os santos (a Igreja) e os anjos para esmiuçar (quebrar) as nações e estabelecer o seu reino.

O salmista já fazia suas predições dizendo: “Tu os esmigalharás com vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor” (Sl 2.9-11).

Uma montanha nada mais é do que barro e pedra sob diferentes formas. Isto fala de Jesus que nasceria como homem aqui na terra (Is 53.3), sem intervenção humana, isto é, sendo gerado pelo Espírito Santo, e não pelo homem. Algo idêntico ocorrerá quando o Reino de Deus for estabelecido aqui brevemente, ou seja, sem auxílio humano. Sua conquista não será efetuada por armas carnais: “E então será revelado o iníquo (Anticristo), a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor de sua vinda” (2ª Ts 2.8).

Quanto à expressão “sem o auxílio de mãos” quer dizer, sem o auxílio de mãos humanas (cf. Dn 8.25). A pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Quatro vezes está dito que a pedra esmiuçou a imagem (Dn 2.34, 40, 44, 45). Portanto, o mundo não findará convertido pela pregação do Evangelho, e sim destruído com violência sobrenatural na vinda de Jesus. Isto ocorrerá em Armagedom, no tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo do Anticristo (Ap 17.11-13; 19.11-21).

A pedra que feriu a estátua nos pés, e em seguida destruiu a cabeça, o peito, o ventre e as pernas (2.34). Isto indica que todas as formas de governo representadas por estas partes da estátua, existirão sob a Besta, no futuro que será destruída por Cristo onde será implantado Seu governo por mil anos. Ainda que o Império do Anticristo se reerga, Cristo o destruirá. Nosso Senhor é Aquela pedra que, sem esforço humano, abateu-se sobre a estátua vista por Nabucodonosor.

Hoje a Nova Ordem Mundial está montando o palco para o Anticristo. Note que A estatuado sonho de Nabucodosor começou como uma obra grandiosa e fina, e terminou em pó (2.35). A pedra começou com uma pedra diminuta, mas depois encheu o mundo inteiro: “encheu toda a terra”. Isto mostra a magnitude e poder de Cristo.

A profecia de Daniel afirma: “Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais fizeram-se como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua tornou-se uma grande montanha, e encheu toda a terra” (Dn 2.35).

Os reinos do mundo (e todos os seus súditos) serão destruídos e soprados para muito longe, porém o reino da Pedra (e seus súditos) encherão a terra e reinarão para sempre.

O rei Nabucodonosor viu esta Pedra em seu sonho. A Pedra caiu do céu, atingia a grande estátua nos pés e transformava tudo em pó. Isto representa a Segunda Vinda de Cristo para estabelecer o Seu Reino na terra, após julgar e destruir seus inimigos.

O rei Nabucodonosor ficou estarrecido ao ouvir do profeta Daniel as revelações contidas em seu sonho. Tudo cumpriu-se exatamente como Deus planejou. Cabe a cada pessoas receber a mensagem do Reino e permitir que Ele se estabeleça em Sua vida.

“Nos dias desses reis...”, isto é, na época da unificação deste reino dividido, no tempo de formação deste último império, em outras palavras: em nossa própria época. O nosso tempo é a formação do reino dos dedos da estátua. Isto já está acontecendo. Agora só falta a pedra.

Portanto, desde Babilônia, está sendo cumprido hoje e será justamente neste período que se levantará o Anticristo (6 é o número do homem rebelde). O 7.º período (O REINO DE JESUS CRISTO) está aproximando-se velozmente. A Profecia é perfeita e a Matemática de Deus também.

VII. A CHAVE DO REINO ESTÁ COM CRISTO

1. A chave segundo a hermenêutica bíblica. “E Eu te darei as chaves do Reino dos céus” (Mt 16.19). Este versículo é aplicado de maneira, similares. Primeiro: a chave é sinal de autoridade concedida aos apóstolos e a Igreja e não somente ao Pedro.

Neste versículo Jesus não está dando a Pedro a chave da igreja ou do reino dos céus, e sim, Jesus está lhe dando poder em Seu nome. Chave é sinal de autoridade”.

1.1. Todo poder emana no nome de Jesus. “É me dado todo o poder nos céus e na terra” (Mt 28.18). Todo o poder nos céus e na terra, está nas mãos d’Aquele que venceu o império da morte e do inferno e ressuscitou ao terceiro dia para glória de Deus Pai. Este poder Ele dá para aqueles que creiam em Seu nome.

“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano” (Lc 10.19). Serpentes no judaísmo simbolizam os demônios; esta autoridade é uma proteção contra o poder satânico.

1.2. Esta autoridade é concebida a todos os cristãos. “E estes sinais seguirão aos que crerem: E em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas. Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão ao mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc 16.17).

Jesus não prometeu autoridade somente para os apóstolos. Todavia, Ele disse que os sinais seguirão aos que creem, e, em Seu nome receberão poder, autoridade (chave) para operar essas maravilhas.

“E estes, porém foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais, vida em seu nome” (Jo 20.31). “Na verdade, vos digo que aquele que crê em Mim também fará as obras que Eu faço, e as farás maiores do que estas, porque, Eu vou para meu Pai. 13- E tudo quanto pedires em meu nome Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.12-13).

A chave representa a mensagem e o poder do evangelho e do nome de Jesus diante do mundo pecador. Evangelho no gr. significa “as boas novas de salvação”.

Para os cristãos receberem a promessa e o revestimento de poder, era necessário ficar em Jerusalém, pois esta era a ordem de Cristo para Sua Igreja. “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Antes de Jesus ser assunto ao céu repetiu a mesma ordenança aos Seus discípulos dizendo: “Porém, quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra” (At 1.8; NTLH).

No dia do pentecoste, 120 pessoas (a Igreja) estavam reunidos no mesmo lugar aguardando descida do Espírito Santo que era a promessa de Jesus.

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.1-4).

Ao descer o Espírito Santo no dia do pentecoste, a Igreja foi revestida do poder e da autoridade do Espírito Santo, para que em nome de Jesus fosse pregado o Evangelho de salvação a toda criatura. Sem este poder, eles não poderiam cumprir o “Ide de Jesus” (Mt 28.19-20).

Foi nesse poder que o apóstolo Paulo disse: “Mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1ª Co 1.24).

Sem está chave deixada por Cristo nem os apóstolos poderiam usá-los. O apóstolo Pedro representa a essencial honra que lhe foi concedida: a de ser o primeiro a anunciar o Evangelho aos judeus (no pentecoste) e aos gentios (na casa de Cornélio), tendo sido o Espírito Santo dado do céu em cada uma dessas ocasiões. Pedro mesmo descreve seu privilégio assim: “Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do Evangelho, e cressem” (At 15.7). Assim ele anunciou o perdão de pecados a todos os que creem. Deus confirmou do céu o perdão que todos os seus servos podem declarar sobre a terra (v. 19; 18.18; Jo 20.23). Curou muitos enfermos e operou muitas maravilhas”.

Pedro e João foram os primeiros apóstolos a usarem autoridade do nome de Jesus: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho te dou. Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).

Mediante a fé e o poder do nome de Jesus, a Igreja está autorizada a usar está poderosa arma contra as hóstias infernais da maldade.

2. O ministério da absolvição dos pecados “é o poder especial que Cristo. A interpretação mais coerente que se pode fazer desta questão é aquela que diz que qualquer ministro do evangelho, ao pregar, cria com isso circunstâncias que levam os pecados das pessoas a serem perdoados ou retidos. Ou seja, Jesus diz: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16.15,16).

Assim sendo, todos os creem e são batizados, que exercem o sacerdócio geral, tornaram-se instrumentos de Cristo; porém, de alguma maneira, isso teve base no ministério original dos apóstolos. O perdão de pecados não pertence ao indivíduo, em si mesmo, mas Cristo outorga essa autoridade àqueles que observam seus ensinamentos, atuam na sua causa e pregam a Palavra de Deus. A aceitação ou rejeição dessa mensagem pelas pessoas que a ouvem é que determina o perdão ou ausência de perdão dos pecados.

A igreja tem a incumbência de pregar o evangelho aos perdidos e às pessoas que se arrependem e não os perdoar a quem não se arrepende”. Esse poder vem do Espírito Santo e não é exclusividade dos líderes da Igreja. João 16.7,8, “Todavia, digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. 8- E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.”

Do pecado porque ele revela ao mundo que o pior de todos os erros é rejeitar a Cristo. Sem Cristo não há oportunidade de salvação e nem esperança verdadeira. Da justiça porque somos pecadores e não há justiça real em nós. Se tornamos justos depois que o Espírito Santo aplica a justiça de Cristo em nós (Rm 4.25). Do juízo porque Cristo recebeu em nosso lugar o juízo devido e assim venceu a Satanás (1ª Jo 5.4).

3. O Batismo nos integra no sacerdócio geral. “Quem crer e for batizado será salvo...” Nele somos presenteados com o Espírito Santo e, portanto, empoderados para essa missão. Anunciar a graça de Deus é da competência de todo o cristão batizado. Afinal, somos justificados por graça, mediante a fé.

O batismo é uma ordenança clara de Jesus para todo aquele que n’Ele crê. O batismo é um ato público de fé.

“Esta é a razão porque não batizamos e nem tampouco validamos o batismo de crianças; é necessário crer primeiro e então se batizar. Obedecemos o princípio bíblico de consagrar os filhos ao Senhor, mas só os batizamos depois que puderem crer e professar sua fé.

O batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas ele em si não é um meio de salvação. Que o diga aquele ladrão que foi crucificado com Cristo e a quem Jesus disse que estaria com ele ainda aquele dia no paraíso (Lc 23.39 a 43); ele somente creu e nem pôde ser batizado, mas não deixou de ser salvo por isto. O batismo, portanto, não salva, mas nem por isso deixa de ser importante e necessário; aquele ladrão não tinha condições de passar pelo batismo, mas alguém que crê deve obedecer à ordenança de Cristo e ser batizado, caso contrário estará em deliberada desobediência a Deus, o que poderá impedir-lhe de entrar para a vida eterna.” [Luciano Subirá. http://www.orvalho.com/ministerio/estudos-biblicos/o-batismo-nas-aguas-por-luciano-subira/ - Acesso dia 16/06/2021].

4. Quem tem a chave do Reino dos Céus. Jesus é quem vai responder está pergunta: “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1.18).

A palavra traduzida por “inferno” no grego é “αδης” “hades” e se refere apropriadamente ao submundo; a morada dos espíritos, a região dos mortos.

Jesus é que tem a chave da morte e do inferno, em outras palavras da morada dos mortos. Aqui se fala do poder de Jesus sobre todas as coisas criadas e que Jesus tem o poder sobre a própria morte, que ele venceu pela ressurreição. Para todo o ser humano a morte parece ter poder amedrontador para o ser humano. O texto quer dizer que a vitória sobre a morte vem por Jesus e Dele vem a vida que dura para toda a eternidade. Se os seguidores de Cristo Jesus nele acreditarem, não terão mais motivos para temer nada, mesmo a morte que os perseguidores espalham nas comunidades. João 5.24 “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.”

Porque Jesus usou este termo figurativo? A imagem das chaves da morte, é expressão corrente nos escritos judaicos e encontramos nos textos targúmicos assim expressos: falam de um personagem glorioso que possui poder e exercita o domínio: mas o alcance deste domínio caracteriza o poder de Deus (conforme Doglio Claudio, Apocalisse, San Paolo Milano, pág.46). Ter as chaves do hades representava ter o poder sobre o mundo invisível. Era o termo mais adequado para que o Salvador deve representar a Si mesmo como tendo esta autoridade, como Ele próprio tinha sido ressuscitado dentre os mortos pela Sua própria força (cf. Jo 10.18), mostrando assim que o domínio sobre este mundo escuro foi confiado a Ele.

5. A chave é símbolo de Poder. “É me dado todo o poder nos céus e na terra. Todo o poder está nas mãos daquele que venceu o império da morte e dos infernos, e este poder Ele dá a qualquer um que com fé deseja usar o seu nome.” (Mt 28.18).

Todo poder é dado a mim no céu e na terra. O “Filho de Deus”, como “Criador”, tinha o direito original de todas as coisas, de controlá-las e eliminá-las. (Ver Jo 1.3; Cl 1.16-17; Hb 1.8). Mas o universo é colocado sob Ele mais particularmente como Mediador e Remidor de Seu povo; para que Ele possa reunir uma igreja e defender Seus escolhidos; para que Ele subjugue todos os seus inimigos e os derrube dos vencedores e mais do que dos vencedores (Ef 1.20-23; 1ª Co 15.25-27; Jo 5.22-23; Filemom 2.6-11. É com referência a isso, sem dúvida, que ele fala aqui poder ou autoridade comprometida com ele sobre todas as coisas, para que Ele possa resgatar, defender e salvar a igreja comprada com seu próprio sangue. Seu governo mediador se estende, portanto, ao mundo material, aos anjos, aos demônios, aos homens maus e ao seu próprio povo.

6. Este poder Ele deus a Sua Igreja. Mc 16.17 “E estes sinais seguirão aos que crerem: E em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas. 18- Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão às mãos sobre os enfermos, e os curarão.

A palavra “seguirão” aos que creem, está no Aoristo do grego, que significa continuo até os confins dos séculos. Portanto, Ele mandou ficar em Jerusalém: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).  Com a finalidade de evangelizar o mundo perdido: Atos 1.8 “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”

O texto escrito por Lucas foi pronunciado por Jesus entre sua ressurreição e sua ascensão. Jesus subiria para o céu e derramaria o seu Espírito sobre a igreja. A igreja não deveria sair para cumprir a grande comissão sem antes ser capacitada com poder. Mas no dia do pentecoste cumpriu-se a profecia de Jesus (At 2.1-5).

VIII. AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO

1. “...e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18). É uma figura de linguagem que aponta para a morte, para a condenação. Jesus está falando aqui da Sua vitória sobre a morte. Sendo Ele um vitorioso, aqueles que O seguem também serão vitoriosos com Ele. Isso nos indica que apesar da morte física ser uma realidade que o pecado trouxe ao mundo, que os crentes em Jesus podem até ser mortos por perseguições do maligno (como de fato acontece muitas vezes), temos que a obra realizada por Jesus vence a morte em todos os sentidos: “Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará;” (2ª Timóteo 2.11-12). Por isso, as portas do inferno (todo o poder da morte) não têm vitória definitiva contra os servos de Deus. Assim como Jesus, os servos do Senhor morrem fisicamente, mas não eternamente!

As portas do inferno representam Satanás e a totalidade do mal no mundo, lutando para destruir a igreja de Jesus Cristo.

Quando dizemos que a edificação da Igreja depende de levarmos o ataque até as portas do inferno, significa que somos nós que devemos nos mover, espiritualmente falando, através de orações e jejuns e, sobretudo, através da nossa adoração, que será sempre o nosso maior instrumento de batalha espiritual, e não apenas ficarmos na defensiva aguardando as investidas do inferno.

A bíblia declara que as portas do inferno não prevalecerão contra uma igreja que é ativa, e não omissa. Por isso, entendemos que devemos nos mover em direção a essas portas, e exercermos sobre elas o poder soberano de Cristo.

A igreja edificada por Cristo é vitoriosa. Não por méritos próprios, mas pelos méritos do Senhor Jesus! Ele a comprou com seu próprio sangue (At 20.28). Das mãos dele ninguém pode arrebatar os que fazem parte da Igreja verdadeira (Jo 10.29). Ele entregou a si mesmo para quitar a dívida do pecado (Gl 1.4). Todas essas verdades apontam para a realidade de que a Igreja fundamentada por Cristo, não pode ser derrotada nem pelo maligno, nem pela morte, nem por nada. Ainda que possa sofrer nesta terra, a Igreja de Cristo triunfa com Ele na vitória que Ele teve! É por isso que Apocalipse narra a derrota final de todos os inimigos: “Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo” (Ap 20.14). Apocalipse 20.10 também narra a derrota final do diabo!

CONCLUSÃO. Concluímos que Jesus é a Pedra Principal o fundamento de nossa vida, e que o Seu nome é uma chave poderosa para abrir as correntes e romper as cadeias que o diabo coloca sobre as pessoas; ele concede uma procuração para aqueles que fazem parte de Sua Igreja possam usar com ousadia. Amém.

O nome do senhor Jesus é uma chave poderosa que abre portas onde homem não pode abrir. Em Seu nome podemos abrir as correntes e romper as cadeias que o diabo coloca sobre as pessoas; Você como filho de Deus também pode usar está chave. Precisa apenas receber e crer neste maravilhoso nome. Ele concede uma procuração para eu e você, usar esse precioso nome. Jesus! Amém. Portanto devemos usar com fé e mediante Sua palavra.

Sobre a Cruz: Para o madeiro Jesus foi levado, por amor foi elevado aos olhos de todos e demonstrou mais uma vez a misericórdia. “A Cruz não foi uma eventualidade, mas uma necessidade.” Levado para o madeiro não ia para uma condenação, mas para uma construção, de nossa vida, de nossa fé.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

A IGREJA DE JESUS CRISTO


Efésios 5.32 “Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.” O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos.”

INTRODUÇÃO.

Nesta lição, estudaremos alguns aspectos importantes em relação à Igreja. Esta instituição, fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, é única em todo o mundo, em sua missão, atribuições e ação, em prol da salvação da humanidade. Como “coluna e firmeza da verdade” (1ª Tm 3.15), a Igreja congrega a reserva moral e espiritual, inabalável, sobre a terra, a servir de padrão para todos os que nela se firmarem. Que Deus nos ensine a compreender e valorizar mais a Igreja do Senhor.

A verdadeira Igreja do Senhor não conhece outro legislador além de Cristo e descobre que seu gozo mais elevado na terra consiste em saber sua vontade e fazê-la. Sua maior glória no futuro será tornar-se semelhante a seu Senhor (1ª Jo 3.1-3). Vestida da justiça de Cristo, cheia de seu amor, revestida de seu Espírito e cumprindo sua vontade, a Igreja eleva os seus olhos ao céu, esperando a volta daquEle a quem ama (1ª Ts 1.9,10).

Foi com referência a esta solene assembleia que Jesus disse: “Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

A Igreja de Cristo tem três significados nas Escrituras: instituição, organização e comunhão espiritual.

A Igreja de Cristo como instituição explica a sua natureza. A Igreja como organização é a convocação visível num local, de crentes regenerados, salvos, pela graça de Deus, mediante a fé em Cristo crucificado e ressurreto, na comunhão do Espírito Santo e batizados num só corpo. A Igreja como uma comunhão espiritual, chamada Igreja em glória ou Igreja dos primogênitos, não é uma organização, mas um corpo místico, uma comunhão no Espírito. É a Igreja gloriosa, sem mácula e sem ruga; é a Igreja que existe através dos séculos, na terra e no céu, onde não existe barreira de raças e nações, e que se congregará ao redor do Trono de Deus.

I. O SIGNIFICADO DA PALAVRA IGREJA

O significado do vocábulo “igreja” - paralelo ao vocábulo grego: ekklesia, composta de “ek”, significa de dentro de, mais “kaleó”, significa chamados, que ganhou o sentido de “chamados para fora”.

1. A palavra grega no Novo Testamento significa:

1.1. Um grupo de pessoas convocadas, como em uma assembleia de cidadãos reunidos (At 19.32,39).

1.2. O termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles que foram chamados por Deus para deixar o mundo e as coisas pecaminosas para dentro da comunhão de seu Filho Jesus Cristo (Ef 2.16-19).

1.3. Em sentido mais geral, a palavra serve para denotar a totalidade do corpo, no mundo inteiro, daqueles que professam a Cristo e se organizam para cultuar a Deus, sob a direção de oficiais vocacionados (1ª Co 10.32; 11.22; 12.28; Ef 4.11-16). No Novo Testamento, o Senhor Jesus foi o primeiro a fazer uso da palavra igreja e Ele a aplicou ao grupo dos que se reuniram em torno dele, reconheceram-no publicamente como Seu Senhor e aceitaram os princípios que Ele ensinou (Mt 16.18).

Os escritores neotestamentários empregaram o grego ekklesia no sentido de “reunião de pessoas”, “ajuntamento” ou “assembleia”. No Antigo Testamento, os autores bíblicos utilizaram o hebraico qahal, que significa “multidão humana reunida”, para designar a assembleia do povo de Deus (Dt 10.4; 23.2,3; 31.30; Sl 22.23). Já na Septuaginta, esse mesmo termo geralmente é traduzido pelo grego ekklesia.

De fato, teologicamente essa é uma verdade absoluta com relação à Igreja, no sentido de que os membros do corpo de Cristo foram chamados para viverem fora do padrão pecaminoso do mundo. Porém não é exatamente nesse sentido que a palavra “Igreja” é empregada na Bíblia.

II. A IGREJA UNIVERSAL E A IGREJA LOCAL

Mesmo no Novo Testamento, por duas vezes o termo ekklesia é utilizado para se referir à assembleia dos israelitas (At 7.38; Hb 2.12). Mas em todas as outras ocorrências, ekklesia designa a Igreja Cristã, tanto no sentido de sua pluralidade nas comunidades locais (Rm 16.16; 1ª Co 4.17; 7.17; 14.33; Cl 4.15) quanto em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, só há uma única Igreja (At 20.28; 1ª Co 12.28; 15.9; Ef 1.22).

A palavra igreja é usada na Bíblia em dois sentidos: Em sentido universal e em sentido local.

1. No sentido universal. A Igreja consiste de todos aqueles que nasceram do Espírito Santo, e foram batizados no corpo de Cristo (1ª Co 12.13). Isto é provado pelo fato do Senhor Jesus ter falado de construir Sua Igreja e não igrejas. (Mt 16.18; 1ª Co 15.9; Ef 3.10; 5.23-27).

A igreja universal consiste de todos os discípulos de Cristo em todo o mundo. Nenhum homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste corpo universal. Tentativas de contar todos os verdadeiros cristãos em uma nação ou no mundo ilustram a ignorância e a vaidade dos homens. Somente Deus pode contar e identificar Sua “igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12.23).

III. FIGURAS ILUSTRATIVAS DA IGREJA

1. O Corpo de Cristo (Cl 1.24; Ef 1.22-23; 4.12). Assim como o corpo humano não pode sobreviver separado da cabeça, não podemos viver sem nosso cabeça, Jesus Cristo (Ef 5.23; Cl 1.18). Discípulos de Jesus são membros do corpo (Rm 12.4-5; 1ª Co12.12-27; Ef 3.6; 4.16; 5.30).

2. A igreja é um corpo vivo. O uso dessa figura mostra que a igreja é um organismo; ela tem ligação vital com Cristo e não uma mera organização. Um organismo é qualquer coisa viva, que se desenvolve pela vida inerente.

3. Jesus é o cabeça do corpo. Ef 1.22 “E sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja”.

Efésios 5.23-24 “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. 22- Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; 23- porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo. 24- Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos”.

O apóstolo Paulo afirmou que a igreja pertence a Deus e que ela está sujeita a Cristo, sendo a igreja o seu corpo. O apóstolo Paulo demonstrou que faz parte do corpo de Cristo na condição de servo.

“Á igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1º Coríntios 1.2).

4. Noiva De Cristo. 2ª Co 11.2 Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura”.

Ap 19.7-8 “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou, 8- e foi-lhe permitido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro; pois o linho fino são as obras justas dos santos”.

5. O Reino de Deus ou Reino dos Céus. (Mt 3.2; 4.17; Lc 4.43; At 8.12; 19.8; 20.25; 28.23,31). A ideia de reino ressalta a posição de autoridade do rei (veja 1ª Co 4.20; Hb 1.8; 12.28-29; Mt 28.18-20; Ap 12.10). O reino de Cristo não é deste mundo (Jo 18.36). Em vez de ser uma entidade política e mundana, a igreja é um reino espiritual assentado no caráter santo de Deus. Podemos entrar no reino somente quando formos transformados espiritualmente (Cl 1.13). Como servos do Rei, temos que desenvolver as características espirituais de nosso Senhor (Tg 2.5), incluindo sua humildade, inocência (Mc 10.14-15) e santidade (1ª Co 6.9-10; Gl 5.19-21).

6. A Casa de Deus (1ª Tm 3.15). Não é um edifício material, mas o santuário e a habitação do Senhor (Efésios 2:21-22). É um edifício espiritual (1 Pedro 2:5).

7. Coluna é Esteio Da Verdade. A figura expressa o fato de que a Igreja sustenta e preserva a verdade revelada por Cristo, ela é a guardiã e proclamadora e defensora da verdade.

1ª Tm 3.14-15 “Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir ver-te em breve, 15 para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade”.

8. Povo de Deus. 2ª Co 6.16 “E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos? Pois nós somos santuário de Deus vivo, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”.

1ª Pe 2.9-10 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 10 Vós que outrora nem éreis povo, e agora sois de Deus; vós que não tínheis alcançado misericórdia, e agora a tendes alcançado.

Tt 2.14 “Que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras”.

9. As Ovelhas do Bom Pastor. Jo 10.11-15Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15- assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas”.

10. O Rebanho de Deus (At 20.28). Jesus é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas (Jo 10.11). As ovelhas ouvem sua voz e o seguem para receber a vida eterna (Jo 10.27-28)

11. Os Ramos da Videira. Jo 15.1-8,16 “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor. 2- Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto. 3- Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. 4- Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. 5- Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6- Quem não permanece em mim é lançado fora, como a vara, e seca; tais varas são recolhidas, lançadas no fogo e queimadas. 7- Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito. 8- Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.

V. 16 “Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”.

IV. O FUNDAMENTO DA IGREJA

1. Não é Pedro (Mt 16.15-18). O texto bíblico revela o diálogo entre Jesus e os discípulos, quando estes disseram que certas pessoas o consideravam como João Batista ressurreto, ou Elias, ou Jeremias ou outro dos antigos profetas (ver Mt 14.1,2; Lc 9.7,8; Mc 6.14,15). Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v.15). “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v. 16). Diante dessa resposta, Jesus disse: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (vv. 17,18).

2. A pedra é Cristo. Na resposta de Jesus (v. 18), podemos ver que Ele próprio é a pedra sobre a qual a Igreja está assentada. Quando Ele disse: “Tu és Pedro”, usou a palavra petros que quer dizer “pedrinha” ou “fragmento de pedra”, que pode ser removida. De fato, Pedro demonstrou certa fragilidade, em sua personalidade. Numa ocasião, deixou-se usar pelo inimigo (Mc 8.33); num momento crucial, negou Jesus três vezes (Mt 26.69-75). Por isso, quando Jesus disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, Ele utilizou a palavra petra, que tem o significado de rocha inamovível, e não petros que é “fragmento”.

3. A edificação da Igreja. Ele disse “a minha igreja” (Mt 16.18). Logo, se for minha ou sua, então não é igreja. Se for igreja, pertence a Jesus. Lembre-se de que foi Jesus que morreu pela igreja, não foi o pastor, bispo ou papa! Por isso em Mateus 16.18, vemos a promessa da edificação da Igreja sobre o próprio Cristo. Ele é a Rocha. Somente Ele satisfaz essa condição, conforme lemos em 1ª Co 3.11; 10.14; Rm 9.33; Mt 21.42; Mc 12.20; Lc 20.17. Sem dúvida, Pedro foi um dos líderes da Igreja primitiva, ao lado de Tiago e de João (At 12.17; 15.13; Gl 2.9). Contudo, não há base bíblica para afirmar que a Igreja teria Pedro como a rocha sobre a qual ela seria edificada. Jesus é o fundamento da Igreja (1ª Co 3.11).

Se alguém tem dúvida, basta ouvir o que o próprio Pedro disse em 1ª Pe 2.4,5 “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. 5- Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. 6- Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. 7- E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina. 8- E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.”

At 4.8,12 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Principais do povo, e vós, anciãos de Israel. 9- Visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo, e do modo como foi curado. 10- Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. 11- Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. 12- E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

Também o apóstolo Paulo afirmou dizendo que Cristo é a Rocha da Igreja: Romanos 9.33 “Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma ROCHA de escândalo.”

É isso que Jesus Cristo representa para os dois tipos de pessoas do mundo, os que creem e os que não creem: Uma pedra de tropeço/de escândalo ou uma rocha de segurança.

Rocha de tropeço/escândalo para todos os que não aceitam as verdades sobre Ele e não admitem sua divindade e missão como Filho de Deus. Jesus é uma pedra de tropeço para os céticos, para os ateus, para os de outras religiões e até mesmo para certas áreas do conhecimento humano.

Cristo é uma rocha de escândalo para os que querem viver suas vidas sem prestar contas a Deus de seus atos, para os obstinados, rebeldes, imorais e idólatras. Um escândalo para espiritualistas, para os enganados por vãs filosofias.

Disse o salmista: “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é o meu rochedo, em quem me refúgio. Ele é o meu escudo e o poder que me salva, a minha torre alta” (Salmo 18.2).

4. É Jesus quem edifica a igreja. Ele disse “Eu edificarei a minha igreja...” Nenhum líder espiritual tem capacidade ou talentoso para edificar a Igreja. Às vezes fico impressionado com alguns que dizem que Pedro é o líder da Igreja. Deveríamos ficar impressionados/as com Jesus. É ele quem edifica a Igreja.

5. As chaves dadas a Pedro. Em sua resposta a Pedro, Jesus disse: “E eu te darei as chaves do Reino dos céus...” (Mt 16.19a.). As “chaves dos céus” são melhor entendidas como o poder e a autoridade para transmitir a mensagem do evangelho. No Dia de Pentecostes, Pedro foi usado por Deus para abrir as portas do Cristianismo aos judeus (At 2.38-42) e aos gentios, na casa de Cornélio (At 10.34-36). Portanto, Pedro não é o porteiro do céu, como pensam os romanistas.

V. PRERROGATIVAS DA IGREJA

1. O poder de ligar e desligar. “...e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16.19). Trata-se de autoridade dada por Cristo à Igreja, representada ali por Pedro, usado por Deus, e estendida a todos os apóstolos (Mt 18.18; Jo 20.23), no sentido de receber a aceitação de pecadores ao Reino dos céus, ou de desligá-los, mediante a autoridade concedida por Jesus. Esse poder não é absoluto. Só pode ser utilizado de modo legítimo, nos limites estabelecidos pela Palavra de Deus.

2. A autoridade para reconciliar. Jesus mostrou que há quatro passos importantes, para a reconciliação entre irmãos:

2.1. O ofendido deve procurar o irmão: “vai e repreende-o entre ti e ele só” (Mt 18.15a); neste passo, há uma bifurcação; “se te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mt 18.15b); “mas, se não te ouvir”, vem o segundo passo;

2.2. “leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas testemunhas toda a palavra seja confirmada” (Mt 16.16);

2.3. “e se não as escutar, dize-o à igreja” (v. 17a);

2.4. “e, se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e publicano” (v. 17b). Aqui, temos algumas observações. Primeiro, Jesus não mandou o irmão ofendido pedir perdão ao ofensor, como ensina alguém, de modo ingênuo. Segundo, vemos, nesse texto, a autoridade da Igreja para respaldar a reconciliação e para excluir aquele que não quer reconciliar-se.

3. Autoridade da concordância (Mt 18.19,20).

3.1. “Se dois de vós concordarem na terra”. Esta expressão mostra-nos o valor da união entre os crentes, bem como o valor da oração coletiva, a começar por um grupo de duas pessoas, que resolvem orar a Deus, em nome de Jesus (Jo 14.13), num só pensamento, num só propósito santo. Esse ensino previne contra o egoísmo na adoração. Deus é “Pai nosso”, de todos, e não apenas de cada indivíduo. A oração individual é valiosa (Mt 6.6), mas não exclui a oração coletiva.

3.2. “Acerca de qualquer coisa que pedirem”. A expressão “qualquer coisa” tem levado muitos a uma interpretação forçada do texto, crendo que o crente pode pedir o que deseja a Deus, tendo este obrigação de atendê-lo. Ocorre que Jesus ensinou algumas condições para o crente ser ouvido. Não é só dois crentes se unirem e pedirem, por exemplo, a morte de um desafeto; ou para ganharem rios de dinheiro; ou para fazerem o casamento de alguém com outrem. É necessário que as pessoas estejam em Cristo, e que sua Palavra esteja nas pessoas (Jo 15.7). É importante lembrar que Deus nos atende se pedirmos algo de acordo com sua vontade (1Jo 5.14).

3.3. “Isto será feito por meu Pai que está nos céus”. Conforme dissemos no item anterior, Deus atende o crente que lhe pede algo em nome de Jesus (Jo 14.13), e se tal pedido for da sua vontade (1Jo 5.14).

3.4. “Dois ou três” (v. 20). Jesus nos garante que podemos ter sua presença, não só nas grandes reuniões, mas em qualquer lugar em que dois ou três crentes estejam em comunhão com Deus e com eles mesmos. Dessa forma, a dimensão da igreja local (At 20.28; 1ª Co 1.2) ou universal (Hb 12.23) não depende de grandes números, mas de união e reunião em nome de Jesus.

VI. AS MARCAS DISTINTIVAS DA IGREJA

1. A Fiel Pregação Da Palavra De Deus. Essa marca da Igreja é a mais importante. A pregação fiel da Bíblia é a grande condição para a manutenção da igreja e para habilitá-la a ser a progenitora dos fiéis. Esta marca característica da Igreja é ensinada em Jo 8.31,32,47; 1ª Jo 4.1-3; 2ª Jo 9.

2. A Correta Ministração Dos Sacramentos. A correta ministração das ordenanças, isto é, do Batismo e da Ceia do Senhor, é também uma das marcas distintivas da Igreja. Jamais se deve separar os sacramentos da Palavra de Deus, pois, eles são uma pregação visível da Palavra. As ordenanças ou sacramentos devem ser ministrados por legítimos oficiais da igreja, de acordo com a instituição divina, e somente a participantes crentes. Uma inadequada ministração dos sacramentos, é na verdade uma negação das verdades centrais do Evangelho de Jesus Cristo. A fiel administração das ordenanças é uma das marcas características da igreja verdadeira, quando é seguida da verdadeira pregação da Palavra de Deus (Mt 28.19, 20; Mc 16.15, 16; At 2.42; 1ª Co 11.23-30).

3. O Fiel Exercício Da Disciplina. O uso da disciplina é realmente indispensável para sustentar a pureza da doutrina e para proteger a Santidade da igreja. As igrejas que relaxarem na disciplina, descobrirão mais cedo ou mais tarde, um afastamento da verdade e um abuso das coisas santas. Portanto, a igreja que quiser permanecer fiel ao ideal bíblico, deverá ser zelosa no exercício da disciplina cristã. As Sagradas Escrituras insistem na adequada disciplina a ser praticada na igreja do Senhor Jesus Cristo (Mt 18.15-18; 1ª Co 5.1-5,13; 14.33,40; Ap 2.14,15,20).

O propósito da disciplina da igreja é duplo. Primeiro, ela procura levar a efeito a lei de Cristo concernente à admissão e exclusão de membros; em segundo lugar, tem por objetivo promover a edificação espiritual dos membros da igreja firmando a sua obediência às ordenanças de Cristo. A disciplina é antes de tudo medicinal, no sentido de que procura obter a cura, podendo tornar-se uma cirurgia, quando a saúde da igreja exige a amputação do membro doente (1 Co 5.5).

VII. A MISSÃO DA IGREJA

1. A missão de adoração. A missão principal da Igreja é a da adoração ao Eterno Deus. As Sagradas Escrituras mostram repetidas vezes que este é o principal alvo da Igreja (Rm 15.5-9; Ef 1.5,6,12,14,18; 3.21; 2ª Ts 1.12; 1ª Pe 4.11). Mediante a adoração a Deus, vemos mais claramente o nosso papel; refletir os propósitos divinos da reconciliação para com uma humanidade caída. Glorificamos a Deus adorando-o (Jo 4.23,24; Fp 3.3; Ap 22.9).

Adoração é: “ato de adorar, veneração, culto a Deus, render tributo, respeitar profundamente, prostrar-se, honrar, reverenciar, bendizer, magnificar, glorificar, exaltar”. A verdadeira adoração é realizada quando a Igreja concentra a sua atenção em Cristo, e não em si mesma. Também glorificamos a Deus através da oração e do louvor (Sl 50.23; Hb 13.15); quando vivemos uma vida de plena comunhão e trabalho cristão (Jo 15.8). Quando o Senhor Deus é adorado com exclusividade, aqueles que assim o adoram são ricamente abençoados e fortalecidos espiritualmente. A adoração não deve ser praticada somente nos templos em cultos regulares; o verdadeiro adorador deve adorar a Deus em qualquer circunstância ou lugar e a qualquer hora.

A verdadeira adoração é em espírito e em verdade, e o Pai procura os verdadeiros adoradores (Jo 4.19-24; At 16.25; 1ª Co 10.31).

2. Missão de edificação. A Igreja do Senhor Jesus também tem a missão de edificar os seus membros. O processo de edificar a si própria é descrito por Paulo como relacionamento de recíproca confiança, pois, pertencemos ao mesmo corpo, desta forma nós precisamos uns dos outros e afetamos uns aos outros. A Bíblia diz que o Senhor Deus “deu uns para apóstolos, e outros, para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não sejamos mais meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro” (Ef 4.11-14-AEC). Este texto ensina claramente sobre a doutrinação dos membros da Igreja, para que possam permanecer na verdade, resistindo às heresias perniciosas. Isto é edificar os crentes em Cristo (Cl 2.7). A Igreja deve não somente evangelizar, como também ensinar os crentes “a guardar todas as coisas” (Mt 28.20) que o Senhor Jesus havia mandado. Apesar de que, ensinar a verdade das Escrituras Sagradas faça parte da missão da Igreja, os crentes são edificados, não somente por meio do ensino bíblico; mas também por fazerem parte de um povo especial, zeloso, amoroso, generoso e de boas obras; chamados “para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).

3. Missão de evangelização. A grande comissão dada por Jesus antes da sua ascensão foi à ordem (e não uma simples sugestão) de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos de todas as nações (Mt 28.19, 20; Mc 16.15; Lc 24.46-48; At 1.8). A tarefa da evangelização faz parte da missão da Igreja. Com isso podemos dizer que a Igreja é devedora ao mundo todo, isto é, que a Igreja está sob a obrigação de dar ao mundo uma oportunidade de ouvir as Boas Notícias de salvação e aceitar a Cristo como Salvador. A Igreja precisa passar das palavras para as ações, para permanecer no centro da vontade de Deus. Pois, as igrejas que não fazem missões estão totalmente desviadas do propósito de Deus. Todos os crentes devem participar das missões evangelizadoras, fazendo intercessões missionárias (Mt 9.38); dando contribuições missionárias (Fp 4.15-18); enviando os missionários (Rm 10.15) e indo aos campos missionários (Mc 16.15; At 13.1-4; Rm 10.14).

VIII. O DESTINO DA IGREJA

1. A igreja não convencerá o mundo. Na grande comissão, o Senhor Jesus não nos manda converter o mundo, mas sim, evangelizá-lo. Segundo o relato bíblico, a Igreja não vai convencer o mundo todo a respeito da obra de Cristo. E nem mesmo se elevar a uma posição de influência mundial na sociedade, na economia e na política. “Como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.37). O Senhor Jesus perguntou: “Quando vier o Filho do homem, achará porventura fé na terra?” (Lc 18.8). Esta pergunta, certamente, indica que à medida que se aproxima à volta do Senhor Jesus Cristo, o mal se tornará cada vez pior, de modo que muitos membros das igrejas se apartarão da fé no Salvador Jesus (Mt 24.11-13,24). É a Babilônia religiosa que abrange todas as religiões falsas, inclusive os apóstatas cristãos; é que exercerá esta posição de grande influência no fim dos tempos (Ap 17; 18). A Bíblia ensina que haverá uma grande deserção da fé nos últimos dias (2ª Ts 2.3-12; 1ª Tm 4.1); que haverá tempos perigosos (2ª Tm 3.1-9); que a sã doutrina não será suportada e que heresias destruidoras serão introduzidas na igreja (2ª Tm 4.1-4; 2ª Pe 2.1-3) e que novamente prevalecerão às condições dos dias de Noé e de Ló (Lc 17.26-32). Este é o retrato do mundo por ocasião da ida da Igreja para o seu destino final.

2. A igreja ocupara lugar de honra. A Bíblia nos ensina esta grande verdade: a Igreja será unida a Cristo, como mostram as referências bíblicas de 2ª Corintios 11.2; Efésio 5.27; em que ela como a figura de uma virgem que será apresentada a um marido. Isto significa que a Igreja estará em comunhão plena e eterna com o Senhor Jesus Cristo e, em Ap 19.1-7, está predita esta grande festa das Bodas do Cordeiro. Sendo a esposa do Rei dos reis, a Igreja reinará com Cristo no seu reinado que abrangerá todo o vasto Universo (1ª Co 6.2-3; Ap 3.21; 20.4,6; 22.5). Agora e durante todo o tempo futuro, a Igreja é e sempre será um testemunho eterno. Por toda a eternidade ela testemunhará acerca da sabedoria, grandeza, amor, misericórdia e bondade do Grande, Eterno, Soberano, Supremo e Magnífico Deus (Ef 3.10,21; Ap 22.1-5).

IX. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DA IGREJA QUE PERTENCE A JESUS

A Bíblia não usa um nome exclusivo para a igreja. Não temos base bíblicas para dizer que existe uma única igreja detentora da salvação. Passagens bíblicas falam simplesmente da igreja, algumas vezes identificando o local (cidade ou casa) onde o grupo de cristãos se reunia. Portanto, podemos nos referir à igreja simplesmente como “a igreja” (At 8.1; 9.31; Rm 16.1), e não uma determinada igreja.

Frequentemente, as descrições da igreja no Novo Testamento mostram a relação que existe entre o Senhor e Sua igreja. A igreja pertence a Deus, e é, muitas vezes, chamada “a Igreja de Deus” (veja At 20.28; 1ª Co 1.2; 10.32; Gl 1.13; 1ª Tm 3.5,15). Jesus derramou seu sangue para comprar a igreja. Portanto, Paulo falou de “igrejas de Cristo” (Rm 16.16) e Jesus falou de sua própria igreja (Mt 16.18). O povo de Deus pode ser corretamente descrito como a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12.23).

X. A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO

Já na Igreja do Novo Testamento, através da Nova Aliança em Cristo, cumpriram-se as promessas e esperanças do Antigo Testamento com relação ao povo escolhido de Deus. Sob essa Nova Aliança, os rituais, símbolos e ordenanças presentes na Igreja veterotestamentária, foram substituídos pela obra perfeita de Cristo.

O escritor do livro de Hebreus fala em detalhes sobre isto. Ele enfatiza que os santos do Antigo Testamento depositaram sua fé no Messias que haveria de vir, enquanto que os redimidos do Novo Testamento depositam sua fé no Messias que já veio, o Eterno Sumo Sacerdote (Hb 1-12).

Cristo prometeu edificar a sua Igreja, e logo após sua ascensão ao céu, o Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes, dando início ali a grande internacionalização da Igreja (Atos 2). O Evangelho seria pregado em todo mundo, e a comunidade dos fiéis seria formada de pessoas de todas as tribos, povos, raças e línguas.

No próprio contexto do livro de Atos dos Apóstolos, eventos específicos ocorreram para mostrar muito claramente que o povo de Deus não estaria limitado a um único povo. Um exemplo disto foi a conversão do centurião Cornélio (Atos 10).

Portanto, na Igreja de Cristo não há qualquer distinção de nacionalidade! Judeus e gentios, crentes de todas as nações, encontram-se unidos no corpo de Cristo (Efésios 2-3; Apocalipse 5; 9,10; 7.9,10).

1. Como a Igreja é formada? A Igreja é única, ou seja, ela é uma comunidade indivisível (Rm 12.5; 1ª Co 10.17; 12.12,13; Gl 3.28). No entanto, essa comunidade é constituída por dois grupos geralmente chamados de “Igreja militante” e “Igreja triunfante”.

A Igreja militante são os fiéis que ainda estão vivendo neste mundo. Já a Igreja triunfante é constituída dos redimidos que já morreram e que agora estão na glória ao lado do Senhor.

Esses dois grupos, apesar de viverem realidades diferentes, possuem o mesmo grande objetivo: prestar culto a UM ÚNICO Deus (Gl 4.26; Hb 12.22-24). A Igreja militante e a Igreja triunfante finalmente se encontrarão na ocasião da segunda vinda de Cristo com a ressurreição dos mortos (1ª Ts 4.16-18).

Enquanto esse glorioso dia não chega, a Igreja militante presente nesta terra se reúne e se organiza em comunidades locais que cultuam a Deus, meditam em sua Palavra e celebram os sacramentos. Essas “igrejas locais”, apesar de serem inúmeras, fazem parte da única Igreja universal, isto é, a Igreja é uma só em Cristo (1ª Co 12.12-27; Ef 1.22,23; 3.6; 4.4; Ap 2.1).

O Novo Testamento destaca a vital importância de todos os cristãos estarem inseridos em uma comunidade local, pois a Igreja é uma unidade, onde seus membros são alimentados, disciplinados, edificados, cuidados por ministros instituídos por Deus e juntos participam do ministério e testemunho do Evangelho (Mt 18.15-20; At 20.28; 1ª Co 14.4,13; Ef 4.15,16; Gl 6.1; Hb 10.25).

2. Quem faz parte da Igreja? Fazem parte da Igreja todos aqueles que Deus chama através de sua Palavra. A Bíblia diz que o Senhor acrescenta fiéis continuamente à Igreja (Atos 2:47; 5:14; 11:24). Apesar de esse chamamento ser universal, no sentido de que o convite é feito a todos sem exceção, apenas podem responder positivamente a esse chamado aqueles que são regenerados pelo Espírito Santo. Estes são convencidos de seus pecados e consequentemente respondem com arrependimento e fé em Cristo Jesus, como seu Senhor e Salvador.

É verdade que quando se fala em quem faz parte da Igreja, é preciso considerar que nem todos que parecem fazer parte dela de fato o fazem. É por isso que existe uma distinção entre a Igreja visível e a Igreja invisível.

A Igreja visível é a Igreja conforme as pessoas a veem, enquanto que a Igreja invisível é a Igreja conforme Deus a vê. Isso significa que nem todos os aparentes membros da Igreja são realmente nascidos de novo e genuínos seguidores de Cristo. Embora tais pessoas possam enganar os homens, haverá o dia em que elas serão desmascaradas e punidas diante do juízo do Senhor (Mt 7.15-23; 13:24-50; 251-46). Portanto, a perfeita totalidade da verdadeira Igreja é conhecida somente por Deus (2ª Tm 2.19).

3. Qual é a missão da Igreja? Basicamente a missão da Igreja pode ser vista em dois aspectos. Primeiramente a missão fundamental da Igreja é anunciar o Evangelho. Ela deve proclamar ao mundo que Jesus Cristo é o único Senhor e Salvador, explicando que através de sua obra redentora Deus convida aos pecadores ao arrependimento e à vida eterna (Mt 22.1-10; At 17.30).

Essa missão foi dada pelo próprio Jesus quando ordenou: “Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19; cf. Mt 24.14; Mc 16.15; Lc 24.47,48; Jo 20.21). O apóstolo Pedro ressalta que a Igreja foi chamada para anunciar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1ª Pd 2.9).

Consequente, a Igreja também recebeu a tarefa de realizar obras de compaixão e misericórdia, cumprindo assim o mandamento de Deus para amar ao próximo. Como a Igreja é a comunhão dos fiéis que foram feitos novas criaturas em Cristo, e assim são seus imitadores refletindo em suas vidas as virtudes do fruto do Espírito Santo, naturalmente é esperado que ela demonstre generosidade e bondade diante das necessidades humanas (Mt 25.34-40; Lc 10.25-37; Rm 12.20,21).

XI. O QUE É A IGREJA SEGUNDO A BÍBLIA?

A Bíblia destaca vários pontos básicos sobre o que é a Igreja, dos quais podemos citar:

1. A Igreja é a família de Deus (Jo 10.16; Ef 2.18; 3.15; 4.6; 1ª Pe 5.2-4).

2. A Igreja é o templo do Espírito Santo (1ª Co 3.16).

3. A Igreja é o Israel de Deus (Gl 6.16).

4. A Igreja é a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo exclusivo de Deus (1ª Pe 2.9; 5.13).

5. A Igreja é o Corpo de Cristo, a Noiva do Cordeiro (Ef 1.22,23; 5.23-32; Ap 19.7; 21.2,9-27).

6. A Igreja pertence a Deus e foi comprada com o sangue de Cristo (Mt 16.18; At 20.28; Ef 3.21; 5.25; 1ª Tm 3.15; Hb 9.12).

7. A Igreja é gloriosa, irrepreensível, sem mácula, sem ruga e vestida de justiça pelos méritos de Cristo (Ef 5.27; Ap 19.8).

8. A Igreja revela a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3.10).

9. A Igreja é perseguida pelos ímpios, mas guardada por Deus (At 8.1-3; 1ª Ts 2.14,15; Ap 3.10).

CONCLUSÃO

A Igreja de Jesus Cristo, seja no sentido local ou universal, representa os interesses do Reino de Deus, na face da Terra. Sem ela, certamente a humanidade não teria como encontrar o caminho, a verdade e a vida, indispensáveis à salvação dos homens. No sentido espiritual, a Igreja é a noiva do Cordeiro, “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27). Que nos sintamos felizes e honrados de pertencer à Igreja do Senhor Jesus.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de Estudo Palavra Chave. Hebraico e Grego. 4ª Edição. Editora CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

2. ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada ACF - Almeida Corrigida Fiel. Sociedade

3. ANDRADE Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico 8ª Edição. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.

4. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões Reais, Respostas Precisas, Fé Solidificada. CPAD Ed. 2010. Rio de Janeiro – RJ.

6. BÍBLIA SHEDD. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo - SP.

7. BÍBLIA EXPLICA – S.E.Mc Nair – 9ª Edição – CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

8. BÍBLIA SAGRADA. Referências e anotações. Dr. C. I. Sscofield. Impressão Batista Regular do Brasil.

9. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal R.C. CPAD. Rio de Janeiro RJ.

10. Bíblia de Estudo Plenitude – Revista e Corrigida - S.B. do Brasil.

11. BÍBLIA PENTECOSTAL. Trad. João F. de Almeida – CPAD Rio de Janeiro.

12. Elinaldo Renovato de Lima. Jesus e a Igreja. Lições Bíblicas 2º Trimestre de 2000. CPAD – Rio de Janeiro.

13. GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro RJ.

14. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 1 ed. RJ: CPAD, 1995.

 

Pr. Elias Ribas

Especialização em Apologética – ICP - São Paulo.

Grego e Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí - RG.

Exegese do grego - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí – RG.

Mestrado em Divindade – SEMIAD Cascavel PR.

Dr. Em Teologia - SEMIAD Cascavel PR.