TEOLOGIA EM FOCO: 2025

quinta-feira, 15 de maio de 2025

A CARTA À IGREJA EM SARDES

 


Apocalipse 3.1-6 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 2 Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. 4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A carta a Igreja em Sardes é uma mensagem de repreensão e advertência para uma Igreja que tinha fama de estar viva, mas estava espiritualmente morta. Jesus, através de Seu Espírito, revela que a Igreja não está agindo de acordo com a sua fé e que precisa despertar e fortalecer o pouco que ainda resta. 

A Igreja de Sardes vivia de aparência. Tinha um nome de que vivia, mas estava morta espiritualmente, apesar de externamente parecer ativa e forte. 

I. O CONTEXTO HITÓRICO 

1. A cidade de Sardes. A cidade antiga de Sardes, foi fundada no século VIII a.C., quando viveu um tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades magnífica do mundo antigo. 

A cidade antiga parte fazia do reino lídio. Ela orgulhava-se também de seus fabulosos tesouros. Suas abundâncias vinham, em parte, do rio Pactolos, que lhe fornecia ouro, prata e pedras preciosas, lã, tecido em grandes quantidades. Suas águas, de tão excelentes, eram tidas como indispensáveis à boa saúde. 

O Reino da Lídia foi um poderoso império que existiu na região sudoeste da Ásia, mais especificamente na Anatólia Ocidental (atual Turquia), entre cerca de 1180 a 547 a.C. Os lídios, também conhecidos como meônios, eram conhecidos por sua riqueza, comércio e, particularmente, por serem os primeiros a cunhar moedas de ouro e prata. 

Era uma cidade estratégica militarmente. A cidade de Sardes, se localizava no alto de uma montanha a 500 metros acima do nível do mar, cercada de muralha e bem fortificada; considerava-se inconquistável. Seus habitantes pensavam que já mais seria destruída pelos adversários. Ela nunca foi derrotada pelo um confronto direto. 

Em 546 a.C., o rei lídio, Croeso, foi derrotado pelos persas, quando Ciro o Grande cercou a cidade por 14 dias e estrategicamente estudou a maneira de invadir a cidade. Porém em uma noite um soldado persa encontrou uma fenda e penetrou na cidade, encontrado todos dormindo e desatenta. Desta forma ele abre os portões da cidade e Ciro entra e toma a cidade na surdina da noite. Assim, a cidade inconquistável caiu quando o inimigo chegou como ladrão na noite! 

Em 334 a.C, a cidade se rendeu a Alexandre o Grande. Em 214 a.C., caiu outra vez a Antíoco o Grande, o líder selêucido da Síria toma a cidade da mesma forma por falta de vigilância dos soldados daquela cidade. 

Durante o período romano, herdou a província da Ásia, mas nunca mais recuperou a sua reputação. Era uma cidade com um passado glorioso e um presente de pouca importância em termos políticos e comerciais. 

Ela fora destruída, mas Alexandre o Magno a reconstruiu e a eletrizou levando a cidade adorar a deusa Sibele que passa ser a padroeira da cidade. Eles criam que aquela deusa tinha poder para ressuscitar os mortos ou trazer vida aos mortos. Por isso essa igreja entendia a linguagem de Jesus: “...que tens nome de que vives e estás morto.”

Somente Jesus Cristo tem poder para dar vida e não era a deusa Sibele. 

O ano 17 d. C. a cidade foi quase totalmente destruída por um terremoto, mas o Imperador Tibério resolve reconstruir parte da cidade, com isso a cidade agora se molda ao costume de Roma e torna-se uma cidade devassa moralmente, lasciva imoral e idolatra. 

Nos tempos bíblicos do Novo Testamento a cidade passou a pertencer ao Império Romano, sendo situada aproximadamente 80 km da cidade de Esmirna, no atual território da Turquia. 

A cidade antiga de Sardes, hoje apenas ruínas perto da atual vila de Sarte na Turquia, considerava-se impenetrável. Foi colocada numa rota comercial importante no vale do Hermo, com a parte superior da cidade (a acrópole) quase 500 metros acima da barragem, nos rochedos baixos do vale. 

2. Sardes era a capital do antigo Reino da Lídia.  Os lídios foram o primeiro povo antigo a cunhar moedas regularmente. Sardes fazia parte do Reino da Lídia, cujos monarcas tornaram-se notórios por sua magnificência. Ascendendo ao trono no sexto século a.C., o rei Croeso acumulou tantos bens, que o seu nome veio a tornar-se sinônimo de riqueza. No mundo antigo, este ditado era corrente: “Rico como Creso”. A palavra Creso do grego antigo Κροῖσος (Kroísos). Do latim Croesus, por isso usa-se a palavra Creso para uma pessoa muito rica. 

II. A IGREJA EM SARDES VIVIA DE APARÊNCIA 

1. Uma Igreja morta. V. 1b “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

Tinha fama de estar viva, mas estava morta. A Igreja em Sardes foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. 

1.1. Muitas igrejas, hoje, assemelham-se a Sardes. Morreram e não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. Ao invés do registro do novo nascimento, o atestado de um óbito que poderia ter sido evitado. 

1.2. Todavia, o Senhor Jesus quer reavivá-las. A carta para a Igreja de Sardes é para nós também! O Espírito Santo haverá de soprar-lhes a vida, para que se reergam neste vale de ossos sequíssimos. Somente um reavivamento ressuscitará as igrejas que, apesar de terem história, já não fazem história. 

Frequentemente julgamos os outros pela aparência. Observamos o comportamento e tentamos entender os motivos. 

2. Jesus julga os corações. Ele vê o caráter verdadeiro de cada pessoa e de cada igreja. Apesar de ter a reputação de uma Igreja forte e ativa, Ele viu as falhas e sabia que aquela congregação já estava quase morta. Se não voltar a viver, seria tomada de surpresa, como se fosse por um ladrão. 

III. JESUS SE APRESENTA À IGREJA DE PÉRGAMO 

V. 1 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas.” 

1. Quem fundou a Igreja de Sardes. Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo, a Igreja em Sardes exalava abundante vida. De um amontoado de gente oriunda de várias etnias, o Espírito Santo batizou a todos no corpo de Cristo (Rm 6.3), isto é, conheceram o evangelho. E apesar da diversidade cultural, todos agora achavam-se irmanados no Autor da vida (Nm 27.16; Jo 17.2; At 3.15). 

1ª Co 11.3 “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” 

Cristo é a mente da Igreja, e nós somos as mãos da Igreja. 

2. Endereçada ao anjo da igreja em Sardes (v. 1). O pastor e líder daquela Igreja. 

3. Aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (4.5). 

Os sete Espíritos de Deus são mencionados quatros vezes no livro do Apocalipse. 

1. Em Apocalipse 1.4, os sete Espíritos de Deus são mencionados na saudação introdutória do livro. 

2. Em Apocalipse 3.1, Jesus se apresenta à Igreja em Sardes como sendo aquele que “tem os sete Espíritos de Deus”. 

3. Em Apocalipse 4.5, na visão do trono de Deus, os sete Espíritos de Deus aparecem relacionados à figura de sete lâmpadas que estão diante do trono. 

4. Em Apocalipse 5.6, na visão de Cristo exaltado recebendo das mãos do Pai o livro selado com sete selos, os sete Espíritos de Deus enviados por toda terra são mencionados em conexão com os sete chifres e os sete olhos do Cordeiro. 

Como são descrito os sete Espíritos de Deus em Isaías. Is 11.1-2 “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” 

4. Os sete olhos do Cordeiro. Ap 5.6 “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra.” 

Deus sabe tudo e vê tudo. Nada em Sardes seria escondido de Jesus. Hebreus 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Lucas 8.17 “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.” 

2º Crônicas 16.9 “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisso, pois, procedeste loucamente, porque, desde agora, haverá guerras contra ti.” 

5. As sete estrelas. Ap 1.16-20 “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma espada aguda de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 17 E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último. 18 E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. 19 Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer. 20 O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” 

Jesus não somente vê, ele também controla. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua infinita sabedoria. 

IV. HAVIA TRÊS GRUPOS DENTRO DA IGREJA DE SARDES 

1. Um grupo de Pessoas mortas. V. 1 “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

- Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. 

- Crentes que só tem o nome no rol de membros, só aparência..., mas estão mortos espiritualmente. São pessoas de dentro da igreja, mas estão ligas ao pecado. 

- Aceitaram a Cristo de boca, mas não eram convertidos. 

- Não apostatara na fé, mas estão sem vidas espiritual. (As 5 virgens néscias). 

- Ele não fala de perseguição romana, nem de conflitos com falsos judeus. Ele não fala do envolvimento com a falsa profetiza Jesabel, nem com os nicolaítas, mas só tinha aparência. Ele fala de uma igreja aparentemente em paz de dentro da congregação, mas indiferentes.

- Eram crentes só no exterior, mas por dentro estavam mortos. Crentes sem santidade. 

1ª Coríntios 11.30 Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.” 

- Em vez cultuar a Deus, seu culto era só uma solenidade, ou seja, só uma reunião.” 

- A igreja de Sardes teve a reputação de ser ativa e viva, mas Jesus sabia que estava quase morta. 

A igreja pra eles tornou-se um clube. Era uma igreja nominal, apenas de nome. Era uma igreja cristão de nome, porém não de Coração. 

2. Um grupo de pessoas sonolentas. Vs. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

2.1. Sê vigilante. Vigiar no ensino da palavra, ou seja, ter o máximo de cuidado com que ensinamos. 

- Era uma Igreja doente. Está na CTI espiritual, “o restante que estava para morrer.” 

- Uma igreja que está com o pé na cova. 

- Por falta de cuidado e de vigilância, a Igreja de Sardes estava morrendo, ou seja, caiu espiritualmente. Muitas passagens no Novo Testamento frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça. 

2.2. Vigiar contra o pecado. Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” 

2.3. Vigiar contra o inimigo de nossas almas. 1ª Pe 5.8 “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão bramando, buscando a quem possa tragar.” 

2.4. Vigiar com os falsos mestres que procuram devorar os fiéis. At 20.28-31 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29 Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. 30 E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. 31 Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. 32 Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele, que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. 33 De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste. 34 Vós mesmos sabeis que, para o que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. 35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. 36 E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles. 37 levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38- entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio.” 

2.5. Vigiar na vinda do Senhor. Mt 24.42,43 “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. 43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.” 

1 Co 16.13 “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.” 

1ª Ts 5.6 “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.” 

Lc 12.37 “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá.” 

Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem. 

V. 3b “E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

- O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Efésios 6.18; Colossenses 4.2). 

- A igreja de Sardes não vigiou, estavam adormecidos. 

2.6. Uma Igreja sem integridade. “...não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

1ª Pe 1.15-16 “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. 16 Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” 

Hb 12.14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” 

2ª Co 6.14 “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 

2.7. Uma igreja imperfeita. Um fruto estragado estraga outros também. 

Pregavam a Palavra sem falar em santidade, novo nascimento, arrependimento. 

Uma igreja em atividade, mas suas obras eram imperfeitas, não era sincera. 

Cantavam, mas só de lábios. Mt 15.8,9 “Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” 

Por fora muito lindo, mas por dentro está podre, como um sepulcro caiado. 

Mt 23.27,28 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” 

Diante das pessoas está tudo bem muito lindo, mas aos olhos de Deus estão corrompidos. 

Pregam e louva com a motivação errada. 

2.8. Uma igreja pecadora. V. 3 “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.” 

- Ouviram a Palavra, mas não guardaram. 

- Uma Igreja sem temor, sem reverência. 

Estão com um pé na igreja e outro no mundo. Não deixaram o estilo e a maneira de viver do mundo. 

Se amoldaram ao mundo. Rm 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” 

O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido. No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrependerem para voltar às boas obras de obediência. 

1ª Pe 4.17 “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” 

Hoje não é diferente. “Líderes” que aceitam o pecado dentro da Igreja. Por exemplo: Fazem casamento de pessoas do mesmo sexo. 

3º Grupo. Resgatar o resto que estava para morrer. V. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

Jd 1.22,23 “E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne.” 

A igreja em Sardes estava quase morta, mas ainda houve uma esperança de salvar alguns, ou talvez até de reavivar a congregação. 

3. Um grupo de pessoas convertidos que se mantinha fiel. Vs 4-6 “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

3.1. Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras. No meio de uma Igreja quase morta, Jesus encontrou algumas pessoas fiéis. 

- Cada um receberá 2ª Co 5.10 “...segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” 

- A salvação não é coletiva; é individual. Ao mesmo tempo, não devemos interpretar este versículo para justificar tolerância de pecado aberto numa igreja. 

- Pessoas que sabem do pecado e não agem para corrigi-lo não podem alegar ter vestiduras brancas, pois desobedecem a Palavra de Deus (Gl 6.1-2; Mt 18.15-17; Tg 5.19-20; etc.).

Não devemos ser participantes nem cúmplices nas obras das trevas (Ef 5.7,11). 

3.2. Andarão de branco junto comigo (4). Já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado. 

Pois são dignos (4). Estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus. 

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” 

V. PROMESSA AO VENCEDOR 

V. 5-6 “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

1. O vencedor ... vestiduras brancas (v. 5a). A mesma promessa feita aos puros em Sardes se aplica geralmente ao vencedor. 

1.1. É uma luta espiritual. Ef 6.12-18 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça. 15 E calçados os pés na preparação do evangelho da paz. 16 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. 17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. 18 Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” 

2. Terá vestiduras brancas de pureza e vitória. As pessoas de vestiduras brancas participam da grande festa de louvor ao Cordeiro. 

As “vestes brancas” representam a pureza e a santidade daqueles que permaneceram fiéis a Cristo mesmo no meio á tentação do mundanismo.

2.1. Vestiduras brancas representam a justiça dos santos. Ap 19.7-8 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” 

3. De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida (5b). O “Livro da Vida” é mencionado várias vezes na Bíblia (veja 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27; Fl 4.3). 

- Paulo disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida. 

Fl 4.3 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.” 

- Jesus disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (3.5). Em contraste, os que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (13.7-8; 17.8). 

4. Confessarei o seu nome diante de meu Pai (5c). Jesus prometeu confessar diante do Pai todo aquele que confessa o nome dele diante dos homens. Prometeu, também, negar os nomes daqueles que se envergonharem dele. 

Mt 10.32-33 “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus. 

Rm 10.9 “a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” 

Mc 8.38 “Porquanto qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.” 

Quem tem ouvidos, ouça (6). Todos devem prestar atenção! 

CONCLUSÃO:

O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. As próprias pessoas na congregação, como outras pessoas olhando de fora, podem achar que esteja tudo bem. Jesus, porém, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada discípulo. Quando ele nos chama para ouvir, devemos prestar atenção! 

Pr. Elias Ribas – Dr. Em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

 

 

sábado, 10 de maio de 2025

A IGREJA DE TIATIRA

 


Ap 2.18-29 “E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente: 19 Eu conheço as tuas obras, e amor, e serviço, e fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. 20 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria. 21 E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu. 22 Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 2 E destruirei com morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as entranhas e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras. 24 Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. 25 Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. 26 E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. 27 E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. 28 E dar-lhe-ei a estrela da manhã. 29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A mais longa das sete cartas é a que se dirige à menos importante das sete cidades. A carta á Igreja de Tiatira apresenta uma mensagem profunda e desafiadora. Localizadas em uma cidade comercial conhecida por suas guildas (grupamento de pessoas) e industrias de tinturaria, a Igreja enfrentava pressões externas e internas. Jesus Cisto aparece como o Juiz Justo, elogiando os avanços espirituais da Igreja, mas também denunciando sua tolerância ao pecado. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

1. Localização. A Igreja de Tiatira estava localizada na província romana da Ásia. Tiatira estava localizada no longo vale que conecta entre si os vales dos rios Hermus e Caico. Ela estava situada a pouco mais de 80 quilômetros de Esmirna e no meio do caminho para Pérgamo, a capital da província. A cidade estava localizada num fértil vale no qual passavam rotas de comércio. Atualmente, chama-se Akhisar (significa “castelo branco”), na Turquia. A cidade foi localizada no rio Hermus(atual Gediz). 

A cidade de Tiatira é a menos importante mais desconhecida de todas as cidades da Asia. A cidade era regida sob a influência, tanto militar, quanto a política. 

Lídia, a primeira pessoa convertida por Paulo na Europa, era de Tiatira, mas não temos mais nenhuma informação sobre esta igreja. O que sabemos da igreja vem das referências no Apocalipse. 

Atos 16.14-15 “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. 15 E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.” 

2. Uma cidade industrial. A cidade de Tiatira era conhecida pela produção de púrpura, uma tinta usada em tecidos (cf. Atos 16.14), além de roupas, artigos de cerâmica, bronze, etc. Havia em Tiatira grupos organizados de artesãos e profissionais, semelhantes às associações profissionais de hoje, mas com elementos religiosos de influência pagã. 

3. Religião. Como as outras cidades da época, Tiatira teve seus templos e santuários religiosos, incluindo templos aos falsos deuses Apolo, Tirimânios e Artemis (uma deusa chamada Diana pelos romanos e um santuário a sibila (orácula) Sambate. A importância de figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a mulher que seduzia os discípulos e incentivava a idolatria e a prostituição.

II. CRISTO COMO JUSTO JUIZ 

V. 18“E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente.” 

Como todas as cartas, Cristo as introduz se apresentando a Igreja. 

1. O Filho de Deus. O Filho de Deus, ou seja, o Messias enviado para salvar a humanidade. É comum no Novo Testamento, especialmente nos livros de João, como descrição de Jesus Cristo. Os servos fiéis são descritos, também, como filhos de Deus (Ap 21.7; 1ª Jo 3.1,2, 10; 5.2; Jo 1.12; etc.) Aqui, a expressão obviamente se refere a Cristo. 

A referência “Filho de Deus” enfatiza Sua divindade e autoridade sobre a Igreja. 

2. Olhos como chama de fogo. Jesus tem olhos poderosos e penetrantes em saber todas as coisas.

Ap 1.14 “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo.” 

Dn 10.6 “E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão.” 

Hb 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Lc 12.2 “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.” 

3. Pés semelhantes ao bronze polido. Esta palavra é usada apenas duas vezes nas escrituras em Apocalipse 1.15, 2.18. O significado parece ser uma liga preciosa, apontando para o brilho do metal ilustrando Cristo como santo juiz.  Ele tem força para castigar e até esmagar os seus inimigos. 

Dn 10.6 “E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão.” 

Ap 1.15 “E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.”

III. ELOGIOS A IGREJA 

V. 19 “Eu conheço as tuas obras, e amor, e serviço, e fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras.” 

Juntamente com a Igreja de Éfeso, Tiatira tem uma lista de boas obras. Jesus reconhece que as obras da Igreja estavam em crescimento, indicando desenvolvimento espiritual e dedicação dos membros. 

A carta de Jesus à Igreja de Tiatira destaca as seguintes virtudes: 

1. Boas obras. A igreja não se limitava a ter fé e amor, mas as demonstrava através de ações concretas. 

Tiago 2.14-18 “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? 15 E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, 16 E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. 18 Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” 

Não somos salvos pelas obras. Ef 2.8,9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” 

As obras são frutos da nossa fé.. 

2. Amor. O amor era uma característica marcante da igreja, demonstrado em suas interações e ações. 

A palavra hebraica básica para o amor, ahavah (אהבה), assim como no português, é usado para descrever sentimentos entre pessoas ou relacionamentos íntimos ou românticos, como o amor entre pais e filhos (Gênesis 22.2; 25.28; 37.3); o amor entre amigos íntimos em 1º Samuel 18.2, 20.17; ou o amor entre um jovem e jovem no Cântico dos Cânticos. 

A palavra caridade aparece na Bíblia como tradução e sinônimo de Ágape, que aparece como tradução e sinônimo de Ahava. Ágape é uma das três principais palavras gregas para definir Amor. Ahava é uma das três palavras hebraicas para definir Amor. 

Na cultura grega, o amor era visto sob quatro ângulos. 

2.1. Amor “eros”. Termo grego para o amor sensual. Daí a palavra “erótico”. Esse é o amor físico, da carícia, da relação sexual. Quando um rapaz diz para a namorada: “Estou apaixonado por você!”, ele quer expressar o amor “eros”. Por isso tal amor é também conhecido como paixão. Apesar de tudo isso, esse amor é passageiro. 

2.2. Amor “fileo”. É o amor-amizade, fraternal, social. Desse vocábulo grego (“fileo”) temos algumas palavras derivadas, como Filadélfia (“fileo”, amor-amizade, e “adelfos”, irmãos) que significa “amor entre irmãos” ou “amizade fraternal; Teófilo (“Teos”, Deus, e “fileo”, amizade ou amigo) que quer dizer “amigo de Deus”; Filantropia (“fileo”, amizade, e “antropos”, homem) significa “amor humano”. Em suma, se você possui boas amizades, logo o que está em evidência é o amor “fileo”. 

2.3. Amor “storge”. É o amor conjugal, familiar, doméstico. Longe de ser interesseiro, esse amor é humilde, objetivo e sacrificial. É o amor que une o marido à sua mulher bem como os pais aos filhos. Logo, em um lar onde reina a harmonia, está em ação o amor “storge”. 

2.4. Amor “ágape”. Dos quatro, este é o amor maior, pois tem origem no próprio Deus que é a revelação clara desse amor (Jo 3.16; 1ª Jo 4.8-18; 1ª Co 13.1-13; Ef 5.25). Esse amor é incondicional. Ou seja, não espera nada em troca. Não preciso esperar que alguém me ame para amá-lo. Aliás, com esse amor é possível amarmos até os nossos inimigos (Mt 5.44). Ele também é infalível e eterno, como se pode ver em 1ª Coríntios 13.8,13. 

É bom salientar que, todos os seres humanos possuem, por natureza, os três tipos de amor já mencionados (“eros”, “fileo” e “storge”), entretanto, o amor “ágape” só se adquire quando se nasce de novo, ou seja, ele passa a operar na vida do homem, quando este se torna templo do Espírito Santo (Gl 5.16-22). 

Rm 12.9,10 “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. 10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” 

3. Fé. A fé era a base da vida cristã dos membros da igreja, guiando suas decisões e ações. 

Rm 10.17 “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” 

Hb 11.1, 6 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem. 6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” 

1ª Jo 5.4 “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” 

4. Serviço. A Igreja era dedicada ao serviço, tanto aos membros como aos que estavam fora da comunidade. 

Mt 20.26-28 “Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal. 27 E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28 Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” 

Tg 1.27 “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se incontaminado do mundo.” 

Cl 3.23,24 “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens. 24 Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.” 

At 20.35 “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” 

5. Perseverança. A igreja demonstrava perseverança em face dos desafios, mantendo-se firme na fé.

Além disso, Jesus reconhece que a igreja estava progredindo, fazendo mais agora do que no princípio. Isso indica um crescimento espiritual e uma maior dedicação dos membros à causa de Cristo. 

Tg 1.2-4 “Meus irmãos, tende grande alegria quando enfrentardes várias tentações. 3 Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. 4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.” 

IV. REPREENSÕES A IGREJA DE TIATIRA 

Vs. 20-24 “Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria. 21 E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu. 22 Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 2 E destruirei com morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as entranhas e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras. 24 Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei.” 

O espírito de Jezabel. Para ilustrar o problema, nesta igreja, Cristo usa a personagem do Antigo Testamento de Jezabel. Jezabel era filha de Etbaal, rei dos sidônios a qual casou com o rei Acabe, rei de Israel. Ela tentou corromper Israel, a adorar Baal e Astarote, panteão de origem na Babilônia. 

Como a influência da religião grega começou a cair com a propagação do cristianismo, Satanás usou o método usado contra Israel em Jezebel, ele tentou entrar na igreja e incorporar os deuses e deusas da Grécia com um pacote judaico / cristão. 

Há duas características do espírito de Jezabel que atua na vida de certas pessoas. 

1º Apesar das virtudes, a Igreja de Tiatira foi repreendida por tolerar a profetisa Jezabel, que ensinava e enganava os servos de Cristo para participar nos ritos sexuais pagãos gregos e a comer dos sacrifícios idolátricos. Ela se auto intitulava profetisa, representando um outro Cristo para a Igreja. 

Em Tiatira, uma mulher, esposa de pastor da igreja era uma líder que ensinava e orientava os servos de Cristo para participar nos ritos sexuais pagãos gregos. Ela se auto intitulava profetisa, representando um outro Cristo para a Igreja.

Assim como Jezabel do A.T. levou o povo de Israel á idolatria (1º Rs 16.31-33), o espírito de Jezabel promovia imoralidade e heresia na Igreja. 

Naquele tempo, haviam muitas festas e adorações à deuses que, segundo eles, realizavam milagres. Nestas festas, aconteciam orgias e celebrações pagãs. E Jezabel dizia para sua Igreja que não havia problema nestas coisas. 

Ao que percebe, por se auto intitular “profetisa” e seus discípulos se colocavam como aptos e detentores de capacidade semelhantes ás sacerdotisas de Apolo, conhecidas como “pitonisas.” 

2º No contexto cristão, a ideia de “espírito de Jezabel” é frequentemente usada para identificar indivíduos ou grupos que exercem um controle obsessiva para dominar e controlar os outros, especialmente no âmbito espiritual. 

Ex. Acabe e a vinha de Nabote (1º Reis 21.3). Esta passagem relata a história de Nabote e sua vinha, uma narrativa que envolve o rei Acabe e sua esposa Jezabel. 

Nabote, se recusou a vender sua vinha ao rei Acabe, declarando que era herança e que seria contra a ordem do Senhor (1º Reis 21.3; Lv 25.23). Enquanto Acabe se amuava e reclamava em sua cama para Jezabel a qual mandou incriminar o inocente Nabote e apedrejá-lo até a morte juntamente com seus filhos de modo que não haveria herdeiros, e a terra voltaria para a posse do rei. Essa determinação obstinada de fazer o que quer, não importa quem seja destruído no processo, é uma característica do espírito de Jezabel. 

O segundo exemplo é quando João Batista denunciou publicamente o adultério de herodias com Herodes Antipas. (Mateus 14.4).

Mc 6.18-20 “Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. 19 E Herodias o espiava, e queria matá-lo, mas não podia. 20 Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo; e guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa mente o ouvia.” 

Durante a comemoração do aniversário de Herodes, a filha de Herodias dançou para o rei e seus convidados, agradando tanto a Herodes que ele prometeu à moça tudo o que ela pedisse (Mt 14.6-7). Depois de consultar a mãe, a moça pediu a cabeça de João Batista em uma bandeja (Mt 14.8).

V. AS PROMESSAS AOS VENCEDORES 

Vs. 26-28 “E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. 27 E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. 28 E dar-lhe-ei a estrela da manhã. 29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

A carta conclui com promessas para aqueles que vencerem as tentações e permanecerem fieis a Cristo, Ele promete autoridade sobre as nações e inclui dar a estrela da manhã.

A estrela da manhã (28): Jesus é a estrela da manhã. Qual maior recompensa para o vencedor do que chegar ao eterno dia iluminado para sempre pela luz de Jesus? 

Ap 22.16 “Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” 

2ª Pe 1.19 “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que ilumina em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” 

Quem tem ouvidos, ouça (29): Como nas outras cartas, Jesus encerra esta com um apelo aos ouvintes. Prestem atenção! 

CONCLUSÃO: Jesus vê tudo e faz uma distinção absoluta entre os servos de Satanás e os servos fiéis do Senhor. Para os que insistem em servir ao diabo, ele promete tribulação e morte. Para os discípulos d’Ele, ele promete o dia de Sua presença e o privilégio de reinar com Ele sobre os inimigos. 

Pr. Elias Ribas - Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

segunda-feira, 5 de maio de 2025

A IGREJA EM PÉRGAMO

 


Apocalipse 2.12-17 “E ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes. 13 Conheço as tuas obras, e onde habitas, mesmo onde o trono de Satanás é: e reténs o meu nome, e não mo negou minha fé, mesmo nos dias de Antipas foi minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. 14 Mas eu tenho algumas coisas contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e se prostituírem. 15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio. 16 Arrepende-te, ou se não, virei a ti em breve, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. 17 Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, que não conhece senão aquele que o recebe-lo.” 

INTRODUÇÃO:

A carta para a Igreja de Pérgamo foi a terceira carta escrita pelo apóstolo João. A Igreja em Pérgamo se encontrava em uma situação difícil. Estava sedo atacada por ventos contrários de doutrina, que geravam confusão, idolatria e imoralidade. A Igreja vivia uma luta para não perder a pureza da fé e acabar tolerando heresias para agradar ao império e á sociedade ao redor.

 

Pérgamo era uma cidade culta, eclética e de grande importância política por ser a capital do Império na Ásia Menor. 

1. A situação da Igreja de Pérgamo.

A Igreja de Pérgamo estava infestada de homens corruptos de entendimento, que fizeram o que puderam para corromper tanto a fé da Igreja de Cristo. 

A Igreja em Pérgamo estava vivendo uma situação difícil. Havia duas correntes de heresias:

1º Os que seguiam a doutrina de Balaão que, sob o manto de uma espiritualidade afetada e exótica, logo acharam guarida na Igreja em Pérgamo. 

2º Os seguidores dos nicolaítas se infiltrara na igreja de Pérgamo. Também não encontraram dificuldades para se acomodar entre as pobres e desprotegidas ovelhas. 

Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, o único verdadeiro Soberano. Mas, tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo na Igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticaram idolatria e imoralidade. Jesus chama a igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a Igreja em Pérgamo é o Apocalipse. 

1. Sua localização. Situada às margens do Caíco e distante trinta quilômetros do Mar Egeu, Pérgamo era a mais importante metrópole da Ásia. 

Pérgamo foi mais de 200 anos, a capital da província romana da Ásia. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do império romano a partir de 133 a.C. 

O Império Selêucida foi um Estado helenista que existiu após a morte de Alexandre, o Grande da Macedónia, cujos generais entraram em conflito pela divisão de seu império. Entre 323 e 64 a.C. existiram mais de 30 reis da dinastia selêucida que começou por Seleuco, um dos generais após a morte de Alexandre o Grande. 

2. Um centro político e religioso na Ásia Menor. A cidade de Pérgamo era uma cidade comercial muito importante, onde havia um centro político e religioso. Pérgamo foi a primeira cidade da Ásia que incentivou abertamente o culto ao imperador. Atualmente, a cidade que fica na Turquia, é conhecida como Bergama. 

No ano 29 a.C., Pérgamo foi dedicado um templo ao “Divino Augusto” o que tornou um centro para o culto imperial. Com o passar do tempo, essa adoração passou a ser uma prova de lealdade ao governo romano, pois o culto ao imperador era o ponto central da política do Império e quem se recusasse a adorá-lo era considerado um traidor. 

Muitos outros deuses eram adorados naquela cidade, onde havia muitos templos pagãos. Entre os deuses estavam: Zeus, Atenas e Asclépio — o deus-serpente que promovia “curas”. Com essas informações, vemos que ali era um local difícil para o crescimento de uma igreja cristã. 

Em suma, Pérgamo era um grande exemplo de ostentação da cultura e civilização modernas. 


3. Pérgamo, a cidade dos livros e da ignorância espiritual. Pérgamo era uma cidade antiga e rica. Foi dali que surgiu o pergaminho como material de escrita, e a cidade possuía uma das “melhores bibliotecas da antiguidade” cujo acervo chegou a ser estimado em duzentos mil volumes (pergaminho). Seus operários sabiam como industriar a pele animal como suporte à escrita. 

Teve a maior biblioteca fora de Alexandria, Egito. Foi o povo de Pérgamo que começou a usar peles de animais para fazer pergaminho, substituindo o papiro. 

4. A Igreja em Pérgamo. É bem provável que a Igreja de Cristo haja sido implantada em Pérgamo quando da estadia de Paulo em Éfeso (At 20.31). Apesar de a cidade ser a guardiã do trono do próprio demônio, o Reino de Deus prevaleceu em seus termos. Se o trono era do Diabo, o cetro estava nas mãos de Cristo (Is 9.6). 

5. Aos quais foi enviada. Ao anjo da igreja de Pérgamo. Pérgamo, em grego, significa casado. 

II. A ESPADA AFIADA DE DOIS GUMES 

1. Este grande personagem é Jesus. V. 12 “E ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes”. 

A uma Igreja casada com o mundo (DOUTRINAS DE BALAÃO E NICOLAÍTAS).

Jesus se apresenta como “aquele que tem a espada aguda de dois fios” (Ap 2.12).

Contra as apostasias, só existe uma arma realmente poderosa: a Bíblia Sagrada

á espada do Espírito Santo (Ef 6.17; Hb 4.12). 

Ap 1.16 “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 

Ap 19.11 “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 12 E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. 13 E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. 14 E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. 15 E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. 16 E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.” 

1.1. Jesus é a Palavra. Jo 1.1. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” 

1.2. A Palavra de Deus é uma espada de dois gumes. Hb 4.12 “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” 

1.3. Dois gumes significam: Correção repreensão. 

1.4. A palavra de Deus é uma espada é uma arma tanto ofensiva quanto defensiva, é, na mão de Deus, capaz de matar tanto pecado e dos pecadores. 

1.5. É uma espada de dois gumes que se vira e corta todos os sentidos. 

2. Manejando bem a espada do Espírito.

2.1. Espada do Espírito. Ef 6.17 “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” 

2.2. O crente deve manejar bem. 2ª Tm 2.15 “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” 

Jo 5.39 “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.”

Os 6.3 “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” 

III. AQUELA IGREJA CONSERVAVA O NOME DE CRISTO, POIS NÃO HAVIA RENEGADO A FÉ 

1. Jesus elogia a igreja. V. 13 “Conheço as tuas obras, e onde habitas, mesmo onde o trono de Satanás é: e reténs o meu nome, e não me negou minha fé, mesmo nos dias de Antipas foi minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.”

2. Pérgamo, o trono de Satanás.

Trono de Satanás. No ano 29 a.C, a cidade de Pérgamo erigiu um santuário para implantação ao culto ao imperador romano. 

Quanto ao primeiro aspecto, o Senhor afirma que ela se situava “onde está o trono de Satanás”.

 

Por trás da realidade cultural e social, estava “Satanás”.

Atrás das festas pagã e idolatra, está Satanás o pai da mentira. 

Apesar de a Igreja em Pérgamo, como um todo, ser fiel a Cristo e às verdades do Evangelho, alguns dentre eles faziam-se passíveis da repreensão do Senhor. 

3. Nada escapa do olhar de Jesus. Ap 19.11-13 “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 12 E os seus olhos eram como chama de fogo...”. 

Jesus viu onde estava plantada a Igreja de Pérgamo. Era onde está o trono de Satanás. 

4. Três características da verdadeira Igreja.

·         Reténs o meu nome. Honra o nome de Jesus.

·         E não me negou minha fé. No meio das corrupções e heresias a Igreja era fiel a Jesus.

·         Foi minha fiel testemunha. “onde Satanás habita.” 

5. Antipas, a fiel testemunha. “...mesmo nos dias de Antipas foi minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.” 

O fiel Antipas, cujo nome em grego significa “contra todos”, levantara-se para combater os apóstatas que haviam entronizado o Diabo naquela Igreja. Por isso, ajuntaram-se todos para tirar-lhe a vida, conforme denúncia Jesus: “o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita” (Ap 2.13). 

Antipas é citado como exemplo de fé como uma “fiel testemunha” que foi morto em Pérgamo, onde Satanás tinha o seu trono. Esta passagem se refere a Antipas de Pérgamo, um mártir cristão que viveu no século I. 

IV. AS HERESIAS DE PÉRGAMO 

1. A repreensão. V. 14 “Mas eu tenho algumas coisas contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e se prostituírem.” 

1.1. A palavra de Cristo para Pérgamo é dura. “....os que seguem a doutrina de Balaão...”. 

1.2. A história de Balaão pode ser encontrada em Números 22-24. 

Judas 1.11 Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.

1.3. Balaão era um vidente e falso profeta, pseudoprofeta. 

1.4. Balaão era um profeta contratado por Balaque, rei de Moabe para amaldiçoar o povo de Israel (Nm 22). 

Ele passou a ser mencionado na Bíblia como exemplo de “falso profeta” porque ensinou o rei a fazer o povo de Deus tropeçar. 

1.5. Balaão mandou dizer a Balaque: Nm 23.8 “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o Senhor não detesta?” 

1.6. Balaão, movido por ganância, aconselhou Balaque a enfrentar Israel não com um exército de soldados, usou belas jovens de seu reino para seduzir os israelitas, e induzi-los a participarem de suas festas idólatras, nas quais a imoralidade era praticada em nome da religião Número 25.1-5; 31.15,16). 

Números 25.1-9 “E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. 2 Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. 3 Juntando-se, pois, Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel. 4 Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel. 5 Então Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-Peor. 6 E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita, à vista de Moisés, e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando eles diante da tenda da congregação. 7 Vendo isso Fineias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão.8 E foi após o homem israelita até à tenda, e os atravessou a ambos, ao homem israelita e à mulher, pelo ventre; então a praga cessou de sobre os filhos de Israel. 9 E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.” 

1.7. O que Balaão e Balaque não puderam fazer para destruir o povo israelita, o pecado fez.

Balaão sendo um “profeta” aceitava fazer o mal por dinheiro e armava ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer alimentos sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual. 

1.8. Devido aos pecados cometidos, o Senhor se voltou com ira contra os israelitas e uma grande praga abalou o arraial e eles se tornaram fracos e vulneráveis. 

2ª Pe 2.15-16 “Tendo os olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; 15 Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. 16 Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta.” 

1.9. Balaão é uma pessoa com grandes dons e poderia ter um fim diferente, assim como Saul, Judas, etc. Infelizmente, ele sucumbiu. Sua amizade com o mundo, sua insistência em querer fazer aquilo que Deus já havia proibido, mas só por causa do amor ao dinheiro, o levou a ruina. Que pena! Esse é o risco que se encontra diante de nós também (1ª Co 10.12).

2. Os discípulos de Balaão hoje. 1ª Pe 2.1-3 “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2 E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; 3 e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 

Os discípulos de Balaão são aqueles que se dizem cristãos, no entanto, são mais motivados pela ganância mundana do que pelo amor a Cristo. 

Os discípulos de Balaão são aqueles que pisam os princípios da Palavra de Deus, fazendo uso distorcido da Bíblia para enganar com sua influência a outros. 

As falsas doutrinas hoje como doutrina da prosperidade tem sido símbolo da doutrina de Balaão. 

3. A doutrina dos nicolaítas. segue o nome de seu fundador. 

3.1 O significado do nome. O nome grego Nikolaos significa “ele conquista pessoas”. Pode significar algo como “conquista do povo”, no sentido de destruição. 

Os nicolaítas são mencionados apenas duas vezes no Novo Testamento no livro do Apocalipse. 

Este grupo aparece pela primeira vez em Apocalipse 2.6, quando Jesus elogia a Igreja de Éfeso por odiar as obras dos nicolaítas: “Entretanto, há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas, as quais eu também odeio”. 

Não é muito fácil afirmar com exatidão quem eram os nicolaítas. Na verdade, ao longo da História da Igreja, diferentes teorias foram apresentadas para tentar explicar a origem dos nicolaítas. 

3.2. Quem eram os nicolaítas.

A. Alguns entendem que os nicolaítas eram seguidores de Nicolau. Nicolau era um prosélito de Antioquia que foi designado diácono na Igreja em Jerusalém (At 6.5). Esta interpretação foi defendida por Irineu e Hipólito (séculos 2 e 3 d.C.), mas não há qualquer evidência concreta a seu favor. Por este motivo é correto considerá-la com desconfiança. 

B. Outros entendem que os nicolaítas formavam uma seita gnóstica que procurava se infiltrar nas comunidades cristãs com o objetivo de semear seus ensinos heréticos. Por último, há quem entenda que os nicolaítas eram simplesmente aquelas pessoas que seguiam e divulgavam os ensinamentos dos falsos apóstolos e falsos profetas. Esta última alternativa talvez seja a mais provável, e se harmoniza melhor com a exegese do texto. 

C. Os nicolaítas aparecem na literatura cristã da época dos pais da Igreja como sendo pessoas amantes do prazer, caluniadoras, corruptoras de sua própria carne e que viviam uma vida devassa. Assim, certamente os nicolaítas eram pessoas comprometidas com o mundo pecaminoso. Eles participavam e incentivavam outras pessoas a se entregarem às festas, rituais, práticas e banquetes imorais e idolatras dos pagãos.

A imundície do espírito e da imundícia da carne, muitas vezes andam juntas. Doutrinas corruptos e um culto corrupto muitas vezes levam a uma conversa corrupta. 

V. A CONTAMINAÇÃO DOUTRINÁRIA 

A pesar de guardar o nome do Senhor Jesus, e não negar a fé, era negligente á infiltração de falsas doutrinas. 

O problema era que os cristãos em Pérgamo estavam participando ativamente das festas pagãs, prostituindo-se espiritualmente, além de cometer pecados sexuais. 

E sobre os ensinos dos nicolaítas, Jesus também estava se referindo ao liberalismo e às práticas pagãs — um “cristianismo mais moderno” — conforme compara o pastor e teólogo, Hernandes Dias Lopes. 

VI. A PROMESSA AO VENCEDOR 

V. 17 “Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, que não conhece senão aquele que o recebe-lo.” 

1. “Ao vencedor darei do maná escondido”. Ao vencedor: Todas as cartas, também, incluem a promessa sobre a vitória. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em duas partes. 

O maná escondido: O maná é um símbolo de sustento e provisão de Deus. 

Aqueles que recusassem qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus. O maná foi o alimento que sustentou os Israelitas na caminhada do deserto. O maná é o próprio Jesus que se manifesta na Ceia do Senhor. Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida.

Jo 6.48-51 “Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. 50 Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” 

2. A pedrinha branca. No mundo antigo, as pedras tinham várias utilidades. Num júri, por exemplo, a pedra branca significava a absolvição e a pedra preta condenação. Pedras brancas também eram dadas como bônus aos pobres, para que recebessem alimentos de graça e serviam de reconhecimento a atletas e gladiadores. Usava-se também a pedra branca como bilhetes de entrada em festivais públicos.

Portanto, as pedras brancas eram usadas pelos imperadores Romanos em três finalidades:

·         Aos escravos que se tornavam livres.

·         Como ingresso em alguns eventos.

·         Aos vencedores em corridas e batalhas. 

Aqueles que forem fiéis receberão essa pedrinha branca: A libertação total do pecado, o ingresso para o banquete celestial, como recompensa aos vencedores na corrida pela salvação. Aleluia! 

3. O novo nome. Então, nesse contexto, receber uma pedra branca com seu nome gravado nela, pode simbolizar uma identidade espiritual e a entrada para a grande festa messiânica. “O que Cristo promete é que, ao entrarmos no céu, teremos um certificado de nascimento, confirmando que temos um Pai — o Pai celestial que cuida de cada um de nós”. 

De vez em quando, vemos Deus mudando o nome de alguém, simbolizando um novo status ou uma nova identidade – caso de Abraão, Sara e Jacó. Às vezes, o próprio portador do nome muda sua alcunha, representando uma nova situação. Noemi (“doce”) resolve chamar-se de Mara (“amarga”) após a morte de sua família (Rt 1.20), mas termina a história com um “nome afamado” (4.14). Aliás, note como a ideia do nome move todo o livro de Rute. 

Um nome novo, o nome no contexto Bíblico significa uma nova missão, identidade, quando Deus muda o nome de um escolhido revela um novo projeto para o mesmo (exemplos: Abrão > Abraão (Pai de multidões) ; Sarai > Sara (Princesa) ; Jacó > Israel (Povo que luta com Deus e homens e que vence). 

Pr. Elias Ribas – Dr. Em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC