O livro de Ezequiel trata de profecias que
ainda não se cumpriram em Israel. Isso significa que elas se cumprirão no
futuro, pois a Palavra de Deus não falha.
Ezequiel 38-39, fala de uma grande batalha
que ocorrerá em Israel nos “últimos dias” (cf. Ez 38.8). e que envolverá um
povo de “Magogue” liderado por um rei chamado Gogue.
O Senhor também disse a Ezequiel que Ele salvaria milagrosamente Seu povo dos exércitos de Magogue, para que todas as nações soubessem “que eu Sou o Senhor” (Ez 38.23). Por causa dessas descrições, Ezequiel parece estar descrevendo a grande batalha que acontecerá antes da Segunda Vinda em glória, ou seja, pode acontecer antes ou durante a Grande Tribulação.
I. CONTEXTO HISTÓRICO
1. Quem escreveu o livro do profeta Ezequiel. O livro de Ezequiel foi escrito pelo próprio profeta Ezequiel, um sacerdote que viveu durante o exílio babilônico. por volta de 597 a.C. Ele profetizou de 592 a 570 a.C. Depois de ser levado cativo, Ezequiel estabeleceu-se com os outros judeus em um lugar próximo ao rio Quebar (Ez 1.1–3).
2. Quem é Gogue e Magogue. Gogue e Magogue são citados pela primeira vez no Antigo Testamento. Historicamente falando, Gogue é um descendente de Jafé filho de Noé (Gn 10.2). Os descendentes de Magogue se estabeleceram no extremo norte de Israel, provavelmente na Europa e no norte da Ásia (Ezequiel 38.15). Magogue eventualmente se tornou o nome da terra onde os seus descendentes se estabeleceram. O povo de Magogue é descrito como guerreiros habilidosos (Ez 38.15; 39:3-9). No tempo certo Gogue irá liderar um exército para atacar Israel. O Senhor prediz a condenação de Gogue: “Filho do homem, volve o rosto contra Gogue, da terra de Magogue…profetiza contra ele” (Ez 38.2).
II. A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES DE ISRAEL
1. O nome dos invasores. Ezequiel 38.1-3 “Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele. E dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.”
Gogue. Gogue é o rei da
terra de Magogue e o principal governante de Meseque e Tubal.
Tubal e Meseque são dois dos sete irmãos
filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2-3).
Ezequiel profetizou sobre a vinda de um terrível rei, Gogue, da terra de Magogue, que levantar-se-á contra povo de Israel nos últimos dias.
2. Sua localização. Gogue, Meseque e
Tubal. Jefé e sua família migraram para a área da Rússia moderna norte de
Israel (Gn 10.2-3).
As versões de Almeida “Atualizada” e
“Corrigida”, empregam a expressão “príncipe e chefe. A palavra “chefe” em
hebraico é ro’sh, de significado amplo, “cabeça, chefe, pico, monte, parte
superior”.
Septuaginta traduziu o termo como
substantivo próprio, árchonta Rhos. A Nova Almeida Atualizada (NAA) emprega
a expressão “árchonta Rhos” “príncipe de “Rôs”, sendo “Rôs” uma
transliteração direta do hebraico, que muitos pensam significar “Rússia”, neste
contexto da profecia de Ezequiel. Isso é mantido na versão bíblica Tradução
Brasileira e em algumas versões inglesas. Foi a semelhança de sons, Roshe
- Rússia, que levou muitos estudiosos a identificarem Roshe com a
Rússia; Meseque, com Moscou, atual capital da Rússia e Torgarma com Tobolsk,
cidade russa.
A região de Meseque é frequentemente
identificada como sendo ao norte do Mar Negro (sul da Rússia), e Tubal como uma
área no centro da Turquia.
De acordo com Champlin: “É interessante observar que, no grego moderno, Rôs é Rússia, a mesma forma em que a palavra aparece na tradução da LXX. Coincidência ou não? Fora da Bíblia, os russos são mencionados pela primeira vez no século X d.C., por escritores bizantinos, o nome aparece como Rosh.
3. Coligação de nações. Ezequiel 38.4,5 “E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos com primor, grande multidão, com escudo e rodela, manejando todos a espada. 5 Persas, etíopes, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete. 6 Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo.”
O simbolismo de Gogue e Magogue é profundo. Gogue representa um líder ou uma nação específica, mas vai liderar uma coalizão de forças que se opõem ao plano de Deus.
A confederação liderada pelo Norte teria
aliados como: persas (Irã), etíopes, os de Pute (Líbia), Gômer (atual Armênia,
região da Capadócia) e a casa de Togarma (conf. 27.14), da banda do norte, a
oeste da atual Turquia (Ez.38.5-9).
Fazem parte da colisão de Gogue mais cinco povos:
3.1. A Pérsia. A Pérsia tem o moderno nome Ira. Ela adotou este nome em 1935. Em 1932 ela firmou um acordo com Moscou, que em caso de guerra as forças da Rússia terão permissão de cruzar seu território para atacar as nações que se levantarem contra o Irã.
3.2. Etíopes. A Etiópia moderna é fácil localizar pelo seu outro nome: Abissínia. A Etiópia original ficava na bacia dos rios Tigre e Eufrates (Gn 2.14). Daí seus habitantes emigraram para a África e fundaram o extenso reino da Etiópia, do qual hoje a Abissínia é uma pequena fração. Etiópia é palavra grega; em hebraico é Cuxe ou Cush. Os etíopes originaram muitos povos africanos. A Bíblia hebraica emprega o nome cushe, para Etiópia.
3.3. Pute. É filho de Cam, neto
de Noé, de quem descendem os Líbios localizados no norte da África. Ambos, Cuxe
e Pute são descendentes de Cam, filho de Noé (Gn 10.6; 1º Cr 1.8).
Pute é a atual Líbia, vizinha do Egito. A Pute primitiva era uma região muito mais extensa. Esses dois últimos povos (líbios e etíopes) são também mencionados na profecia de Daniel 11.43, pertinente ao assunto em pauta.
3.4. Gômer. atual Armênia,
região da Capadócia. Gomer é o território e o povo dos citas que em Gn 10.2,
se liga com Gogue.
“Hesíodo (séc. VII a.C.) é o primeiro escritor grego a mencionar os citas. Ele viajou para a colônia grega de Olbia na costa norte do Mar Negro para obter informações valiosas sobre a história e a cultura dos citas, que acabaram por se estabelecer na área da atual Ucrânia. [Fonte de pesquisa Os citas - quem eram eles? https://www.cbeinternational.org/pt/recurso/citas-quem-eram-eles-e-por-que-Paulo-os-incluiu-colossenses/ - Acesso dia 17/06/2025].
3.5. Togarma. É um dos filhos de Gômer, neto de Jafé e bisneto de Noé. Era um povo que negociava em cavalos e mulas nas feiras de Tiro (Ezequiel 27.14; 38.6). Muitos comentaristas relacionam Togarma com os armênios. Os próprios armênios tradicionalmente afirmam ser descendentes de “Haik, filho de Thorgom”. Antigos escritores gregos falam dos armênios como um povo famoso por seus cavalos e mulos.
A coalizão do príncipe ou comandante chamado Gogue são da “banda do Norte” e outros grupos do norte da África, como etíopes e os de Pute (38.5).
O que fica ao norte de Jerusalém? Russia. O
que é o norte da Rússia? Meseque que é o antigo nome da capital da Rússia
Ocidental, hoje conhecida como Moscou.
A raça jafética compreendia aqueles que os
gregos e romanos chamavam sármatas, mas que, em tempos modernos, são chamados
russos ou eslavos.
Os nomes geográficos mencionados nos capítulos 38 e 39 de Ezequiel, e 10 de Gênesis, vemos que muitos nomes geográficos estão hoje modificados devido a evolução das línguas e os problemas de tradução e transliteração. O estudo comparativo da etnologia antiga e moderna dessas regiões, facilitará a identificação das mesmas encontradas em textos antigos e em seus equivalentes modernos.
III. O INÍCIO DA GUERRA
Ao explorar a relação entre essa batalha e
os eventos atuais, é importante notar que muitos estudiosos veem Gogue e
Magogue como representações das tensões geopolíticas contemporâneas.
Vivenciamos hoje (17/06/2025), Israel sendo atacado pela pérsia (Irã), o qual
revidou atacando e destruindo as bases nucleares. Mas amanhã pode ser a Rússia,
China, e outros países antissemitas atacando Israel. Será uma guerra sem
precedente, que vai abalar o mundo contemporâneo.
Os países atuais que situam-se ao norte geográfico de Israel e alguns fazem parte da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), a ex-União Soviética. A Rússia atualmente adota um sistema comunista e ateu. Metamorfoses políticas em grande escala vêm ocorrendo naquela parte do mundo, como é o caso da já citada CEI e também da UE (União Europeia), antes conhecida como MCE (Mercado Comum Europeu).
“E te farei voltar...” (v. 4). Deus está no controle da situação. As nações citadas serão arrastadas para a balha entre Gogue contra os Reis do Sul (Israel).
IV. QUAL O TEMPO PARA ESTA GUERRA?
1. Esta guerra será futura. Ezequiel 38.7-8 “Prepara-te, e dispõe-te, tu e todas as multidões do teu povo que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda. 8 Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos virás à terra que se recuperou da espada, e que foi congregada dentre muitos povos, junto aos montes de Israel, que sempre se faziam desertos; mas aquela terra foi tirada dentre as nações, e todas elas habitarão seguramente.”
Esta guerra não será a batalha do Armagedom, mas sim a preparação para o cenário mundial da “angústia de Jacó”, conforme Jeremias 30.7.
serás visitado … como
prisioneiros na cova e depois de muitos dias eles serão visitados”.
Vale destacar que a expressão “depois de muitos dias serás visitado” e “no fim dos anos” são usadas como referências ao futuro escatológico do povo judeu (Ez 38.7-9).
V. MOTIVOS DA INVASÃO DE ISRAEL POR GOGUE
1. As riquezas de Israel. 38.10-13 “Assim diz o Senhor Deus: E acontecerá naquele dia que subirão palavras no teu coração, e maquinarás um mau desígnio. 11 E dirás: Subirei contra a terra das aldeias não muradas; virei contra os que estão em repouso, que habitam seguros; todos eles habitam sem muro, e não têm ferrolhos nem portas.12 A fim de tomar o despojo, e para arrebatar a presa, e tornar a tua mão contra as terras desertas que agora se acham habitadas, e contra o povo que se congregou dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra. 13 Sebá e Dedã, e os mercadores de Társis, e todos os seus leõezinhos te dirão: Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste a tua multidão para arrebatar a tua presa? Para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens, para saquear o grande despojo?”
“Subirei contra a terra das aldeias não muradas...”. É uma referência ao povo de Israel. Outras se acha no v. 8, “o povo que se congregou” e no verso 12, “o qual tem gado e bens” que se refere a simples vida dos israelitas.
2. A ganância de Gogue e sua
intenção de saquear Israel. A confederação liderada pelo Norte virá
contra uma terra segura e pacífica e atacará sobre os montes de Israel. No
verso 10, Ezequiel destaca que a invasão será motivada pelo desejo de Gogue de saquear
“o despojo, gado e bens, para levar a prata e o ouro”.
Os motivos da invasão de Israel por Gogue
serão principalmente dois: as riquezas de Israel, inclusive as do Mar Morto, petróleo
e gás no Mar Mediterrâneo, em frente à Faixa de Gaza, que tem sido feita
exclusivamente por Israel. “Assim diz o Senhor Deus: Esta é Jerusalém;
coloquei-a no meio das nações e das terras que estão ao redor dela.” (Ez 5.5).
Observe que no verso 13, algumas nações protestarão a invasão russa de Israel: “Sebá e Dedã, e os mercadores de Társis.
3. A colisão de nações liderada por
Gogue contra Israel.
Ezequiel 38.14-16 “Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: Assim
diz o Senhor Deus: Porventura não o saberás naquele dia, quando o meu povo
Israel habitar em segurança? 15 Virás, pois, do teu lugar, do extremo norte, tu
e muitos povos contigo, montados todos a cavalo, grande ajuntamento, e exército
poderoso. 16 E subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem, para cobrir a
terra. Nos últimos dias sucederá que hei de trazer-te contra a minha terra,
para que os gentios me conheçam a mim, quando eu me houver santificado em ti, ó
Gogue, diante dos seus olhos.”
Ezequiel descreve a magnitude da invasão, enfatizando que as nações do norte se unirão para atacar Israel. A invasão liderada por Gogue e suas nações aliadas pode parecer aniquilador e imparável, mas Deus é o protetor de Israel. Eles vêm “como uma nuvem” contra uma terra segura e pacífica e atacará sobre os montes de Israel.”
“Nos últimos dias sucederá que hei de trazer-te contra a minha terra, para que os gentios...”. Em primeiro lugar esta profecia se cumprirá nos últimos dias. Segundo lugar, Deus está no controle de todas as coisas, mesmo quando as nações unem-se contra Israel. E terceiro lugar “.... para que os gentios me conheçam a mim...”. A invasão de Israel, permitida por Deus, derramar-se-á na revelação da glória divina e a derrota dos inimigos.
4. O julgamento divino sobre os invasores. 38.17-22 “Assim diz o Senhor Deus: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio dos meus servos, os profetas de Israel, os quais naqueles dias profetizaram largos anos, que te traria contra eles? 18 Sucederá, porém, naquele dia, no dia em que vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, que a minha indignação subirá à minha face. 19 Porque disse no meu zelo, no fogo do meu furor, que, certamente, naquele dia haverá grande tremor sobre a terra de Israel. 20 De tal modo que tremerão diante da minha face os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra. 21 Porque chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes, diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará contra seu irmão. 22 E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele.”
No versículo 17 ao 22, o profeta descreve
a intervenção e o julgamento divino sobre Gogue e as nações aliadas. Deus age
em favor em defesa de Israel garantindo a vitória sobre seus inimigos.
No verso 19, Deus anuncia a destruição de Gogue por meio do “fogo do furor do Senhor” e de um grande terremoto que será tão intenso que as montanhas tremerão, as rochas se partirão e todos os muros cairão por terra”. Os exércitos em Ezequiel serão destruídos por contenda entre si, doença, desastres naturais: “da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele” (v. 22).
VI. DESTRUIÇÃO DA NAÇÃO DO NORTE
1. A intervenção divina. Ez 39.1-7 “Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. 2 E te farei voltar, mas deixarei uma sexta parte de ti, e far-te-ei subir do extremo norte, e te trarei aos montes de Israel. 3 E, com um golpe, tirarei o teu arco da tua mão esquerda, e farei cair as tuas flechas da tua mão direita. 4 Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, de toda espécie, e aos animais do campo, te darei por comida. 5 Sobre a face do campo cairás, porque eu o falei, diz o Senhor Deus. 6 E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o Senhor. 7 E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e os gentios saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.”
No capítulo 39, Ezequiel continua com a
profecia contra Gogue e seus aliados, a qual não se refere a uma segunda
invasão, mas trata de uma narrativa paralela.
O profeta destaca nesse capítulo a derrota
dos exércitos inimigos que cairão nos campos de Israel (vs. 4-5). Após a
batalha Israel usará as armas dos inimigos como combustível durante sete anos:
Ezequiel 39.9-10 “E os habitantes das cidades de Israel sairão, e acenderão o fogo, e queimarão as armas, e os escudos e as rodelas, com os arcos, e com as flechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e acenderão fogo com elas por sete anos. 10 E não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram, e despojarão aos que os despojaram, diz o Senhor Deus.”
A ideia nestes versículos não é que
armamentos modernos seriam usados como combustível para o fogo. A ênfase está
na destruição completa operada por Deus contra os inimigos de Israel, apesar de
terem soldados e armas em tão grande número que poderiam ser considerados
invencíveis.
A nação de Israel que trata as profecias
já mencionadas, deverá, na época da invasão ser muito poderosa belicamente,
sabendo que a nação de Israel, desde há muito é líder reconhecida em matéria de
estratégia de ataque e defesa. Nesse tempo Israel deve estar muito mais preparado
e fortalecida como nação.
O resultado desta batalha será que as
nações hão de saber que Deus é o Senhor (38.16, 23; 39.6, 7, 21, 23; conf. Is
45.23), enquanto que Israel jamais precisará duvidar da proteção do seu Deus.
Para Israel na Babilônia esta profecia
dava a certeza de que, uma vez restaurada à sua terra, o poder de Deus a
protegeria dos piores inimigos imagináveis.
No verso 9, Ezequiel relata que aqueles que vierem para saquear Israel serão eles mesmos saqueados.
2. A justiça de Deus em meio a guerra
e a destruição.
Ezequiel 39.11,13 “E sucederá que, naquele dia, darei ali a Gogue um lugar de
sepultura em Israel, o vale dos que passam ao oriente do mar; e pararão os que
por ele passarem; e ali sepultarão a Gogue, e a toda a sua multidão, e lhe
chamarão o vale da multidão de Gogue. 12 E a casa de Israel os enterrará
durante sete meses, para purificar a terra. 13 Sim, todo o povo da terra os
enterrará, e será para eles memorável dia em que eu for glorificado, diz o
Senhor Deus.”
O invasor e seus aliados serão totalmente
derrotados e arruinados no próprio território de Israel, por intervenção divina
direta.
As forças de Gogue serão reduzidas a nada, serão precisos sete meses para o sepultamento dos seus cadáveres (39.11-15), e também os seus corpos e sangue virão a ser uma festa para as aves e os animais (39.17-20), e as nações hão de saber que Deus é o Senhor, enquanto que Israel jamais precisará duvidar da proteção do seu Deus (39.22; 39.25-29).
VII. GOGUE E MAGOGUE NO APOCALIPSE
A expressão “Gogue e Magogue” também
aparece no livro do Apocalipse para descrever uma última batalha que precederá
o Juízo Final (Ap 20.7-10).
Antes do governo milenar de Cristo Satanás
será preso por mil anos. “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o
Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.” (Ap 20.2).
“E, acabando-se os mil anos, Satanás será
solto da sua prisão. E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro
cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as
ajuntar em batalha.” (Ap 20.8).
João continua a narrativa dizendo que as nações, persuadidas por Satanás, cercarão “o acampamento dos santos, a cidade amada”, porém um fogo descerá do céu e as devorará, resultando ainda na condenação eterna de Satanás no “lago de fogo que arde como enxofre”. Depois disso, João começa a descrever em detalhes a cena do Juízo Final. Portanto há duas batalhas chamadas de Gogue e Magogue, a primeira antes da Segunda Vinda em glória de Jesus e a outra no final do milênio. Elas são semelhantes no sentido que haverá grandes batalhas que destruirão completamente os inimigos de Deus e resultarão em mudanças importantes na Terra.
VIII. DIFERENÇA NA BATALHA DE GOGUE E ARMAGEDOM
1. Na batalha de Gogue são mencionados
aliados definidos, enquanto na do Armagedom todas as nações estão unidas (Jl
3.2. Sf 3.8. Zc 12.3. 14.4).
2. Gogue vem do Norte quando em Armagedom
os exércitos vêm do mundo todo (Ez 38.6-15. 39.2).
3. Gogue vem para saquear enquanto em
Armagedom as nações se unem para destruir o povo de Deus (Ez 38.11-12).
Gogue é o líder dos exércitos em sua
invasão, mas em Armagedom é a besta quem a lidera (38.7. Ap 19.19).
4. Os exércitos de Gogue são colocados em
ordem no campo aberto enquanto em Armagedom são vistos na cidade de Jerusalém
(Ez 39.5. Zc 14.2-4).
5. O Senhor pede ajuda na execução de julgamento sobre Gogue enquanto em Armagedom Ele é retratado pisando sozinho o lagar (Ez 38.21. Is 63.3-6).
IX. CONVERSÃO EM MASSA DE JUDEUS
Ez 39.7 “E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e os gentios saberão que eu sou o SENHOR, o Santo em Israel.”
Como resultado da intervenção divina salvando miraculosamente Israel, os judeus e as nações da Terra reconhecerão que há um Deus que governa todas as coisas. Ez 39.21,22: “Manifestarei a minha glória entre as nações, e todas as nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão, que sobre elas tiver descarregado. Desse dia em diante, os da casa de Israel saberão que eu sou o Senhor seu Deus.”
Isso resultará na conversão de muitos
judeus e no derramamento do Espírito Santo.
Além disso, no versículo 29, Deus diz: “Não vou esconder meu rosto deles por mais tempo, porque eu derramei o meu Espírito sobre a casa de Israel”, que é uma descrição da restauração espiritual de Israel a Deus depois de o Anticristo é derrotado que é consistente com o que o resto da Escritura diz sobre esse tempo. Isto pode acontecer no fim da Grande Tribulação.
Pr. Elias Ribas - Dr. em Teologia
Assembleia de Deus