TEOLOGIA EM FOCO: junho 2025

sexta-feira, 20 de junho de 2025

A CARTA Á IGREJA DE LAODICÉIA

 


Ap 3.14-21 “E ao anjo da igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! 16 Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. 17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. 19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei até ele, e com ele cearei, e ele comigo.21 Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A igreja de Laodiceia é a última das sete igrejas da Ásia Menor citadas no Apocalipse. Infelizmente a situação espiritual dessa igreja era miserável. Uma igreja em que os bens materiais sobejavam, mas desprovida espiritualmente. Nem quente, nem fria, uma igreja morna, indiferente à Palavra de Deus. Porém, o Senhor Jesus a amava e por isso aconselhou que buscasse um genuíno avivamento (Ap 3.18). O Senhor Jesus não quer que seus filhos se percam. Ele é aquele que traz o nosso pecado à tona, nos ensina como abandoná-lo e nos perdoa quando de coração sincero nos arrependemos. 

A igreja de Laodiceia recebeu a carta mais severa da parte de Cristo. Diferentemente das outras igrejas, em Laodiceia não havia nada elogiável. Porém, o Senhor Jesus Cristo buscava restaurar aquela igreja, e tinha um plano maravilhoso para ela. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

Nome de uma cidade que antes se chamava Dióspolis, mas foi fundada por Antíoco II, que lhe pôs o nome em honra de sua mulher a rainha Laodice. 

Era cidade principal da Frígida Pacatiana da Ásia Menor, e estava situada um pouco ao sul de colossos. Estava a 160 Km de Éfeso, e 80 Km de Filadélfia. 

A cidade de Laodiceia foi fundada em 250 a.C., por Antíoco da Síria, ela era importante pela sua localização e se enriqueceu por ficar no meio das grandes rotas comerciais

Laodiceia era uma cidade importante e muito rica. Fundada em 250 a.C.. 

Laodiceia era uma cidade bem localizada. Uma das cidades mais ricas da Ásia. 

·         Possuía a maior fábrica de roupas e de vestuários de lã preta, produto de ovelhas criadas nas suas vizinhanças.

·         Tinha uma escola de medicina onde se produzia um unguento que cura os problemas dos olhos.

·         Tinha um centro bancário. 

No Tempo dos apóstolos, Laodiceia era uma cidade próspera. Paulo fez referência dela quando escreveu a carta aos Colossenses 2.1 “Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e por quantos não viram o meu rosto em carne.” 

Pelo ano 65 da era cristã, Laodiceia foi destruída por um terremoto. 

Era uma cidade de grande riqueza, mas no ano 62 ela foi, junto com Hierópolis e Colossos destruída por um terremoto. Mas por causa de sua grande riqueza, ela pode ser reconstruída tão rápida e completamente que ao tempo em que João recebeu a revelação do apocalipse a catástrofe já havia sido esquecida. Foi reconstruída com recursos próprios, sem o auxílio do Império Romano. 

II. JESUS O PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO (V. 14). 

1. Testemunha fiel. V. 14 “E ao anjo da igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.” 

A palavra grega para testemunha na frase testemunha fiel e verdadeira é “martyreo”, da qual também derivamos a palavra “mártir”. Tendemos a pensar em um “mártir” como alguém que foi morto por sua fé, como de fato muitas testemunhas cristãs fiéis ao longo do tempo foram. 

Jo 14.6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” 

Jo 8.32, 36 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” 

1ª Tm 3.15 “Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” 

Se Laodiceia vive de mentiras e de aparências, Jesus não tem outra alternativa senão a de apresentar-se, ao seu pastor, como a Testemunha Fiel e Verdadeira. A Igreja de Cristo tem a obrigação de sustentar a verdade evangélica neste século maligno e mentiroso. 

Mas como poderá uma igreja morna e que tem a cara do mundo levantar-se como a voz profética de Deus? 

22. O princípio da criação. Refere-se a Jesus: Jo 1.1-2 “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez.” 

Cl 1.15-17 “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. 16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. 17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” 

2. Jesus é Onisciente. V. 15a “Conheço as tuas obras...”. 

O homem jamais consegue esconder-se do olhar de Deus.

Salmo 139.7-8 “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a mina cama no mais profundo abismo, lá estás também”. 

III. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICEIA 

1. Frieza espiritual. Vs. 15b-16 “.... que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. 

Deus vê todas as coisas e sabes todas as coisas que praticamos. Não temos como escondê-lo. 

Hb 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Pv 15.3 “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” 

1ª Pd 3.12 “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. 

2. Nem frio, nem quente (v. 15). Ao contrário de todas as outras cartas às igrejas da Ásia, o Senhor não faz nenhum elogio à igreja em Laodiceia, o que é, no mínimo, irônico. 

A igreja que mais destilava orgulho próprio – pois ao contrário das outras, não tinha nenhum problema com falsos mestres, com falsas doutrinas, também não sofria perseguição dos judeus ou dos romanos e era muito abastada em termos financeiros – foi a igreja a quem o Senhor não destinou nenhum elogio, mas recebeu a mais severa das correções. 

Nos dias de hoje tem pessoas que vem a igreja, mas não querem compromisso e nem responsabilidade com o Reino de Deus. Eles acham que estando dentro de uma igreja é o suficiente, ou seja, eles acham que a igreja lhe garante a salvação. 

O morno mistura a doutrina bíblica com o pecado, com as coisas do mundo. Isto é, ele anda em conformidade com o mundo. 

Rm 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 E não sejais conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” 

2.1. Como combater a frieza.

a) Orando (Comunhão com Deus). Ef 6.18 “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” 

1ª Ts 5.17 “...orai sem cessar....”. 

b) Jejuando. Mt 9.14-15 “Então, vieram a ele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? 15 E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.” 

Lc 2.37 “E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” 

c) Buscando santificar-se. 2ª Co 7.1 “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” 

Hb12.14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o senhor.”

d) Não deixando de congregar. Hb 10.25 “Não deixando nossa mútua congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” 

At 2.46 “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.” 

Sl 122.1 “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” 

3. “Vomitar-te”. V. 16 “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.” 

Perto de Laodicéia havias fontes de água mineral morna e emétrica, que o viajante sedento rejeitaria com nojo (ânsia de vomito). Este é o desgosto que Cristo sente para com uma igreja espiritual morna. Qualquer outra condição espiritual seria mais promissora. 

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, conhecidas por seus benefícios terapêuticos. No entanto, a água que chegava a Laodiceia através aquedutos que vinha destas fontes distantes e ao ser transportada se tornava morna e sem qualidade das fontes originais. Portanto, ela é conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo no Seu Senhor, Jesus Cristo. O Senhor usa esta metáfora para ilustrar a condição espiritual da Igreja. 

O vomito nada mais é do que uma ação natural do organismo para retirar aquilo que está fazendo mal para o corpo. É uma ação de proteção para o corpo. O indefinido será retirado do corpo. Esta ação é feita pelo Espírito Santo, que age para retirar do corpo aquilo que lhe faz mal. 

O desejo do Pai é que tenhamos uma vida de santificação em Sua presença, cheio do Espírito Santo, vivendo uma vida de comunhão com o Pai e com os irmãos. 

Pode-se supor que ao ouvirem o Evangelho, a primeira geração de cristãos em Laodiceia ardia como um fogo espiritual cheios de entusiasmo. Mas com o passar do tempo se tronaram mornos. Água quente ou fria tem utilidade. Contudo, para que serve a água morna de Laodiceia? 

Servem-no com seu serviço lerdo, com seus cultos sonolentos, com orações de ladainhas e com seu cuidado pastoral negligente. 

Observe que Jesus não diz: “Vou vomitá-los da minha boca”, mas diz que está “a ponto de” vomitá-los. O Senhor oferece a graça da mudança, é por isso que manda João escrever a carta, para tornar quente o que antes foi morno. 

4. Arrogância espiritual. V. 17a “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.” 

A igreja de Laodiceia se achavam auto suficientes, abastados, indiferente e prevalecente da soberba e das riquezas. 

A cidade era prospera o povo era rico materialmente, não tinha falta de nada. 

Havia indústria, e um centro bancário, mas Jesus diz: “Não sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”. 

O orgulho de Laodiceia através de suas riquezas (seu centro bancário, seus ofalmos, seus colírios, sua fabricas de tecidos) serviram para dar visão e decadência espiritual. 

Jesus não está condenando as riquezas, mas o orgulho e o amor pelas riquezas materiais.

1ª Tm 6.10 “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 

Mateus 6.33-34 “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 4 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” 

A igreja de Laodiceia precisava desesperadamente da graça que regenera, das vestes da justiça de Cristo e de olhos do coração iluminados pelo Espírito Santo. 

O que nos lembra esse discurso? A retórica do querubim ungido ao apostatar-se de sua posição junto ao trono do Altíssimo (). Comportam-se assim as igrejas que, por causa de sua prosperidade material, julgam-se ricas, mas espiritual e ministerialmente são paupérrimas. 

Is 14.13,15 “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. 14 Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. 15 E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” 

5. Cegueira espiritual. V. 17b “...e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.”

Apesar de ter o melhor colírio, Jesus chama de cegos.

Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Grande Médico. Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores. Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor.

Lucas 5.31-32 “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos. 32 Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.” 

IV. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA 

V. 18 “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” 

1. Ouro refinado pelo fogo. A menos que o anjo da Igreja em Laodiceia adquirisse os tesouros da sabedoria e da ciência em Cristo, continuaria a levar uma vida miserável (Cl 2.2,3). Como adquirir tais tesouros? Cristo no-los coloca à disposição: 

Cl 2.2-3 “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e em todas as riquezas da plena certeza da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo. 3 Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.” 

Tg 1.5 “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.” 

2. Vestiduras brancas. V. 18b “...e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez...”. 

Redimidos pelo sangue do Cordeiro, nossas vestes tornaram-se mais alvas que a neve (Is 1.18). Sim, Ele mudou-nos as vestiduras que, manchadas pela iniquidade, envergonhavam-nos diante de sua justiça e santidade (Zc 3.1-10). 

Is 1.18 “Vinde então, e raciocinemos juntos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” 

Zc 3.3-5 “Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo. 4 Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestes finas. 5 E disse eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e vestiram-no das roupas; e o anjo do Senhor estava em pé.” 

Ap 19.7-8 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. 8 E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” 

3. Colírio. V. 18c “E que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” 

A cidade tinha os melhores oftalmos do mundo, os melhores colírios, mas Jesus aconselha que compres colírio para ungires os olhos. 

Tinham o colírio material, mas não tinha unção do Espírito Santo. Sem está unção o cristão não vê espiritualmente se não só materialmente.

Tinham um centro bancário, mas Jesus chama de pobres. 

Tinham as melhores roupas, mas Jesus chama de nu. 

Tinham os melhores colírios, mas Jesus chama de cegos. 

A cegueira espiritual era o grande problema da igreja em Laodiceia: não conseguia ver a própria miséria nem podia perceber a sua nudez. Por isso o Senhor Jesus aconselha o seu anjo: “aconselho-te que de mim compres [...] colírio, para que vejas” (Ap 3.18). 

3.1. Onde encontrar o verdadeiro colírio.

A. Jesus é o colírio espiritual. Jesus refere-se ao colírio espiritual para que o homem veja a verdade. 

Jo 8.32, 36 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. 

Quando o povo não conhece a verdade está cego, nu e desgraçada. Anda em caminhos errantes. 

B. Na Palavra. Nas Sagradas Escrituras. Lendo-a, conseguimos ver todas as coisas perfeitamente.

Sl 119.105 “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” 

C. A Palavra é o colírio para nossos olhos espirituais. Jo 15.3 “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.” 

D. A Palavra vai lavar nossos olhos. Ef 5.26-27 “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra. 27 Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” 

E. Não pode ver o reino de Deus quem não ungir seus olhos como o colírio espiritual.

Jo 3.5 “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” 

Simboliza a nossa vida limpa pelo fogo da Palavra de Deus. Jo 17.17 “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” 

2ª Co 6.17-18 “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei. 18 E eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.” 

V. A EXORTAÇÃO À IGREJA DE LAODICEIA 

Vs. 19-20 “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei até ele, e com ele cearei, e ele comigo.” 

1. Cristo chama atenção desta igreja ao arrependimento. E para que isto aconteça, Ele disciplina, ensina, aconselha, fala, para que todos venham ao arrependimento.

O arrependimento é o caminho para o céu. At 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e para que venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” 

2. “Eis que estou a porta e falo” (V. 20).

A Palavra “fala” no gr. é Lego – Eu digo, eu falo). 

A igreja de Laodiceia havia colocado Jesus para o lado de fora. Jesus está literalmente batendo à porta da igreja de Laodiceia, implorando para ser admitido. Isso indica que a igreja se tornou tão arrogante e insensível aos apelos espirituais de Jesus que Ele foi essencialmente mantido do lado de fora, rejeitado em vez de ser acolhido. 

Aqueles que estão com a porta fechada podem abrir e desfrutar de uma intima compaixão com o Senhor. O fato de Ele esperar pela abertura da porta mostra o paradoxo da graça e responsabilidade pessoal. 

Aquele que ouvir a voz do mestre e abrir o seu coração, então Ele entra para cear e para morar. O nosso corpo é o templo do Espírito Santo, e quando abrimos o nosso coração, Ele habita em nós (faz morada) e somos ricamente abençoados por Ele, nesta vida e na vida eterna. 

VI. A PROMESSA À IGREJA DE LAODICEIA 

1. Vencedores. V. 21-22 “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

Aos vencedores, Ele prometeu uma eternidade de comunhão com Deus para aqueles que ouviram sua voz e abriram seus corações. Assim como Cristo participa do trono do Pai, Ele prometeu que os vencedores participarão do seu trono. Aquele que ouve a voz de Cristo e o recebe em sua casa, também será recebido por Ele na glória eterna. 

2. Ouça o que o Espírito diz ás igrejas (22). 

Ouça e não te faças de surdo escute a voz terna de Jesus e abra o seu coração para que Ele faça morada. Escute ouça o que o “Espírito diz as igrejas”. 

CONCLUSÃO:

Frieza espiritual é um grande perigo, e o motivo desse mal foi ensinado por Jesus

Mt 24.12 “Por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos esfriará.” 

Por se multiplicar a iniquidade no coração dos crentes. A frieza espiritual acontece quando damos lugar ao pecado em nossos corações. A frieza é causada pela demasiada preocupação com as coisas materiais; a frieza espiritual é causada pelo menosprezo a comunhão com Deus; e a frieza espiritual é causada pela indiferença com respeito as a eternidade. 

Tinham tudo, mas Jesus chama de infeliz e miseráveis. 

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 18 de junho de 2025

A CARTA À IGREJA EM FILADÉLFIA

 


Ap 3.14-21 “Ao anjo da Igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas, o princípio da criação de Deus. 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. 16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. 17 Pois dizes: Estou rico e abastardo e não preciso de coisa alguma, nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifestada a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. 19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou á porta e bato (falo); se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás igrejas”. 

Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, encontramos duas que não contêm nenhuma crítica das igrejas: A carta à igreja em Esmirna, uma congregação pobre que enfrentava perseguição, e a carta à igreja em Filadélfia, uma congregação fraca e limitada, mas que dependia de Deus.

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo no seu Senhor, Jesus Cristo. 

A carta à igreja em Filadélfia, destaca a fidelidade e perseverança da igreja, apesar das dificuldades, e promete recompensas para aqueles que perseverarem. A mensagem de Jesus é que, apesar de pouca força, a igreja guardou a sua palavra e não negou o seu nome. Ele reconhece a importância da igreja em abrir portas e afirma que ela tem um lugar especial em sua história. A carta também oferece um chamado para os membros se aproximarem de Jesus e receberem o seu amor e perdão. 

Ao Anjo da Igreja em Filadélfia (3.7-13). 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

1. A igreja em Filadélfia (7): Filadélfia significa amor fraterno ou amor entre irmãos.

As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontra no Apocalipse (1.11; 3.7).

A cidade de Filadélfia era a mais jovem em da Ásia Menor.

A cidade de Filadélfia gozava uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmão, assim dando origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Foi localizada num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia. 

Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo. Cl 4.13-16 “Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e pelos que estão em Hierápolis. 14 Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas. 15 Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. 16 E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também seja lida na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodiceia lede-a vós também.” 

II. JESUS SE APRESENTA PARA A IGREJA 

1. Estas coisas diz o santo, o verdadeiro (7): Nesta carta, Jesus não empregou as descrições do capítulo 1 para se identificar. Ele afirma ser o santo e o verdadeiro. São características divinas (6.10). A santidade é uma das qualidades principais de Deus (veja Ap 4.8; Is 6.3). Ninguém é igual ao Santo Deus (Is 40.25). A palavra “verdadeiro” é usada frequentemente no Novo Testamento, e especialmente nos livros de João, em referência a Deus (Pai e Filho). (Veja João 3.33; 7.28; 8.26; 17.3; 1ª João 5.20; Apocalipse 3.7; 6.10; 19.11; Romanos 3.4; 1ª Tessalonicenses 1.9). Enfatiza a sinceridade dele, em contraste com a falsidade dos judeus em Filadélfia. 

2. Aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá (7): Esta linguagem vem de Isaías 22.20-24, onde a autoridade sobre Jerusalém e sobre Judá é transferida a Eliaquim. A chave representa autoridade e poder. Jesus, como descendente real de Davi, controla o acesso ao reino de Deus. Ele abre, e ninguém é capaz de fechar. Ele fecha, e ninguém consegue abrir. 

3. Conheço as tuas obras (8): Como afirmam todas as cartas, Jesus conhece de primeira mão as obras dos cristãos em Filadélfia. 

III. A FIDELIDADE DA IGREJA 

1. Tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar (V. 8): Antes de falar sobre as obras deles, Jesus já oferece encorajamento a esses discípulos. Mesmo sendo servos fiéis, eles sentiram fracos e, talvez, incapazes de cumprir bem seus deveres ao Senhor. Jesus queria assegurá-los de sua fidelidade para com os seus servos.

Portas abertas representam acesso e oportunidades. Deus abre a porta da fé quando oferece o evangelho aos homens (At 14.27), assim lhes dando acesso à comunhão com ele. Abre portas de trabalho para seus servos divulgarem a palavra (1ª Co 16.9; 2ª Co 2.12; Cl 4.3). Aqui ele não fala especificamente da natureza das oportunidades dadas aos discípulos em Filadélfia, mas garante que as portas ficariam abertas. Hoje, quando Deus abre portas de oportunidade para nós, devemos aproveitá-las (Tg 4.17). 

2. Uma igreja com pouca força, mas com fé. V. 8) Fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não condena esta igreja por nenhum erro, mas diz que ela tinha pouca força. Pode ser que fossem poucos em número, ou de outra maneira limitados em capacidade. Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar mais em Deus e depender de sua força (2ª Cr 12.9-10). Como Eliseu venceu os siros pelo poder de Deus (2º Reis 6.16-17), os fiéis em Filadélfia teriam sua vitória pela força de Jesus. 

3. Entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (V. 8): Apesar de suas limitações, a igreja em Filadélfia se mantinha fiel. Guardava a palavra de Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia (Jo 12.48-50). Esta nova aliança entrou em vigor após a morte de Jesus (Hb 9.15-17; 8.6-13). Devemos obedecer a perfeita lei da liberdade que Jesus nos deu (Tg 1.25). Eles defendiam o nome de Jesus e não o negaram. 

4. A sinagoga de Satanás (9): Havia uma sinagoga de Satanás, uma congregação de falsos judeus, também em Esmirna (2.9). Sabemos do livro de Atos que as primeiras perseguições da igreja, tanto em Jerusalém como na Ásia, foram feitas por judeus. A igreja em Filadélfia sofreu por causa desses falsos judeus. 

5. Eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei (9): Apesar de serem fracos, os discípulos em Filadélfia ficariam do lado do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos (Is 60.14). Os servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo sobre as nações (Ap 20.4; Ap 2.26-27), mas a glória e a adoração ainda pertencem totalmente ao Senhor. Esta honra serviria de prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos judeus os odiavam, mas o Senhor e Cristo os amava! 

6. Porque guardaste a palavra da minha perseverança (10): Não desistiram! 

7. Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra (10): Os discípulos em Filadélfia seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. Pode ser uma referência à perseguição que começou no reinado de Domiciano e que causou terrível sofrimento e a morte de centenas de milhares de pessoas. Independente da natureza específica desta provação, Jesus prometeu proteção (mas não isenção de sofrimento) aos fiéis em Filadélfia. Ainda precisariam conservar o que tinham (3.11). 

8. Venho sem demora (11): A vinda de Jesus traria alívio para os servos que sofriam pelo nome dele, e castigo terrível para os perseguidores e imundos. Para a maioria em Sardes, seria um dia de angústia (3.3). Para os cristãos em Filadélfia, seria um dia de alívio. 

9. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (11): Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar e permanecer fiéis até o fim. 

IV. PROMESSAS AOS VENCEDORES 

1. Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus (12): As colunas de Filadélfia racharam e caíram no terremoto algumas décadas antes, mas as colunas no verdadeiro templo de Deus jamais seriam destruídas. Estas não são de pedra; são colunas vivas e firmes. Jesus não fala somente de líderes nas igrejas (Gl 2.9), mas de todos os vencedores fiéis. Os discípulos do Senhor são, ao mesmo tempo, pedras vivas e sacerdotes (1ª Pe 2.5-9). 

2. Daí jamais sairá (12): Os vencedores permanecerão no templo para sempre. Gozarão comunhão eterna com Deus.

3. Gravarei...sobre ele (12): Várias descrições mostram a posição privilegiada do vencedor. Nomes gravados sugerem posse. O vencedor pertence a Deus. Ele faz parte do “povo de propriedade exclusiva de Deus (1ª Pe 2.9). Ele também pertence à cidade de Deus, a nova Jerusalém. A nova Jerusalém é a noiva de Cristo (21.2). O vencedor faz parte da noiva, da igreja que pertence somente a Jesus. Ele recebe, também, o nome de Cristo. Jesus confessará abertamente os nomes dos seus servos (Mt 10.32). 

4. Quem tem ouvidos...ouça (13): Jesus viria logo para castigar e salvar. É importante ouvir a sua mensagem e estar preparado. 

CONCLUSÃO: Como identificar uma igreja boa? Seria a maior? A mais ativa? A mais conhecida? A mais rica? Certamente Jesus julga por critério diferente do nosso. Ele pode ver uma igreja pobre ou fraca como uma congregação fiel, dedicada e perseverante. Ao invés de tentar impressionar os homens, devemos nos dedicar ao desenvolvimento do caráter que agrada a Deus.

A Igreja de Filadélfia nos ensina sobre fidelidade a Deus e amor ao próximo. Esta é a Igreja que Deus quer, uma comunidade viva e perseverante na Palavra. O Senhor quer abrir portas para o anúncio do Evangelho e nos levantar como colunas em sua Obra.

Pr. Elias ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC