TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 6 de abril de 2021

AS TRES DIMENÇÕES DO PECADO NA RAÇA HUMANA



Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

I. QUE É PECADO

1. Pecado. “Do hebraico hattah; do grego hamartios; do latim peccatum. Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, imoralidade, injustiça etc. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21).

Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16).

O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Gn 4.7).

O pecado mortal é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina”.

O pecado é um mal moral; é violência, corrupção. Errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro. Pecado significa “errar o alvo”, como um arqueiro que atira, mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da vida. É também “errar o caminho” como um viajante que sai do caminho certo. Pecado é uma falta de integridade e retidão, uma saída da vereda designada. É uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma transgressão da lei divina. O pecado é uma fuga ímpia e culposa da lei de Deus; é também culpa, infidelidade, falsidade, engano, dívida, desordem, iniquidade, queda, obstinação, desobediência, falta, derrota, impiedade, erro, morte; pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação etc.

II. TEOLOGICAMENTE O PECADO PODE ATINGIR AS TRÊS DIMENSÕES HUMANAS: CORPO, ALMA E O ESPÍRITO

1. O homem é formado de três partes distintas em um só (tricotomia). “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12).

O pecado segundo a Bíblia é a transgressão da lei moral que fere por vez a santidade de Deus.

2. As três áreas que o pecado atinge no ser humano. 1ª João 2.16 “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede de Pai, mas procede do mundo”.

Tudo que há no mundo. A palavra mundo no grego é κσόμος, kosmos, que significa mundo, universo e habitantes da terra.

Mundo é a sociedade incrédula e rebelde, sob a orientação do diabo, que despreza o Criador Eteno.

Mundo, aqui, é o sistema moralmente corrupto em oposi­ção a tudo o que Deus é e preza. Nesse sentido, o mundo é o sistema satânico que se opõe ao Reino de Cristo na terra (1ª Jo 2.16; 3.1; 4-4; 5.19; Jo 12.31; 15.18; Ef 6.11,12; T g 4.4).

O mundo é caracterizado por essas três concupiscências, que têm sido interpretadas como correspondentes às três diferentes formas como Eva foi tentada no jardim (Gn 3.6), ou às três diferentes tentações por que Cristo passou (Lc 4.1-12).

As três dimensões que o pecado atinge o ser humano:

A. Nos apetites malignos da carne a concupiscência da carne.

B. No materialismo avarento e transitório a concupiscência dos olhos.

C. No orgulho da vida sem Deus a soberba da vida.

3. O homem é tentado pela cobiça. Tiago 1.13-15 “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.

3.1. Concupiscência da carne. Qualquer pecado da carne; desejo da carne: paixões carnais, imoralidades, glutonaria, bebedice, materialismo manifesto pelos prazeres extravagantes, pelos sentimentos, pelo endeusamento das gratificações mundanas e perversas.

O que seria essa concupiscência? A concupiscência não é o pecado, mas é o que nos atrai para ele. É tudo aquilo que me atrai para pecar. Todos nós possuímos desejos e cobiças específicas, que são as nossas concupiscências pessoais. É este desejo que nos atrai ao pecado.

Gl 5.19-21 Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”.

3.2. Concupiscência dos olhos. Cobiça, avidez, ambição desenfreada por riquezas, desejo incontido por aquilo que vê, convicto que ficará plenamente satisfeito quando tiver o objeto da sua avareza, sendo isso um engano.

Os olhos são a candeia do corpo: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mt 6.22,23).

Quem olhar para uma mulher. Mt 5.27-28 “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

Nosso Senhor tomou este mandamento da lei (não adulterarás” (Dt 5.18), que condenava apenas o ato sexual extraconjugal propriamente dito, mas Jesus vai além da letra e diz: “aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, (concupiscência dos olhos) já cometeu adultério com ela no coração”.

A tradição farisaica era clara quanto ao adultério: o homem não poderia cometê-lo. Jesus além de confirmar o pecado no caso de adultério de qualquer dos cônjuges, mostra que pensamentos impuros, como o desejo ilícito, a cobiça, e por fim, o adultério no coração, também caracterizam pecado contra Deus – “olhar... com intenção impura”. É radical, mesmo para aqueles que andam na santidade e pureza exigidas para uma vida cristã autêntica.

Em geral, a concupiscência é um grande problema do ser humano. Paulo, quando fariseu, antes de conhecer a Jesus, encontrou no décimo mandamento, uma luta severa contra os desejos desenfreados do coração (Rm 7.7,8). Jó entendeu que sendo um homem temente a Deus não fixaria seus olhos “numa donzela”, pois ele fez uma “aliança com seus olhos” (Jó 31.1). Devemos lembrar que Jó viveu aparentemente, antes da Lei Mosaica.

O Mestre Jesus ensina aos seus discípulos sobre o valor do caráter. Ele não tem a pretensão de formar religiosos, mas sim discípulos. Jesus reafirma categoricamente o objetivo último da lei: alcançar a fidelidade e a santidade. A intenção do Senhor é que os Seus seguidores sejam pessoas sinceramente agradáveis a Deus e moralmente corretas para a sociedade.

O que levou o rei Davi pecar no seu palácio? No livro de 2º Samuel a Bíblia relata o pecado de Davi dizendo: “E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pesada estou” (2º Sam 11.1-5).

O que levou Davi ao pecado foi: A concupiscência dos olhos, a ociosidade e a concupiscência da carne. Davi era o rei de Israel, já era casado, mas quando olhou para a beleza da mulher, não se preocupou em saber como era sua vida se era casada ou não e sim em satisfazer o desejo de seus olhos e de sua carne; e fez com que ela viesse á sua presença e deitou com ela, e cometeu adultério.

O pecado de Adão e Eva; de Davi e do próprio Lúcifer e muitos outros que a Bíblia relata não são de usos e costumes, mas da concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida.

De onde procedem os maus desígnios? É importante perceber, e ter muita atenção nesta sedução, porque é do interior que procedem todos os maus desígnios. “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7.21-23).

Este texto é, no mínimo, esclarecedor. De onde vem todos os males e o pecado do homem? Eles vêm do seu próprio interior. É do interior do homem que emanam estas coisas. Quando olhamos para o que é mau, então o nosso interior será mau e nós iremos, com toda a certeza, nos enredar no pecado. O fruto de viver na carne pode apenas ser pecado, morte e a nossa corrupção no Dia do Senhor. A nossa concupiscência está sempre à procura de catalizadores para o seu desejo. Sempre desejando se saciar. Se damos espaço para os nossos olhos buscarem estas coisas, certamente eles encontrarão as sujeiras do mundo e assim a consequência dessa vida será ter trevas em nosso interior. Se a luz que há em mim são trevas, quão grandes trevas são! Se no meu interior existe concupiscência, então não há outro caminho senão o caminho do pecado.

3.3. Soberba da vida - pecado do espírito. Arrogância de viver, orgulho, jactância, insolência, presunção; o homem que pensa e fala muito de si mesmo e seus bens e benefícios, suas riquezas, seus feitos, sendo estes quase sempre falatórios e exageros seus; um petulante convencido e vaidoso.

No grego clássico Pleonexia, significa “uma ganância arrogante”, e o espírito que procura tirar proveito do seu próximo. O verbo correspondente, pleonektein, significa “defraudar” ou “burlar”.

A Sedução dos olhos. Através dos nossos olhos o mundo nos seduz e tenta nos atrair para o pecado. Nos pontos abaixo eu descrevi alguns dos principais aspectos em que percebemos que o diabo tenta nos enredar e vencer.

Gênesis 3.5 “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”

Satanás, o oponente de Deus e o chefe dos anjos maus, decidiu estragar o relacionamento entre Deus e aqueles criados à sua imagem. Sua obra maligna era tentá-los a ir além do limite que Deus havia estabelecido, a serem independentes de Deus, a se colocar no lugar de Deus, a tomar suas próprias decisões, a governar suas próprias vidas, a serem os juízes independentes do certo e do errado.

“...como Deus, sereis...”. Agora que Eva entrara na conversa, o sedutor avançou com seu argumento mais poderoso. Mais do que depressa ele deu a entender que o grande desejo do homem de ser igual a Deus foi deliberadamente frustrada por ordem divina. Ele acusou o Criador de egoísmo e falsidade maliciosa, apresentando-O como se tivesse inveja e não desejasse que Suas criaturas tivessem algo que as tornasse iguais ao Onisciente.

Satanás desejou ser igual a Deus (Is 14.13-14), acima das estrelas de Deus. Temos aqui o caso de uma estrela que deseja ser maior que as outras. A queda de Lúcifer foi resultado de sua insondável e pervertida determinação de usurpar a glória que pertence unicamente a Deus. Esse fato é explicitado em uma série de cinco afirmações que empregam verbos na primeira pessoa do singular, conforme registradas em Isaías. Nisto consiste a essência do pecado: o desejo e a determinação de viver como se a criatura fosse mais importante que o Criador.

Satanás desejou ser igual a Deus, contudo foi a estratégia que ele usou para engar a mulher: “ser semelhante a Deus”.

Em resumo podemos dizer que, para a mulher, não havia nenhuma outra maneira de se alcançar o conhecimento, a não ser por um ato de desobediência a um mandamento direto de Deus. Por outro lado, era como se não existisse nenhuma outra maneira de ser semelhante a Deus, que não fosse essa, alcançada mediante um ato voluntário de desobediência. Para a mulher, comer do fruto, em flagrante desobediência ao mandamento de Deus, era a única maneira de alcançar — sequil — entendimento. Esta última expressão significa literalmente o seguinte: “prosperar, fazer prosperar ou ter sucesso”. E é exatamente nisto mesmo que reside a essência da cobiça: um desejo veemente de possuir algo, de tal maneira, que parece que só poderemos alcançar a verdadeira felicidade se possuirmos o objeto desejado. O homem e sua mulher são culpados desta terrível transgressão. Quando iremos aprender que nossa verdadeira felicidade só pode ser alcançada, de forma exclusiva, mediante nosso relacionamento com Deus? E isso nas condições estabelecidas por Deus mesmo.

“....e árvore desejável para dar entendimento....”. Sua escolha (e tentação) foi que eles poderiam ‘ser como Deus’. Até esse ponto eles haviam confiado em Deus para tudo, mas agora eles tinham a escolha de se tornar ‘como Deus’, para confiar em si mesmos e se tornar seus próprios deuses.

Satanás quis para si a adoração que pertence a Deus; ele procurou um reino próprio; ele quis exaltar-se tomando para si todo poder existente, usurpando a base do Trono da divindade. Satanás quis uma posição acima das estrelas de Deus, e para isso intentou apossar-se da semelhança de Deus.

Para ele, estar em uma posição superior à dos seus companheiros bastava subir, ou seja, galgar uma nova posição. Porém, Deus surpreende todas as hostes angelicais ao descer e conceder a sua semelhança aos homens.

Foi este argumento que a serpente usou para tenta a mulher no Jardim do Édem. “...ser igual a Deus... e boa para dar entendimento...”. Desta forma ele enganou a mulher que também deu a seu marido.

O que levou Lúcifer a pecar contra Deus? O pecado do orgulho. Satanás é espirito portanto este pecado encontra intrínseco no espírito dos homens sem Cristo.

Mateus 23.12 “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”

Finalmente, por causa de sua rebelião, Satanás tornou-se o arqui-inimigo de Deus e de tudo o que é divino. Sua queda – bem como a dos espíritos que se uniram a ele – é irreversível; não há esperança de redenção. Satanás foi privado da comunhão com o Deus santo de forma final e irrecuperável. Para ser exato, Satanás ainda tem acesso à Deus por causa de seu papel de acusador dos irmãos, papel este que lhe foi designado divinamente (Jó 1 e 2; Zc 3; Lc 22.31; Ap 12.10). Tal acesso, no entanto, é destituído da comunhão com Deus ou da Sua aceitação. Devido à sua traição, que foi a mais terrível na história do cosmo, Satanás e seus anjos somente podem esperar a condenação e a punição eternas (Mt 25.41).

4. O pecado atingiu as três partes do ser humano. Corpo, alma e espírito. Eva não resistiu à tentação e tomou do fruto proibido que lhe parecia apetitoso e agradável aos olhos. Ela também deu de comer do fruto ao seu marido. Além disso, eles se entusiasmaram com a possibilidade de serem como Deus (v. 5).

A. No Corpo. “... a concupiscência da carne...”. “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer...”.

B. Na alma. “... a concupiscência dos olhos...”. “... agradável aos olhos...”. 

C. No espírito. “... e a soberba da vida...”. “... e árvore desejável para dar entendimento...”.

5. A tentação de Jesus. Jesus sendo Deus também foi tentado NO ESPÍRITO, ALMA, E CORPO, mas venceu o pecado e o tentador. Compare a tentação de Jesus:

Antes de começar seu ministério, Jesus foi para o deserto, onde foi tentado pelo diabo. Jesus não usou milagres nem força sobrenatural para resistir à tentação do diabo. Ele simplesmente usou a Palavra de Deus e venceu. Estas são 3 lições que podemos aprender das 3 tentações de Jesus.

Satanás aproximou-se de nosso Salvador pelas três vias, mas ainda assim o Senhor não cometeu pecado. Ele foi bem sucedido aonde o primeiro Adão falhou.

5.1. Pedras em pães - cobiça da carne”. Lucas 4.3-4 “Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão. 4- Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem.”

O diabo apresenta sua astúcia no sentido de induzir Jesus ao erro, aproveitando-se da sua vulnerabilidade, a sua fome, ora se Jesus estava com fome era simples ele poderia transformar pedras em pão e saciar a sua necessidade, afinal ele estava com fome.

A tentação de Satanás era fazê-lo comer usando seus poderes divinos para fins egoístas. A tentação era no convite a transformar pedras em pão milagrosamente, instantaneamente, sem esperar ou adiar a gratificação física. Sua resposta ao tentador foi: “Está escrito”.

5.2. Reinos da terra - concupiscência dos olhos”. Lucas 4.5-8 “E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. 6- Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. 7- Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. 8- Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.”

Este texto talvez seja a mais sutil das tentações. Afinal quem não quer ser bem sucedido na vida, honrado e reconhecido.

De um alto monte, satanás mostrou a Jesus todos os reinos do mundo e sua glória. Ofereceu para Jesus, que tinha vivido como um carpinteiro na modesta aldeia de Nazaré. E a palavra deixa clara que satanás também tem a sua gloria, vimos quantas coisas ele prometeu para Jesus em troca da adoração.

Jesus foi tentado com uma “oferta” dos reinos do mundo, que faz parte da necessidade de autoestima, situada no topo da pirâmide da escala de Maslow. Todo ser humano tem necessidade de autoestima.

E não raramente, a necessidade de autoestima está ligada ao exercício do poder. Quando alguém é promovido para exercer algum cargo de chefia, logo sente que sua autoestima fica em alta.

É a proposição de que todo mundo tem um preço, que o material importa mais, que, finalmente, você pode comprar qualquer coisa neste mundo por dinheiro.

Jesus sabia que se Ele fosse fiel ao Seu Pai e obediente a todos os mandamentos, Ele herdaria “tudo o que o que o Pai possui”. Lúcifer não sabia que este era o homem que viria a pregar:

“Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? (Mc 8.36-37)

5.3. Pináculo do templo - Orgulho da vida. Lucas 4.9-13 “Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo; 10- porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; 11- e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. 12- Respondeu-lhe Jesus: Dito está: Não tentarás o Senhor, teu Deus.”

O tentador usa o Salmos 91, desfigurando o seu sentido original, distorcendo a sua mensagem, para fazer com que Jesus pecasse, tentando a Deus.

Satanás foi para outro extremo e tentando Jesus, acerca da proteção do Pai. Ele levou Jesus na Cidade Santa, ao pináculo do templo no lugar mais alto à vista do povo.

Ora, a grande sacada de satanás era fazer com que Jesus atentasse contra a sua própria vida, pois alguém que se joga do alto de uma torre obviamente só pode morrer. Deus Pai não teria nenhum compromisso de salvar Jesus naquela situação, pois Ele própria, em tese, teria dado causa ao acontecido.

A tentação de Jesus nos ensina que ninguém pode pular do pináculo do Templo, nem do topo de um prédio, e depois, no meio da queda, pedir pra que Deus mande anjos em socorro!

III. LIBERDADE EM CRISTO 

Voltar a viver é possível somente através do próprio Criador, que sinaliza amorosamente através da Sua Palavra.

João 3.17 “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18- “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”

É por isso que Cristo diz: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38). Basta crer nas Escrituras! Não é necessário fazer como fez Eva, que em vez de crer na palavra da expressa imagem de Deus, buscou reforçar a sua palavra “E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais” (Gn 3.2-3).

Bastava crer na Palavra do Senhor que lhes disse que ‘certamente morreriam’, caso utilizassem da liberdade que possuíam, e comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal. Induzida pela serpente, Eva transtornou a ordenança, que enfatizava liberdade, alerta e cuidado, tornando-a uma ‘lei’ estritamente proibitiva: “Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais” (Gn 3.3).

Onde há somente uma ‘lei’ proibitiva em lugar da ordenança que promove à liberdade, a concupiscência opera no homem, pois ao entender a liberdade da ordenança como estritamente um mandamento (lei), o pecado opera toda concupiscência. Por exemplo: Eva olhou e viu que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento (Como ela considerou a ordenança como sendo estritamente um mandamento, o pecado por meio do mandamento operou toda concupiscência), ela lançou mão do fruto e comeu.

Enquanto havia liberdade o homem vivia, mas na proibição ‘Não comereis dele’, a concupiscência deu lugar ao pecado que trouxe a morte. Observe que, o mandamento que era para vida, tornou-se morte. O mandamento (ordenança) é santo, justo e bom, e a lei (proibição) santa, porém, o pecado achou ocasião na ordenança é matou o homem (Rm 7.10-11). O pecado só achou ocasião porque, induzida pela pergunta da serpente, Eva entendeu que a ordenança resumia-se estritamente numa lei proibitiva, e através do mandamento ‘dela não comerás’, o pecado enganou-a e a matou.

Portanto, qualquer que lê as Escrituras precisa compreender que onde o Espírito do Senhor está há liberdade, mas a lei, por si só opera a ira, pois o pecado sempre achará ocasião na lei através da concupiscência.

A lei só é imposta aos transgressores (1ª Tm 1.9), e por causa dos transgressores (Gl 3.19). Tanto a lei: “Comeste da árvore de que te ordenei que não comesse?” (Gn 3.11), quanto a lei de Moisés, foram acrescentadas por causa da transgressão, pois nela opera a ira de Deus, em lugar do cuidado da ordenança, que tem razão de ser para os justos (1ª Tm 1.9).

1. Aquele que obedece é amado do Meu Pai. João 14.21 “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.”

Ao ler a passagem acima, podemos perceber algumas coisas muito interessantes, como por exemplo:

Se você diz que ama a Jesus e não observa a Sua Palavra e não obedece Seus mandamentos, na verdade você está equivocado. A única maneira de amar a Jesus verdadeiramente e de demonstrar Seu amor a Ele é guardando e obedecendo sua Palavra.

Quando você ama (MESMO) a Jesus este amor é retribuído por Ele e por Deus Pai. E então Jesus se revelará (se fará ser conhecido) a você.

Porque somente aqueles que o amam guardam sua Palavra. E aquele que guarda Sua Palavra é amado por Deus Pai e, por isso, receberá o Espírito Santo, o qual fará morada nele.

Perceba que Jesus escolheu a Sua Palavra (que é também a Palavra do Pai) para se revelar àqueles que o amam. Mas isto só é possível através do Espírito Santo.

Pr. Elias Ribas

Igreja Assembleia de Deus

Blumenau - SC


quarta-feira, 31 de março de 2021

EM JESUS SOMOS VIVIFICADOS

 


INTRODUÇÃO.

Quando, aceitamos a Cristo como Senhor e Rei de nossa vida, estamos mudando de reino, ou seja, saímos do reino das trevas e entramos no reino da luz que é Cristo Jesus

“Então Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12).

Por isso nem todas as pessoas são filhos de Deus no sentido bíblico, somente os que creem que Jesus é o Salvador e tem uma vida de obediência a Sua Palavra, têm o direito de serem chamados filhos de Deus.

“Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1.12).

Quando o pecador recebe Jesus, nasce de novo e é feito filho de Deus. É por isso que Paulo diz: “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.14).

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).

I. O HOMEM SEM JESUS ESTÁ MORTO ESPIRITUALMENTE

Ef 2.1-3 “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”.

No capítulo 2.1-10 da carta aos Efésios, Paulo compara o crente que foi vivificado e o descrente que está nos domínios de Satanás. Neste trecho os descrentes são descritos como:

1. Mortos em pecados. Incessíveis e impotentes como cadáveres (corruptos, mortos espiritualmente).

1.1. Separados de Deus pelo pecado. “Todos pecaram e estão destituído da glória de Deus” (Rm 3.23).

1.2. O pecado separa o homem de Deus. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir; mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça” (Is 59.1-2).

Em virtude do pecado de Adão, toda a humanidade está espiritualmente morta. Somente Deus pode dar-nos a nova vida e salvar-nos dessa terrível situação. Por Sua imensa misericórdia, o Senhor entregou Seu Filho por nos quando ainda éramos Seus inimigos. Ele nos amou muito antes de nós o amarmos (1ª Jo 4.9,10).

2. Tínhamos Satanás como príncipe.

“...andávamos segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;

2.1. Andando segundo o curso deste mundo. Um andar não necessariamente imoral ou irreligioso, mas um andar mundano, ou seja, sem Deus e afastado dele.

2.2. Estávamos sem Cristo. “Estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).

2.3. Levados por Satanás. O grande espírito mestre que dirige o curso deste mundo e determina a maldade e ações nos filhos da desobediência.

3. Vivendo em concupiscências carnais. Entregues aos prazeres do corpo e da mente.

1ª Jo 2.16-17 “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre”.

II. QUANDO RECEBEMOS A JESUS COMO ÚNICO SUFICIENTE SALVADOR

1. Quando ouvimos a pregação do evangelho.

Estávamos mortos espiritualmente. Um dia ouvimos o evangelho e o Espírito Santo despertou nossa fé.

A fé vem pela pregação da Palavra (Rm 10.17).

Fé + arrependimento = conversão.

2. Recebemos a Cristo em nosso coração. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).

3. Fomos salvos pelo seu grande amor que se manifesta em misericórdia. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16)

4. Fomos vivificados. Efésios 2.1 “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados.”

Ef 2.4-7 “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus irá mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.”

4.1. Nos deu vida em Cristo Jesus. O versículo 5 tem sido traduzido assim: Estando nós também mortos em nossas ofensas, nos chamou para partilhar da vida de Cristo pela graça sois salvos.

“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1ª Co 3.14). “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24).

4.2. Do seu poder vivificador, que se chama à vida os mortos e os assenta juntamente com Cristo nos lugares celestiais. (V. 5 e 6).

2ª Co 5.20De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus.

5. Fomos salvos pela graça.

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9 não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Aquele que é perdoado, liberto do domínio do pecado e de Satanás, está separado do mundo e agora vive para Deus, na comunhão com todos os demais salvos pela fé em Cristo.

5.1. A natureza da salvação.

Salvos pela graça. Não pelos nossos méritos, mas pelos méritos de Cristo.

5.2. A salvação é dom de Deus. É uma dádiva de Deus. Não há nada que possamos fazer para obter a nossa salvação.

6. O verdadeiro sentido das obras.

“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

6.1. Aqui temos três referências às obras.

A. A salvação não prove das obras (v. 8).

B. Não podemos merecê-la. Deus é o que opera (v. 10).

C. Somente Ele pode salvar. “Para as boas obras” (10), primeiro salvos, depois trabalhando.

III. CRISTO VIVE EM MIM

A regeneração envolve união com Cristo, e uma mudança de coração e de mente:

1. O Espírito Santo efetua no homem a união de sua alma com Cristo.

Rm 6.3 “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte”?.

2. Somos membros do corpo de Cristo.

Ef 5.30 “Porque somos membros do seu corpo”.

Gl 2.19-20 “Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”.

O conceito de Cristo vivendo no crente é um pouco difícil de se compreender. Fisicamente, o crente não é diferente do que era antes. Há, porém, um poder invisível habitando nele depois da conversão, que fará amar a justiça e odiar o pecado.

2.1. Através de Sua morte, os homens são atraídos a Cristo. “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12.32).

2.2. O poder de Cristo compartilhado. “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1ª Co 6.17).

2.3. Mantido pelo poder Divino. “Que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1ª Pe 1.5).

2.4. O poder Divino passa através do crente para atrair outros a Cristo. “... para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal” (2ª Co 4.11b).

2.6. O poder Divino repele o pecado. “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.32).

2.7. O poder Divino atrai para justiça. “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2ª Pe 1.3).

CONCLUSÃO. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.1-2).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 30 de março de 2021

COMO POSSO SER SALVO

 


“Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (Jo 3.17).

 Deus não podia ter feito maior sacrifício do que este: Dar o seu próprio Filho para reconciliar consigo um mundo rebelde e perdido.

I. A TRANGRESSÃO DE ADÃO TROUXE A CONDENAÇÃO E A MORTE A TODA GERAÇÃO HUMANA

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12).

Deus decretou uma lei imutável: “... A alma que pecar, essa morrerá.” (Ez 18.4).

II. O PECADO SEPARA O HOMEM DE DEUS

“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” (Is 59.2).

III. PARA NOS APROXIMAR DE DEUS HÁ SÓ UM CAMINHO

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14.6).

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” (1ª Tm 2.5-6).

IV. DEUS, NA SUA INFINITA MISERICÓRDIA E AMOR, PLANEJOU UM MEIO PELO QUAL O PECADOR PODE SER SALVO

Deus enviou o Espírito Santo ao mundo para convencer homens pecaminosos, da sua condição perdida.

“E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus.” (Ef 2.1-6).

Nunca poderemos entrar no céu nem permanecer na presença de Deus enquanto houver pecado na nossa conta.

Temos que ser salvos do pecado pela expiação que Cristo consumou no Calvário, porque:

“... Quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hb 9.22).

“Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vô-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.” (Lv 17.11).

V. PARA SALVAR O HOMEM PERDIDO E PECAMINOSO DO CASTIGO CORRESPONDENTE À TRANSGRESSÃO DA LEI, TINHA QUE HAVER UM SUBSTITUTO

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16).

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Is 53.4-6).

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2ª Co 5.21).

Na cruz, Jesus exclamou: “Está consumado.” Isto significa que estava concluída a obra da redenção.

VI. JESUS SATISFEZ A JUSTIÇA DIVINA POR NÓS

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” (1ª Pd 1.18-19).

“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.” (Ap 5.9).

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito.” (1ª Pd 3.18).

VII. TODOS AQUELES QUE CRÊEM EM JESUS CRISTO TEM VIDA ETERNA

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (1ª Jo 5.11-12).

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.” (Jo 1.12).

Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5.24).

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.36).

“Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.” (1ª Jo 5.13).

VIII. SALVAÇÃO É UM ATO DE DEUS - JAMAIS UM PROCESSO

Ato é uma ação de Deus em transferir o direito ao pecador de gozar e participar ao mesmo tempo, a experiência da salvação de sua alma e o perdão de seus pecados.

 O ato de Deus na salvação do pecador é imediato e Eterno.

Lemos na Palavra de Deus que todo aquele que crê em Cristo é salvo. “... Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo ...” (At 16.31).

Isto não inclui o crer vulgar. Geralmente as pessoas creem em alguma coisa, mas até os demônios creem e estremecem:

“Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem.” (Tg 2.19).

Constatamos assim a inutilidade de uma mera crença e não da fé que é o resultado do Novo Nascimento do Espírito Santo, e que é uma exclusividade de Deus, sem as obras da lei.

A Palavra de Deus diz em Efésios 2.8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

O pecador recebe imediata e instantaneamente a salvação de sua alma e o perdão de seus pecados, no momento em que crê em Cristo como seu Salvador pessoal.

No caso da salvação de Zaqueu, a Bíblia emprega a palavra “HOJE”, que quer dizer, o dia em que ele do alto de uma árvore, antes que avistasse Jesus, ficou surpreso ao ouvi-lo dizer: “... Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa.” (Lc 19.5).

Subiu na árvore o Zaqueu perdido; desceu outro Zaqueu; salvo, alegre, hospitaleiro expansivo.

Na carta aos Hebreus 13.7-8, deparamo-nos com a advertência divina: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.”

Novamente se refere à palavra hoje, nunca ao dia de manhã, pois ele não nos pertence.

Quando o carcereiro de Filipos perguntou a Paulo e Silas: “... Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” Paulo e Silas responderam: “... Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa." (At 16.31).

O carcereiro creu, aceitando Jesus naquele momento, e foi salvo, sem a menor exigência de boas obras nem batismo.

A resposta de Paulo e Silas foi autoritária, não admitindo dúvidas. Eles não disseram “Talvez.”

Por que? Porque a salvação é pela fé na pessoa de Jesus Cristo.

IX. SALVAÇÃO NÃO É UM PROCESSO

Processo significa uma sequência, cujos acontecimentos exigem mais tempo, precisando de uma análise cuidadosamente estudada. Processos há que contém resmas e mais resmas de papel; alguns engavetados há décadas.

Ouvi em certa ocasião um ministro falar, por meio de uma aparelhagem de som, convidando as pessoas que estivessem interessadas em ser salvas, a se dirigirem a sua igreja, afirmando que lá havia salvação. Tive a oportunidade de falar com várias pessoas, membros daquela igreja, as quais afirmaram saber algo sobre a salvação somente após a morte; nesta vida pode-se ser salvo dos vícios e pecados, foi o que disseram.

Outros há que alimentam a possibilidade da salvação de seus adeptos no cumprimento de todos os deveres determinados pelo ministro, chegando a afirmar até, que fora daquela igreja não há salvação.

Amigo (a), receba, pela fé, quem fez a salvação perfeita e completa agora. Jesus Cristo, que morreu derramando seu sangue precioso na cruz, a fim de salvá-lo.

Jesus Cristo afirmou: “Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.” (Jo 8.24).

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 6.23).

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” (Rm 5.1).

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Rm 8.1).

Crê no Senhor Jesus Cristo, agora mesmo, de todo o seu coração e será salvo eternamente!


Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 24 de março de 2021

AS CONDIÇÕES PARA SALVAÇÃO

 


As condições da salvação significam o que Deus exige do homem a quem Ele aceita por causa de Cristo e a quem dispensa as bênçãos do Evangelho da graça. As Escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições da salvação e o batismo nas águas é mencionado como símbolo exterior da fé interior do convertido (Mc 16:16; At 22.16; 16.31).

I.          A FÉ PARA SALVAÇÃO

 1. Definição de fé.

A palavra fé do hebraico “heemim”, do grego “pisteuo” do lat. “Fidem”. “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hb 11.1). Fé é a confiança (ou confidência), que depositamos em todas as providências de Deus.

Fé é convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas divinas; é a convicção de que Deus existe e é o Criador e Governador de todas as coisas, o provedor e doador da salvação eterna em Cristo. Fé é a crença de que Ele está no comando de tudo, e que é capaz de manter as leis que estabeleceu. É a confiança que depositamos em todas as providencias de Deus. É a convicção de que Sua Palavra é a verdade. Fé é crer, acreditar e ter confiança. Para o cristão, tal fé deve estar solidamente fundamentada, na pessoa de Jesus Cristo, o Autor da Fé. Enfim, é a tranquilidade que depositamos no plano de salvação por Deus estabelecido, e executado por Seu Filho, no Calvário; fé é o ato de fazer o coração firme, constante e seguro em Yahweh.

2. A origem da fé.

A fé vem de Deus: Nenhum cérebro humano ou laboratório de pesquisa pode produzir esta fé. Ela emana de Cristo; ninguém pode criá-la a não ser Ele mesmo. Podemos observar nas Escrituras que um dos títulos dados a Jesus, é: “o Autor e Consumador da Fé”.

Todos nós procuramos agradar a Deus; toda a religião tem isso por princípio fundamental, mas a Palavra de Deus diz: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). A fé é a única condição exigida para obtermos a graça e o favor de Deus. Ela é essencial para uma relação acertada com Deus (Jo 3.36; 3.16-18).

A onipotência de Deus é um de Seus atributos e significa poder total (Gn 17.1; Jó 42.2; Mt 19.26). Sua onipotência nunca fará praticar coisas absurdas. A criação é uma manifestação da onipotência de Deus (Hb 11.3). É Deus que sustenta todas as coisas (Cl 1.17).

A fé é uma virtude divina, parte da natureza de Deus que nos atrai para Ele. O sentido da fé na justificação do homem torna-se o primeiro princípio, como é afirmado por Paulo e outros escritores do Novo Testamento:Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).

Dom no grego “doron”, que significa “dádiva”, “presente de sacrifícios oferecidos por Deus”. Este presente que Deus oferece aos homens é Seu Filho Jesus Cristo: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

Pela fé um homem encontra o amor de Deus em Cristo. Como explica Paulo: “...porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5.5). Isto acontece pela fé em Cristo. Quando um homem exerce fé em Cristo, ele encontra o amor de Deus. A partir daí, permanece a fé, a esperança e a caridade... (1ª Co 13.13).

Fé nesse sentido é confiança em Jesus como Salvador do pecado mediante o perdão. Essa confiança é incondicional e irrestrita submissão da alma a Cristo. É um tipo de confiança que só pode exercer corretamente em relação a Deus. Salvação do pecador é unicamente obra divina. O pecado é contra Deus e só Deus pode perdoar pecados, mediante a fé.

3. Como obter a fé.

3.1. Pela Palavra de Deus. “De sorte que a fé vem pelo o ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. Pois quem é rico de conhecimento das Escrituras Sagradas, possuí uma fé viva e poderosa” Rm 10.17). A Palavra de Deus pregada e lida é o instrumento que produz fé no coração do homem.

3.2. Por Cristo. “Olhando firmemente para Jesus, o autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à destra do Trono de Deus” (Hb 12.2).

A pergunta pode surgir “por que então se fé é obra de Deus, nós não somos responsáveis por tê-la” (Mt 14.18-31). Deus quer operar fé nas suas criaturas. E para obter esta fé é necessário lançar-nos a nós mesmo sobre Ele para produzir esta fé.

Quando então, alguém se aproxima de Cristo em fé, ele está cônscio de que encontra a Deus. A obra de Cristo, então, em salvar, é a mesma obra de Deus. É submissão a Ele como Senhor. A autoridade salvadora e o senhorio de nosso Senhor são inseparáveis. A fé do Novo Testamento envolve o reconhecimento do senhorio de Jesus e submissão a essa autoridade. Paulo fala da obediência da fé (Rm 5.1). Fé, então, é não somente receber Cristo como Salvador, mas dar de si mesmo a Cristo, ou seja, crer e obedecer.

3.3. Pelo Espírito Santo. “Mas nós pela fé aguardamos mediante o Espírito da Justificação pela qual esperamos” (Gl 5.5).

Quando ouvimos, aceitamos a verdade escrita através da Palavra e arrependemos de nossos pecados, o Espírito agem em nosso ser criando uma nova criatura. E, assim nos tornamos filhos de Deus e então, a semelhança de Deus é restituída em nós. “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2ª Ts 2:13).

4. A fé se manifesta sobre vários aspectos.

Quero falar um pouco sobre a fonte. Existe, como arrependimento, um lado divino e um lado humano. Todas as pessoas possuem fé, e está localizada no espírito humano.

4.1. A fé natural.

Todas as pessoas possuem fé, e está podemos chamar de fé natural. A fé está localizada no espírito do homem. É a fé intelectual, a capacidade humana, exercitada nas atitudes comuns do dia-a-dia, como tomar um ônibus, um avião, crendo que vai chegar ao destino. Todo mundo tem fé natural, crentes e descrentes. Esta confiança ou crença é possuída em graus diversos, a qual se fundamente sobre coisa materiais e sobre evidências aparentemente digna de fé. Entretanto, é insuficiente para satisfazer as necessidades morais e espirituais do homem ou as exigências de Deus.

4.2. A Fé para a Salvação.

A fé para salvação ou fé espiritual, é aquela crença ou confiança possuída pelos crentes regenerados, em diversos graus, a qual se fundamente sobre o conhecimento de Deus e de sua vontade, obtido por meio de revelação e experiência pessoal. A nossa fé é assegurada pelo uso de certos meios.

Está trabalha no campo da salvação. Quando você creu em Cristo como o seu e Senhor e Salvador, exercitou a fé que salva: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16.31). “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).

Neste texto, salientamos o ensino bíblico que diz que todo o pecador pode ser salvo somente pela fé. É condição indispensável para o homem perdido, arrepender-se e confessar-se um pecador, neste exato momento a fé opera uma situação de aproximação do homem com seu Salvador, então ele sente-se perdoado e crê de fato que isto aconteceu. Esta fé deve acompanhar o salvo por toda vida. “Pois, por meio da fé em Cristo Jesus, todos vocês são filhos de Deus” (Gálatas 3.26).

Fé nesse sentido é confiança em Jesus como Salvador do pecado mediante o perdão. Essa confiança é incondicional e irrestrita submissão da alma a Cristo. É um tipo de confiança que só se pode exercer corretamente em relação a Deus.

A fé é essencial à vida cristã. “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17). A justiça de Deus é eficientemente conhecida para a justificação somente pela fé e que é invariavelmente operativa para este fim, no caso de todos os que creem. A fé é o princípio da vida cristã em Deus, por isso que o apóstolo Paulo explica aos romanos que o justo viverá pela fé, a saber, pela fé somente.

O ser humano só obterá esta fé, quando entender que ele necessita de Deus para se salvar, e precisa reconhecê-Lo como soberano e Senhor de sua vida.

O todo da nossa salvação - passado, presente e futuro, é dependente da fé. Nossa salvação aceitação de Cristo (Jo 1.12), nossa justificação (At 26.18); nosso guardar (1ª Pe 1.5), de fato, a nossa salvação toda do começo até o fim é dependente de fé. Essa fé emana de Deus mediante o homem aceitar o Senhorio de Cristo na sua vida. (Ap 3.20). Se qualquer indivíduo, porém, quer abrir a porta do seu coração e ouvir a chamada de Cristo, então Ele entrará para dirigir sua vida e lhe oferecer Sua convivência. Assim fica claro que é Cristo quem salva, não a sua igreja. A igreja é o local de cultuar a Deus; o pastor tem a função de aplicar a Palavra Divina (Bíblia) e o Espírito Santo, é quem convence o homem da justiça e do juízo.

4.3. A fé salvadora é o único meio de salvação.

Quando alguém acrescenta alguma coisa como meio de salvação, além da fé em Cristo, aí já não é Deus que salva, mas o homem tentando salvar-se a si mesmo (Rm 4.1-6). O homem não pode fazer nada para merecer a sua salvação. Nem a fé é uma obra para se ganhar a salvação, mas simplesmente um meio, pelo qual Deus manifesta a sua abundante graça na vida do pecador para salvá-lo. Pois agora sabemos que não é a fé que salva, mas Cristo que salva através da fé.

A fé que salva não se dirige a um credo religioso ou crença doutrinária, mas a uma pessoa Cristo Jesus que é o Autor da fé. Não basta ao homem aceitar as verdades sobre a salvação, se ele não se render a Cristo como seu salvador pessoal e não cultivar uma comunhão intima com Ele (Tg 2.14).

O fato da nossa fé ter Cristo como seu objeto se vê nas expressões bíblicas como: “crê no Senhor Jesus...” (At 16.31), e “n’Ele crer” (Jo 3.16). Observamos que nunca somos admoestados a crer em um fato para ser salvo. “E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 ª Tm 2.15).

Grupos religiosos que tem sua fé dirigida a uma igreja, a um credo, dogma, tradição, ou a um padrão humano, ignora o verdadeiro relacionamento da pessoa salva, com Cristo. Para preencher esta lacuna, eles apresentam algo como substitutivo para tentar unir a brecha existente entre Deus e esses pretensos seguidores dele, tais como uma igreja, intercessores, sacramentos, ritos, santos, espíritos e regras humanas etc.

Fé salvadora não é uma simples confissão ou seguimento ritualístico, mas uma entrega completa a pessoa de Jesus Cristo. Ainda que não podemos contribuir com nada diante de Deus para receber nossa salvação, a fé salvadora requer uma entrega total a Deus de tudo o que temos.

“Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo” (Lc 9.24-25).

Tal entrega a Cristo não pode ficar oculta diante dos outros. Ela resulta numa vida transformada, o que se torna evidente em nosso modo de viver (2ª Co 5.17). Se a fé de alguém não resulta em sua transformação, tal fé está longe de ser a fé viva que salva (Tg 2.16-17).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC