TEOLOGIA EM FOCO: A IGREJA EM PÉRGAMO

segunda-feira, 5 de maio de 2025

A IGREJA EM PÉRGAMO

 


Apocalipse 2.12-17 “E ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes. 13 Conheço as tuas obras, e onde habitas, mesmo onde o trono de Satanás é: e reténs o meu nome, e não mo negou minha fé, mesmo nos dias de Antipas foi minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. 14 Mas eu tenho algumas coisas contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e se prostituírem. 15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio. 16 Arrepende-te, ou se não, virei a ti em breve, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. 17 Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, que não conhece senão aquele que o recebe-lo.” 

INTRODUÇÃO:

A carta para a Igreja de Pérgamo foi a terceira carta escrita pelo apóstolo João. A Igreja em Pérgamo se encontrava em uma situação difícil. Estava sedo atacada por ventos contrários de doutrina, que geravam confusão, idolatria e imoralidade. A Igreja vivia uma luta para não perder a pureza da fé e acabar tolerando heresias para agradar ao império e á sociedade ao redor.

 

Pérgamo era uma cidade culta, eclética e de grande importância política por ser a capital do Império na Ásia Menor. 

1. A situação da Igreja de Pérgamo.

A Igreja de Pérgamo estava infestada de homens corruptos de entendimento, que fizeram o que puderam para corromper tanto a fé da Igreja de Cristo. 

A Igreja em Pérgamo estava vivendo uma situação difícil. Havia duas correntes de heresias:

1º Os que seguiam a doutrina de Balaão que, sob o manto de uma espiritualidade afetada e exótica, logo acharam guarida na Igreja em Pérgamo. 

2º Os seguidores dos nicolaítas se infiltrara na igreja de Pérgamo. Também não encontraram dificuldades para se acomodar entre as pobres e desprotegidas ovelhas. 

Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na Igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticaram idolatria e imoralidade. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a Igreja em Pérgamo é o Apocalipse. 

1. Sua localização. Situada às margens do Caíco e distante trinta quilômetros do Mar Egeu, Pérgamo era a mais importante metrópole da Ásia. 

Pérgamo foi mais de 200 anos, a capital da província romana da Ásia. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. 

O Império Selêucida foi um Estado helenista que existiu após a morte de Alexandre, o Grande da Macedónia, cujos generais entraram em conflito pela divisão de seu império. Entre 323 e 64 a.C. existiram mais de 30 reis da dinastia selêucida que começou por Seleuco, um dos generais após a morte de Alexandre o Grande. 

2. Um centro político e religioso na Ásia Menor. A cidade de Pérgamo era uma cidade comercial muito importante, onde havia um centro político e religioso. Pérgamo foi a primeira cidade da Ásia que incentivou abertamente o culto ao imperador. Atualmente, a cidade que fica na Turquia, é conhecida como Bergama. 

No ano 29 a.C., Pérgamo foi dedicado um templo ao “Divino Augusto” o que tornou um centro para o culto imperial. Com o passar do tempo, essa adoração passou a ser uma prova de lealdade ao governo romano, pois o culto ao imperador era o ponto central da política do Império e quem se recusasse a adorá-lo era considerado um traidor. 

Muitos outros deuses eram adorados naquela cidade, onde havia muitos templos pagãos. Entre os deuses estavam: Zeus, Atenas e Asclépio — o deus-serpente que promovia “curas”. Com essas informações, vemos que ali era um local difícil para o crescimento de uma igreja cristã. 

Em suma, Pérgamo era um grande exemplo de ostentação da cultura e civilização modernas. 


3. Pérgamo, a cidade dos livros e da ignorância espiritual. Pérgamo era uma cidade antiga e rica. Foi dali que surgiu o pergaminho como material de escrita, e a cidade possuía uma das “melhores bibliotecas da antiguidade” cujo acervo chegou a ser estimado em duzentos mil volumes (pergaminho). Seus operários sabiam como industriar a pele animal como suporte à escrita. 

Teve a maior biblioteca fora de Alexandria, Egito. Foi o povo de Pérgamo que começou a usar peles de animais para fazer pergaminho, substituindo o papiro. 

4. A Igreja em Pérgamo. É bem provável que a Igreja de Cristo haja sido implantada em Pérgamo quando da estadia de Paulo em Éfeso (At 20.31). Apesar de a cidade ser a guardiã do trono do próprio demônio, o Reino de Deus prevaleceu em seus termos. Se o trono era do Diabo, o cetro estava nas mãos de Cristo (Is 9.6). 

5. Aos quais foi enviada. Ao anjo da igreja de Pérgamo. Pérgamo, em grego, significa casado. 

II. A ESPADA AFIADA DE DOIS GUMES 

1. Este grande personagem é Jesus. V. 12 “E ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes”. 

A uma Igreja casada com o mundo (DOUTRINAS DE BALAÃO E NICOLAÍTAS).

Jesus se apresenta como “aquele que tem a espada aguda de dois fios” (Ap 2.12).

Contra as apostasias, só existe uma arma realmente poderosa: a Bíblia Sagrada

á espada do Espírito Santo (Ef 6.17; Hb 4.12). 

Ap 1.16 “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 

Ap 19.11 “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 12 E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. 13 E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. 14 E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. 15 E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. 16 E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.” 

1.1. Jesus é a Palavra. Jo 1.1. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” 

1.2. A Palavra de Deus é uma espada de dois gumes. Hb 4.12 “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” 

1.3. Dois gumes significam: Correção repreensão. 

1.4. A palavra de Deus é uma espada é uma arma tanto ofensiva quanto defensiva, é, na mão de Deus, capaz de matar tanto pecado e dos pecadores. 

1.5. É uma espada de dois gumes que se vira e corta todos os sentidos. 

2. Manejando bem a espada do Espírito.

2.1. Espada do Espírito. Ef 6.17 “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” 

2.2. O crente deve manejar bem. 2ª Tm 2.15 “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” 

Jo 5.39 “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.”

Os 6.3 “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” 

III. AQUELA IGREJA CONSERVAVA O NOME DE CRISTO, POIS NÃO HAVIA RENEGADO A FÉ 

1. Jesus elogia a igreja. V. 13 “Conheço as tuas obras, e onde habitas, mesmo onde o trono de Satanás é: e reténs o meu nome, e não me negou minha fé, mesmo nos dias de Antipas foi minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.”

2. Pérgamo, o trono de Satanás.

Trono de Satanás. No ano 29 a.C, a cidade de Pérgamo erigiu um santuário para implantação ao culto ao imperador romano. 

Quanto ao primeiro aspecto, o Senhor afirma que ela se situava “onde está o trono de Satanás”.

 

Por trás da realidade cultural e social, estava “Satanás”.

Atrás das festas pagã e idolatra, está Satanás o pai da mentira. 

Apesar de a Igreja em Pérgamo, como um todo, ser fiel a Cristo e às verdades do Evangelho, alguns dentre eles faziam-se passíveis da repreensão do Senhor. 

3. Nada escapa do olhar de Jesus. Ap 19.11-13 “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 12 E os seus olhos eram como chama de fogo...”. 

Jesus viu onde estava plantada a Igreja de Pérgamo. Era onde está o trono de Satanás. 

4. Três características da verdadeira Igreja.

·         Reténs o meu nome. Honra o nome de Jesus.

·         E não me negou minha fé. No meio das corrupções e heresias a Igreja era fiel a Jesus.

·         Foi minha fiel testemunha. “onde Satanás habita.” 

5. Antipas, a fiel testemunha. “...mesmo nos dias de Antipas foi minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.” 

O fiel Antipas, cujo nome em grego significa “contra todos”, levantara-se para combater os apóstatas que haviam entronizado o Diabo naquela Igreja. Por isso, ajuntaram-se todos para tirar-lhe a vida, conforme denúncia Jesus: “o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita” (Ap 2.13). 

Antipas é citado como exemplo de fé como uma “fiel testemunha” que foi morto em Pérgamo, onde Satanás tinha o seu trono. Esta passagem se refere a Antipas de Pérgamo, um mártir cristão que viveu no século I. 

IV. AS HERESIAS DE PÉRGAMO 

1. A repreensão. V. 14 “Mas eu tenho algumas coisas contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e se prostituírem.” 

1.1. A palavra de Cristo para Pérgamo é dura. “....os que seguem a doutrina de Balaão...”. 

1.2. A história de Balaão pode ser encontrada em Números 22-24. 

Judas 1.11 Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.

1.3. Balaão era um vidente e falso profeta, pseudoprofeta. 

1.4. Balaão era um profeta contratado por Balaque, rei de Moabe para amaldiçoar o povo de Israel (Nm 22). 

Ele passou a ser mencionado na Bíblia como exemplo de “falso profeta” porque ensinou o rei a fazer o povo de Deus tropeçar. 

1.5. Balaão mandou dizer a Balaque: Nm 23.8 “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o Senhor não detesta?” 

1.6. Balaão, movido por ganância, aconselhou Balaque a enfrentar Israel não com um exército de soldados, usou belas jovens de seu reino para seduzir os israelitas, e induzi-los a participarem de suas festas idólatras, nas quais a imoralidade era praticada em nome da religião Número 25.1-5; 31.15,16). 

Números 25.1-9 “E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. 2 Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. 3 Juntando-se, pois, Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel. 4 Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel. 5 Então Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-Peor. 6 E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita, à vista de Moisés, e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando eles diante da tenda da congregação. 7 Vendo isso Fineias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão.8 E foi após o homem israelita até à tenda, e os atravessou a ambos, ao homem israelita e à mulher, pelo ventre; então a praga cessou de sobre os filhos de Israel. 9 E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.” 

1.7. O que Balaão e Balaque não puderam fazer para destruir o povo israelita, o pecado fez.

Balaão sendo um “profeta” aceitava fazer o mal por dinheiro e armava ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer alimentos sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual. 

1.8. Devido aos pecados cometidos, o Senhor se voltou com ira contra os israelitas e uma grande praga abalou o arraial e eles se tornaram fracos e vulneráveis. 

2ª Pe 2.15-16 “Tendo os olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; 15 Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. 16 Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta.” 

1.9. Balaão é uma pessoa com grandes dons e poderia ter um fim diferente, assim como Saul, Judas, etc. Infelizmente, ele sucumbiu. Sua amizade com o mundo, sua insistência em querer fazer aquilo que Deus já havia proibido, mas só por causa do amor ao dinheiro, o levou a ruina. Que pena! Esse é o risco que se encontra diante de nós também (1ª Co 10.12).

2. Os discípulos de Balaão hoje. 1ª Pe 2.1-3 “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2 E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; 3 e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 

Os discípulos de Balaão são aqueles que se dizem cristãos, no entanto, são mais motivados pela ganância mundana do que pelo amor a Cristo. 

Os discípulos de Balaão são aqueles que pisam os princípios da Palavra de Deus, fazendo uso distorcido da Bíblia para enganar com sua influência a outros. 

As falsas doutrinas hoje como doutrina da prosperidade tem sido símbolo da doutrina de Balaão. 

3. A doutrina dos nicolaítas. segue o nome de seu fundador. 

3.1 O significado do nome. O nome grego Nikolaos significa “ele conquista pessoas”. Pode significar algo como “conquista do povo”, no sentido de destruição. 

Os nicolaítas são mencionados apenas duas vezes no Novo Testamento no livro do Apocalipse. 

Este grupo aparece pela primeira vez em Apocalipse 2.6, quando Jesus elogia a Igreja de Éfeso por odiar as obras dos nicolaítas: “Entretanto, há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas, as quais eu também odeio”. 

Não é muito fácil afirmar com exatidão quem eram os nicolaítas. Na verdade, ao longo da História da Igreja, diferentes teorias foram apresentadas para tentar explicar a origem dos nicolaítas. 

3.2. Quem eram os nicolaítas.

A. Alguns entendem que os nicolaítas eram seguidores de Nicolau. Nicolau era um prosélito de Antioquia que foi designado diácono na Igreja em Jerusalém (At 6.5). Esta interpretação foi defendida por Irineu e Hipólito (séculos 2 e 3 d.C.), mas não há qualquer evidência concreta a seu favor. Por este motivo é correto considerá-la com desconfiança. 

B. Outros entendem que os nicolaítas formavam uma seita gnóstica que procurava se infiltrar nas comunidades cristãs com o objetivo de semear seus ensinos heréticos. Por último, há quem entenda que os nicolaítas eram simplesmente aquelas pessoas que seguiam e divulgavam os ensinamentos dos falsos apóstolos e falsos profetas. Esta última alternativa talvez seja a mais provável, e se harmoniza melhor com a exegese do texto. 

C. Os nicolaítas aparecem na literatura cristã da época dos pais da Igreja como sendo pessoas amantes do prazer, caluniadoras, corruptoras de sua própria carne e que viviam uma vida devassa. Assim, certamente os nicolaítas eram pessoas comprometidas com o mundo pecaminoso. Eles participavam e incentivavam outras pessoas a se entregarem às festas, rituais, práticas e banquetes imorais e idolatras dos pagãos.

A imundície do espírito e da imundícia da carne, muitas vezes andam juntas. Doutrinas corruptos e um culto corrupto muitas vezes levam a uma conversa corrupta. 

V. A CONTAMINAÇÃO DOUTRINÁRIA 

A pesar de guardar o nome do Senhor Jesus, e não negar a fé, era negligente á infiltração de falsas doutrinas. 

O problema era que os cristãos em Pérgamo estavam participando ativamente das festas pagãs, prostituindo-se espiritualmente, além de cometer pecados sexuais. 

E sobre os ensinos dos nicolaítas, Jesus também estava se referindo ao liberalismo e às práticas pagãs — um “cristianismo mais moderno” — conforme compara o pastor e teólogo, Hernandes Dias Lopes. 

VI. A PROMESSA AO VENCEDOR 

V. 17 “Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, que não conhece senão aquele que o recebe-lo.” 

1. “Ao vencedor darei do maná escondido”. Ao vencedor: Todas as cartas, também, incluem a promessa sobre a vitória. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em duas partes. 

O maná escondido: O maná é um símbolo de sustento e provisão de Deus. 

Aqueles que recusassem qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus. O maná foi o alimento que sustentou os Israelitas na caminhada do deserto. O maná é o próprio Jesus que se manifesta na Ceia do Senhor. Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida.

Jo 6.48-51 “Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. 50 Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” 

2. A pedrinha branca. No mundo antigo, as pedras tinham várias utilidades. Num júri, por exemplo, a pedra branca significava a absolvição e a pedra preta condenação. Pedras brancas também eram dadas como bônus aos pobres, para que recebessem alimentos de graça e serviam de reconhecimento a atletas e gladiadores. Usava-se também a pedra branca como bilhetes de entrada em festivais públicos.

Portanto, as pedras brancas eram usadas pelos imperadores Romanos em três finalidades:

·         Aos escravos que se tornavam livres.

·         Como ingresso em alguns eventos.

·         Aos vencedores em corridas e batalhas. 

Aqueles que forem fiéis receberão essa pedrinha branca: A libertação total do pecado, o ingresso para o banquete celestial, como recompensa aos vencedores na corrida pela salvação. Aleluia! 

3. O novo nome. Então, nesse contexto, receber uma pedra branca com seu nome gravado nela, pode simbolizar uma identidade espiritual e a entrada para a grande festa messiânica. “O que Cristo promete é que, ao entrarmos no céu, teremos um certificado de nascimento, confirmando que temos um Pai — o Pai celestial que cuida de cada um de nós”. 

De vez em quando, vemos Deus mudando o nome de alguém, simbolizando um novo status ou uma nova identidade – caso de Abraão, Sara e Jacó. Às vezes, o próprio portador do nome muda sua alcunha, representando uma nova situação. Noemi (“doce”) resolve chamar-se de Mara (“amarga”) após a morte de sua família (Rt 1.20), mas termina a história com um “nome afamado” (4.14). Aliás, note como a ideia do nome move todo o livro de Rute. 

Um nome novo, o nome no contexto Bíblico significa uma nova missão, identidade, quando Deus muda o nome de um escolhido revela um novo projeto para o mesmo (exemplos: Abrão > Abraão (Pai de multidões) ; Sarai > Sara (Princesa) ; Jacó > Israel (Povo que luta com Deus e homens e que vence). 

Pr. Elias Ribas – Dr. Em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

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