TEOLOGIA EM FOCO: A CARTA À IGREJA EM SARDES

quinta-feira, 15 de maio de 2025

A CARTA À IGREJA EM SARDES

 


Apocalipse 3.1-6 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 2 Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. 4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A carta a Igreja em Sardes é uma mensagem de repreensão e advertência para uma Igreja que tinha fama de estar viva, mas estava espiritualmente morta. Jesus, através de Seu Espírito, revela que a Igreja não está agindo de acordo com a sua fé e que precisa despertar e fortalecer o pouco que ainda resta. 

A Igreja de Sardes vivia de aparência. Tinha um nome de que vivia, mas estava morta espiritualmente, apesar de externamente parecer ativa e forte. 

I. O CONTEXTO HITÓRICO 

1. A cidade de Sardes. A cidade antiga de Sardes, foi fundada no século VIII a.C., quando viveu um tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades magnífica do mundo antigo. 

A cidade antiga parte fazia do reino lídio. Ela orgulhava-se também de seus fabulosos tesouros. Suas abundâncias vinham, em parte, do rio Pactolos, que lhe fornecia ouro, prata e pedras preciosas, lã, tecido em grandes quantidades. Suas águas, de tão excelentes, eram tidas como indispensáveis à boa saúde. 

O Reino da Lídia foi um poderoso império que existiu na região sudoeste da Ásia, mais especificamente na Anatólia Ocidental (atual Turquia), entre cerca de 1180 a 547 a.C. Os lídios, também conhecidos como meônios, eram conhecidos por sua riqueza, comércio e, particularmente, por serem os primeiros a cunhar moedas de ouro e prata. 

Era uma cidade estratégica militarmente. A cidade de Sardes, se localizava no alto de uma montanha a 500 metros acima do nível do mar, cercada de muralha e bem fortificada; considerava-se inconquistável. Seus habitantes pensavam que já mais seria destruída pelos adversários. Ela nunca foi derrotada pelo um confronto direto. 

Em 546 a.C., o rei lídio, Croeso, foi derrotado pelos persas, quando Ciro o Grande cercou a cidade por 14 dias e estrategicamente estudou a maneira de invadir a cidade. Porém em uma noite um soldado persa encontrou uma fenda e penetrou na cidade, encontrado todos dormindo e desatenta. Desta forma ele abre os portões da cidade e Ciro entra e toma a cidade na surdina da noite. Assim, a cidade inconquistável caiu quando o inimigo chegou como ladrão na noite! 

Em 334 a.C, a cidade se rendeu a Alexandre o Grande. Em 214 a.C., caiu outra vez a Antíoco o Grande, o líder selêucido da Síria toma a cidade da mesma forma por falta de vigilância dos soldados daquela cidade. 

Durante o período romano, herdou a província da Ásia, mas nunca mais recuperou a sua reputação. Era uma cidade com um passado glorioso e um presente de pouca importância em termos políticos e comerciais. 

Ela fora destruída, mas Alexandre o Magno a reconstruiu e a eletrizou levando a cidade adorar a deusa Sibele que passa ser a padroeira da cidade. Eles criam que aquela deusa tinha poder para ressuscitar os mortos ou trazer vida aos mortos. Por isso essa igreja entendia a linguagem de Jesus: “...que tens nome de que vives e estás morto.”

Somente Jesus Cristo tem poder para dar vida e não era a deusa Sibele. 

O ano 17 d. C. a cidade foi quase totalmente destruída por um terremoto, mas o Imperador Tibério resolve reconstruir parte da cidade, com isso a cidade agora se molda ao costume de Roma e torna-se uma cidade devassa moralmente, lasciva imoral e idolatra. 

Nos tempos bíblicos do Novo Testamento a cidade passou a pertencer ao Império Romano, sendo situada aproximadamente 80 km da cidade de Esmirna, no atual território da Turquia. 

A cidade antiga de Sardes, hoje apenas ruínas perto da atual vila de Sarte na Turquia, considerava-se impenetrável. Foi colocada numa rota comercial importante no vale do Hermo, com a parte superior da cidade (a acrópole) quase 500 metros acima da barragem, nos rochedos baixos do vale. 

2. Sardes era a capital do antigo Reino da Lídia.  Os lídios foram o primeiro povo antigo a cunhar moedas regularmente. Sardes fazia parte do Reino da Lídia, cujos monarcas tornaram-se notórios por sua magnificência. Ascendendo ao trono no sexto século a.C., o rei Croeso acumulou tantos bens, que o seu nome veio a tornar-se sinônimo de riqueza. No mundo antigo, este ditado era corrente: “Rico como Creso”. A palavra Creso do grego antigo Κροῖσος (Kroísos). Do latim Croesus, por isso usa-se a palavra Creso para uma pessoa muito rica. 

II. A IGREJA EM SARDES VIVIA DE APARÊNCIA 

1. Uma Igreja morta. V. 1b “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

Tinha fama de estar viva, mas estava morta. A Igreja em Sardes foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. 

1.1. Muitas igrejas, hoje, assemelham-se a Sardes. Morreram e não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. Ao invés do registro do novo nascimento, o atestado de um óbito que poderia ter sido evitado. 

1.2. Todavia, o Senhor Jesus quer reavivá-las. A carta para a Igreja de Sardes é para nós também! O Espírito Santo haverá de soprar-lhes a vida, para que se reergam neste vale de ossos sequíssimos. Somente um reavivamento ressuscitará as igrejas que, apesar de terem história, já não fazem história. 

Frequentemente julgamos os outros pela aparência. Observamos o comportamento e tentamos entender os motivos. 

2. Jesus julga os corações. Ele vê o caráter verdadeiro de cada pessoa e de cada igreja. Apesar de ter a reputação de uma Igreja forte e ativa, Ele viu as falhas e sabia que aquela congregação já estava quase morta. Se não voltar a viver, seria tomada de surpresa, como se fosse por um ladrão. 

III. JESUS SE APRESENTA À IGREJA DE PÉRGAMO 

V. 1 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas.” 

1. Quem fundou a Igreja de Sardes. Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo, a Igreja em Sardes exalava abundante vida. De um amontoado de gente oriunda de várias etnias, o Espírito Santo batizou a todos no corpo de Cristo (Rm 6.3), isto é, conheceram o evangelho. E apesar da diversidade cultural, todos agora achavam-se irmanados no Autor da vida (Nm 27.16; Jo 17.2; At 3.15). 

1ª Co 11.3 “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” 

Cristo é a mente da Igreja, e nós somos as mãos da Igreja. 

2. Endereçada ao anjo da igreja em Sardes (v. 1). O pastor e líder daquela Igreja. 

3. Aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (4.5). 

Os sete Espíritos de Deus são mencionados quatros vezes no livro do Apocalipse. 

1. Em Apocalipse 1.4, os sete Espíritos de Deus são mencionados na saudação introdutória do livro. 

2. Em Apocalipse 3.1, Jesus se apresenta à Igreja em Sardes como sendo aquele que “tem os sete Espíritos de Deus”. 

3. Em Apocalipse 4.5, na visão do trono de Deus, os sete Espíritos de Deus aparecem relacionados à figura de sete lâmpadas que estão diante do trono. 

4. Em Apocalipse 5.6, na visão de Cristo exaltado recebendo das mãos do Pai o livro selado com sete selos, os sete Espíritos de Deus enviados por toda terra são mencionados em conexão com os sete chifres e os sete olhos do Cordeiro. 

Como são descrito os sete Espíritos de Deus em Isaías. Is 11.1-2 “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” 

4. Os sete olhos do Cordeiro. Ap 5.6 “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra.” 

Deus sabe tudo e vê tudo. Nada em Sardes seria escondido de Jesus. Hebreus 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Lucas 8.17 “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.” 

2º Crônicas 16.9 “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisso, pois, procedeste loucamente, porque, desde agora, haverá guerras contra ti.” 

5. As sete estrelas. Ap 1.16-20 “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma espada aguda de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 17 E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último. 18 E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. 19 Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer. 20 O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” 

Jesus não somente vê, ele também controla. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua infinita sabedoria. 

IV. HAVIA TRÊS GRUPOS DENTRO DA IGREJA DE SARDES 

1. Um grupo de Pessoas mortas. V. 1 “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

- Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. 

- Crentes que só tem o nome no rol de membros, só aparência..., mas estão mortos espiritualmente. São pessoas de dentro da igreja, mas estão ligas ao pecado. 

- Aceitaram a Cristo de boca, mas não eram convertidos. 

- Não apostatara na fé, mas estão sem vidas espiritual. (As 5 virgens néscias). 

- Ele não fala de perseguição romana, nem de conflitos com falsos judeus. Ele não fala do envolvimento com a falsa profetiza Jesabel, nem com os nicolaítas, mas só tinha aparência. Ele fala de uma igreja aparentemente em paz de dentro da congregação, mas indiferentes.

- Eram crentes só no exterior, mas por dentro estavam mortos. Crentes sem santidade. 

1ª Coríntios 11.30 Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.” 

- Em vez cultuar a Deus, seu culto era só uma solenidade, ou seja, só uma reunião.” 

- A igreja de Sardes teve a reputação de ser ativa e viva, mas Jesus sabia que estava quase morta. 

A igreja pra eles tornou-se um clube. Era uma igreja nominal, apenas de nome. Era uma igreja cristão de nome, porém não de Coração. 

2. Um grupo de pessoas sonolentas. Vs. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

2.1. Sê vigilante. Vigiar no ensino da palavra, ou seja, ter o máximo de cuidado com que ensinamos. 

- Era uma Igreja doente. Está na CTI espiritual, “o restante que estava para morrer.” 

- Uma igreja que está com o pé na cova. 

- Por falta de cuidado e de vigilância, a Igreja de Sardes estava morrendo, ou seja, caiu espiritualmente. Muitas passagens no Novo Testamento frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça. 

2.2. Vigiar contra o pecado. Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” 

2.3. Vigiar contra o inimigo de nossas almas. 1ª Pe 5.8 “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão bramando, buscando a quem possa tragar.” 

2.4. Vigiar com os falsos mestres que procuram devorar os fiéis. At 20.28-31 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29 Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. 30 E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. 31 Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. 32 Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele, que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. 33 De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste. 34 Vós mesmos sabeis que, para o que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. 35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. 36 E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles. 37 levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38- entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio.” 

2.5. Vigiar na vinda do Senhor. Mt 24.42,43 “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. 43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.” 

1 Co 16.13 “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.” 

1ª Ts 5.6 “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.” 

Lc 12.37 “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá.” 

Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem. 

V. 3b “E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

- O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Efésios 6.18; Colossenses 4.2). 

- A igreja de Sardes não vigiou, estavam adormecidos. 

2.6. Uma Igreja sem integridade. “...não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

1ª Pe 1.15-16 “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. 16 Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” 

Hb 12.14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” 

2ª Co 6.14 “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 

2.7. Uma igreja imperfeita. Um fruto estragado estraga outros também. 

Pregavam a Palavra sem falar em santidade, novo nascimento, arrependimento. 

Uma igreja em atividade, mas suas obras eram imperfeitas, não era sincera. 

Cantavam, mas só de lábios. Mt 15.8,9 “Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” 

Por fora muito lindo, mas por dentro está podre, como um sepulcro caiado. 

Mt 23.27,28 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” 

Diante das pessoas está tudo bem muito lindo, mas aos olhos de Deus estão corrompidos. 

Pregam e louva com a motivação errada. 

2.8. Uma igreja pecadora. V. 3 “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.” 

- Ouviram a Palavra, mas não guardaram. 

- Uma Igreja sem temor, sem reverência. 

Estão com um pé na igreja e outro no mundo. Não deixaram o estilo e a maneira de viver do mundo. 

Se amoldaram ao mundo. Rm 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” 

O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido. No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrependerem para voltar às boas obras de obediência. 

1ª Pe 4.17 “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” 

Hoje não é diferente. “Líderes” que aceitam o pecado dentro da Igreja. Por exemplo: Fazem casamento de pessoas do mesmo sexo. 

3º Grupo. Resgatar o resto que estava para morrer. V. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

Jd 1.22,23 “E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne.” 

A igreja em Sardes estava quase morta, mas ainda houve uma esperança de salvar alguns, ou talvez até de reavivar a congregação. 

3. Um grupo de pessoas convertidos que se mantinha fiel. Vs 4-6 “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

3.1. Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras. No meio de uma Igreja quase morta, Jesus encontrou algumas pessoas fiéis. 

- Cada um receberá 2ª Co 5.10 “...segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” 

- A salvação não é coletiva; é individual. Ao mesmo tempo, não devemos interpretar este versículo para justificar tolerância de pecado aberto numa igreja. 

- Pessoas que sabem do pecado e não agem para corrigi-lo não podem alegar ter vestiduras brancas, pois desobedecem a Palavra de Deus (Gl 6.1-2; Mt 18.15-17; Tg 5.19-20; etc.).

Não devemos ser participantes nem cúmplices nas obras das trevas (Ef 5.7,11). 

3.2. Andarão de branco junto comigo (4). Já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado. 

Pois são dignos (4). Estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus. 

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” 

V. PROMESSA AO VENCEDOR 

V. 5-6 “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

1. O vencedor ... vestiduras brancas (v. 5a). A mesma promessa feita aos puros em Sardes se aplica geralmente ao vencedor. 

1.1. É uma luta espiritual. Ef 6.12-18 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça. 15 E calçados os pés na preparação do evangelho da paz. 16 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. 17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. 18 Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” 

2. Terá vestiduras brancas de pureza e vitória. As pessoas de vestiduras brancas participam da grande festa de louvor ao Cordeiro. 

As “vestes brancas” representam a pureza e a santidade daqueles que permaneceram fiéis a Cristo mesmo no meio á tentação do mundanismo.

2.1. Vestiduras brancas representam a justiça dos santos. Ap 19.7-8 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” 

3. De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida (5b). O “Livro da Vida” é mencionado várias vezes na Bíblia (veja 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27; Fl 4.3). 

- Paulo disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida. 

Fl 4.3 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.” 

- Jesus disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (3.5). Em contraste, os que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (13.7-8; 17.8). 

4. Confessarei o seu nome diante de meu Pai (5c). Jesus prometeu confessar diante do Pai todo aquele que confessa o nome dele diante dos homens. Prometeu, também, negar os nomes daqueles que se envergonharem dele. 

Mt 10.32-33 “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus. 

Rm 10.9 “a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” 

Mc 8.38 “Porquanto qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.” 

Quem tem ouvidos, ouça (6). Todos devem prestar atenção! 

CONCLUSÃO:

O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. As próprias pessoas na congregação, como outras pessoas olhando de fora, podem achar que esteja tudo bem. Jesus, porém, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada discípulo. Quando ele nos chama para ouvir, devemos prestar atenção! 

Pr. Elias Ribas – Dr. Em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

 

 

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