2ª Coríntios 11.13 “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.”
INTRODUÇÃO
Advertência de Jesus. Mateus 24.23,24 “Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito. 24 - Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”
Cristo deu uma advertência nefasta, de que muitos viriam em Seu nome, ensinariam uma mensagem diferente e enganarão a muitos. Eles iriam criar uma imitação do “verdadeiro cristianismo”, iniciando uma religião que em grande parte suplantaria a verdadeira Igreja.
Jesus predisse que alguns clamariam Seu nome, mas O negariam por suas ações. Ele disse que O chamaria de “Senhor, Senhor”, mas não fariam o que Ele manda (Lucas 6.46).
Cristo e Seus apóstolos falavam sobre os falsos profetas, falsos apóstolos e falsos irmãos. Eles revelaram que duas religiões opostas iriam surgir; ambas reivindicando cristãs. A verdadeira Igreja fundada por Jesus é guiada pelo Espírito de Deus e permaneceria fiel aos Seus ensinamentos. A outra (a falsa igreja), é guiada e influenciada por um espírito diferente; aceitaria o nome de Cristo, mas distorcer Seus ensinamentos para criar uma falsificação convincente da verdadeira Igreja de Deus.
1. Os falsos
ministros torcem as Escrituras.
Na tentação de Jesus. Mateus 4.5-6 O diabo coloca mal as Escrituras para Jesus dizendo: “Se tu és o Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e eles te sustentarão nas mãos, para não tropeçar nalguma pedra”. (Está escrito no Salmo 91.12).
Satanás cita as Escrituras, mas usa o Sl 91.11-12 de
um modo exatamente oposto ao do sentido original.
Jesus pôde resistir a todas as tentações do Diabo
porque não apenas conhecia as Escrituras, mas também as obedecia. Em Efésios 6.17,
é dito que a Palavra de Deus ó uma espada que devo ser usada no combate
espiritual. Conhecer os versículos bíblicos é um importante passo para nos
ajudar a resistir aos ataques do Diabo, mas também devemos obedecer á Palavra
de Deus.
Note que Satanás conhecia as Escrituras, mas falhara
em obedecê-las. Conhecer e obedecer à Palavra nos ajuda a fazer a vontade de
Deus, ao invés de satisfazer a vontade do Diabo.
O Salmo 91 é uma exortação para se confiar em Deus; Satanás tenta substituir a confiança por um teste, lançando dúvida sobre a fidelidade de Deus. Não há lugar para a presunção em uma grande fé. Fé e presunção são incompatíveis. Bíblia de Genebra.
Na tentação do Éden. Gênesis 3.1-5 “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 2- E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos. 3- Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4- Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5- Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”
Neste texto vemos que Satanás distorce e acrescenta os mandamentos de Deus, mente, engana e ilude; ele é considerado o pai da mentira (Jo 8.44). Observemos como ele atuou na tentação de Jesus (Mt 4.1-11). Nos versos 2 e 3 do capitulo 4 de Mateus, percebemos que ele foi paciente, aguardou o momento de maior fragilidade de Jesus para agir. Ele não agiu com precipitação. Satanás esperou concluírem os quarenta dias de jejum para iniciar seus ataques.
Na igreja primitiva. “Então alguns que tinham
descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme
o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.” (Atos 15.1).
Os apóstolos do primeiro
século, foram os primeiros a refutar os falsos ensinos que os fariseus estavam
acrescentado no evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Com o passar do tempo e o
crescimento naturalmente começaram a surgir os conflitos. O primeiro deles
consequência da conversão dos judeus.
A igreja agora não é mais
um povo, ela é universal, porém os cristãos judeus começaram a pregar por conta
própria que a salvação só estaria completa após a circuncisão.
Isso naturalmente gerou
uma grande confusão. Para resolver os apóstolos se reuniram em Jerusalém para
discutir a questão.
Em Atos 15.7-11, o parecer
de Pedro diante da questão é de que a circuncisão é algo totalmente irrelevante
após a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Pedro argumenta que agora somos salvos somente pela fé, mediante a graça de Deus, ou seja, não há mais nada que possamos fazer, além de crer em Jesus que seja capaz de nos salvar.
Os fariseus estavam perturbando
os apóstolos, em Atos dos Apóstolos 15.24 “Porquanto ouvimos que alguns que
saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas
almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós
dado mandamento.”
Atos 15.12-21: Tiago irmão do
Senhor Jesus concorda com Pedro, e diz que é desnecessário impor o pesado julgo
da Lei aos gentios.
Atos 15.24 “Porquanto
ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e
transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a
lei, não lhes tendo nós dado mandamento.”
Os fariseus da era apostólica
estavam acrescentando algo mais no evangelho de Cristo, mas neste concílio o
Espírito Santo estava presente e orientava os apóstolos para que eles pudessem
entender o verdadeiro sentido da graça de Cristo e não impor nem um encargo
(leis) além do que já haviam aprendido com Cristo.
Atos 15.28,29 “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: 29- Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá.”
A independência da igreja é
respeitada. As conclusões do concílio apostólico são escritas e enviadas como
mandamentos de uma hierarquia, mas como conselhos importantes. O selo do
Espírito Santo adiciona peso e harmonizaria possíveis divergências.
Encontramos neste contexto a
narrativa que demonstra a importância para aqueles que têm o ministério do
ensino ficar atentos a certos ensinos que contrariam a fé cristã. São muitas as
fontes que ameaçam a Igreja.
O homem não tem a liberdade de escolher partes da Palavra de Deus que lhe agradam e rejeitar outras, ou ele obedece ou não.
2. Desestimulando os irmãos ao estudo da Palavra. 1ª Jo 2.26-27 “Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam. 27- Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou”.
Este verso já produziu (e produz) várias interpretações erradas, heresias e conceitos errôneos. Por quê? Porque falsos irmãos (a maioria) são preguiçosas intelectualmente, não pesquisam, preferem ancorar em seu juízo ético, desprovido de lógica e razão.
A Primeira Epístola de João não é endereçada a uma pessoa específica, mas por seus escritos podemos supor que ele escreveu aos fiéis (ver 1ª João 1.3–4; 2.12–14), talvez àqueles que habitavam a Ásia Menor (atual Turquia), onde, segundo fontes históricas, João pode ter vivido e ministrado no final do primeiro século d.C.
“...Dos que vos
enganam.” (no verso 26), refere-se aos falsos
mestres, ou anticristos. O pronome indica que é possível os cristãos serem
enganados por ensinamentos falsos. Nessa época, falsos mestres haviam criado uma divisão
entre os santos na região (ver 1ª João 2.18–19, 22, 26; 4.1) e a apostasia
estava se disseminando na Igreja. Uma filosofia, em particular, que estava
ganhando popularidade era o Docetismo. O Docetismo fazia parte de um movimento
maior conhecido como Gnosticismo. Um dos principais ensinamentos das muitas
formas de Gnosticismo era que o espírito era absolutamente bom, e que a
matéria, incluindo o corpo físico, era totalmente má.
Os seguidores do Gnosticismo acreditavam que a salvação não era alcançada ao nos libertarmos dos pecados, mas ao libertarmos o espírito da matéria, em outras palavras, do corpo físico. Eles também acreditavam que a salvação era alcançada por meio de um conhecimento especial (gnose) e não pela fé em Jesus Cristo.
“...e não tendes necessidade de que alguém vos ensine...”. O apóstolo João escreveu está carta para combater os falsos ensinos que os gnósticos estavam disseminado entre os irmão novos convertidos. Ao escrever “...e não tendes necessidade de que alguém vos ensine...”, ele está dizendo que não há necessidade que eles (os falsos mestres) vos ensinem, ou seja, venham vos enredar com ensinos falso.
Unção. A unção que Dele recebestes... do Espírito Santo no
dia do pentecoste (At 1.8; 2.1-5), permanece em vós e Ele vos ensinará todas as
coisas (João 14.15-26), e não há necessidade que ele os falsos mestre vos ensine,
e o Espírito do Senhor é quem concede este ministério de ensino a Igreja para o
aperfeiçoamento dos santos (Efésios 4.11, 12).
Deus estruturou muito bem a igreja em todos os sentidos, levantando mestres para esta função. Os cristãos não precisavam de mestres gnósticos e orientadores sobre temas espirituais (pois tinham a verdade) fora da Igreja, como estava sucedendo nos dias de João. Muitos crentes estavam ignorando o ministério do mestre cristão, que é oficializado por Deus.
Contudo, existe outra distorção deste versículo. São seguimentos (seitas) que ignoram e não aceitam este ministério instituído pelo Senhor. Pensando que os mesmos não necessitam de ensinadores, acreditando receber diretamente do Espírito Santo o verdadeiro ensino. É evidente que às vezes, o Espírito do Senhor nos ensina algo sem intermédio de um mestre, não se questiona isto! Porém, esta orientação recebida pelo Espírito da verdade, não pode entrar em choque com outra verdade bíblica! Por exemplo, às vezes, o Espírito Santo nos ensina diretamente, porém não posso ignorar a existência do ministério de um mestre, que foi constituído pelo próprio Senhor Jesus Cristo: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo (Efésios 4.11, 12). Enumeras seitas ignoram esta lógica que é tão clara!
3. Serão castigados os que aborrecem o ensino.
Pv 1.27-29 “Em vindo
o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho,
quando vos chegar o aperto e a angústia. 28- Então, me invocarão, mas eu não responderei;
procurar-me-ão, porém não me hão de achar. 29- Porquanto aborreceram o conhecimento
e não preferiram o temor do SENHOR; 30- não quiseram o meu conselho e desprezaram
toda a minha repreensão. 31- Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e
dos seus próprios conselhos se fartarão. 32- Os néscios são mortos por seu desvio,
e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição. 33- Mas o que me
der ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal.
Observe que o conhecimento e o temer ao SENHOR estão
intimamente relacionados. Provérbios 1.7 “O temor do Senhor é o princípio do
conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Segundo a versão
NVI, “não quiseram aceitar o meu conselho e fizeram pouco caso da minha
advertência,”.
“...comerão do fruto do seu próprio caminho...”. Tal como eles semeiam, assim colherão, de acordo com a lei eterna da justiça (ver Gal 6.7-8). Este é o resultado daqueles que rejeitaram a sabedoria e a instrução, serão ridicularizados quando chegar a hora de enfrentarem o juízo inevitável de sua insensatez (Sl 2.4). Ainda assim, a Sabedoria da risada de júbilo diante da obra de Deus e deleita-se por causa do povo de Deus (Pv 8.30,31).
4. Não serão
ouvidos pelo Senhor quem despreza o ensino. Pv 28.9 “O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até
a sua oração será abominável”.
Quem despreza a Palavra de Deus, está fora do contato
com Deus, e a sua oração então já é desprezada. Quem não quer ouvir não merece
ser ouvido.
A quem você tem dado ouvidos? Não foi sem razão que
Cristo nos advertiu: “Vede que ninguém vos engane” (Mateus 24.4).
5. Sofrerão maior
juízo os que ensinam mal. Tg 3.1 “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos
de receber maior juízo”
Tiago dá um conselho a
alguns irmãos: não sejam muitos de vós mestres. Por que ele dá esse conselho?
Alguns queriam ser mestre, porém não tinham recebido tal capacitação (Ef 4.10-11)
As pessoas que aspiravam a posição de mestre não atinavam que os mestres receberão juízo na condição de mestre e nem da necessidade de estar enquadrado em alguns quesitos conforme o apóstolo Paulo ensinou seu filho na fé (1ªTm 3.1-10).
Mt 23.14 “Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar,
fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo”!
O aí de Jesus para os falsos mestre de Sua época, é um aí de juízos porque haviam O rejeitado bem como Seus ensinos, assim também aqueles que rejeitam a verdade de nosso Senhor Jesus Cristo. Paulo é bem claro ao escrever aos Romanos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça.” (Rm 1.18).
6. Não sejas negligente
e não despreze o ensino. Pv 5.11-14 “E gemas no fim de tua vida, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,
12- e digas: Como aborreci o ensino! E desprezou o meu coração a disciplina! 13-
E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem a meus mestres inclinei os
ouvidos! 14- Quase que me achei em todo mal que sucedeu no meio da assembleia e
da congregação”.
A frase: “O meu povo perece por falta de conhecimento” traz em seu significado o princípio de que a falta do conhecimento de Deus leva o homem à ruína. As pessoas que desprezam a revelação de Deus através de Sua Palavra não podem ter comunhão com Ele, pois nem mesmo sabem quem Ele é. Separadas de Deus, essas pessoas não encontram outra coisa se não o sofrimento.
O Senhor nos deixou em Sua Palavra tudo o que precisamos conhecer a fim de vivermos felizes e plenamente realizados, ainda que as coisas pareçam não ir muito bem.
7. Ouça e guarde as palavras do sábio.
Pv 22.17-21 “Inclina o ouvido, e ouve as palavras dos sábios, e aplica o coração ao meu conhecimento. 18- Porque é coisa agradável os guardares no teu coração e os aplicares todos aos teus lábios. 19- Para que a tua confiança esteja no SENHOR, quero dar-te hoje a instrução, a ti mesmo. 20- Porventura, não te escrevi excelentes coisas acerca de conselhos e conhecimentos, 21- para mostrar-te a certeza das palavras da verdade, a fim de que possas responder claramente aos que te enviarem?”
Salomão orienta seu ouvinte para que “preste atenção e ouça os ditados dos sábios”. Mas não basta ouvir conselhos, sendo preciso “guardá-los no íntimo e tê-los todos na ponta da língua”, o que quer dizer que é necessário estudar o ensino sábio a ponto de poder repeti-lo e pô-lo em prática no dia a dia. É claro que a sabedoria pode vir de muitos lugares, mas Salomão se apresenta como alguém apto para instruir e portar “palavras dignas de confiança”. É bom lembrar que a sabedoria desse mestre foi proporcionada pelo próprio Deus, o qual também o tornou um dos escritores da sua Palavra inspirada. Assim, atender aos conselhos de Salomão e de todos os demais escritores bíblicos é dar ouvidos à sabedoria.
Conclusão.
Deus precisa de obreiros aprovados, que não tem de que se envergonhar e
que maneje bem a palavra da verdade.
Para finalizar quero fazer minha as palavras do
grande sábio Salomão: “Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e ao entendimento chama
teu parente”.
O obreiro do Senhor deve
ter a certeza da vocação (Ef 4.1-3);
Manejar bem a Espada (2ª
Tm 2.15);
Examinar a Palavra (Jo 5.3);
Deve adquirir habilidade (Pv
1.1-3).
Jesus venceu o Diabo usando a majestosa Palavra de
Deus dizendo está escrito, está escrito... (Mt 4.11). Por esta razão o mestre
Jesus diz: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida
eterna, e são elas que de mim testificam.” (João 5.39).
Os líderes religiosos judeus deviam procurar
cuidadosamente nas Escrituras, mas não viram que Jesus era o Messias nem creram
nele (v. 38). Também há aqueles que hoje conhecem as Escrituras, mas não
permitem que elas os guiem. A promessa de Deus é abençoar não aqueles que leem
a Bíblia, mas aqueles que vivem segundo os princípios nela ensinados (Ap 1.3;
Tg 1.22-25).
Muitos líderes estão errando por não conhecerem as
Escrituras, por não compreenderem a Palavra de Deus corretamente, ou não
fazerem por onde compreendê-la. Mateus 22.29
“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de
Deus”.
Pr. Elias Ribas