TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 19 de junho de 2019

A NUVEM DE GLÓRIA



TEXTO ÁUREO
“Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; seja a tua glória sobre toda a terra.” (Sl 57.5).

Verdade Prática
Adoremos e louvemos a Deus, pois a sua glória enche os Céus e a Terra.

LEITURA BÍBLICA
Êxodo 40.34-38; Números 9.15,16

Êxodo 40.34-38 “Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo, 35 de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. 36 Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. 37 Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava; 38 porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.”

Números 9.15-16 “E, no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã. 16 Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo.”

INTRODUÇÃO.
- Nesta lição estudaremos a definição exegética e etimológica das palavras “glória” e “shekhinah” de Deus; pontuaremos a glória de Deus revelada plenamente na pessoa de Jesus Cristo; e por fim, falaremos da glória do Senhor revelada na vida do crente fiel.

- Êxodo 40 e Números 9 registram o cuidado de Deus com Israel. Na caminhada no deserto rumo à terra prometida, uma nuvem permanecia sobre o Tabernáculo. A imagem dessa nuvem marcou a história de Israel, pois ela cobria a “Tenda da Congregação”, enchia o Templo, enfim, um símbolo vivo de que Deus estava entre o seu povo. Anelemos por essa maravilhosa presença!

I. DEFINIÇÃO O TERMO GLÓRIA
1. Definição exegética do termo.
- O vocábulo mais comum para glória é “kavôd” que significa: “glória, peso, esplendor, copiosidade, majestade, riqueza” dando a ideia de alguma coisa muito importante (Êx 33.18; Sl 72.19; Is 3.8; Ez 1.28).

- A glória de Deus é a revelação de Seu próprio ser, da natureza e da Sua presença para a humanidade e leva o homem a reconhecer a grandeza de Deus e a sua pequenez e indignidade (Is 42.8; 48.9-11; 60.2). A palavra “glória” é uma das mais ricas e diversas no contexto linguístico do AT e são encontrados pelo menos oito termos para designá-la no AT (Êx 40.35; 1º Sm 4.22; 1º Sm 6.5; 1º Rs 3.13; 8.11; 1º Cr 16.28; 29.12; Is 11.10; 24.23; 42.12; Dn 2.37; 1º Cr 29.11,13).

- Na Bíblia, a glória de Deus está muitas vezes associada a brilho, esplendor e a majestade do Todo-Poderoso (Ez 1.28; Lc 2.9; Mt 17.5). Ela descreve a presença visível de Deus como uma nuvem escura, trovões, relâmpagos (Êx 19.9,16,18; 20.18). A manifestação física de que a presença de Deus estava chegando (a glória de Deus) poderia ser a aparência de um fogo consumidor (Êx 24.17; Dt 4.24; Hb 12.29), no caso de Sua autoridade e Seu poder serem vistos. Em outros casos, quando Seu propósito era outro e Ele desejava mostrar outro aspecto do Seu caráter, ao invés de fogo (Êx 13.21; Nm 9.15-16) aparecia nuvem, fumaça, vento ou, então, o cicio suave [BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRAS CHAVES: HEBRAICO E GREGO, 2011, pg.1700].

2. Definição etimológica do termo.
- A nuvem que aparecia durante o dia sobre o Tabernáculo era uma forma da “glória visível de Deus” sobre o Santuário. Moisés viu parcialmente esta “glória” na coluna de nuvem e de fogo (Êx 13.21). Em Êxodo 29.43 ela é chamada “minha glória” (Is 60.2).

- A majestade da glória de Deus é tão grandiosa que nenhum ser humano pode vê-la de maneira plena e continuar vivo (Êx 33.18-23). Quando muito, pode-se ver apenas um “aparecimento parcial da glória do Senhor” (Ez 1.26-28). Neste sentido, a glória de Deus designa Sua singularidade, Sua santidade e sua transcendência (Is 6.1-3; Rm 11.36; Hb 13.21). Ela cobriu o Sinai quando Deus outorgou a Lei (Êx 24.16,17), encheu o Tabernáculo (Êx 40.34), guiou Israel no deserto (Êx 40.36-38) e posteriormente encheu o templo de Salomão (2º Cr 7.1; 1º Rs 8.11-13). Mais precisamente, Deus habitava entre os querubins no Lugar Santíssimo do templo (1º Sm 4.4; 2º Sm 6.2; Sl 80.1).

3. Quando “a nuvem cobriu a tenda da congregação”.
- A nuvem aparecia durante o dia sobre o Tabernáculo. Era a shekinah de Deus sobre o Santuário. Embora o termo não se encontre no texto original do Antigo Testamento, shekinah é uma palavra adotada pela tradição judaica. Os sábios judeus evitavam a palavra kaboth (ou kabod), que significa “glória”, por causa de sua sacralidade (cf. 1º Sm 4.21). Assim, shekinah, segundo o sentido aramaico, descreve a manifestação visível da glória de Deus.

4. A glória de sua Presença.
- A ideia que o povo de Israel tinha de Deus era a de que Ele morava no Santuário. Assim, a nuvem sobre o Tabernáculo revelava que o Altíssimo encontrava-se de modo especial no Santuário. Outrora, a mesma nuvem acompanhava Israel desde Sucote (Êx 13.20-22); agora, ela se encontrava sobre o Tabernáculo. Essa nuvem é o sinal grandioso da presença do Todo-Poderoso. O Deus de Israel era o centro do culto e da adoração do seu povo. E do seu coração? Ele é Senhor?

II. DEFINIÇÃO O TERMO SHEKHINAH

1. Definição exegética do termo.
- O termo “shekhinah” significa: “avizinhar, habitar, residir, morar, armar tenda” (Êx 24.16; 25.8; 29.45; 40.34,35; Dt 12.11; Sl 37.3; 85.9; Jr 33.16; Is 8.18; Zc 8.3). Para alguns teólogos a tradução que mais se aproxima da palavra “shekhinah” é: “a presença de Deus vista entre o seu povo” (Dt 12.11; 14.23; 16.2,6,11; 26.2). De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do AT (1998, p. 1743), os verbos hebraico “shakhan” e “shekhen” possuem a mesma raiz da palavra “shekhinah”. Por isso, que quando a glória “kavôd” de Deus era manifestada em forma visível entre o povo de Israel, os rabinos posteriormente através de sua tradição literária (Talmude e Targuns) a chamaram de “shekhinah” porque o Senhor estava “vizinho” dos homens (Êx 13.21; 16.10; 19,9.16; 24.16; 33.18-20; 40.34,35). Deus prometeu habitar entre (no meio) o povo de Israel (Êx 13.20-22; 19.17-19; 40.34-35; 1º R 8.10-12). A glória de Deus também se refere a Sua presença visível entre o seu povo, ou seja, “shekhinah”, na verdade, é a habitação da glória “kavod” de Deus entre nós (Sl 85.9). Há muitas pessoas que fazem confusão com o termo; umas usam-no sem a noção; outras pessoas têm uma visão radical de que o termo não deveria ser usado porque “ele não existe na Bíblia” […]. Há palavras na cultura judaica que, por causa de sua sacralidade, ou perda dos fonemas hebraicos, foram reformulados […]. Portanto, não há nada que proíba usar o termo “shekhinah” (CABRAL, 2019, pgs. 85, 86 151).

2. Definição etimológica do termo.
- A palavra “shekhinah” não apareça na Bíblia judaica (Tanakh – Lei, Profetas e Escritos) nem no NT. O termo é uma expressão extra bíblica, mas não anticíclica, pois, seu princípio é encontrado em toda Escritura Sagrada. Apesar de não aparecer na Bíblia, podemos dizer que é bíblico por aquilo que significa: “a presença de Deus visível”. Esta palavra normalmente está associada aos casos quando Deus se apresentou de forma perceptível ao seu povo. O vocábulo ainda aponta para “residir ao lado” (Êx 25.8; 1º Rs 8.10-11; 2º Cr 6.1,2; Sl 74.2), e, é empregado para designar a presença de Deus (Êx 24.16,17; 29.43; 60.2).

- Quando o Senhor mandou que Moisés construísse a Arca da Aliança, Ele disse que a Sua presença iria com o povo. Então a Arca do Senhor representava a “presença do Senhor no meio do povo” (STAMPS, 1995, p. 1183).

- De acordo com a compreensão dos exegetas do judaísmo a “shekhinah” era uma forma de teofania (aparição ou revelação da manifestação de Deus) muito frequente no relacionamento entre Deus e Israel. Querer atribuir o termo “shekhinah” unicamente a Cabala (parte mística do judaísmo) é esquecer que este termo já era usado pelos rabinos muito antes do cabalismo surgir na história judaica.

3. A glória permanente de Deus.
- Havia uma promessa de Deus para a descendência de Abraão: tomar posse da terra de Canaã. Para cumprir esse objetivo, a presença de Deus permaneceu com Israel desde a saída do Egito até à entrada na terra prometida (Êx 13.20-22). Ele cumpriu sua promessa e guiou Israel pelo meio do Mar Vermelho, derrotando Faraó e seus cavaleiros. Ali, a nuvem do Senhor trouxe trevas e embaraços aos perseguidores egípcios.

- A nuvem conduzia Israel nas suas peregrinações, conforme o apóstolo Paulo menciona em uma de suas cartas: “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (1ª Co 10.1,2).

4. A nuvem de Deus nos montes e desertos.
- Moisés subiu ao Monte Sinai e entrou no meio da nuvem e, ali, ficou por 40 dias e 40 noites (Êx 24.15-18). Deus falaria com ele da nuvem, de onde o legislador de Israel receberia as tábuas dos Dez Mandamentos e a revelação quanto à construção do Tabernáculo (Êx 24.15-18 cf. cps. 25 - 27; 34.1-9).

- Enquanto o povo marchava para avançar pelo deserto, a nuvem se movia. Em cada jornada, em cada peregrinação, o Senhor era com o seu povo. Não se desespere, pois, o Espírito Santo conduz a sua Igreja! Ele habita em você!

5. A nuvem se manifestou sobre o propiciatório.
- A Palavra de Deus revela que o propiciatório, que ficava sobre a arca da aliança, era o maior símbolo de sua presença. Ali, Deus se manifestava por meio da nuvem de sua glória (Lv 16.1,2; Nm 7.89).

- À luz da Santa Palavra, não podemos nos conformar com a frieza espiritual e com a indiferença com a Palavra de Deus. Ora, diferentemente daquela época, hoje podemos entrar no Lugar Santíssimo com plena liberdade no Espírito Santo, pois Este foi derramado de maneira abundante sobre o povo de Deus (At 2.1-13). Não se conforme com a frieza e a indiferença espiritual!

III. A GLÓRIA DE DEUS REVELADA EM JESUS CRISTO

1. A glória de Deus revelada na pessoa de Jesus.
- Em linguagem metafórica, a “shekhinah” no NT representa a presença majestosa de Deus e sua decisão de “habitar” (shakhan) entre os homens (Jo 1.14). O verbo shakhan, que deu origem ao termo shekhinah, ressalta a ideia de vizinhança e também proximidade de Deus com os homens. O equivalente da glória de Deus, ou seja, a presença Dele no NT é a pessoa de Jesus Cristo como a “glória de Deus em carne humana” (Cl 1.15,19), que veio habitar entre nós (Mt 1.23). Ele é a maior manifestação visível da presença de Deus entre nós (Mt 1.22-23). O apóstolo Pedro emprega a expressão “a magnífica glória” como um nome de Deus (2ª Pd 1.17). Os pastores de Belém viram a glória do Senhor no nascimento de Cristo (Lc 2.9), os discípulos a viram na transfiguração de Cristo (Mt 17.2; 2ª Pd 1.16-18).

- Cristo como o Logos e Filho de Deus, sempre existiu em glória antes de sua encarnação (Jo 17.5,22,24). Ele é o mistério glorioso de Deus (Cl 1.27). O resplendor de Cristo é a sua glória divina (Hb 1.3). Ele é glorioso por ser a própria imagem de Deus (Jo 1.14). Jesus manifestou a sua glória no princípio de seu ministério (Jo 2.11) (STAMPS, 1995, pg. 1183).

2. A glória de Deus revelada no ministério de Jesus.
- Todo o ministério de Cristo na terra redundou em glória ao nosso Deus (Jo 14.13; 17.1,4,5). Quando Isaías falou da vinda de Jesus Cristo, profetizou que n’Ele seria “revelada a glória de Deus” para que toda a raça humana a visse (Is 40.5). Tanto João (Jo 1.14) como o escritor aos Hebreus (Hb 1.3) testificam que Jesus Cristo cumpriu essa profecia. A glória de Cristo era a mesma glória que Ele tinha com seu Pai antes que houvesse mundo (Jo 1.14; 17.5). A glória do seu ministério ultrapassou em muito a glória do ministério dos profetas do AT (2ª Co 3.7-11). Paulo chama Jesus de “o Senhor da glória” (1ª Co 2.8), e Tiago o chama de “nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória” (Tg 2.1). Repetidas vezes, o NT refere-se ao vínculo entre Jesus Cristo e a glória de Deus. Seus milagres revelavam a Sua glória (Jo 2.11; 11.40-44). Cristo transfigurou-se em meio a “uma nuvem luminosa” (Mt 17.5), onde Ele recebeu glória (2ª Pd 1.16-19) (STAMPS, 1995, pg. 1183).

3. A glória de Deus revelada na morte e ressurreição de Jesus.
- Estêvão a viu na ocasião do seu martírio a glória de Jesus (At 7.55). A hora da morte de Jesus foi o momento da sua glorificação (Jo 12.23,24; 17.4,5). Ele subiu ao céu em glória (At 1.9; 1ª Tm 3.16), agora está exaltado nos céus em glória (Ap 5.12,13), e um dia voltará “sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30; 25.31; Mc 14.62; 1ª Ts 4.17) (STAMPS, 1995, pg. 1183).

IV. ALGUMAS LIÇÕES PARA HOJE

1. A nuvem sobre o Tabernáculo não era comum.
- Deus usa coisas visíveis para ensinar verdades espirituais. Aquela nuvem era especial, pois não obedecia às leis da natureza criadas por Ele próprio. Tinha características de uma nuvem comum, mas não era algo comum. Ele usou a imagem de elementos físicos para manifestar a Sua glória. Não perca a sensibilidade espiritual. Perceba como Deus pode e quer falar, agora, com você. Ele usa coisas comuns para manifestar a sua glória!

2. A nuvem permaneceu sobre o Tabernáculo.
- O Altíssimo estava presente de forma especial no Tabernáculo. Veja o que o texto diz: “a glória do Senhor encheu o tabernáculo” (Êx 40.34). Aquele que é Onipresente não precisa de espaço físico, porque Ele preenche todo o Universo. Não há limites geográficos para Deus. Entretanto, para se relacionar conosco Ele se manifestou num Tabernáculo, revela-se na Igreja local e mostra-se em nossa casa e, por intermédio do seu Santo Espírito, habita em nós.

3. A nuvem não é estática.
- Deus não é inerte, estático; Ele é o Ser que gera vida em abundância (Jo 10.10). Ele se move sobre a Terra, cuida do Universo e interessa-se por sua vida, querido irmão. Ele é um Deus pessoal. Não perca a glória de Deus nem a intimidade com a sua presença. Ande com Deus. Obedeça-lhe a vontade.

V. A GLÓRIA DE DEUS REVELADA NA VIDA DO CRENTE

Como a glória de Deus relaciona-se ao crente pessoalmente?
1. Deus revela Sua glória mediante a habitação do Espírito Santo.
- Deus nos escolheu para sermos sua habitação ambulante aqui na terra, e através de nós manifestar a Sua glória “kavôd” ao mundo. O apóstolo João registrou as palavras de Jesus sobre a manifestação da glória de Deus quando disse: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste […] para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim” (Jo 17.22,23). Através do Espírito Santo repousa sobre o verdadeiro crente a glória de Deus (Jo 14.16-17; 1ª Pd 4.14). Paulo também nos revela que a glória de Deus habita em nós pelo seu Espírito Santo (2ª Co 3.18; Ef 3.16-19), e Pedro também afirma esta mesma verdade (1ª Pd 4.14). Concernente que à glória celestial e majestosa de Deus de maneira plena ninguém pode contemplar (Jo 1.18-a); mas, sabemos que ela existe. O apóstolo Paulo afirma que Deus habita em “uma luz (glória) inacessíveis”, que nenhum ser humano pode ver (1ª Tm 6.16). O Espírito Santo nos aproxima da presença de Deus e de Jesus (2ª Co 3.16,17; 1ª Pd 4.14).

2. Deus revelará Sua glória mediante consumação da salvação.
- A experiência da glória de Deus é algo que todos os crentes terão na consumação da salvação: “… com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Seremos levados à presença gloriosa de Deus (Hb 2.10; 1ª Pd 5.10; Jd 24), compartilharemos da glória de Cristo: “… para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.17). Paulo ainda disse que: “… somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito Santo” (2ª Co 3.18-c) e receberemos uma coroa de glória (1ª Pd 5.4). Até mesmo o nosso corpo ressurreto terá a glória do Cristo ressuscitado: “que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso ...” (Fp 3.21 ver ainda 1ª Co 15.42,43).

CONCLUSÃO.
- Concluímos que a glória de Deus transcende a qualquer coisa que o ser humano venha a produzir. A glória do Senhor esteve com Israel, no Antigo Testamento, com a Igreja Primitiva, em Atos, e também está em nossa vida através do seu Espírito Santo.

FONTE DE PESQUISA

1. BÍBLIA SHEDD. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.
2. CABRAL Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 - CPAD.
3. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. 1 ed. RJ: OBJETIVA, 2001.
5. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 1 ed. RJ: CPAD, 1995.
6. MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
7. COLE, Alan. Êxodo, Introdução e Comentário. 1 ed. SP: Vida Nova, 1963.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

A BATALHA DE GOGUE DE MAGOGUE- EZEQUIEL 38-39



Ezequiel 38–39 fala de uma grande batalha que ocorrerá em Israel nos “últimos dias” (Ez 38.8,16), e que envolverá um povo de “Magogue” liderado por um rei chamado Gogue. Ezequiel descreveu que essa guerra seria travada nos “montes de Israel” contra os filhos de Israel reunidos nessas terras. O Senhor também disse a Ezequiel que Ele salvaria milagrosamente Seu povo dos exércitos de Magogue, para que todas as nações soubessem “que eu Sou o Senhor” (Ez 38.23). Por causa dessas descrições, Ezequiel parece estar descrevendo a grande batalha que acontecerá antes da Segunda Vinda, ou seja, durante a grande tribulação.

I. QUEM É GOGUE E MAGOGUE

Historicamente falando, Magogue era um neto de Noé (Gn 10.2). Os descendentes de Magogue se estabeleceram no extremo norte de Israel, provavelmente na Europa e no norte da Ásia (Ezequiel 38.15). Magogue eventualmente se tornou o nome da terra onde os seus descendentes se estabeleceram. O povo de Magogue é descrito como guerreiros habilidosos (Ez 38.15; 39:3-9). Gogue é o nome de um futuro líder em Magogue que irá liderar um exército para atacar Israel. O Senhor prediz a condenação de Gogue: “Filho do homem, volve o rosto contra Gogue, da terra de Magogue…profetiza contra ele” (Ez 38.2).

Ezequiel 38 e 39 têm sido interpretados de várias formas ao longo dos séculos. A visão mais popular é a de ver a profecia como uma representação de uma batalha futura que inclui uma aliança de nações lideradas pela Rússia dos dias de hoje em um ataque contra Israel.

A coalizão invasora nesta guerra será composta de:
Magog, Rosh = Rússia e repúblicas da antiga União Soviética Persia = Irã Cush = Sudão, Etiópia e Eritreia Possivelmente Coloque = Líbia, Argélia e Tunisa Gomer, Meseque e Tubal = Turquia (e, possivelmente, Alemanha e Áustria), Beth-togarmah = Turquia, Arménia, Turquia pessoas que falam da Ásia Menor e Ásia Central.

II. GOGUE E MAGOGUE NO ANTIGO TESTAMENTO

Gogue e Magogue são citados em passagens do Antigo Testamento. No livro de Gênesis, Magogue é mencionado como um descendente de Jafé (Gn 10:2; 1º Cr 1.5). Já Gogue, é citado como um rubenita, filho de Semaías (1º Cr 5.4).

Apesar dessas referências iniciais, a passagem mais importante sobre Gogue e Magogue encontra-se no livro do Profeta Ezequiel (caps. 38 e 39). Gogue aparece como príncipe de Meseque e Tubal, e Magogue como sendo um povo, ou seja, a “Terra de Magogue”. Logo, a narrativa de Ezequiel apresenta Gogue da Terra de Magogue.

III. GOGUE E MAGOGUE NO APOCALIPSE

Como já dissemos, a expressão “Gogue e Magogue” aparece no livro do Apocalipse para descrever uma última batalha que precederá o Juízo Final (Ap 20.7-10).

O Apóstolo João relata que acabado o Milênio, Satanás será solto por um pouco de tempo, “e saíra para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu número é como a areia do mar” (Ap 20.8).

João continua a narrativa dizendo que as nações, persuadidas por Satanás, cercarão “o acampamento dos santos, a cidade amada“, porém um fogo descerá do céu e as devorará, resultando ainda na condenação eterna de Satanás no “lago de fogo que arde como enxofre“. Depois disso, João começa a descrever em detalhes a cena do Juízo Final. Portanto há duas batalhas chamadas de Gogue e Magogue, a primeira antes da Segunda Vinda e a outra na Grande Tribulação. Elas são semelhantes no sentido que haverá grandes batalhas que destruirão completamente os inimigos de Deus e resultarão em mudanças importantes na Terra.

IV. DIFERENÇA NA BATALHA DE GOGUE E ARMAGEDOM

1. Na batalha de Gogue são mencionados aliados definidos, enquanto na do Armagedom todas as nações estão unidas (Jl 3.2. Sf 3.8. Zc 12.3. 14.4).
2. Gogue vem do Norte quando em Armagedom os exércitos vêm do mundo todo (Ez 38.6-15. 39.2).
3. Gogue vem para saquear enquanto em Armagedom as nações se unem para destruir o povo de Deus (Ez 38.11-12).
Gogue é o líder dos exércitos em sua invasão, mas em Armagedom é a besta quem a lidera (38.7. Ap 19.19).
4. Os exércitos de Gogue são colocados em ordem no campo aberto enquanto em Armagedom são vistos na cidade de Jerusalém (Ez 39.5. Zc 14.2-4).
5. O Senhor pede ajuda na execução de julgamento sobre Gogue enquanto em Armagedom Ele é retratado pisando sozinho o lagar (Ez 38.21. Is 63.3-6).

V. DESTRUIÇÃO DA NAÇÃO DO “NORTE” E SEUS SATÉLITES

Temos nessas profecias a descrição da invasão de Israel por uma nação do “Norte”, nos dias finais da era atual. Ver as expressões “no fim dos anos “, e “nos ‘últimos dias”, em Ez 38.8,16).

1. A intervenção divina.
O invasor e seus aliados serão totalmente derrotados e arruinados no próprio território de Israel, por intervenção divina direta. “Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; a toda espécie de aves de rapina e aos animais do campo eu te darei, para que te devorem. Cairás em campo aberto, porque eu falei, diz o Senhor Deus.” (Ez 39.4,5).

Deus intervirá porque Israel é o Seu povo e Sua possessão. Em Ezequiel 38.16, Deus chama Israel de “o meu povo “, e “a minha terra “. Isto é altamente significativo e deveria servir de aviso a todos aqueles que se levantam contra Israel.

Esta nação, de que trata as profecias já mencionadas, deverá, na época da invasão em apreço, ser muito poderosa belicamente, sabendo que a nação de Israel, desde há muito é líder reconhecida em matéria de estratégia de ataque e defesa. Nesse tempo Israel deve estar muito mais consolidada e fortalecida como nação, do que atualmente, e certamente possuindo maior território do que o atual (conforme Ez 3 8.8). Alguns estudantes da Bíblia julgam ser Gogue e Magogue símbolos dos poderes do mal contra o povo de Deus nos últimos dias, mas nesses capítulos de Ezequiel (38 e 39) vemos tratar-se claramente de povos e nações reais. Também em Gênesis 10.2 onde temos o rol das nações troncos originaram os demais povos, e também em 1º Crônicas 1.5, vemos que se trata de povos reais e não simples símbolos do mal. Os fatos importantes nesses dois capítulos de Ezequiel é que Deus assegura que estará ao lado de Israel e intervirá sobrenaturalmente, abatendo esses inimigos do Seu povo: Gogue, o líder que intenta destruir Israel, juntamente com a coalizão de nações sob sua liderança. Duas vezes Deus afirma na citada profecia: “Eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal.” (Ez 38.3; 39.1).

Os países atuais que situam-se ao norte geográfico de Israel são os que compõem a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), a ex-União Soviética. Esse bloco de nações adotavam o comunismo ateu até recentemente como sistema político de governo, e ainda relutam nesse sentido. Metamorfoses políticas em grande escala vêm ocorrendo naquela parte do mundo, como é o caso da já citada CEI e também da UE (União Europeia), antes conhecida como MCE (Mercado Comum Europeu).

2. Gogue invadirá Israel
O estudo meticuloso das profecias mencionadas no início deste Texto, mostra que Gogue - a nação ou bloco de nações do norte da Terra, em relação à Israel, invadirá esse pais nos últimos dias. A Bíblia localiza Gogue ao norte de Israel (Ez 38.6,1 5; 39.2; Jl 2.20). Essa poderosa nação do Norte será ajudada nessa invasão por nações europeias, asiáticas e africanas. Veja a lista completa desses atacantes: Magogue, Meseque, Tubal (Ez 3 8.2,3). Persas, etíopes, Pute, Gômer, Togarma, e muitos povos (Ez 38.5,6). Líbios (Dn 11.43).

Pelo estudo dos capítulos 38 e 39 de Ezequiel, e 10 de Gênesis, vemos que muitos nomes geográficos estão hoje modificados devido a evolução das línguas e os problemas de tradução e transliteração. O estudo comparativo da etnologia antiga e moderna dessas regiões, facilitará a identificação das mesmas:

2.1. Gogue. Magogue. Meseque. Tubal (Ez 3 8.2,3). No versículo 2, a “Tradução Brasileira” emprega a expressão “príncipe de Rós“, sendo “Rôs” uma transliteração direta do hebraico, que muitos pensam significar “Rússia”, neste contexto da profecia de Ezequiel. As versões de Almeida “Atualizada” e “Corrigida”, empregam a expressão “príncipe e chefe “.

2.2. Gogue. O próprio texto bíblico explica que se trata do governante de Meseque e Tubal, da terra de Magogue.

2.3. Magogue. Meseque, Tubal. Regiões primitivas ocupadas pelos citas e tártaros, grandes remos do passado, correspondendo hoje à moderna CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Josefo declara que Magogue ocupa a região das citas e tártaros (Josefo, Vol.1.6.1). Meseque converteu-se graficamente em Tubal é o moderno nome de Tobolsk, uma das principais cidades russas.

2.4. Gômer, Togarma (Ez 38.6). Gômer veio a Germânia e modernamente a Alemanha, corresponde a Armênia e Turquia.

2.5. Persas, etíopes. Pute (Ez 38.5). A Pérsia tem o moderno nome Ira. Ela adotou este nome em 1935. Em 1932 ela firmou um acordo com Moscou, que em caso de guerra as forças da Rússia terão permissão de cruzar seu território para atacar a Mesopotâmia. Segundo esta profecia de Ezequiel 38.5, o Irá tornar-se-á comunista ou pró-comunista. A Etiópia moderna é fácil localizar pelo seu outro nome: Abissínia. A Etiópia original ficava na bacia dos rios Tigre e Eufrates (Gn 2.14). Daí seus habitantes emigraram para a África e fundaram o extenso reino da Etiópia, do qual hoje a Abissínia é uma pequena fração. Etiópia é palavra grega; em hebraico é Cuxe ou Cush. Os etíopes originaram muitos povos africanos. Pute é a atual Líbia, vizinha do Egito. A Pute primitiva era uma região muito mais extensa. Esses dois últimos povos (líbios e etíopes) são também mencionados na profecia de Daniel 11.43, pertinente ao assunto em pauta.

VI. MOTIVOS DA INVASÃO DE ISRAEL POR GOGUE

1. As riquezas de Israel. Ez 38.11-12: “E dirás: Subirei contra a terra das aldeias não muradas; virei contra os que estão em repouso, que habitam seguros; todos eles habitam sem muro, e não têm ferrolhos nem portas; 12 A fim de tomar o despojo, e para arrebatar a presa, e tornar a tua mão contra as terras desertas que agora se acham habitadas, e contra o povo que se congregou dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra.

Os motivos da invasão de Israel por Gogue serão principalmente dois: as riquezas de Israel, inclusive as do Mar Morto, e a posição estratégica que Israel ocupa. “Assim diz o Senhor Deus: Esta é Jerusalém; pu-la no meio das nações e terras que estão ao redor dela.” (Ez 5.5).

2. Gogue será derrotado no próprio pais de Israel. Ez 39.4,5: “Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, de toda espécie, e aos animais do campo, te darei por comida. 5 Sobre a face do campo cairás, porque eu o falei, diz o Senhor DEUS. 6 E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o SENHOR. 7 E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e os gentios saberão que eu sou o SENHOR, o Santo em Israel.

3. Será uma sobrenatural intervenção divina (Ez 38.1 9,20). Haverá também rebelião entre as próprias tropas atacantes (Ez 38.2 1). Tremendos flagelos sobrenaturais atingirão em cheio o inimigo (Ez 3 8.22). O morticínio será incalculável (Ez 39.1 2).

Muitos confundem esta guerra de Gogue e seus aliados contra Israel, com a Batalha de Armagedom, de que tratamos noutra Lição. Há muita diferença entre os dois conflitos. O ataque de Gogue contra Israel começará no início da 70ª “semana” de Daniel 9.27, isto é, no início da Grande Tribulação (ou um pouco antes). Já o Armagedom ocorrerá no final da “semana “. Na invasão de Israel por Gogue, apenas um grupo de nações participará; já no Armagedom participarão “todas as nações” (Ap 16.14; 19.19; Jl 3.2; Zc 12.3b; 14.2-4,9).

Na época da invasão de Israel por Gogue, o bloco de dez nações, na área do antigo Império Romano, já está formado, e o Anticristo em evidência, ocultando sua verdadeira identidade e propósito.

A queda total e irrecuperável de Gogue e seus aliados, originará um tremendo vazio e desequilíbrio na liderança do poder político e bélico mundial. O vazio deixado pela queda de Gogue deixará o caminho aberto para o surgimento imediato do Anticristo no cenário mundial, como líder e salvador da crítica situação mundial.

VII. CONVERSÃO EM MASSA DE JUDEUS
Ez 39.7: “E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e os gentios saberão que eu sou o SENHOR, o Santo em Israel.”

Como resultado da intervenção divina salvando miraculosamente Israel, os judeus e as nações da Terra reconhecerão que há um Deus que governa todas as coisas. Ez 39.21,22: “Manifestarei a minha glória entre as nações, e todas as nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão, que sobre elas tiver descarregado. Desse dia em diante, os da casa de Israel saberão que eu sou o Senhor seu Deus.”

Isso resultará na conversão de muitos judeus e no derramamento do Espírito Santo.
Além disso, no versículo 29, Deus diz: “Não vou esconder meu rosto deles por mais tempo, porque eu derramei o meu Espírito sobre a casa de Israel”, que é uma descrição da restauração espiritual de Israel a Deus depois de o Anticristo é derrotado que é consistente com o que o resto da Escritura diz sobre esse tempo.

Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia

quinta-feira, 13 de junho de 2019

O SACERDÓCIO DE CRISTO E O LEVÍTICO



TEXTO ÁUREO
“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus.” (Hb 7.26).

Verdade Prática
Nosso grande e único Sacerdote é Jesus Cristo. Ele intercede eficazmente em nosso favor diante do Pai.

LEITURA BÍBLICA
Êxodo 28.1; Levítico 8.22; Hebreus 7.23-28; 1 Pedro 2.9

Êxodo 28.1: “Depois, tu farás chegar a ti teu irmão Arão e seus filhos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal, a saber: Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.”

Levítico 8.22: “Depois, fez chegar o outro carneiro, o carneiro da consagração; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro.”

Hebreus 7.23-28: “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer; 24 - mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. 25 - Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
26 - Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, 27 - que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.  28 - Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.

1ª Pedro 2.9: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

INTRODUÇÃO.
- Nesta lição aprenderemos sobre o sacerdócio de Cristo e o sacerdócio Levítico; veremos a escolha de Deus para com a tribo de Levi para exercerem o serviço no santuário; por sua vez destacaremos aspectos importantes do sacerdócio de Cristo, e por fim, destacaremos as principais características de Jesus como nosso Sumo Sacerdote.

I. A ESCOLHA DOS SACERDOTES (Êx 28.1)
- Deus escolheu a linhagem sacerdotal levítica, e não Moisés. Essa escolha indicava a soberania do Senhor para designar obreiros para sua Obra. No ministério cristão, por meio do Espírito Santo, Deus é quem elege líderes para o ministério (At 13.2).

- Os filhos de Levi antes de serem santificados para o ministério levítico eram uma tribo comum; mas, foram separados pelo Senhor para exercer as funções no Tabernáculo (Nm 1.50,51,53; 18.2-4,6; 1º Cr 15.2).

1. Os sacerdotes precisavam pertencer à tribo de Levi.
- Por haverem sido resgatados da morte na noite da Páscoa, os primogênitos das famílias hebraicas pertenciam a Deus (Êx 13.1,2), mas os levitas, por seu zelo espiritual, foram escolhidos divinamente como substitutos dos filhos mais velhos de cada família (Êx 32.25-29; Nm 8.17-19; ver 3.5-13). Deus separou para isto os três filhos de Levi: Gérson (gersonitas), Coate (coatitas) e Merari (meraritas) (Nm 26.57). Durante os dias de Davi, com a reforma no culto promovida por aquele monarca de Israel e que era também grande músico, os levitas foram divididos em quatro classes:

A. Assistentes dos sacerdotes no trabalho do santuário.
B. Juízes e escribas.
C. Porteiros.
D. Músicos e cantores. Essas classes foram subdivididas em grupos, que serviam cada um por seu turno (1º Cr 24-25; Ed 6.18).

- O Altíssimo ordenou que Moisés contasse os filhos de Israel, excetuando a tribo de Levi, a fim de que os levitas se encarregassem dos ofícios do Tabernáculo (Nm 1.49,50; 3.6). Assim, o sacerdócio de Levi obteve uma posição proeminente entre as demais tribos de Israel (Nm 1.52,53).

2. Características especiais dos levitas.
- Aqui, destacaremos duas características especiais dos levitas:

(1) O chamamento específico para o serviço do Tabernáculo.
(2) A unidade, pois todos falavam a mesma língua, defendiam o mesmo comportamento e mantinham a mesma fé. Ambas as características apontam para a importância da unidade da Igreja. A igreja local é o Corpo de Cristo, portanto, o chamamento e a unidade são a sua marca (Jo 17.20,21).

2. Sacerdotes.
- A palavra sacerdote que no hebraico é “kohen”, e de acordo com Champlin (2004, p.13), esse termo em português, vem do latim: “sacer”, e que quer dizer: “sagrado, consagrado”, e se refere ao ministro divinamente designado na Antiga Aliança, cuja função principal era representar o homem diante de Deus (Êx 28.38; 30.8). Antes do êxodo, o chefe de cada família ou o primogênito, desempenhava o papel de sacerdote familiar; mas, os ritos do tabernáculo e a exigência de observá-los com exatidão tornaram necessária a instituição de um sacerdócio dedicado ao culto divino. Para esta importante função, Deus escolheu Arão e seus filhos (Êx 28.1). A vocação sacerdotal era hereditária, de modo que os sacerdotes podiam transmitir a seus filhos as leis detalhadas relacionadas com o culto e com as numerosas regras às quais os sacerdotes viviam sujeitos a fim de manterem a pureza legal que lhes permitisse aproximar-se de Deus (Nm 18.2,7,8).

4. Sumo sacerdote.
- O sumo sacerdote era o principal entre os sacerdotes (Lv 21.10; 2º Cr 19.11). Em hebraico ele é chamado de “kohen gadol”, que quer dizer: “grande sacerdote”. Somente ele entrava uma vez por ano no Lugar Santíssimo para expiar os pecados da nação israelita, no Dia da Expiação (Êx 30.10; Lv 16.34). Diferentemente dos demais levitas, cujo trabalho seria até os cinquenta anos (Nm 8.23-26), o sumo sacerdote nos tempos primitivos tinha cargo vitalício, embora nos tempos do NT mudanças parecem ter ocorrido, com interferências políticas e rodízio entre os sacerdotes (Jo 11.49-51; Lc 3.2). O sumo sacerdote distinguia-se dos outros membros da classe sacerdotal pelas roupas que usava, pelas funções que desempenhava e pelas exigências particulares impostas a ele (Êx 28.40). Só ele vestia a estola sacerdotal ou éfode, e só ele trazia o Urim e o Tumim no “peitoral do juízo”, pelo qual os judeus consultavam ao Senhor sobre questões difíceis (Êx 28.15-30). O primeiro sumo sacerdote escolhido por Deus em favor de Israel foi Arão (Hb 5.1-4). Ele era o filho mais velho do levita Anrão e de Joquebede (Êx 6.20; Nm 26.59), e irmão de Moisés e Miriã, sendo três anos mais velho que o Legislador (Êx 7.7). Sua esposa era chamada Eliseba (Êx 6.23). Com ela Arão teve quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (1º Cr 24.1).

4. A consagração sacerdotal tinha um só propósito.
- Os sacerdotes foram consagrados para servir no Tabernáculo. Separados pelo e para o Senhor, não podiam executar outra atividade que fugisse a esse propósito (Nm 1.50; 3.12). Logo, o método de Deus para os obreiros do Novo Testamento não é diferente: os obreiros do Senhor não se embaraçam “com negócio desta vida” (2ª Tm 2.4). Ratificando esse princípio, nosso Senhor declarou que o vocacionado para “arar a terra” não pode olhar para trás (Lc 9.62). É preciso olhar para frente e fazer a obra divina com perseverança e fé (Hb 10.38).

II. VESTIMENTA SACERDOTAL PARA O SERVIÇO

1. Simbologia da vestimenta sacerdotal.
- O capítulo 28 de Êxodo descreve a vestimenta sacerdotal para o serviço no Tabernáculo. A vestimenta tinha características especiais e cerimoniais, pois servia de “glória e ornamento” do ministério (Êx 28.2). A vestimenta era um símbolo da autoridade sacerdotal. Além de despertar a atenção do povo, marcava o caráter divino do serviço.

2. A túnica chamada “éfode” (Êx 28.4).
- Era uma espécie de avental sem manga que cobria a frente e as costas, unido por tiras em cada ombro e por um cinto (Êx 28.6-8). As tiras tinham engastes de ouro com pedras de ônix, em cada uma tinha a gravação dos nomes dos filhos de israel. Dos engastes de ouro dessas pedras pendia o peitoral. O éfode descia um pouco abaixo da cintura, por cima da túnica de linho até os pés do sacerdote. Por levar sobre os ombros os nomes dos filhos de Israel, o Sumo Sacerdote constituía-se no mediador do povo diante de Deus.

2.1. A estola. A vestimenta usada pelo sumo sacerdote era ornamentada. Pedras colocadas em fivelas nos dois ombros, nas quais os nomes das tribos estavam gravados, pareciam sua mais importante característica. Ao usá-la, o sumo sacerdote aceitava o papel de representante de todo o povo. O que ele fazia, fazia por eles e por Deus.

- Sacerdotes comuns vestiam simples estolas longas até as coxas, feitas de linho fino branco quando ministravam (Êx 39.27; 1º Sm 2.18; 2º Sm 6.14).

3. O “Urim e Tumim”.
- Provavelmente eram uma forma de lançar sortes. No Antigo Testamento, o povo de Deus pedia a orientação divina para tomar cada decisão importante (Nm 26.55,56). Para isso, recorria ao Urim e Tumim. No hebraico, a expressão significa “luzes e perfeições”. Eram pedras colocadas provavelmente sobre o peitoral do Sumo Sacerdote, representando a vontade de Deus; numa pedra, a resposta positiva, e na outra, a resposta negativa (Ed 2.63; Ne 7.65). O Sumo Sacerdote só tomava as pedras do Urim e Tumim em casos muito especiais (1 Sm 28.6). No Novo Testamento, é relatada uma prática semelhante ao Urim e o Tumim, na escolha do sucessor de Judas Iscariotes (At 1.26).

- O peitoral era um colete finamente modelado. Era preso à estola com correntes de ouro e decorado com quatro fileiras de joias, cada um representando uma tribo de Israel. Há um significado especial em vestir o nome das tribos de Israel sobre o coração do sumo sacerdote. Como representante de outros diante Deus, ele deveria preocupar-se profundamente com eles, até mesmo como o próprio Senhor. A adoração pode ser cerimonial. Mas pode tornar-se um mero ritual” (LAWRENCE, Richards O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.70).

III. O SACERDÓCIO DE CRISTO (Hb 7.23-28)

1. Sua origem. Arão foi feito sacerdote por Deus e não pelos homens: “E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão” (Hb 5.4). Da mesma forma Cristo foi feito por Deus sacerdote:

Hb 5.5,6: “Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei; 6 como em outro lugar também diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.”

Considerando que a Bíblia não menciona a genealogia de Melquisedeque (Hb 7.3), seu sacerdócio era singular em sua ordem, pois não dependia de sua genealogia, mas de sua nomeação direta por Deus (Gn 14.18). Da mesma forma, Jesus foi feito sumo sacerdote diretamente por Deus: “Chamado por Deus sumo sacerdote” (Hb 5.10; Hb 10.21).

2. Sua ordem. Na mente de um judeu, letrado nas ideias levíticas rígidas, era inconcebível que alguém servisse como sacerdote sem ser descendente de pais sacerdotes, sem genealogia. No entanto, Melquisedeque aparece nesta função: “sem genealogia” (Hb 7.3) ou “cuja genealogia não é contada” (Hb 7.6). É bom lembrar que foi o próprio Moisés que chamou Melquisedeque de “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18); e ele foi reconhecido como tal mesmo sem credenciais formais. Neste sentido, ele foi feito semelhante a Jesus, que também não tinha uma linhagem sacerdotal normal. Nosso Senhor procedeu de Judá e desta tribo nunca Moisés falou de sacerdócio (Hb 7.14). Por isso, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria (Hb 8.4). No entanto, o escritor aos Hebreus assevera que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque e não segundo a de Arão: “...Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.14). Portanto, o sacerdócio de Cristo é de uma ordem melhor, pois é independente da Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da tribo de Levi (Hb 7.13-15).

3. Sua Superioridade. O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos:

3.1. É anterior ao sacerdócio aarônico. O registro da aparição de Melquisedeque se dá em Gênesis 14.18-20 e a instituição do sacerdócio por Arão se deu em Êxodo 28.1, ou seja, por volta de 600 anos depois.

3.2. Foi feito sob juramento. Enquanto o sacerdócio de Arão foi realizado por indicação divina (Nm 17.1-10), a continuação do sacerdócio de Melquisedeque foi feita por indicação divina e sob juramento: “Jurou o SENHOR, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). É bom destacar que o juramento de Deus é feito em si mesmo, visto que ninguém lhe é superior (Hb 6.13). E, isto é o equivalente de dizer que Sua própria palavra bastava.

4. Sua durabilidade. O sacerdócio levítico era interrompido pela morte, o sacerdócio de Cristo, pelo contrário, é eterno porque ele vive para sempre “... tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). O escritor aos hebreus faz questão de aludir a isso: “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.23,24).

5. Sua perfeição. O sacerdócio levítico era imperfeito, por diversos motivos:
5.1. Os sacrifícios realizados, deviam ser repetidos não eram sacrifícios definitivos (Hb 10.11).

5.2. Não podiam purificar a consciência (Hb 10.1).

5.3. Era composto por homens imperfeitos, que necessitavam sacrificar por si mesmos, para depois sacrificarem pelo povo (Lv 4.3).

- Jesus, no entanto, ofereceu-se uma vez só (Hb 10.10); seu sacrifício purifica a consciência (Hb 9.14); e, Ele não precisou sacrificar por si mesmo, porque é sacerdote perfeito (Hb 7.28). Como sacerdote, Cristo possui as seguintes características: “… santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb 7.26,27).

IV. QUE TIPO DE SACERDOTE É CRISTO

1. Um sacerdote que tem acesso direto a Deus. O Sumo sacerdote só podia entrar no Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança, que simbolizava a presença de Deus, apenas uma vez no ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7). No entanto, Cristo, nosso “…grande sumo sacerdote… penetrou nos céus” (Hb 4.14).

- Ele entrou no santuário celeste, para interceder por nós: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).

2. Um sacerdote que se identifica com a natureza humana. Quando encarnou, Cristo, compartilhou da natureza humana de forma plena: corpo, alma e espírito (Mt 26.12; Jo 12.27; Mt 27.50). Especificamente no corpo, Ele também padeceu de todas as fragilidades humanas. A Bíblia mostra que ele sentiu fome (Lc 4.2); sede (Jo 4.7; 19.28); teve cansaço físico (Jo 4.6); chorou (Jo 11.35); sorriu (Lc 10.21) e, foi tentado em tudo, mas não pecou (Mt 4.1; Lc 22.28; 1ª Pd 2.22). Por isso, como sacerdote, Ele pode se compadecer das nossas fraquezas (Hb 4.15); e, pode socorrer os que são tentados “porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.18). Jesus, conhece o ser humano de forma plena (Jo 2.25; Ap 1.14; 2.23).

- Quando Jesus, morreu na cruz como oferta pelos nossos pecados, o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45). Agora, ficou aberto o acesso a Deus (Hb 9.1-14; 10.19-22). Contrastando o acesso limitado a Deus que os israelitas tinham na Antiga Aliança, Cristo, ao dar sua vida por nós como sacrifício perfeito, abriu o caminho para a própria presença de Deus e para o trono da graça (Hb 4.16). Por isso, na Nova Aliança, os crentes podem com muita liberdade achegar-se a Deus (Ef 2.18, 3.12), chamando-o de Pai como Jesus nos ensinou e o Espírito Santo nos leva a fazer (Mt 6.9; Rm 8.15). Agora, também todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6).

CONCLUSÃO.
- O Senhor nomeou Arão e seus descendentes para exercerem o sacerdócio, o que na verdade é uma figura do Eterno e perfeito sacerdócio de Cristo, o qual através do Seu sacrifício nos abriu o caminho de acesso a Deus tornando cada salvo um sacerdote.

- Quem recebe a Cristo como Salvador e Senhor, “nova criatura é; eis que tudo se fez novo” (2ª Co 5.17). Andemos em novidade de vida para a glória de Deus! Ele é o nosso perfeito Sumo Sacerdote.

FONTE DE PESQUISA

1. CABRAL Elienai Lições bíblica do 2º trimestre de 2019. CPAD.
2. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
3. HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

AS SETE VERDADES DE NOSSA VOCAÇÃO




INTRODUÇÃO.
O que significa a palavra vocação.
Vocação é um termo derivado do verbo no latim “vocare” que significa “chamar”.
Vocação é um talento, uma aptidão natural, um pendor, uma capacidade específica para executar algo que vai lhe dar prazer.
Vocação religiosa é um chamado de Deus para a prática religiosa, é louvar e servir a Deus e ao próximo. Ter vocação religiosa é estar disponível para se separar das coisas que são do mundo e que não são do agrado de Deus.
A vocação religiosa pode ser seguida por homens como também por mulheres, que ao sentirem o chamado de Deus, deixam tudo e colocam-se inteiramente a serviço dos irmãos mais necessitados. Essas mulheres buscam as congregações que mais se identificam e se preparam para serem irmãs ou freiras.

I. É uma Vocação Santa
2ªTm 1.9: “Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo”.
1ª Pe 1.15: “Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento”.
Hb 12.14: “Segui a paz com todos e santificação, sem a qual ninguém verá a Deus”.
Mt 5.8: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”.

II. É uma Vocação Celestial
Hb 3.1: “Por isso, irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus”.
Tg 1.17: “Toda boa dádiva e todo o dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.

III. A Vocação Tem Uma Esperança
Ef 4.4: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação”.
Sl 126.5-6: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus molhos”.
Quem vive com fé e em obediência, mesmo em meio a dificuldades, há de ver resultados maravilhosos da sua obra.

IV. É Uma Vocação Sem Arrependimento
Rm 11.29: “Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento (irrevogáveis)”.

V. Sem Aparência Humana
1ª Co 1.26-29: “Irmãos, reparai, pois na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são”.
Dos filhos de Jessé Deus escolheu o mais moço e sem aparência, porque Deus olha para o coração e não para o exterior.

VI. É Uma Vocação Dignificada
Ef 4.1: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”.
2ª Rs 4.9: “Ela disse a seu marido; Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus”.

VII. A Nossa Vocação é uma Dádiva por Deus
Ef 4.11-12: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros pra pastores e mestres” 12 “Com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.
2ª Tm 1.11: “Para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre”.
Rm 12.5-8: “Assim também nós, conquanto muitos somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros. Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia seja segundo a proporção da fé; Se ministério dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no faze-lo; ou u que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria”.

CONCLUSÃO. A vocação divina é diferente da vocação humana, pois não se trata de uma profissão, mas de um estado de vida. Deve ser uma doação, livre, consciente, madura, por amor a Deus e ao próximo.
A vocação de Deus é pessoal, intransferível e incontestável. Pessoal, pois Ele chama pessoas e não coisas; gente e não instituições. E ao chamar Deus lança no coração de Seus filhos uma profunda convicção de propósito – a busca por estar no lugar certo, na hora certa e fazendo o que Ele deseja de nós a cada dia.

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 12 de junho de 2019

AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO



Levítico 16.12,13 “Tomará também o incensário cheio de brasas de fogo do altar, de diante do SENHOR, e os seus punhos cheios de incenso aromático moído e o meterá dentro do véu. 13 E porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, e a nuvem do incenso cobrirá o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra.”

Apocalipse 5.6-10 “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra. 7 E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono. 8 E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 9 E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; 10 e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.”

INTRODUÇÃO.
No Antigo Testamento, o incenso era a oferenda mais preciosa e excelente que se podia oferecer ao Senhor. Ali, no limiar do lugar Santíssimo, o sacerdote entrava, com temor e tremor, para adorar a Deus com um incenso preparado exclusivamente àquela ocasião. Hoje, o sacrifício mais sublime que devemos oferecer ao Senhor são as orações, súplicas e ação de graças. Por esse motivo, o Senhor Jesus recomenda-nos a entrar em nosso quarto, fechar a porta, e, no segredo de nossos aposentos, oferecer clamores e ação de graças ao Pai Celeste (Mt 6.6-13).

Para se oferecer o incenso ao Senhor, três coisas eram necessárias: o lugar, o altar e a cerimônia. Apenas o sumo sacerdote estava autorizado a conduzir esse ato de adoração.

I. O LUGAR SANTÍSSIMO

1. Visão panorâmica do tabernáculo de Moisés.
Como sabemos, o tabernáculo de Moisés dispunha de três divisões: o pátio externo, onde ficavam o altar de bronze para os holocaustos e a pia de bronze para o lavatório; entrando no interior do tabernáculo propriamente, estava o primeiro ambiente, que era o Lugar Santo (ou átrio), onde ficavam três mobílias: à direta, a mesa dos pães da proposição, à esquerda o grande candelabro de ouro, e de frente, junto ao véu que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo estava o altar de ouro para ofertas de incenso. Por trás desse grosso e pesado véu estava o Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança feita de ouro, que trazia em seu interior as pedras dos mandamentos, a varão de Arão que floresceu e um pouco do maná que o povo comeu no deserto; ainda sobre esta arca da aliança (ou arca do testemunho/concerto) estava a chamada “tampa do propiciatório”, e sobre a tampa dois querubins esculpidos em ouro. Neste último ambiente, somente o sumo-sacerdote podia entrar uma vez ao ano, no Dia da Expiação; nos demais ambientes, os sacerdotes oficiavam culto e ofertas ao Senhor diariamente.

2. O altar do incenso.
O altar do incenso no tabernáculo de Moisés era quadrado, de modo que seu cumprimento e largura mediam 1 côvado (45 cm), com 2 côvados de altura (90 cm). Assim como a mesa dos pães da proposição, o altar de incenso era feito de madeira de acácia e coberto de ouro puro; tinha também pontas em cada canto e duas argolas de ouro nas suas laterais para fins de transporte.

3. Relação entre o altar e o Lugar Santíssimo.
Ainda que o altar do incenso ficasse localizado no Lugar Santo, tinha uma profunda relação com o significado espiritual do Lugar Santíssimo (ou Santo dos Santos), especialmente no Dia da Expiação se podia dizer que o altar do incenso pertencia a este último ambiente (Hb 9.2,3; Lv 16.12,13). É uma forma de dizer que as ervas queimadas que faziam subir uma fumaça com perfume agradável bem à frente do véu, eram como as orações do povo de Deus que deveriam subir como cheiro suave, isto é, agradável ao Senhor, que é santíssimo!

4. O incenso.
O incenso era oferecido, juntamente com outras ofertas (Lv 2.1), sozinho sobre o altar do incenso (Êx 30.1-9) ou em um incensário (Lv 16.12; Nm 16.17). A preparação do incenso está descrita em Êx 30.34-38; e as ocasiões cerimoniais para queimar o incenso, em Êx 30.7,8, assim como o Dia da Expiação, em que o incenso era posto sobre o fogo (Lv 16.12,13).

Sobre o altar de ouro o sacerdote queimava incenso ao Senhor pela manhã e à tardinha, como símbolo da constante adoração do povo à Yahweh (Êx 30.1-10; 40.5; 1º Re 6.22; Sl 141.2). De tal modo era sagrado aquele incenso, que não podia ser feito uma reprodução dele para uso comum (Êx 30.37,38) e, menos ainda, se podia usá-lo de modo profano no culto ao Senhor. Foi por intentar oferecer incenso com fogo estranho (provavelmente não proveniente do altar do holocausto) que Nadabe e Abiú, filhos do sumo-sacerdote Arão pereceram diante do Senhor (Lv 10.1,2).

II. JESUS, O SUMO SACERDOTE QUE INTERCEDE POR NÓS

1. O presente simbólico para o menino Jesus.
O incenso está tão intimamente ligado à Cristo, numa perspectiva tipológica, que desde seu nascimento vemos a presença deste elemento junto dele, apontando para seu ofício sacerdotal. Entre os três presentes que os magos do Oriente levaram para o menino Jesus, encontrava-se o incenso, além do ouro (que fala de sua realeza e divindade) e da mirra (que falam de seu sacrifício vicário).

O evangelista Mateus, único a registrar esse episódio, pois ele escreveu para os judeus, que estavam acostumados com a simbologia desses elementos no culto ao Senhor; assim escreve sobre as dádivas dos magos: “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2.11). É inegável que temos na oferta do incenso, uma antecipação muito simbólica do ministério da intercessão que Cristo haveria de assumir em favor dos seus discípulos.

2. Jesus intercede pelos Seus.
“Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22.31,32).

Estas palavras de Jesus provam para nós que o inimigo de nossas almas deseja sacudir-nos para cima e para baixo, a fim de separar-nos do trigo do Senhor e soprar-nos para longe, como palha levada pelo vento, mas ele sabe que não pode fazer isso sem expressa permissão divina. Embora Deus tem concedido ao inimigo permissão para nos tentar (até mesmo Jesus foi levado ao deserto pelo Espírito para ser tentado pelo diabo – Mt 4.1), não estamos sozinhos na batalha contra o mal: Cristo, fiel amigo, tem sido nosso parceiro forte nas lutas de cada dia. “Eu roguei por ti”, disse Jesus ao fraco crente Pedro.

Jesus, como nosso sumo sacerdote e fiel intercessor tem oferecido ao Pai intercessões por cada um de nós! Embora a decisão final de cair ou permanecer de pé seja nossa, nenhum de nós está fadado ao fracasso, desde que não desprezemos o auxílio do amigo Jesus, e estejamos unidos a ele num mesmo propósito de amar e obedecer ao Pai. Dois mil anos atrás, naquela que veio a ficar conhecida como “a oração sacerdotal”, justamente por antecipar o ofício sacerdotal de Cristo, após a sua morte e ressurreição, o nosso Senhor já oferecia por nós, crentes brasileiros do século 21, intercessões ao Pai, quando ele disse: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim” (Jo 17.20).

Neste sentido, é corretamente bíblica e mui bela a composição de Antônio Almeida, no hino 524 da nossa Harpa Cristã, quando diz em versos:
Através da tempestade
Em qualquer calamidade,
Me consola esta verdade:
Cristo pensa em mim.

O apóstolo Paulo enfatiza o ministério de intercessão do nosso Senhor, quando diz: “Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34). O autor a carta aos Hebreus afirma que Jesus “pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles“ (Hb 7.25). Não é maravilhoso contar com as preces de Jesus em nosso favor? Ainda que ninguém lembre nosso nome em suas orações, Cristo Jesus está pensando em nós!

E as orações de Jesus têm muitas vantagens sobre as nossas próprias orações. Direi duas: a primeira é que ele intercede com perfeição, nunca fazendo queixas ao Pai ou pedidos inadequados à justiça e à santidade de Deus. Jesus é o perfeito Intercessor! E a segunda vantagem, nas palavras do próprio Jesus, é que “Eu bem sei que sempre me ouves” (Jo 11.42), isto é, o Pai sempre ouve ao Filho. Amado leitor, pode confiar nas orações de Jesus! Elas são santas e sempre atendidas pelo Pai.

“Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome…” (Jo 16.23).
De tal modo Cristo as intercessões que os crentes fazem estão intimamente relacionadas, que o Senhor tantas vezes instruiu a que orássemos ao Pai em seu nome, isto é, em nome de Jesus. Como bem colocado por Rouw e Kiene, “é Cristo quem apresenta as nossas orações e nossas ações de graças a Deus. Elas seriam aceitáveis a Deus se viessem diretamente de nós? Não, Cristo as purifica e santifica”.

De tal modo precisamos estar em sintonia com Cristo nas nossas preces, que o apóstolo Pedro diz: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1ª Pe 2.5). Enfatizo: “por Jesus Cristo”, isto é, somente ofereceremos sacrifícios espirituais agradáveis a Deus se for através de Jesus Cristo, salvos pelo seu sangue, em comunhão com ele pela obediência à sua verdade e confiantes nos méritos dele unicamente, não nos nossos próprios méritos. Isso é orar em nome de Jesus.

III. AS ORAÇÕES DOS SANTOS

Gunnar Vingren, pioneiro fundador da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, em seu trabalho de conclusão do curso de bacharelado em teologia, assim interpretou o significado espiritual do altar de incenso:

“O altar de incensos encontra analogia na oração, conforme lemos em Hebreus 4.16. Portanto, vamos com coragem chegar até o trono da graça, onde encontraremos misericórdia na hora certa. Aos incensos usados nas ofertas se contrapõe a oração e o louvor. A oração é, simbolicamente, um incenso que exala perfume e sobe do coração santificado até o trono da graça. A fumaça aromática que subia do altar, agradava a Deus, assim como agrada a Deus, o coração dos que aprenderam com o Espírito Santo. Assim como o incenso estranho não era aceito nos altares, a oração, vinda de um coração de pouca fé, não é aceita pelo Senhor. Somente a oração feita por um coração cristão cheio de fé agrada a Deus e é aceita por Ele como oferta”.

1. Deus ouve orações
Foi enquanto oferecia incenso no Templo que o sacerdote Zacarias foi informado pelo anjo Gabriel de que teria um filho. É interessante notar o que o texto bíblico diz:

“E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso. E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso. E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João” (Lc 1.8-13).

Observe que tanto o sacerdote Zacarias, como também o povo do lado de fora, estavam todos orando no momento da oferta do incenso (o que demonstra a íntima ligação entre o elemento do culto hebreu e a prática espiritual); mas atente especialmente para o fato de que o anjo Gabriel disse a Zacarias que a sua oração foi ouvida. Que oração teria sido essa, senão, conforme o contexto evidencia, a petição por um filho, já que sua esposa Isabel era estéril e estava em idade avançada. Certamente era uma oração que se repetia muitas vezes em casa e por muitos anos. Mas Deus ouviu a persistente oração de Zacarias!

2. Orar com fé.
Deus ouve as nossas orações, se feitas com fé. Sem fé, como diria Gunnar Vingren, nossas orações não passam de “incenso estranho”. Tiago, irmão do Senhor, dizia: “Mas peça-a com fé, sem nenhuma vacilação, porque o homem que vacila assemelha-se à onda do mar, levantada pelo vento e agitada de um lado para o outro. Não pense, portanto, tal homem que alcançará alguma coisa do Senhor” (Tg 1.6.7).

Ainda que a resposta demore vir, como para nosso irmão Daniel em Babilônia, podemos ter certeza de que Deus ouve nossas orações, desde o momento em que nos humilhamos diante de Deus (Dn 10.12).

3. Orar com persistência.
Se quisermos ter vitória na vida, não podemos fracassar na oração! Como dizia o piedoso metodista Edward Bounds, “nenhuma formação intelectual pode tapar o buraco do fracasso na oração. Nenhum esforço intenso, nenhuma diligência, nenhum estudo, nenhum dom pode suprir o que falta por causa do fracasso em orar”.

O próprio Jesus exorta-nos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). A parábola da viúva que batia à porta do juiz suplicando solução para a sua causa foi contada por Jesus aos seus discípulos “sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer” (Lc 18.1). O apóstolo Paulo, que costumava falar de suas orações e também pedir orações em seu favor em suas cartas, exorta: “Orai sem cessar” (1º Ts 5.17) e ainda “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18).

4. Uma vida de oração.
Diariamente, ao menos duas vezes por dia, o sacerdote oferecia incenso ao Senhor sobre o altar no lugar Santo. Quantas vezes por dia estamos fazendo subir a Deus o bom perfume de nossas orações? Aliás, já oramos hoje a sós com Deus, manifestando-lhe nossa gratidão por seu amor? Em tempos de crise como os que vivemos, temos levado todas as nossas necessidades a Deus em oração (Fp 4.6), ou estamos preferindo o atalho das murmurações e ansiedades que nada resolvem? (Mt 6.27). Deus responde, mas responde ao que clama! (Jr 33.3). Quanta ansiedade com o comer, o beber e o vestir! Quanto ativismo profissional sequestrando nossas devoções! Quanto entretenimento banal, privando-nos da comunhão com o Pai celeste! Deveríamos nos envergonhar de não termos uma vida de oração, como a de Lutero, reformador alemão, que orava pelo menos duas horas por dia, ou como o puritano ou wesleyanos que passavam madrugadas sob a luz de velas, suplicando a Deus um avivamento espiritual genuíno!

Samuel Dickey Gordon, em seu clássico de 1904, Quiet Talks on Prayer, dizia com muita contundência:
“Os grandes da terra hoje são os que oram. Não me refiro aos que falam sobre a oração, nem aos que creem na oração, nem aos que sabem explicar os méritos da oração. Refiro-me às pessoas que separam tempo para orar e oram. Elas não têm tempo. O tempo deve ser subtraído de outra atividade qualquer. Essa atividade qualquer é importante e urgente, mas não quanto a oração”.

CONCLUSÃO.
Ao final do estudo desta lição, que mais do que informar deve nos inspirar para uma vida de fé e oração, que possamos dizer como o salmista “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2). A oração é uma verdadeira batalha (Cl 4.12), e precisamos persistir e sermos diligentes a fim de conquistar a vitória. Satanás quer nos encher de atividades e entretenimentos a fim de nos fazer cansar e desanimar da oração. Disciplinemos nossa mente e coração, para garantir que estaremos sempre junto de Jesus, no Getsêmani da oração, a fim de que não soframos a reprimenda: “nem uma hora pudeste velar comigo?” (Mt 26.40). “Com Jesus a minh’alma deseja estar, no jardim em constante oração, quando a noite chegar e o mal me cercar quero estar em constante oração” (Emílio Conde).

FONTE DE PESQUISA

1. ANDRADE Claudionor de. Lições Bíblica. Lição 13 do trimestre sobre “Adoração, Santidade e Serviço”. CPAD.
2. Jan Rouw e Paul Kiene. A casa de ouro, Depósito de Literatura Cristã.
3. Gunna Vingren. O tabernáculo e suas lições por Gunnar Vingren, CPAD.
4. Edward Bounds. Poder pela oração.Ed. Vida.