TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

A HISTÓRIA DE JOSÉ DO EGITO

 


Gn 37.1-11 “E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã. 2 Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai. 3 E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. 4 Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente. 5 Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais. 6 E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: 7 Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho. 8 Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras. 9 E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. 10 E, contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra? 11 Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.” 

INTRODUÇÃO

José era bisneto de Abraão, amigo de Deus, pai da fé, neto de Isaque e filho de Jacó. Sua mãe se chamava Raquel.

José era amado pelo seus pais, odiado pelos seus irmãos.

José foi jogado em um poço, vendido como escravo pelos seus irmãos para uns ismaelitas; foi servir como escravo na casa na casa do general Potifar; foi seduzido pela mulher de seu senhor, foi caluniado por ela, foi preso na prisão do palácio. Na prisão ele interpretou dois sonhos, um do copeiro mor e do padeiro de Faraó.

Interpretou o Senhor de Faraó e após interpretar foi para ser governado do Egito.

José foi o que mais se destacou entre os filhos de Jacó. Talvez, devido à intimidade que tinha com seu pai, recebeu mais ensinamentos sobre Deus e tornou-se um homem exemplar. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

1. A família de José. Seu pai Jacó tinha quatro esposas, Raquel, Lia, Bila e Zilpa.

José era filho de Rebeca sua primeira esposa.

José tinha 17 anos, era muito jovem, mesmo assim ele ajudava seus irmãos apascentar ovelhas.

José foi levado ao Egito aproximadamente em 1900 a.C. aos seus 17 anos. Isso deve ter ocorrido cerca de duzentos anos depois da chamada de Abraão (12.1-3). 

II. JOSÉ, AMADO E ODIADO POR SUA FAMÍLIA 

1. José era amado por seu pai. Gn 37.1-4 “E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã. 2 Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai. 3 E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. 4 Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.” 

Ele era o preferido do pai (37.3), por ser filho de Raquel, a amada de Jacó. 

2. Uma túnica de várias cores (v. 3). Ganhou uma túnica de seu pai e isto causou muita inveja em seus irmãos. 

3. Odiado por seus irmãos. V. 4 “Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.” 

4. O sonho de José e a inveja de seus irmão. Gn 37.5-11 “Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais. 6- E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: 9- E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. 10- E, contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra? 11- Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.” 

1º Sonho. Gn 37.5-8 “Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais. 6- E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: 6 Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho. 7 Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras. 8 Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras.” 

2º Sonho. Gn 37.9-11 “E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. 10- E, contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra?” 

5. A inveja dos irmãos de José. V. 11 “Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.” 

6. Jacó envia José para ver seus irmãos no campo. Gn 37.12-17 “E seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pai, junto de Siquém. 13 Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui. 14 E ele lhe disse: Ora vai, vê como estão teus irmãos, e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom, e foi a Siquém. 

7. José encontra um homem que orienta ao paradeiro de seus irmãos. Gn 37.15-17 “E achou-o um homem, porque eis que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe o homem, dizendo: Que procuras? 16 E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam. 17 E disse aquele homem: Foram-se daqui; porque ouvi-os dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu atrás de seus irmãos, e achou-os em Dotã.” 

8. Os irmãos de José conspiram contra ele. Gn 37.18-20 “E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem. 19 E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor! 20 Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.” 

9. José é jogado em uma cisterna vazia. Gn 37.21-24 “E ouvindo-o Ruben, livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe tiremos a vida. 22 Também lhes disse Ruben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mãos nele; isto disse para livrá-lo das mãos deles e para torná-lo a seu pai. 23 E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia. 24 E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.” 

10. José é vendido por trinta peças de prata. Gn 37.25-27 “Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito. 26 Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue? 27 Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. 28 Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.” 

Movido de inveja. At 7.9 “E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito; mas Deus era com ele.”

11. Os irmãos de José enganam Jacó com a túnica ensanguentada. Gn 37.29-35 “Voltando, pois, Ruben à cova, eis que José não estava na cova; então rasgou as suas vestes. 30 E voltou a seus irmãos e disse: O menino não está; e eu aonde irei? 31 Então tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue. 32 E enviaram a túnica de várias cores, mandando levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho. 33 E conheceu-a, e disse: É a túnica de meu filho; uma fera o comeu; certamente José foi despedaçado. 34 Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a seu filho muitos dias. 35 E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou porém ser consolado, e disse: Porquanto com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim o chorou seu pai.” 

12. José é levado para o Egito como escravo. Gn 37.36 “E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.” 

III. JOSÉ É HUMILHADO E EXALTADO NO EGITO 

1. José é vendido na feira de escravos, no Egito. Gn 39.1 “E José foi levado ao Egito, e Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.” 

2. José prospera na casa de Potifar. Gn 39.2-6 “E o Senhor estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. 3-Vendo, pois, o seu senhor que o Senhor estava com ele e que tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em sua mão, 4- José achou graça a seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha. 5- E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo. 6- E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que de nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de aparência e formoso à vista.” 

3. José foi tentado pela mulher de Potifar. Gn 39.6-12 “E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que de nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de aparência e formoso à vista. 7 E aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e disse: Deita-te comigo. 8 Porém ele recusou e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo e entregou em minha mão tudo o que tem. 9 Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus? 10 E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos para deitar-se com ela e estar com ela, 11 sucedeu, num certo dia, que veio à casa para fazer o seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali. 12 E ela lhe pegou pela sua veste, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu, e saiu para fora.” 

3.1. A mulher de Potifar seduz José. Gn 39.9 “...como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?.” 

3.2. José resiste à tentação. Gn 39.12 “E ela lhe pegou pela sua veste, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu, e saiu para fora.” 

3.3. José é caluniado e preso. Gn 39.16-20 “E ela pôs a sua veste perto de si, até que o seu senhor veio à sua casa. 17 Então, falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: Veio a mim o servo hebreu, que nos trouxeste para escarnecer de mim.18 E aconteceu que, levantando eu a minha voz e gritando, ele deixou a sua veste comigo e fugiu para fora. 19 E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Conforme estas mesmas palavras me fez teu servo, a sua ira se acendeu. 20 E o senhor de José o tomou e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos; assim, esteve ali na casa do cárcere.” 

3.4. Mesmo em crise o Senhor está conosco, se formos fieis a Ele. Jo 16.36 Jesus diz: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” 

IV. JOSÉ INTERPRETA OS SONHOS DO DOIS PRISIONEIRO 

1. José é abençoado por Deus dentro da prisão. Gn 39.21-23 “O Senhor, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor. 22 E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere; e ele fazia tudo o que se fazia ali. 23 E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o Senhor estava com ele; e tudo o que ele fazia o Senhor prosperava.” 

1.2. O Senhor estava com José. Quatro vezes no capítulo 39 está escrito que o Senhor estava com José (vv. 2,3,21,23).

2. A prisão do padeiro e o copeiro. Gn 40.1-23 Faraó indignou-se contra o copeiro e o padeiro e mandou prender. 

A prisão é um meio que Deus vai usar para que Sua promessa se cumpra. 

3. José interpreta dois sonhos na prisão. José foi sustentado na prisão pela benignidade de Deus. Ali, ele encontrou dois presos que serviram a Faraó, um copeiro-mor e um padeiro-mor. Certo dia, ambos tiveram um sonho. Eles contaram a José o que haviam sonhado, e este interpretou o sonho deles. 

3.1. O sonho do copeiro. Gn 40.9-14 “Então, contou o copeiro-mor o seu sonho a José e disse-lhe: Eis que em meu sonho havia uma vide diante da minha face. 10 E, na vide, três sarmentos, e ela estava como que brotando; a sua flor saía, e os seus cachos amadureciam em uvas. 11 E o copo de Faraó estava na minha mão; e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Faraó, e dava o copo na mão de Faraó. 12 Então, disse-lhe José: Esta é a sua interpretação: os três sarmentos são três dias; 13 dentro ainda de três dias, Faraó levantará a tua cabeça e te restaurará ao teu estado, e darás o copo de Faraó na sua mão, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro. 14 Porém lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa.” 

3.2. O sonho do padeiro. Gn 40.16-20 “Vendo, então, o padeiro-mor que tinha interpretado bem, disse a José: Eu também sonhava, e eis que três cestos brancos estavam sobre a minha cabeça; 17 e, no cesto mais alto, havia de todos os manjares de Faraó, obra de padeiro; e as aves os comiam do cesto de sobre a minha cabeça. 18 Então, respondeu José e disse: Esta é a sua interpretação: os três cestos são três dias; 19 dentro ainda de três dias, Faraó levantará a tua cabeça sobre ti e te pendurará num madeiro, e as aves comerão a tua carne de sobre ti. 20 E aconteceu, ao terceiro dia, o dia do nascimento de Faraó, que fez um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor e a cabeça do padeiro-mor, no meio dos seus servos.” 

As duas interpretações:

1º Uma para o copeiro a vida. Ao copeiro-mor José disse que dentro de três dias ele seria chamado para servir a Faraó novamente. 

2º Uma para o padeiro a morte. Ao padeiro-mor, disse que, dentro de três dias, seria executado. Tudo aconteceu do jeito que José havia dito. 

Gn 40.21-23 “E fez tornar o copeiro-mor ao seu ofício de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó. 22 Mas ao padeiro-mor enforcou, como José havia interpretado. 23 O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José; antes, se esqueceu dele.” 

V. DA PRISÃO AO PALÁCIO DE FARAÓ 

1. Os sonhos de Faraó.

1.1. O primeiro sonho ele viu sete vacas magras comiam sete vacas gordas. Gn 41.1-4 “E aconteceu que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou e eis que estava em pé junto ao rio. 2 E eis que subiam do rio sete vacas, formosas à vista e gordas de carne, e pastavam no prado. 3 E eis que subiam do rio após elas outras sete vacas, feias à vista e magras de carne, e paravam junto às outras vacas na praia do rio. 4 E as vacas feias à vista e magras de carne comiam as sete vacas formosas à vista e gordas. Então, acordou Faraó.” 

1.2. O segundo sonho ele viu sete espigas miúdas devoravam as espigas boas. Gn 41.5-7 “Depois, dormiu e sonhou outra vez, e eis que brotavam de um mesmo pé sete espigas cheias e boas. 6 E eis que sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas. 7 E as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então, acordou Faraó, e eis que era um sonho.” 

2. Os adivinhadores do Egito. Gn 41.8 “E aconteceu que pela manhã o seu espírito perturbou-se, e enviou e chamou todos os adivinhadores do Egito, e todos os seus sábios; e Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que lhes interpretasse.” 

Os adivinhos (ou mágicos, i.e., pessoas que praticavam a magia ou feitiçaria) eram comuns no Egito (cf. Êx 7.11; 8.7,18,19; 9.11). A magia consistia na prática de adivinhação (a tentativa de descobrir conhecimentos ocultos por meio de maus espíritos), na tentativa de predizer o futuro e controlar o curso da natureza, dos seres humanos ou das circunstâncias, mediante a ajuda de poderes sobrenaturais ou espíritos. A lei mosaica condenava rigorosamente todo e qualquer contato com a magia ou feitiçaria (Dt 18.9-14) e o NT os condena igualmente (At 19.17-20; Ap 9.20,21; 22.15). 

3. José é lembrado perante Faraó. Gn 41.9-13 “Então falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas me lembro hoje: 10 Estando Faraó muito indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisão na casa do capitão da guarda, a mim e ao padeiro-mor. 11 Então tivemos um sonho na mesma noite, eu e ele; sonhamos, cada um conforme a interpretação do seu sonho. 12 E estava ali conosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda, e contamos-lhe os nossos sonhos e ele no-los interpretou, a cada um conforme o seu sonho. 13 E como ele nos interpretou, assim aconteceu; a mim me foi restituído o meu cargo, e ele foi enforcado.” 

4. José é levado a presença de Faraó. Gn 41.14-16 “Então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere; e barbeou-se e mudou as suas roupas e apresentou-se a Faraó. 15 E Faraó disse a José: Eu tive um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas. 16 E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó.” 

5. O sonho de Faraó. Gn 41.17-24 “Então disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava eu em pé na margem do rio. 18 E eis que subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas à vista, e pastavam no prado. 19 E eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista e magras de carne; não tenho visto outras tais, quanto à fealdade, em toda a terra do Egito. 20 E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas; 21 E entravam em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado; porque o seu parecer era feio como no princípio. Então acordei. 22 Depois vi em meu sonho, e eis que de um mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas. 23 E eis que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental, brotavam após elas. 24 E as sete espigas miúdas devoravam as sete espigas boas. E eu contei isso aos magos, mas ninguém houve que me interpretasse.” 

6. José interpreta os sonhos de Faraó. Gn 41.25-30 “Então, disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó. 26 As sete vacas formosas são sete anos; as sete espigas formosas também são sete anos; o sonho é um só. 27 E as sete vacas magras e feias à vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental; serão sete anos de fome. 28 Esta é a palavra que tenho dito a Faraó; o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó. 29 E eis que vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito. 30- E, depois deles, levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra.” 

7. O conselho de José a Faraó. Gn 41.32-36 “E que o sonho foi repetido duas vezes a Faraó, é porque esta coisa é determinada por Deus, e Deus se apressa em fazê-la. 33 Portanto, Faraó previna-se agora de um homem entendido e sábio, e o ponha sobre a terra do Egito. 34 Faça isso Faraó e ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do Egito nos sete anos de fartura. 35 E ajuntem toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem o trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem. 36 Assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome.” 

8. José é nomeado governador do Egito. Gn 41.37-44 “E esta palavra foi boa aos olhos de Faraó, e aos olhos de todos os seus servos. 38 E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja o espírito de Deus? 39 Depois disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu. 40 Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu. 41 Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito. 42 E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de roupas de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço. 43 E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai. Assim o pôs sobre toda a terra do Egito. 44 E disse Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito.” 

9. Jose teve esposa e filhos no Egito. Gn 41.45, 50 “E Faraó chamou a José de Zafenate-Panéia, e deu-lhe por mulher a Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José por toda a terra do Egito. 50 Antes de chegar à fome, nasceram dois filhos a José, os quais lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.” 

José teve dois filhos no Egito. O primeiro é Manasher, “Deus me fez esquecer”. O segundo é Ephrayn, “Deus me fez crescer”. Os dois nomes são proféticos. 

10. A estratégia de José. Gn 41.46 “E José era da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó, rei do Egito. E saiu José da presença de Faraó e passou por toda a terra do Egito. 47 E nos sete anos de fartura a terra produziu abundantemente. 48 E ele ajuntou todo o mantimento dos sete anos, que houve na terra do Egito; e guardou o mantimento nas cidades, pondo nas mesmas o mantimento do campo que estava ao redor de cada cidade. 49 Assim ajuntou José muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar; porquanto não havia numeração.” 

VI. O ENCONTRO DE JOSÉ COM SEUS IRMÃOS 

1. A viajem dos irmãos de José ao Egito. Gn 42.1-3 “Vendo então Jacó que havia mantimento no Egito, disse a seus filhos: Por que estais olhando uns para os outros? 2 Disse mais: Eis que tenho ouvido que há mantimentos no Egito; descei para lá, e comprai-nos dali, para que vivamos e não morramos. 3 Então desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo no Egito. 4 A Benjamim, porém, irmão de José, não enviou Jacó com os seus irmãos, porque dizia: Para que lhe não suceda, porventura, algum desastre. 5 Assim, entre os que iam lá foram os filhos de Israel para comprar, porque havia fome na terra de Canaã.” 

1.1. Fome em Canãa. Quando a família de José ficou com fome, soube que apenas no Egito havia comida sendo vendida. 

1.2. A decisão de Israel enviar seus filhos ao Egito em busca de alimento. 

Finalmente, após 22 anos no Egito, havendo decorrido os sete anos de fartura e dois anos de “vacas magras”, os irmãos de José são enviados ao Egito para comprar comida. A jornada, além de longa (aproximadamente 400 Km), também era perigosa. Em 42.6-9, o sonho de José se cumpre. Seus irmãos, sem saberem de sua identidade, estão inclinados à sua frente, mas ainda faltava o mais novo. 

2. O encontro com o governador do Egito. Gn 42.6-8 “José, pois, era o governador daquela terra; ele vendia a todo o povo da terra; e os irmãos de José chegaram e inclinaram-se a ele, com o rosto em terra. 7 E José, vendo os seus irmãos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho para com eles, e falou com eles asperamente, e disse-lhes: Donde vindes? E eles disseram: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento. José, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram.” 

2.1. José não foi reconhecido pelos irmãos. 

3. Os sonhos de José se cumprem. Gn 42.9a “Então José lembrou-se dos sonhos que havia tido deles...” 

4. José testa seus irmãos. V.9b -16 “... e disse-lhes: Vós sois espias, e viestes para ver a nudez da terra. 10 E eles lhe disseram: Não, senhor meu; mas teus servos vieram comprar mantimento. 11 Todos nós somos filhos de um mesmo homem; somos homens de retidão; os teus servos não são espias. 12 E ele lhes disse: Não; antes viestes para ver a nudez da terra. 13 E eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem na terra de Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai hoje; mas um já não existe. 14 Então lhes disse José: Isso é o que vos tenho dito, sois espias. 15 Nisto sereis provados; pela vida de Faraó, não saireis daqui senão quando vosso irmão mais novo vier aqui. 16 Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão, mas vós ficareis presos, e vossas palavras sejam provadas, se há verdade convosco; e se não, pela vida de Faraó, vós sois espias.” 

5. José prende seus irmãos. Gn 42.17-18 “E pô-los juntos, em prisão, três dias. 18 E ao terceiro dia disse-lhes José: Fazei isso, e vivereis; porque eu temo a Deus.” 

6. José retém Simeão. Gn 42.19-20 “Se sois homens de retidão, que fique um de vossos irmãos preso na casa de vossa prisão; e vós ide, levai mantimento para a fome de vossa casa, 20 E trazei-me o vosso irmão mais novo, e serão verificadas vossas palavras, e não morrereis. E eles assim fizeram.” 

7. Os irmãos de José sentiam remorso pelo que lhe haviam feito? Gn 42.21-23 “Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia de sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos; por isso, vem sobre nós esta angústia. 22 E Ruben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu, dizendo: Não pequeis contra o moço? Mas não ouvistes; e, vedes aqui, o seu sangue também é requerido. 23 E eles não sabiam que José os entendia, porque havia intérprete entre eles.” 

8. José chora escondido. Gn 42.24 “E retirou-se deles e chorou. Depois tornou a eles, e falou-lhes, e tomou a Simeão dentre eles, e amarrou-o perante os seus olhos. 

9. Os irmãos de José retornam para Canaã. Gn 42.25-28 “E ordenou José, que enchessem os seus sacos de trigo, e que lhes restituíssem o seu dinheiro a cada um no seu saco, e lhes dessem comida para o caminho; e fizeram-lhes assim. 26 E carregaram o seu trigo sobre os seus jumentos e partiram dali. 27 E, abrindo um deles o seu saco, para dar pasto ao seu jumento na estalagem, viu o seu dinheiro; porque eis que estava na boca do seu saco. 28 E disse a seus irmãos: Devolveram o meu dinheiro, e ei-lo também aqui no saco. Então lhes desfaleceu o coração, e pasmavam, dizendo um ao outro: Que é isto que Deus nos tem feito? 

10. Os irmãos de José relatam o encontro com o governador do Egito. Gn 42.29-35 “E vieram para Jacó, seu pai, na terra de Canaã; e contaram-lhe tudo o que lhes aconteceu, dizendo: 30 O homem, o senhor da terra, falou conosco asperamente, e tratou-nos como espias da terra; 31 Mas dissemos-lhe: Somos homens de retidão; não somos espias; 32 Somos doze irmãos, filhos de nosso pai; um não mais existe, e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã. 33 E aquele homem, o senhor da terra, nos disse: Nisto conhecerei que vós sois homens de retidão; deixai comigo um de vossos irmãos, e tomai para a fome de vossas casas, e parti. 34 E trazei-me vosso irmão mais novo; assim saberei que não sois espias, mas homens de retidão; então vos darei o vosso irmão e negociareis na terra. 35 E aconteceu que, despejando eles os seus sacos, eis que cada um tinha o pacote com seu dinheiro no seu saco; e viram os pacotes com seu dinheiro, eles e seu pai, e temeram.” 

11. Israel reluta em enviar Benjamim ao Egito. Gn 42.36 -38 “Então, Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado: José já não existe, e Simeão não está aqui, e, agora, levareis a Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim. 37 Mas Ruben falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos, se to não tornar a trazer; dá-me em minha mão, e to tornarei a trazer. 38 Ele, porém, disse: Não descerá meu filho convosco, porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe sucede algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura. 38 Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura.” 

12. Por que ele acabou deixando Benjamim ir com os irmãos? Gn 43.1–4 “E a fome era gravíssima na terra. 2 E aconteceu que, como acabaram de comer o mantimento que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: Tornai, comprai-nos um pouco de alimento. 3 Mas Judá respondeu-lhe, dizendo: Fortemente nos protestou aquele varão, dizendo: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não vier convosco. 4 Se enviares conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento.” 

VII. OS PREPARATIVOS PARA O RETORNO AO EGITO 

1. A fome continua assolando a terra. Gn 43.1-2 “E a fome era gravíssima na terra. 2 E aconteceu que, como acabaram de comer o mantimento que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: Voltai, comprai-nos um pouco de alimento.” 

2. Jacó decide enviar Benjamim com seus irmãos. Gn 43.3-5 “Mas Judá respondeu-lhe, dizendo: Fortemente nos protestou aquele homem, dizendo: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não vier convosco. 4 Se enviares conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento. 5 Mas se não o enviares, não desceremos; porquanto aquele homem nos disse: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não vier convosco.” 

3. Jacó lamenta pelo seu filho caçula. Gn 43.6-7 “E disse Israel: Por que me fizeste tal mal, fazendo saber àquele homem que tínheis ainda outro irmão? 7 E eles disseram: Aquele homem particularmente nos perguntou por nós, e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes mais um irmão? E respondemos-lhe conforme as mesmas palavras. Podíamos nós saber que diria: Trazei vosso irmão?” 

4. Judá se oferece como garantia. Gn 43.6.6-10 “E disse Israel: Por que me fizeste tal mal, fazendo saber àquele homem que tínheis ainda outro irmão? 7 E eles disseram: Aquele homem particularmente nos perguntou por nós, e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes mais um irmão? E respondemos-lhe conforme as mesmas palavras. Podíamos nós saber que diria: Trazei vosso irmão? 8 Então disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e levantar-nos-emos, e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhos. 9 Eu serei fiador por ele, da minha mão o requererás; se eu não o trouxer, e não o puser perante a tua face, serei réu de crime para contigo para sempre. 10 E se não nos tivéssemos detido, certamente já estaríamos segunda vez de volta.” 

5. Jacó envia presentes para o governador do Egito. Gn 43.11-14 ‘Então disse-lhes Israel, seu pai: Pois que assim é, fazei isso; tomai do mais precioso desta terra em vossos vasos, e levai ao homem um presente: um pouco do bálsamo e um pouco de mel, especiarias e mirra, terebinto e amêndoas. 12 E tomai em vossas mãos dinheiro em dobro, e o dinheiro que voltou na boca dos vossos sacos tornai a levar em vossas mãos; bem pode ser que fosse erro. 13 Tomai também a vosso irmão, e levantai-vos e voltai àquele homem. 14 E Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei.” 

6. Os filhos de Jacó chegam ao Egito a segunda vez. Gn 43.15-17 “E os homens tomaram aquele presente, e dinheiro em dobro em suas mãos, e a Benjamim; e levantaram-se, e desceram ao Egito, e apresentaram-se diante de José. 16 Vendo, pois, José a Benjamim com eles, disse ao que estava sobre a sua casa: Leva estes homens à casa, e mata reses, e prepara tudo; porque estes homens comerão comigo ao meio-dia. 17 E o homem fez como José dissera, e levou-os à casa de José.” 

7. Preparativos para o encontro de José. Gn 43.18-25 “Então temeram aqueles homens, porquanto foram levados à casa de José, e diziam: Por causa do dinheiro que dantes voltou nos nossos sacos, fomos trazidos aqui, para nos incriminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos, e a nossos jumentos. 19 Por isso chegaram-se ao homem que estava sobre a casa de José, e falaram com ele à porta da casa. 20 E disseram: Ai! senhor meu, certamente descemos dantes a comprar mantimento. 21 E aconteceu que, chegando à estalagem, e abrindo os nossos sacos, eis que o dinheiro de cada um estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazê-lo em nossas mãos. 22 Também trouxemos outro dinheiro em nossas mãos, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos nossos sacos. 23 E ele disse: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, vos tem dado um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro me chegou a mim. E trouxe-lhes fora a Simeão. 24 Depois levou os homens à casa de José, e deu-lhes água, e lavaram os seus pés; também deu pasto aos seus jumentos. 25 E prepararam o presente, para quando José viesse ao meio-dia; porque tinham ouvido que ali haviam de comer pão.” 

8. José chega e cumprimenta seus irmãos. Gn 43.26-28 “Vindo, pois, José à casa, trouxeram-lhe ali o presente que tinham em suas mãos; e inclinaram-se a ele até à terra.

27 E ele lhes perguntou como estavam, e disse: Vosso pai, o ancião de quem falastes, está bem? Ainda vive? 28 E eles disseram: Bem está o teu servo, nosso pai vive ainda. E abaixaram a cabeça, e inclinaram-se.” 

9. José se comove ao ver seu irmão caçula. Gn 43.28-31 “E ele levantou os seus olhos, e viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: Este é vosso irmão mais novo de quem falastes? Depois ele disse: Deus te dê a sua graça, meu filho. 30 E José apressou-se, porque as suas entranhas comoveram-se por causa do seu irmão, e procurou onde chorar; e entrou na câmara, e chorou ali. 31 Depois lavou o seu rosto, e saiu; e conteve-se, e disse: Ponde pão.” 

10. José faz um banquete para seus irmãos. Gn 43.32-34 “E serviram-lhe à parte, e a eles também à parte, e aos egípcios, que comiam com ele, à parte; porque os egípcios não podem comer pão com os hebreus, porquanto é abominação para os egípcios. 33 E assentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura, e o menor segundo a sua menoridade; do que os homens se maravilhavam entre si. 34 E apresentou-lhes as porções que estavam diante dele; porém a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que as porções deles todos. E eles beberam, e se regalaram com ele.” 

11. O choro de José ao rever seu irmão Benjamim. Gn 43.29–30 “E ele levantou os olhos, e viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: Este é o vosso irmão mais novo, de quem me falastes? Depois, ele disse: Deus te abençoe, meu filho.  E José apressou-se, porque o seu íntimo moveu-se para o seu irmão; e procurou onde chorar, e entrou na câmara, e chorou ali.” 

José e Benjamim eram filhos da mesma mãe Raquel. 

12. Revelação e reconciliação. Gn 45.1-5 “Então, José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo varão; e ninguém ficou com ele quando José se deu a conhecer a seus irmãos. 2 E levantou a sua voz com choro, de maneira que os egípcios o ouviam, e a casa de Faraó o ouviu. 3 E disse José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque estavam pasmados diante da sua face. 4 E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. 5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face.” 

José perdoa seus irmãos.

13. José reconhece que foi Deus que o colocou naquele lugar. Gn 45.6-8 “Porque já houve dois anos de fome no meio da terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega. 7 Pelo que Deus me enviou diante da vossa face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento. 8 Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito.” 

Ele chamou o Egito de “terra da minha aflição. 

VIII. OS ÚLTIMOS DIAS DE JACÓ E DE JOSÉ (Gn 46.3-50.25) 

1. Jacó no Egito. Gn 46.3 “Então, disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito, porque lá eu farei de ti uma grande nação.” 

2. A generosidade de José. Gn 50.21 “Não temais, pois; eu vos sustentarei a vós outros e a vossos filhos. Assim, os consolou e lhes falou ao coração.” 

3. O salvador de seu povo. Gn 47.11,12 “E José fez habitar a seu pai e seus irmãos e deu-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara. -E José sustentou de pão a seu pai, e a seus irmãos, e a toda a casa de seu pai, segundo as suas famílias.” 

4. Na terra de Gósen. Após encontrar-se com o velho pai, Jacó, instala seus familiares na terra de Gósen, onde os sustenta. E, ali, distante da influência dos cananeus e dos egípcios, os hebreus puderam desenvolver-se até se tornarem uma grande e poderosa nação (Êx 1.6,7). Aquele isolamento seria benéfico a Israel. 

Gósen localizava a cerca de 64 km da atual cidade do Cairo, Gósen situava-se no delta do Nilo, ficando assim separada dos centros principais da vida egípcia. Ali, os israelitas viveriam isolados dos egípcios e se desenvolveriam como nação. 

5. As sessenta e seis pessoas são as que viajaram com Jacó para o Egito. As setenta no versículo 27 inclui José, seus dois filhos e a esposa e a escrava. Atos 7.14 conta o número de pessoas como setenta e cinco, incluindo, assim, os netos de José. 

6. José era cidadão de Canaã. Gn 50.25 “José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar os meus ossos daqui.” 

7. A morte de José. Gn 50.22 “José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu José cento e dez anos. 23 E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José. 24 E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. 25 E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui.

26 E morreu José da idade de cento e dez anos, e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.” 

CONCLUSÃO: Se fizermos a vontade de Deus, até as adversidades redundarão em bênçãos e livramentos aos que nos cercam. Todavia, não devemos ficar impacientes se os sonhos que nos dá o Senhor demoram a se cumprir. Para tudo há um tempo determinado. Há tempo para sonhar e também para que cada sonho se realize. Que tudo ocorra, pois, de acordo com a vontade de Deus. 

Mas sonhar tem um preço. Sonhar incomoda muita gente! Na verdade, sonhar custa caro! Eu creio que todo sonho tem o seu preço!

Uma coisa eu aprendi com José, esse sonhador corajoso e perseverante, que nunca renunciou a seus sonhos, é que “o sonhador mexe com o coração de Deus”.

Não deixe que matem seus sonhos. Continue mesmo que isso incomode pessoas ou demônios, sei agora que vale apena sonhar e ser um descobridor de coisas ocultas, que era o significado do nome de Yossef Bem-Yacov (José filho de Jacó).

Outra lição que aprendemos através do exemplo de José é o fato de que não devemos guardar mágoa das pessoas que nos fizeram algum mal no passado. Quando Deus exalta os seus servos, Ele tem como propósito que o seu nome seja glorificado. Seus servos devem ser gratos e humildes. Deus não abençoa seus filhos para que estes se vinguem de seus inimigos (cf. Mt 5.44-48). 

Pr. Elias Ribas

Pr. Elias Ribas Dr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

A DOUTRINA SANTA

 

Am 8.11 “Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.” 

INTRODUÇÃO:

O profeta é um homem escolhido por Deus para proclamar a Palavra de Deus para o povo. Ele precisa ter ouvido para Deus e boca para o povo.

Amós profetisa para o final dos tempos, que haveria fome da Palavra. 

I. O PÃO DO CEU 

1. O povo seguia Jesus não pelo ensino da Sua doutrina, mas pelo pão que Jesus repartia. 

Jo 6.26 “Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.” 

Muitos vem a Igreja hoje por interesse, mas não para servir a Deus. 

2. Muitos trabalham para si, mas não para o reino de Deus. 

Jo 6.27 “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou.” 

3. O que faço para fazer a obra de Deus Ele nos chama e nos dá uma vocação. 

Jo 6.28 “Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus?” 

4. Para fazer a obra de Deus precisamos crer.

Jo 6.29 “Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou.” 

5. Pediram um sinal para crer. Não podemos ser incrédulos.

Jo 6.30 “Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu?” 

6. O povo israelita comeu um pão literal. Jo 6.31 “Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu. 

7. Jesus é o pão do céu. Jo 6.32 “Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.” 

O pão que desce do céu é que dá vida eterna. 

8. O pão que desceu do céu é que dá a vida eterna. Jo 6.33 “Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. 

9. O povo pediu a Jesus o pão do céu. Jo 6.34 “Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão.”

10. Jesus é o pão céu, o alimento espiritual. Jo 6.35 “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede.. 35 E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede.” 

II. O POVO DE BERÉIA EXAMINAVA AS ESCRITURAS 

At 17.10-12 “E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Bereia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. 11 Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. 12 De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos varões.” 

A Lei durou até João Batista, mas a graça veio por meio de Cristo Jesus.

Lc 16.16 “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele. 

Rm 11.6 “Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.” 

III. A VERDADEIRA DOUTRINA É ENSINA PELA UNÇÃO DO ESPÍRITO 

1ª Jo 2.27 “E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.” 

O novo concerto. Hb 8.10 “Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.” 

Hb 10.16 “Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos.” 

A Igreja verdadeira tem fome de Deus, da verdade e da justiça. 

Fome da Palavra. Amós 8.11, profetiza sobre a fome da palavra de Deus que viria como consequência do afastamento do povo de Israel. 

O apóstolo Paulo profetiza dizendo: 1ª Tm 4.1-4 “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, 2 pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, 3 proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; 4 porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.” 

2ª Pe 3.3-4 “Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências 4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.”

2ª Tm 3.1-5 “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; 2 porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, 3 sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, 4 traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, 5 tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” 

IV. A VERDADEIRA DOUTRINA NÃO TEM MISTURA 

2ª Tm 4.1-5 “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, 2 que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. 3 Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; 4 e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. 5 Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” 

V. A VERDADEIRA DOUTRINA TRÁZ AVIVAMENTO 

Jo 6.63 “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” 

CONCLUSÃO: Hoje há centenas de pessoas procurando salvação, nas tradições e dogmas, mas Jesus é o pão vivo que desceu do céu para salvação da humanidade. 

Pr. Elias Ribas Dr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

A DOUTRINA DO PERDÃO

 


Mt 6.9-15 “Portanto, vós orais assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se atua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal...” 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 Se, porém não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará às vossas ofensas”.

 

Introdução. Neste texto que lemos Jesus deixa um exemplo de oração aos Seus discípulos (talmidim); e nesta oração podemos tirar muitos ensinamentos, mas desejo me deter apenas nos versículos 12 a 15 onde Jesus fala de uma das doutrinas fundamentais na vida do cristão que é o perdão.

 

I. O QUE É PERDÃO

 

1. Definição de Perdão. Conceder indulto gratuito ou remissão de qualquer ofensa ou dívida; desistir de toda reivindicação.

Perdão [do latim] quer dizer remissão de pena é o mesmo que pedir desculpa.

Perdoar: Conceder perdão, absolver de culpa ou dívida, desculpar.

Perdão no Hebraico tem três significado:

Cafer - Quer dizer cobrir, isto é, não vejo mais.

Salak - Tirei daquele lugar para bem longe [gr. Ekbalo].

Nasa - Lançar longe, não vejo mais, lancei no mar de esquecimento.

Esquecer é lembrar, mas mágoa no coração. 

II. A origem do perdão

 

Sl 130.4 “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam”

 

1. O perdoar é divino - Mateus 6.12 E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

 

1.1. Jesus perdoou o paralítico - Mateus 9.2E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados”.

 

1.2. A oração de Salomão -1º Reis 8.30 “Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu no lugar da tua habitação nos céus; ouve também, e perdoa”.

 

2. O perdão estava no coração de Deus antes da fundação do mundo.

Ef. 1.3-7 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; 4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; 5 E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, 7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”.

 

2.1. Perdão é uma obra divina. Deus tem o perdão.

 

2.2. Fomos perdoados por Deus em Cristo.

Isaías 1.18 “...ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão brancos como a lã”.

 

A escarlata e o vermelho representam a nossa vida de pecado, mas o próprio Deus se oferece a nos revestir da brancura da santidade, através do Seu perdão.

 

3. O perdão que Deus dá é completo. Romanos 8.1Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

 

4. Ele é libertado da lei do pecado e da morte. Rm 8.2Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.

 

II. Cristo nos perdoou

 

1. Cristo é a Única Oferta e o Único Intercessor aceito por Deus. Mateus 1.21 “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.


Lc 23.34 “Contudo, Jesus dizia: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.

 

4. Não considerou o nosso pecado.

Jo 3.16 “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.

 

5. Ele perdoou a todos sem olhar a quem. Certa vez os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério e disseram para Ele que a mulher que fosse apanhada em adultério seria apedrejada e tu mestre o que dizes? Ele porem respondeu: atire a primeira pedra àquele que nunca pecou.

 

6. Ele ainda é o mesmo para perdoar.

mt 11.27 “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”.

 

III. perdÃO É UMA ORDENANÇÃO DIVINA

 

1. O perdão é uma ordem não uma sugestão.

Mateus 6.14-15 “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”.

 

2. Este é um princípio espiritual.

Mt 26.28 “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.

At 2.38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.

Lucas 6.27-37 “Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam... Como quereis que os homens façam, assim fazei- o vós também a eles. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso... Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem... e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é o vosso Pai... perdoai, e sereis perdoados”.

Ef 4.32 Paulo escreve dizendo: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

Colossenses 3.12-13 “Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, santos, e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro: assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”.

Efésios 4.26-31 “Quando vocês ficarem irados, não pequem. Que o sol não se ponha enquanto vocês estiverem irados, e não deem lugar ao diabo... Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade”. (NVI)

3. É parte da oração do Pai nosso.

4. Fomos perdoados, devemos perdoar.

5. Se perdoamos, salvamos, a nós mesmos.

 

Na oração modelo do Pai nosso Jesus diz: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; Se, porém não perdoardes aos homens as sua ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará ás vossas ofensas”.

A salvação e as benções de Deus para nossa vida dependem do nosso perdão aos nossos irmãos. Sem o genuíno perdão, não veremos a Deus.

 

IV. A pessoa que não perdoa e não é abençoada por deus

 

1. A falta de perdão nos mantém em cativeiro. Mateus 18.23-35.

Um rei resolveu ajustar as contas com os seus servos.

Trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos (o equivalente a trinta mil kg de ouro).

Acontece que o homem não tinha como pagar, e então o rei mandou que ele, sua esposa, seus filhos, e tudo quanto possuía fossem vendidos, para que a dívida fosse quitada.

 

1.1. Então o servo prostrou-se reverentemente diante do rei e pediu: “Por favor, tenha paciência comigo, me dê um prazo, e eu irei pagar tudo ao senhor”.

 

1.2. O Rei se compadeceu e perdoou. E o rei, se compadecendo diante da dificuldade daquele homem, perdoou-o completamente, de toda a sua dívida, e deixou-o ir em paz.

 

2. Mas Jesus prossegue a parábola. Assim que o homem foi perdoado ele saiu da presença do rei.

 

E encontrou-se com outro homem, com alguém que lhe devia cem denários (denário: o equivalente ao salário de um dia de um trabalhador - uma quantia quase que infinitamente menor do que aquilo que ele devera, e que fora perdoado).


Então ele agarrando pelo pescoço, sufocava ao devedor dizendo-lhe: “O que me deves, pague-me agora”.

E o seu devedor, assim como ele antes fizera diante do rei, prostrou-se diante dele dizendo: “Por favor, tenha paciência comigo. Me dê um prazo, e eu te pagarei”.


Mas ele não quis. Não teve a mesma paciência, não teve a mesma compaixão.

 

Mandou que o devedor fosse lançado na prisão, até que toda a dívida fosse paga.

Não pensou na família do homem, nem em sua imagem, nem que dali da prisão é que ele não teria mesmo como pagar. Agiu movido pela vingança.

No versículo 35, Jesus também deixa claro que isto é uma ilustração daquele tipo de pessoa que, tendo sido perdoada por Deus, depois deixa de perdoar às pessoas que pecam contra ela.

Ef 4.32Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

Cl 2.13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos”.

 

3. E Jesus conta o que aconteceu quando o rei ficou sabendo da injustiça feita por aquele homem.

 

Sim, porque o rei ficou sabendo - como Deus, que sonda os corações, sabe quando no coração abrigamos ódio, ou inimizade, ou inveja, ou ciúmes contra alguém.

 

O rei mandou chamar o homem mau e perguntou-lhe: Mt 18.32-35 Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. 33 Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’ 34 Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. 35 Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”.

 

E indignado, entregou o homem mau para os verdugos (os torturadores), até que a dívida toda fosse paga - é claro que o homem não teria como pagar.

 

E Jesus conclui: “Assim também meu pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”.

 

4. Que lição aprendemos nesta parábola?

Quando um filho de Deus se recusa a perdoar, não é somente contra Deus, e contra o próximo que ele está pecando; também está pecando contra si mesmo, e irá atrair sobre si as consequências de seu pecado.

 

4.1 Que tipo de consequências são atraídas?

De modo amplo, todos os males que sobrevêm por alguém entristecer o Espírito Santo, enquanto ao mesmo tempo dá lugar ao diabo.

O Senhor, como um Pai amoroso, disciplina aquele que se recusa a dar lugar à sua graça.

Mas vejamos alguns exemplos.

 

4.2 Porque está também pecando contra si mesmo?

Porque está pecando contra a obra da graça em sua vida.

 

4.3. A falta de perdão interrompe a comunhão com o Pai Celeste.

2ª Co 2.10-11 “A quem perdoais alguma coisa, também eu perdoo; porque, de fato, o que tenho perdoado (se alguma coisa tenho perdoado), por causa de vós o fiz na presença de Cristo; 11 para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”.

Sim: quando nos recusamos a perdoar, só quem leva vantagem é Satanás; aquele que se opõe a Deus, à sua igreja e a cada um de nós.

Por isto, esta recusa é um pecado contra a obra da graça em nossa vida, é privar-se a si mesmo dos ensinos desta graça à nossa alma.

E isto acarreta consequências malignas. 

A. As orações deixam de ser ouvidas.

Mc 11.25-26 “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. 26 Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas”.

Nos versículos anteriores Jesus nos ensina que por meio da fé exercida em oração, podemos experimentar muito do reino de Deus em nossa vida. 

Mas ele diz que, ao orar, pode acontecer de nos lembrarmos de alguém que pecou contra nós. 

Se isto acontecer, ele diz, é momento de limpar o nosso coração de qualquer impureza neste sentido (a bem da verdade, em qualquer sentido): limpar o coração de qualquer mágoa, de qualquer ódio, de qualquer desejo de vingança ou retaliação. 

Se não fizermos isto, não esperemos que o Pai nos perdoe. E se houver pecado fazendo separação entre nós e o nosso Deus, não esperemos que ele atenda as nossas orações. 

Mt 6.12,14,15 “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores... 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. 

B. Medo, falta de paz. 

1ª Jo 4.18No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. 

Não estou falando daquele medo normal, saudável, que temos diante de uma situação perigosa, mas daquele medo irracional, sem fundamento, que paralisa, engessa, que torna uma pessoa improdutiva, que faz uma pessoa fugir da companhia de outras, que assombra: medo de doenças que não existem, medo do futuro, medo da morte. 

C. A pessoa magoada “espalha” a sua amargura de modo que outras pessoas são mal influenciadas, e a igreja é prejudicada.

Hb 12.15Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”.

D. A pessoa amargurada se torna semelhante àquele que o ofende.

Rm 2.1 Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas”. 

Este é um fato indiscutível: sempre que, em vez de olharmos para Jesus, fixarmos a nossa atenção em outra pessoa, quer admiremos ou não, acabamos nos tornando parecidos com ela. 

E. Por isto sempre devemos ter os olhos fixos em Jesus. 

Mas se em vez disto, alimentarmos amargura contra alguém em nosso coração, os nossos pensamentos se fixarão nesta pessoa, e mesmo sem querer, acabamos cometendo os mesmos pecados. 

Irmãos, eu poderia continuar a falar destas consequências espirituais: falta de paz, de alegria, mau testemunho diante do mundo.

Poderia também falar das consequências físicas: enfermidades - musculares, no estômago, nos pulmões, no coração, no cérebro, (é possível uma pessoa, literalmente, “morrer de raiva”).

 

Estas são suficientes para nos mostrar que se recusamos perdoar, seremos entregues aos verdugos da alma. 

5. A falta de perdão na vida de uma pessoa é uma escravidão destrutiva que causa contenda, divisão, depressão, opressão, doença, divórcio e até mesmo condenação. Vive em depressão e amargurada. O perdão faz parte do amor; e o amor é o primeiro fruto do espírito. 

6. Não cresce espiritualmente. A estatística do mundo diz que 80% dos anões morrem na metade da vida. Assim é o crente que não perdoa, ele é anão e está morrendo espiritualmente. 

7. Impede o perdão do Pai. 

7.1. Podemos bloquear nosso próprio perdão. Mateus 6.14-15 Se não perdoamos, não podemos ser perdoados. 

7.2. A falta de perdão é um pecado que bloqueia a prosperidade. O céu está fechado para os que não perdoam; eles não recebem as benções de Deus. 

7.3. Fomos perdoados de uma dívida que nunca poderíamos pagar, qualquer dívida para nós é minúscula em comparação ao que recebemos. 

7.4. Ele foi entregue aos torturadores. V.34 - A falta de perdão abre a porta para doenças físicas e mentais e fortalezas demoníacas. 

7.5. Pode limitar ou até mesmo bloquear as bênçãos em nossa vida. 

V. QUANDO A PESSOA PERDOA E PEDE PERDÃO, HÁ TRÊS BÊNÇÃOS PARA ELE 

1. Ele abençoa seu irmão.

2. Ele é abençoado por Deus.

3. Todos os que estão a sua volta são abençoados. 

Mt 5.23-24 Jesus deixa-nos uma lição: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, apresenta a tua oferta”. 

Mc 11.25 Jesus diz: “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celeste vos perdoe as vossas ofensas”.

VI. NÃO HÁ LIMITE PARA O PERDÃO 

1. Quantas vezes você quer ser perdoado?

Mt 18.21-22Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? 22 Jesus respondeu: Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.

- Jesus não disse para perdoar 490 vezes e parar, é ilimitado.

- 1ª Coríntios 13.5 - O amor não guarda rancor.

- 1ª Pedro 4.8 - O amor cobre uma multidão de pecados.

- Devemos aprender a perdoar como Deus perdoa.

- Salmo 103.12 “Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões”. 

Conclusão: Podemos concluir que o perdão é divino assim como Deus nos perdoou devemos perdoar; se não perdoarmos o nosso irmão, Deus também não nos perdoa. A bênção material e espiritual depende de nosso perdão. 

O cristão não deve guardar amargura e nem rancor, mas sim abençoar até os seus inimigos. Romanos 12.14-18, 20 “Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. 15 Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram; 16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos; 17 A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. 18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre sua cabeça”. 

Pr. Elias Ribas - Dr. em Teologia

Assembleia de Deus Blumenau -SC