O termo “tipologia bíblica” se refere às pessoas, eventos e
instituições do Antigo Testamento que serve de sombra ou prefiguração de
pessoas e eventos do Novo Testamento. A representação inicial se chama “tipo”,
e a realização dela, “antítipo”.
Podemos compreender melhor o livro de Hebreus, se estivermos
cientes do fato de que o autor revela muitos antítipos de tipologia do livro de
Levíticos no Antigo Testamento. Lemos em Hb 10.1 Diz: “Visto que a lei tem a sobra dos bens vindouros, mas
não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes,
com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente eles oferecem”.
Temos aqui um exemplo: o “tipo” é a antiga aliança, ou seja,
a Lei; sua realização, ou “antítipo” é a nova aliança proporcionada pela morte
de Cristo no Calvário.
Seria incompleto este o estudo da Cristologia sem algumas referências
às muitas fontes textuais que prefigura no Antigo Testamento, a pessoa e obra
de Cristo.
Hb no capítulo 4,
nos mostra que tanto Arão como Melquisedeque foram “tipos de Cristo” no que diz
respeito ao seu sacerdócio.
Hb no capítulo 3,
mostra que Moisés foi um “tipo” de Cristo no seu papel de libertador: nesta
função aparece também Josué. Devemos lembrar, que o “antítipo” se manifesta bem
superior ao “tipo” que prefigura. Não há, por exemplo, na vida de Cristo,
aquelas fraquezas e falhas humanas nos indivíduos que lhe serviram de “tipo”.
Em Números capítulo
21 relata como Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, e como
todos os israelitas que contemplavam ficavam curados da picada das cobras
vivas. Em Jo 3.14-15 Jesus diz:
“do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do homem seja levantado, para que todo o que n’Ele crê tenha a vida
eterna”. Este tipo cumpriu-se no Calvário, quando Jesus foi feito pecador por
nós, conforme 2ª Co 5.21; Gl 3.13.
Os três dias e três noites passados por Jonas no ventre do
peixe servem de “tipo” do intervalo entre a crucificação de Cristo no Calvário
e Sua ressurreição no terceiro dia. Em Mt
12.40 Jesus diz: “Assim como esteve Jonas três dias e três noites no
ventre do grande peixe, assim o Filho do homem estará três dias e três noites
no coração da terra”.
No capítulo 22 de Gn,
a prontidão de Abraão para sacrificar seu filho Isaque, serve de “tipo” de
Deus, que deu Seu filho unigênito em sacrifício por nós, pecadores.
Vejamos a seguir algumas instituições do Antigo Testamento
cuja realização se encontra em
Jesus Cristo : os sacrifícios de animais, o sacerdócio, o
tabernáculo e templo, e lei Mosaica. No que diz respeito ao sacrifício de
animais para expiação de pecados, lemos em Hb 9.13-14: “Se o sangue de bodes e de touros, e a cinza de uma
novilha, aspergida sobre os contaminados, os santifica, quanto à purificação da
carne, muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito Santo, A si mesmo se
ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para
servimos ao Deus vivo!”.
Acerca do sacerdócio, lemos em Hb 7.26-27 “Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como
este, santo, inculpável, sem mácula, separados dos pecadores, e feito mais alto
do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de pecados,
depois pelo do povo, porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se
ofereceu”.
Pr. Elias Ribas
pr.eliasribas2013@gmail.com.br