TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 20 de junho de 2025

A CARTA Á IGREJA DE LAODICÉIA

 


Ap 3.14-21 “E ao anjo da igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! 16 Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. 17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. 19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei até ele, e com ele cearei, e ele comigo.21 Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A igreja de Laodiceia é a última das sete igrejas da Ásia Menor citadas no Apocalipse. Infelizmente a situação espiritual dessa igreja era miserável. Uma igreja em que os bens materiais sobejavam, mas desprovida espiritualmente. Nem quente, nem fria, uma igreja morna, indiferente à Palavra de Deus. Porém, o Senhor Jesus a amava e por isso aconselhou que buscasse um genuíno avivamento (Ap 3.18). O Senhor Jesus não quer que seus filhos se percam. Ele é aquele que traz o nosso pecado à tona, nos ensina como abandoná-lo e nos perdoa quando de coração sincero nos arrependemos. 

A igreja de Laodiceia recebeu a carta mais severa da parte de Cristo. Diferentemente das outras igrejas, em Laodiceia não havia nada elogiável. Porém, o Senhor Jesus Cristo buscava restaurar aquela igreja, e tinha um plano maravilhoso para ela. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

Nome de uma cidade que antes se chamava Dióspolis, mas foi fundada por Antíoco II, que lhe pôs o nome em honra de sua mulher a rainha Laodice. 

Era cidade principal da Frígida Pacatiana da Ásia Menor, e estava situada um pouco ao sul de colossos. Estava a 160 Km de Éfeso, e 80 Km de Filadélfia. 

A cidade de Laodiceia foi fundada em 250 a.C., por Antíoco da Síria, ela era importante pela sua localização e se enriqueceu por ficar no meio das grandes rotas comerciais

Laodiceia era uma cidade importante e muito rica. Fundada em 250 a.C.. 

Laodiceia era uma cidade bem localizada. Uma das cidades mais ricas da Ásia. 

·         Possuía a maior fábrica de roupas e de vestuários de lã preta, produto de ovelhas criadas nas suas vizinhanças.

·         Tinha uma escola de medicina onde se produzia um unguento que cura os problemas dos olhos.

·         Tinha um centro bancário. 

No Tempo dos apóstolos, Laodiceia era uma cidade próspera. Paulo fez referência dela quando escreveu a carta aos Colossenses 2.1 “Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e por quantos não viram o meu rosto em carne.” 

Pelo ano 65 da era cristã, Laodiceia foi destruída por um terremoto. 

Era uma cidade de grande riqueza, mas no ano 62 ela foi, junto com Hierópolis e Colossos destruída por um terremoto. Mas por causa de sua grande riqueza, ela pode ser reconstruída tão rápida e completamente que ao tempo em que João recebeu a revelação do apocalipse a catástrofe já havia sido esquecida. Foi reconstruída com recursos próprios, sem o auxílio do Império Romano. 

II. JESUS O PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO (V. 14). 

1. Testemunha fiel. V. 14 “E ao anjo da igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.” 

A palavra grega para testemunha na frase testemunha fiel e verdadeira é “martyreo”, da qual também derivamos a palavra “mártir”. Tendemos a pensar em um “mártir” como alguém que foi morto por sua fé, como de fato muitas testemunhas cristãs fiéis ao longo do tempo foram. 

Jo 14.6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” 

Jo 8.32, 36 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” 

1ª Tm 3.15 “Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” 

Se Laodiceia vive de mentiras e de aparências, Jesus não tem outra alternativa senão a de apresentar-se, ao seu pastor, como a Testemunha Fiel e Verdadeira. A Igreja de Cristo tem a obrigação de sustentar a verdade evangélica neste século maligno e mentiroso. 

Mas como poderá uma igreja morna e que tem a cara do mundo levantar-se como a voz profética de Deus? 

22. O princípio da criação. Refere-se a Jesus: Jo 1.1-2 “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez.” 

Cl 1.15-17 “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. 16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. 17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” 

2. Jesus é Onisciente. V. 15a “Conheço as tuas obras...”. 

O homem jamais consegue esconder-se do olhar de Deus.

Salmo 139.7-8 “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a mina cama no mais profundo abismo, lá estás também”. 

III. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICEIA 

1. Frieza espiritual. Vs. 15b-16 “.... que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. 

Deus vê todas as coisas e sabes todas as coisas que praticamos. Não temos como escondê-lo. 

Hb 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Pv 15.3 “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” 

1ª Pd 3.12 “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. 

2. Nem frio, nem quente (v. 15). Ao contrário de todas as outras cartas às igrejas da Ásia, o Senhor não faz nenhum elogio à igreja em Laodiceia, o que é, no mínimo, irônico. 

A igreja que mais destilava orgulho próprio – pois ao contrário das outras, não tinha nenhum problema com falsos mestres, com falsas doutrinas, também não sofria perseguição dos judeus ou dos romanos e era muito abastada em termos financeiros – foi a igreja a quem o Senhor não destinou nenhum elogio, mas recebeu a mais severa das correções. 

Nos dias de hoje tem pessoas que vem a igreja, mas não querem compromisso e nem responsabilidade com o Reino de Deus. Eles acham que estando dentro de uma igreja é o suficiente, ou seja, eles acham que a igreja lhe garante a salvação. 

O morno mistura a doutrina bíblica com o pecado, com as coisas do mundo. Isto é, ele anda em conformidade com o mundo. 

Rm 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 E não sejais conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” 

2.1. Como combater a frieza.

a) Orando (Comunhão com Deus). Ef 6.18 “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” 

1ª Ts 5.17 “...orai sem cessar....”. 

b) Jejuando. Mt 9.14-15 “Então, vieram a ele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? 15 E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.” 

Lc 2.37 “E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” 

c) Buscando santificar-se. 2ª Co 7.1 “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” 

Hb12.14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o senhor.”

d) Não deixando de congregar. Hb 10.25 “Não deixando nossa mútua congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” 

At 2.46 “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.” 

Sl 122.1 “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” 

3. “Vomitar-te”. V. 16 “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.” 

Perto de Laodicéia havias fontes de água mineral morna e emétrica, que o viajante sedento rejeitaria com nojo (ânsia de vomito). Este é o desgosto que Cristo sente para com uma igreja espiritual morna. Qualquer outra condição espiritual seria mais promissora. 

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, conhecidas por seus benefícios terapêuticos. No entanto, a água que chegava a Laodiceia através aquedutos que vinha destas fontes distantes e ao ser transportada se tornava morna e sem qualidade das fontes originais. Portanto, ela é conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo no Seu Senhor, Jesus Cristo. O Senhor usa esta metáfora para ilustrar a condição espiritual da Igreja. 

O vomito nada mais é do que uma ação natural do organismo para retirar aquilo que está fazendo mal para o corpo. É uma ação de proteção para o corpo. O indefinido será retirado do corpo. Esta ação é feita pelo Espírito Santo, que age para retirar do corpo aquilo que lhe faz mal. 

O desejo do Pai é que tenhamos uma vida de santificação em Sua presença, cheio do Espírito Santo, vivendo uma vida de comunhão com o Pai e com os irmãos. 

Pode-se supor que ao ouvirem o Evangelho, a primeira geração de cristãos em Laodiceia ardia como um fogo espiritual cheios de entusiasmo. Mas com o passar do tempo se tronaram mornos. Água quente ou fria tem utilidade. Contudo, para que serve a água morna de Laodiceia? 

Servem-no com seu serviço lerdo, com seus cultos sonolentos, com orações de ladainhas e com seu cuidado pastoral negligente. 

Observe que Jesus não diz: “Vou vomitá-los da minha boca”, mas diz que está “a ponto de” vomitá-los. O Senhor oferece a graça da mudança, é por isso que manda João escrever a carta, para tornar quente o que antes foi morno. 

4. Arrogância espiritual. V. 17a “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.” 

A igreja de Laodiceia se achavam auto suficientes, abastados, indiferente e prevalecente da soberba e das riquezas. 

A cidade era prospera o povo era rico materialmente, não tinha falta de nada. 

Havia indústria, e um centro bancário, mas Jesus diz: “Não sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”. 

O orgulho de Laodiceia através de suas riquezas (seu centro bancário, seus ofalmos, seus colírios, sua fabricas de tecidos) serviram para dar visão e decadência espiritual. 

Jesus não está condenando as riquezas, mas o orgulho e o amor pelas riquezas materiais.

1ª Tm 6.10 “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 

Mateus 6.33-34 “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 4 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” 

A igreja de Laodiceia precisava desesperadamente da graça que regenera, das vestes da justiça de Cristo e de olhos do coração iluminados pelo Espírito Santo. 

O que nos lembra esse discurso? A retórica do querubim ungido ao apostatar-se de sua posição junto ao trono do Altíssimo (). Comportam-se assim as igrejas que, por causa de sua prosperidade material, julgam-se ricas, mas espiritual e ministerialmente são paupérrimas. 

Is 14.13,15 “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. 14 Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. 15 E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” 

5. Cegueira espiritual. V. 17b “...e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.”

Apesar de ter o melhor colírio, Jesus chama de cegos.

Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Grande Médico. Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores. Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor.

Lucas 5.31-32 “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos. 32 Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.” 

IV. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA 

V. 18 “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” 

1. Ouro refinado pelo fogo. A menos que o anjo da Igreja em Laodiceia adquirisse os tesouros da sabedoria e da ciência em Cristo, continuaria a levar uma vida miserável (Cl 2.2,3). Como adquirir tais tesouros? Cristo no-los coloca à disposição: 

Cl 2.2-3 “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e em todas as riquezas da plena certeza da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo. 3 Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.” 

Tg 1.5 “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.” 

2. Vestiduras brancas. V. 18b “...e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez...”. 

Redimidos pelo sangue do Cordeiro, nossas vestes tornaram-se mais alvas que a neve (Is 1.18). Sim, Ele mudou-nos as vestiduras que, manchadas pela iniquidade, envergonhavam-nos diante de sua justiça e santidade (Zc 3.1-10). 

Is 1.18 “Vinde então, e raciocinemos juntos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” 

Zc 3.3-5 “Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo. 4 Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestes finas. 5 E disse eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e vestiram-no das roupas; e o anjo do Senhor estava em pé.” 

Ap 19.7-8 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. 8 E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” 

3. Colírio. V. 18c “E que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” 

A cidade tinha os melhores oftalmos do mundo, os melhores colírios, mas Jesus aconselha que compres colírio para ungires os olhos. 

Tinham o colírio material, mas não tinha unção do Espírito Santo. Sem está unção o cristão não vê espiritualmente se não só materialmente.

Tinham um centro bancário, mas Jesus chama de pobres. 

Tinham as melhores roupas, mas Jesus chama de nu. 

Tinham os melhores colírios, mas Jesus chama de cegos. 

A cegueira espiritual era o grande problema da igreja em Laodiceia: não conseguia ver a própria miséria nem podia perceber a sua nudez. Por isso o Senhor Jesus aconselha o seu anjo: “aconselho-te que de mim compres [...] colírio, para que vejas” (Ap 3.18). 

3.1. Onde encontrar o verdadeiro colírio.

A. Jesus é o colírio espiritual. Jesus refere-se ao colírio espiritual para que o homem veja a verdade. 

Jo 8.32, 36 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. 

Quando o povo não conhece a verdade está cego, nu e desgraçada. Anda em caminhos errantes. 

B. Na Palavra. Nas Sagradas Escrituras. Lendo-a, conseguimos ver todas as coisas perfeitamente.

Sl 119.105 “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” 

C. A Palavra é o colírio para nossos olhos espirituais. Jo 15.3 “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.” 

D. A Palavra vai lavar nossos olhos. Ef 5.26-27 “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra. 27 Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” 

E. Não pode ver o reino de Deus quem não ungir seus olhos como o colírio espiritual.

Jo 3.5 “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” 

Simboliza a nossa vida limpa pelo fogo da Palavra de Deus. Jo 17.17 “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” 

2ª Co 6.17-18 “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei. 18 E eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.” 

V. A EXORTAÇÃO À IGREJA DE LAODICEIA 

Vs. 19-20 “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei até ele, e com ele cearei, e ele comigo.” 

1. Cristo chama atenção desta igreja ao arrependimento. E para que isto aconteça, Ele disciplina, ensina, aconselha, fala, para que todos venham ao arrependimento.

O arrependimento é o caminho para o céu. At 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e para que venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” 

2. “Eis que estou a porta e falo” (V. 20).

A Palavra “fala” no gr. é Lego – Eu digo, eu falo). 

A igreja de Laodiceia havia colocado Jesus para o lado de fora. Jesus está literalmente batendo à porta da igreja de Laodiceia, implorando para ser admitido. Isso indica que a igreja se tornou tão arrogante e insensível aos apelos espirituais de Jesus que Ele foi essencialmente mantido do lado de fora, rejeitado em vez de ser acolhido. 

Aqueles que estão com a porta fechada podem abrir e desfrutar de uma intima compaixão com o Senhor. O fato de Ele esperar pela abertura da porta mostra o paradoxo da graça e responsabilidade pessoal. 

Aquele que ouvir a voz do mestre e abrir o seu coração, então Ele entra para cear e para morar. O nosso corpo é o templo do Espírito Santo, e quando abrimos o nosso coração, Ele habita em nós (faz morada) e somos ricamente abençoados por Ele, nesta vida e na vida eterna. 

VI. A PROMESSA À IGREJA DE LAODICEIA 

1. Vencedores. V. 21-22 “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

Aos vencedores, Ele prometeu uma eternidade de comunhão com Deus para aqueles que ouviram sua voz e abriram seus corações. Assim como Cristo participa do trono do Pai, Ele prometeu que os vencedores participarão do seu trono. Aquele que ouve a voz de Cristo e o recebe em sua casa, também será recebido por Ele na glória eterna. 

2. Ouça o que o Espírito diz ás igrejas (22). 

Ouça e não te faças de surdo escute a voz terna de Jesus e abra o seu coração para que Ele faça morada. Escute ouça o que o “Espírito diz as igrejas”. 

CONCLUSÃO:

Frieza espiritual é um grande perigo, e o motivo desse mal foi ensinado por Jesus

Mt 24.12 “Por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos esfriará.” 

Por se multiplicar a iniquidade no coração dos crentes. A frieza espiritual acontece quando damos lugar ao pecado em nossos corações. A frieza é causada pela demasiada preocupação com as coisas materiais; a frieza espiritual é causada pelo menosprezo a comunhão com Deus; e a frieza espiritual é causada pela indiferença com respeito as a eternidade. 

Tinham tudo, mas Jesus chama de infeliz e miseráveis. 

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 18 de junho de 2025

A CARTA À IGREJA EM FILADÉLFIA

 


Ap 3.14-21 “Ao anjo da Igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas, o princípio da criação de Deus. 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. 16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. 17 Pois dizes: Estou rico e abastardo e não preciso de coisa alguma, nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifestada a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. 19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou á porta e bato (falo); se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás igrejas”. 

Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, encontramos duas que não contêm nenhuma crítica das igrejas: A carta à igreja em Esmirna, uma congregação pobre que enfrentava perseguição, e a carta à igreja em Filadélfia, uma congregação fraca e limitada, mas que dependia de Deus.

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo no seu Senhor, Jesus Cristo. 

A carta à igreja em Filadélfia, destaca a fidelidade e perseverança da igreja, apesar das dificuldades, e promete recompensas para aqueles que perseverarem. A mensagem de Jesus é que, apesar de pouca força, a igreja guardou a sua palavra e não negou o seu nome. Ele reconhece a importância da igreja em abrir portas e afirma que ela tem um lugar especial em sua história. A carta também oferece um chamado para os membros se aproximarem de Jesus e receberem o seu amor e perdão. 

Ao Anjo da Igreja em Filadélfia (3.7-13). 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

1. A igreja em Filadélfia (7): Filadélfia significa amor fraterno ou amor entre irmãos.

As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontra no Apocalipse (1.11; 3.7).

A cidade de Filadélfia era a mais jovem em da Ásia Menor.

A cidade de Filadélfia gozava uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmão, assim dando origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Foi localizada num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia. 

Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo. Cl 4.13-16 “Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e pelos que estão em Hierápolis. 14 Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas. 15 Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. 16 E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também seja lida na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodiceia lede-a vós também.” 

II. JESUS SE APRESENTA PARA A IGREJA 

1. Estas coisas diz o santo, o verdadeiro (7): Nesta carta, Jesus não empregou as descrições do capítulo 1 para se identificar. Ele afirma ser o santo e o verdadeiro. São características divinas (6.10). A santidade é uma das qualidades principais de Deus (veja Ap 4.8; Is 6.3). Ninguém é igual ao Santo Deus (Is 40.25). A palavra “verdadeiro” é usada frequentemente no Novo Testamento, e especialmente nos livros de João, em referência a Deus (Pai e Filho). (Veja João 3.33; 7.28; 8.26; 17.3; 1ª João 5.20; Apocalipse 3.7; 6.10; 19.11; Romanos 3.4; 1ª Tessalonicenses 1.9). Enfatiza a sinceridade dele, em contraste com a falsidade dos judeus em Filadélfia. 

2. Aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá (7): Esta linguagem vem de Isaías 22.20-24, onde a autoridade sobre Jerusalém e sobre Judá é transferida a Eliaquim. A chave representa autoridade e poder. Jesus, como descendente real de Davi, controla o acesso ao reino de Deus. Ele abre, e ninguém é capaz de fechar. Ele fecha, e ninguém consegue abrir. 

3. Conheço as tuas obras (8): Como afirmam todas as cartas, Jesus conhece de primeira mão as obras dos cristãos em Filadélfia. 

III. A FIDELIDADE DA IGREJA 

1. Tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar (V. 8): Antes de falar sobre as obras deles, Jesus já oferece encorajamento a esses discípulos. Mesmo sendo servos fiéis, eles sentiram fracos e, talvez, incapazes de cumprir bem seus deveres ao Senhor. Jesus queria assegurá-los de sua fidelidade para com os seus servos.

Portas abertas representam acesso e oportunidades. Deus abre a porta da fé quando oferece o evangelho aos homens (At 14.27), assim lhes dando acesso à comunhão com ele. Abre portas de trabalho para seus servos divulgarem a palavra (1ª Co 16.9; 2ª Co 2.12; Cl 4.3). Aqui ele não fala especificamente da natureza das oportunidades dadas aos discípulos em Filadélfia, mas garante que as portas ficariam abertas. Hoje, quando Deus abre portas de oportunidade para nós, devemos aproveitá-las (Tg 4.17). 

2. Uma igreja com pouca força, mas com fé. V. 8) Fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não condena esta igreja por nenhum erro, mas diz que ela tinha pouca força. Pode ser que fossem poucos em número, ou de outra maneira limitados em capacidade. Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar mais em Deus e depender de sua força (2ª Cr 12.9-10). Como Eliseu venceu os siros pelo poder de Deus (2º Reis 6.16-17), os fiéis em Filadélfia teriam sua vitória pela força de Jesus. 

3. Entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (V. 8): Apesar de suas limitações, a igreja em Filadélfia se mantinha fiel. Guardava a palavra de Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia (Jo 12.48-50). Esta nova aliança entrou em vigor após a morte de Jesus (Hb 9.15-17; 8.6-13). Devemos obedecer a perfeita lei da liberdade que Jesus nos deu (Tg 1.25). Eles defendiam o nome de Jesus e não o negaram. 

4. A sinagoga de Satanás (9): Havia uma sinagoga de Satanás, uma congregação de falsos judeus, também em Esmirna (2.9). Sabemos do livro de Atos que as primeiras perseguições da igreja, tanto em Jerusalém como na Ásia, foram feitas por judeus. A igreja em Filadélfia sofreu por causa desses falsos judeus. 

5. Eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei (9): Apesar de serem fracos, os discípulos em Filadélfia ficariam do lado do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos (Is 60.14). Os servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo sobre as nações (Ap 20.4; Ap 2.26-27), mas a glória e a adoração ainda pertencem totalmente ao Senhor. Esta honra serviria de prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos judeus os odiavam, mas o Senhor e Cristo os amava! 

6. Porque guardaste a palavra da minha perseverança (10): Não desistiram! 

7. Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra (10): Os discípulos em Filadélfia seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. Pode ser uma referência à perseguição que começou no reinado de Domiciano e que causou terrível sofrimento e a morte de centenas de milhares de pessoas. Independente da natureza específica desta provação, Jesus prometeu proteção (mas não isenção de sofrimento) aos fiéis em Filadélfia. Ainda precisariam conservar o que tinham (3.11). 

8. Venho sem demora (11): A vinda de Jesus traria alívio para os servos que sofriam pelo nome dele, e castigo terrível para os perseguidores e imundos. Para a maioria em Sardes, seria um dia de angústia (3.3). Para os cristãos em Filadélfia, seria um dia de alívio. 

9. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (11): Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar e permanecer fiéis até o fim. 

IV. PROMESSAS AOS VENCEDORES 

1. Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus (12): As colunas de Filadélfia racharam e caíram no terremoto algumas décadas antes, mas as colunas no verdadeiro templo de Deus jamais seriam destruídas. Estas não são de pedra; são colunas vivas e firmes. Jesus não fala somente de líderes nas igrejas (Gl 2.9), mas de todos os vencedores fiéis. Os discípulos do Senhor são, ao mesmo tempo, pedras vivas e sacerdotes (1ª Pe 2.5-9). 

2. Daí jamais sairá (12): Os vencedores permanecerão no templo para sempre. Gozarão comunhão eterna com Deus.

3. Gravarei...sobre ele (12): Várias descrições mostram a posição privilegiada do vencedor. Nomes gravados sugerem posse. O vencedor pertence a Deus. Ele faz parte do “povo de propriedade exclusiva de Deus (1ª Pe 2.9). Ele também pertence à cidade de Deus, a nova Jerusalém. A nova Jerusalém é a noiva de Cristo (21.2). O vencedor faz parte da noiva, da igreja que pertence somente a Jesus. Ele recebe, também, o nome de Cristo. Jesus confessará abertamente os nomes dos seus servos (Mt 10.32). 

4. Quem tem ouvidos...ouça (13): Jesus viria logo para castigar e salvar. É importante ouvir a sua mensagem e estar preparado. 

CONCLUSÃO: Como identificar uma igreja boa? Seria a maior? A mais ativa? A mais conhecida? A mais rica? Certamente Jesus julga por critério diferente do nosso. Ele pode ver uma igreja pobre ou fraca como uma congregação fiel, dedicada e perseverante. Ao invés de tentar impressionar os homens, devemos nos dedicar ao desenvolvimento do caráter que agrada a Deus.

A Igreja de Filadélfia nos ensina sobre fidelidade a Deus e amor ao próximo. Esta é a Igreja que Deus quer, uma comunidade viva e perseverante na Palavra. O Senhor quer abrir portas para o anúncio do Evangelho e nos levantar como colunas em sua Obra.

Pr. Elias ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 15 de maio de 2025

A CARTA À IGREJA EM SARDES

 


Apocalipse 3.1-6 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 2 Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. 4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A carta a Igreja em Sardes é uma mensagem de repreensão e advertência para uma Igreja que tinha fama de estar viva, mas estava espiritualmente morta. Jesus, através de Seu Espírito, revela que a Igreja não está agindo de acordo com a sua fé e que precisa despertar e fortalecer o pouco que ainda resta. 

A Igreja de Sardes vivia de aparência. Tinha um nome de que vivia, mas estava morta espiritualmente, apesar de externamente parecer ativa e forte. 

I. O CONTEXTO HITÓRICO 

1. A cidade de Sardes. A cidade antiga de Sardes, foi fundada no século VIII a.C., quando viveu um tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades magnífica do mundo antigo. 

A cidade antiga parte fazia do reino lídio. Ela orgulhava-se também de seus fabulosos tesouros. Suas abundâncias vinham, em parte, do rio Pactolos, que lhe fornecia ouro, prata e pedras preciosas, lã, tecido em grandes quantidades. Suas águas, de tão excelentes, eram tidas como indispensáveis à boa saúde. 

O Reino da Lídia foi um poderoso império que existiu na região sudoeste da Ásia, mais especificamente na Anatólia Ocidental (atual Turquia), entre cerca de 1180 a 547 a.C. Os lídios, também conhecidos como meônios, eram conhecidos por sua riqueza, comércio e, particularmente, por serem os primeiros a cunhar moedas de ouro e prata. 

Era uma cidade estratégica militarmente. A cidade de Sardes, se localizava no alto de uma montanha a 500 metros acima do nível do mar, cercada de muralha e bem fortificada; considerava-se inconquistável. Seus habitantes pensavam que já mais seria destruída pelos adversários. Ela nunca foi derrotada pelo um confronto direto. 

Em 546 a.C., o rei lídio, Croeso, foi derrotado pelos persas, quando Ciro o Grande cercou a cidade por 14 dias e estrategicamente estudou a maneira de invadir a cidade. Porém em uma noite um soldado persa encontrou uma fenda e penetrou na cidade, encontrado todos dormindo e desatenta. Desta forma ele abre os portões da cidade e Ciro entra e toma a cidade na surdina da noite. Assim, a cidade inconquistável caiu quando o inimigo chegou como ladrão na noite! 

Em 334 a.C, a cidade se rendeu a Alexandre o Grande. Em 214 a.C., caiu outra vez a Antíoco o Grande, o líder selêucido da Síria toma a cidade da mesma forma por falta de vigilância dos soldados daquela cidade. 

Durante o período romano, herdou a província da Ásia, mas nunca mais recuperou a sua reputação. Era uma cidade com um passado glorioso e um presente de pouca importância em termos políticos e comerciais. 

Ela fora destruída, mas Alexandre o Magno a reconstruiu e a eletrizou levando a cidade adorar a deusa Sibele que passa ser a padroeira da cidade. Eles criam que aquela deusa tinha poder para ressuscitar os mortos ou trazer vida aos mortos. Por isso essa igreja entendia a linguagem de Jesus: “...que tens nome de que vives e estás morto.”

Somente Jesus Cristo tem poder para dar vida e não era a deusa Sibele. 

O ano 17 d. C. a cidade foi quase totalmente destruída por um terremoto, mas o Imperador Tibério resolve reconstruir parte da cidade, com isso a cidade agora se molda ao costume de Roma e torna-se uma cidade devassa moralmente, lasciva imoral e idolatra. 

Nos tempos bíblicos do Novo Testamento a cidade passou a pertencer ao Império Romano, sendo situada aproximadamente 80 km da cidade de Esmirna, no atual território da Turquia. 

A cidade antiga de Sardes, hoje apenas ruínas perto da atual vila de Sarte na Turquia, considerava-se impenetrável. Foi colocada numa rota comercial importante no vale do Hermo, com a parte superior da cidade (a acrópole) quase 500 metros acima da barragem, nos rochedos baixos do vale. 

2. Sardes era a capital do antigo Reino da Lídia.  Os lídios foram o primeiro povo antigo a cunhar moedas regularmente. Sardes fazia parte do Reino da Lídia, cujos monarcas tornaram-se notórios por sua magnificência. Ascendendo ao trono no sexto século a.C., o rei Croeso acumulou tantos bens, que o seu nome veio a tornar-se sinônimo de riqueza. No mundo antigo, este ditado era corrente: “Rico como Creso”. A palavra Creso do grego antigo Κροῖσος (Kroísos). Do latim Croesus, por isso usa-se a palavra Creso para uma pessoa muito rica. 

II. A IGREJA EM SARDES VIVIA DE APARÊNCIA 

1. Uma Igreja morta. V. 1b “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

Tinha fama de estar viva, mas estava morta. A Igreja em Sardes foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. 

1.1. Muitas igrejas, hoje, assemelham-se a Sardes. Morreram e não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. Ao invés do registro do novo nascimento, o atestado de um óbito que poderia ter sido evitado. 

1.2. Todavia, o Senhor Jesus quer reavivá-las. A carta para a Igreja de Sardes é para nós também! O Espírito Santo haverá de soprar-lhes a vida, para que se reergam neste vale de ossos sequíssimos. Somente um reavivamento ressuscitará as igrejas que, apesar de terem história, já não fazem história. 

Frequentemente julgamos os outros pela aparência. Observamos o comportamento e tentamos entender os motivos. 

2. Jesus julga os corações. Ele vê o caráter verdadeiro de cada pessoa e de cada igreja. Apesar de ter a reputação de uma Igreja forte e ativa, Ele viu as falhas e sabia que aquela congregação já estava quase morta. Se não voltar a viver, seria tomada de surpresa, como se fosse por um ladrão. 

III. JESUS SE APRESENTA À IGREJA DE PÉRGAMO 

V. 1 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas.” 

1. Quem fundou a Igreja de Sardes. Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo, a Igreja em Sardes exalava abundante vida. De um amontoado de gente oriunda de várias etnias, o Espírito Santo batizou a todos no corpo de Cristo (Rm 6.3), isto é, conheceram o evangelho. E apesar da diversidade cultural, todos agora achavam-se irmanados no Autor da vida (Nm 27.16; Jo 17.2; At 3.15). 

1ª Co 11.3 “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” 

Cristo é a mente da Igreja, e nós somos as mãos da Igreja. 

2. Endereçada ao anjo da igreja em Sardes (v. 1). O pastor e líder daquela Igreja. 

3. Aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (4.5). 

Os sete Espíritos de Deus são mencionados quatros vezes no livro do Apocalipse. 

1. Em Apocalipse 1.4, os sete Espíritos de Deus são mencionados na saudação introdutória do livro. 

2. Em Apocalipse 3.1, Jesus se apresenta à Igreja em Sardes como sendo aquele que “tem os sete Espíritos de Deus”. 

3. Em Apocalipse 4.5, na visão do trono de Deus, os sete Espíritos de Deus aparecem relacionados à figura de sete lâmpadas que estão diante do trono. 

4. Em Apocalipse 5.6, na visão de Cristo exaltado recebendo das mãos do Pai o livro selado com sete selos, os sete Espíritos de Deus enviados por toda terra são mencionados em conexão com os sete chifres e os sete olhos do Cordeiro. 

Como são descrito os sete Espíritos de Deus em Isaías. Is 11.1-2 “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” 

4. Os sete olhos do Cordeiro. Ap 5.6 “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra.” 

Deus sabe tudo e vê tudo. Nada em Sardes seria escondido de Jesus. Hebreus 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Lucas 8.17 “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.” 

2º Crônicas 16.9 “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisso, pois, procedeste loucamente, porque, desde agora, haverá guerras contra ti.” 

5. As sete estrelas. Ap 1.16-20 “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma espada aguda de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 17 E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último. 18 E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. 19 Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer. 20 O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” 

Jesus não somente vê, ele também controla. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua infinita sabedoria. 

IV. HAVIA TRÊS GRUPOS DENTRO DA IGREJA DE SARDES 

1. Um grupo de Pessoas mortas. V. 1 “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

- Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. 

- Crentes que só tem o nome no rol de membros, só aparência..., mas estão mortos espiritualmente. São pessoas de dentro da igreja, mas estão ligas ao pecado. 

- Aceitaram a Cristo de boca, mas não eram convertidos. 

- Não apostatara na fé, mas estão sem vidas espiritual. (As 5 virgens néscias). 

- Ele não fala de perseguição romana, nem de conflitos com falsos judeus. Ele não fala do envolvimento com a falsa profetiza Jesabel, nem com os nicolaítas, mas só tinha aparência. Ele fala de uma igreja aparentemente em paz de dentro da congregação, mas indiferentes.

- Eram crentes só no exterior, mas por dentro estavam mortos. Crentes sem santidade. 

1ª Coríntios 11.30 Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.” 

- Em vez cultuar a Deus, seu culto era só uma solenidade, ou seja, só uma reunião.” 

- A igreja de Sardes teve a reputação de ser ativa e viva, mas Jesus sabia que estava quase morta. 

A igreja pra eles tornou-se um clube. Era uma igreja nominal, apenas de nome. Era uma igreja cristão de nome, porém não de Coração. 

2. Um grupo de pessoas sonolentas. Vs. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

2.1. Sê vigilante. Vigiar no ensino da palavra, ou seja, ter o máximo de cuidado com que ensinamos. 

- Era uma Igreja doente. Está na CTI espiritual, “o restante que estava para morrer.” 

- Uma igreja que está com o pé na cova. 

- Por falta de cuidado e de vigilância, a Igreja de Sardes estava morrendo, ou seja, caiu espiritualmente. Muitas passagens no Novo Testamento frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça. 

2.2. Vigiar contra o pecado. Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” 

2.3. Vigiar contra o inimigo de nossas almas. 1ª Pe 5.8 “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão bramando, buscando a quem possa tragar.” 

2.4. Vigiar com os falsos mestres que procuram devorar os fiéis. At 20.28-31 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29 Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. 30 E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. 31 Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. 32 Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele, que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. 33 De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste. 34 Vós mesmos sabeis que, para o que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. 35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. 36 E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles. 37 levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38- entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio.” 

2.5. Vigiar na vinda do Senhor. Mt 24.42,43 “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. 43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.” 

1 Co 16.13 “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.” 

1ª Ts 5.6 “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.” 

Lc 12.37 “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá.” 

Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem. 

V. 3b “E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

- O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Efésios 6.18; Colossenses 4.2). 

- A igreja de Sardes não vigiou, estavam adormecidos. 

2.6. Uma Igreja sem integridade. “...não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

1ª Pe 1.15-16 “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. 16 Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” 

Hb 12.14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” 

2ª Co 6.14 “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 

2.7. Uma igreja imperfeita. Um fruto estragado estraga outros também. 

Pregavam a Palavra sem falar em santidade, novo nascimento, arrependimento. 

Uma igreja em atividade, mas suas obras eram imperfeitas, não era sincera. 

Cantavam, mas só de lábios. Mt 15.8,9 “Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” 

Por fora muito lindo, mas por dentro está podre, como um sepulcro caiado. 

Mt 23.27,28 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” 

Diante das pessoas está tudo bem muito lindo, mas aos olhos de Deus estão corrompidos. 

Pregam e louva com a motivação errada. 

2.8. Uma igreja pecadora. V. 3 “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.” 

- Ouviram a Palavra, mas não guardaram. 

- Uma Igreja sem temor, sem reverência. 

Estão com um pé na igreja e outro no mundo. Não deixaram o estilo e a maneira de viver do mundo. 

Se amoldaram ao mundo. Rm 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” 

O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido. No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrependerem para voltar às boas obras de obediência. 

1ª Pe 4.17 “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” 

Hoje não é diferente. “Líderes” que aceitam o pecado dentro da Igreja. Por exemplo: Fazem casamento de pessoas do mesmo sexo. 

3º Grupo. Resgatar o resto que estava para morrer. V. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

Jd 1.22,23 “E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne.” 

A igreja em Sardes estava quase morta, mas ainda houve uma esperança de salvar alguns, ou talvez até de reavivar a congregação. 

3. Um grupo de pessoas convertidos que se mantinha fiel. Vs 4-6 “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

3.1. Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras. No meio de uma Igreja quase morta, Jesus encontrou algumas pessoas fiéis. 

- Cada um receberá 2ª Co 5.10 “...segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” 

- A salvação não é coletiva; é individual. Ao mesmo tempo, não devemos interpretar este versículo para justificar tolerância de pecado aberto numa igreja. 

- Pessoas que sabem do pecado e não agem para corrigi-lo não podem alegar ter vestiduras brancas, pois desobedecem a Palavra de Deus (Gl 6.1-2; Mt 18.15-17; Tg 5.19-20; etc.).

Não devemos ser participantes nem cúmplices nas obras das trevas (Ef 5.7,11). 

3.2. Andarão de branco junto comigo (4). Já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado. 

Pois são dignos (4). Estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus. 

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” 

V. PROMESSA AO VENCEDOR 

V. 5-6 “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

1. O vencedor ... vestiduras brancas (v. 5a). A mesma promessa feita aos puros em Sardes se aplica geralmente ao vencedor. 

1.1. É uma luta espiritual. Ef 6.12-18 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça. 15 E calçados os pés na preparação do evangelho da paz. 16 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. 17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. 18 Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” 

2. Terá vestiduras brancas de pureza e vitória. As pessoas de vestiduras brancas participam da grande festa de louvor ao Cordeiro. 

As “vestes brancas” representam a pureza e a santidade daqueles que permaneceram fiéis a Cristo mesmo no meio á tentação do mundanismo.

2.1. Vestiduras brancas representam a justiça dos santos. Ap 19.7-8 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” 

3. De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida (5b). O “Livro da Vida” é mencionado várias vezes na Bíblia (veja 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27; Fl 4.3). 

- Paulo disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida. 

Fl 4.3 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.” 

- Jesus disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (3.5). Em contraste, os que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (13.7-8; 17.8). 

4. Confessarei o seu nome diante de meu Pai (5c). Jesus prometeu confessar diante do Pai todo aquele que confessa o nome dele diante dos homens. Prometeu, também, negar os nomes daqueles que se envergonharem dele. 

Mt 10.32-33 “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus. 

Rm 10.9 “a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” 

Mc 8.38 “Porquanto qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.” 

Quem tem ouvidos, ouça (6). Todos devem prestar atenção! 

CONCLUSÃO:

O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. As próprias pessoas na congregação, como outras pessoas olhando de fora, podem achar que esteja tudo bem. Jesus, porém, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada discípulo. Quando ele nos chama para ouvir, devemos prestar atenção! 

Pr. Elias Ribas – Dr. Em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC