TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 16 de maio de 2019

A CHAMADA DIVINA



Mt 11.28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobre carregados, (oprimidos) e eu vos aliviarei”.

Mt 4.18-22: “E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; 22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no”.

INTRODUÇÃO. Erwin Lutzer define chamado como “uma convicção interior, dada pelo Espírito Santo e confirmada pela Palavra de Deus e pelo Corpo de Cristo”.

I. O QUE É CHAMADO DIVINO
Chamada do lat. Clamare, significa chamar em alta voz; ou gritar. Conclamação feita por Deus para os homens (sem quaisquer exceções), aceitável.

A palavra vocação tem origens gregas no verbo καλεω - kaleo e suas variações (o substantivo klêsis e o adjetivo kletós).

Ambas provêm do verbo grego kaleo que significa “chamar ou convocar”.

O Sentido de o verbo chamar no grego kaleo, e significa chamar em voz alta, mas usado em uma variedade de aplicações, diretamente ou não.

Kaleo significa: convidar, chamar (para fora), (quem, qual) nome (foi [chamado]).

A Bíblia apresenta algumas variações:

O verbo kaleo significa eu chamo, nomeio, convoco: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados (eklêthete)” (Ef 4.1).

O substantivo klêsis significa vocação, chamado, convite: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação (klêsin)” (1ª Co 1.26). O adjetivo kletós significa chamado, convocado: “de cujo número sois também vós, chamados (kletòi) para serdes de Jesus Cristo” (Rm 1.6).

Segundo Lothar Coenen, em artigo no Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento:

- Cento e quarenta e oito (148) vezes o termo kaleo surge no Novo Testamento Grego 148 vezes.
- 11 A palavra klêsis.
- Paulo usa kaleo 29 vezes;
- Oito vezes Klêsis;
- Sete kletós;
Esses termos quase sempre são empregados com o sentido de vocação procedente da parte de Deus. É o Senhor dirigindo-se ao homem, convocando-o para a salvação e para o serviço do seu reino. É o Pai dizendo em tom soberano (e não apelativo): Venha, filho! Assim, o sentido original da vocação divina não soa nas Escrituras como um gentil convite da parte do Deus misericordioso e amável, ao qual o homem pode ou não atender, mas como um chamado, uma convocação, uma intimação irrecusável.

1. Vocação é o chamado divino dirigido ao homem. Todo ser humano é, de alguma forma, vocacionado. Os eleitos são especialmente chamados para receber a salvação que lhes é oferecida em Cristo Jesus, para agregar-se à igreja de Deus e para colocar-se inteiramente à sua disposição, servindo-o em algum tipo de missão que Ele mesmo determinará.

II. TIPOS DE CHAMADA

Existem vários tipos de chamada: 1) Chamada Universal; 2) Chamada Ministerial; 3) Chamada Especifica. Vejamos:

1. Chamada universal.

1.1. Primeiro lugar Ele nos chama para o evangelho.

O convide de Jesus não é seletivo, mas para todos os homens. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

Deus chama o homem para desfrutar de uma porção especial no Seu evangelho.

Is 55.1-3 “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2 Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3 Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi”.

A chamada universal é extensiva a todas as pessoas indistintamente. Todas as pessoas são convidadas para a salvação e chamadas para o arrependimento (1ª Tm 2.3-5).

Jo 3.16-18: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.

1ª Jo 2.2: “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.”
2ª Pe 3.9: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
At 17.30: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.”
Ap 22.17: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.”

1.2. As pessoas que atendem ao chamado para o arrependimento e a salvação, também atendem aos seguintes chamados:

A. Chamados para o seu reino (1ª Ts 2.12).
B. Chamados a liberdade (Gl 5.13).
C. Chamados para ser filhos de Deus (Rm 9.26).
D. Chamados para ser irmãos de Cristo (Hb.2.11).
E. Chamados para a sua maravilhosa Luz (1ª Pd 2.9).
F. Chamados para as Bodas do Cordeiro (Ap 19.9).
G. Chamados pelo Senhor nosso Deus (At 2.3).

III. AS TRÊS FASES DE UMA CHAMADA MINISTERIAL

A chamada ministerial pode ser dividida em três fases: 1. Vinde. 2. Ficai. 3. Ide.

1. Vinde. Em Mt 4.18-19, Jesus observando a Pedro e André, disse-lhes: “VINDE após mim, e eu vos farei pescadores de homens”.

Primeiro, Jesus nos chama para aprendermos com Ele. “Vinde a mim...e aprendei de mim...” (Mt 11.28-29), esse foi o convite de Jesus extensivo a todos. Ninguém pode ser chamado para o ministério, se primeiro, não nascer de novo. Nicodemos era um mestre da Lei, porém, não havia ainda nascido de novo (Jo 3.1-10).

2. Ficai. Em Lc 24.49, Jesus disse aos seus discípulos: “Ficai na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”.
Esse “ficai”, fala da preparação que o obreiro precisa ter. Antes de ir, o obreiro deve ficar em Jerusalém. Jerusalém simboliza o nosso lugar de preparação, até que sejamos revestidos de poder e capacitados para exercermos o nosso ministério.

2.1. O obreiro chamado por Deus precisa investir na sua educação e desenvolver a sua aptidão para o ensino da Palavra de Deus (1ª Tm 3.2).

A. Paulo aconselhou a Timóteo se aplicar a leitura (1ª Tm. 4.13).

B. O obreiro chamado por Deus deve se aplicar a leitura da Palavra de Deus e de outros bons livros (2ª Tm.4.13).

C. Em Ef 6.15, Paulo afirma que devemos calçar os pés com os sapatos da preparação do Evangelho da Paz. Para pisarmos em serpentes e escorpiões é preciso estarmos calçados (Lc 10.19).

D. O obreiro não pode sair por aí descalço, é preciso estar bem calçado, e revestido de toda a armadura de Deus.

3. Ide. A terceira fase da chamada ministerial é IDE. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Para ir é preciso já estar preparado.

3.1. Entre o VINDE e o IDE deve haver um bom período de preparação. Os discípulos permaneceram três anos e meio aprendendo aos pés do Mestre dos mestres. Paulo permaneceu um bom tempo se preparando (Gl 1.15-18).

3.2. Na fase do IDE, o obreiro chamado por Deus já deve ter o selo da aprovação divina (1ª Tm 2.15). Tendo já a aprovação divina de seu ministério, o homem chamado por Deus deve então obedecer o seguinte IDE: “IDE, portanto, fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19).

IV. CHAMADA MINISTERIAL

1. Chamada ministerial. A chamada ministerial é uma espécie de “segunda chamada”.

1.1. A primeira chamada é para o arrependimento e a salvação.

1.2. A segunda chamada é a convocação do Senhor da seara ás pessoas escolhidas para o exercício da obra de Deus.

1.3. A primeira chamada é para todos, porém, a segunda chamada é para um grupo seleto. Quando Deus escolheu a nação de Israel para ser o seu povo peculiar, Ele chamou todas as 12 Tribos (Gn 49.28; Êx 19.4-6). Porém, dentre as 12 Tribos, Ele escolheu e chamou para o Santo Ministério, apenas a Tribo de Levi (Nm 1.47-54; 17.1-8).

1.4. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, todos os homens chamados por Deus precisavam ser qualificados. Existe um ditado que diz: “Deus não chama os capacitados, porém, capacita os que Ele chama”.

Vejamos:

A. Moisés se achava incapaz, mais era capacitado, e Deus o capacitou ainda mais (Êx 4.1-12). Um homem formado em todas as ciências do Egito não poderia ser incapaz (At 7.22).

B. Os homens escolhidos para ajudar Moisés precisavam ser qualificados e capazes – Êx 18.21.

C. Os 70 Anciãos auxiliares de Moisés precisavam ter as qualidades de lideres – Nm 11.16-17.

D. Em 1º Crônicas 9.13, havia 1.700 homens capazes para a obra do Ministério da Casa de Deus.

E. Os Engenheiros e Arquitetos, do Tabernáculo precisavam ser qualificados – Êx 31.1-11 e 36.1.

F. Os Arquitetos e Engenheiros do Templo de Salomão precisava ser qualificados – 2º Cr 2.13-14.

G. Os primeiros obreiros consagrados na Igreja Primitiva precisavam ser qualificados – At 6.3-5.

H. Em 1ª Timóteo 3.1-13, estão todas as qualificações exigidas nas pessoas chamadas para o Ministério.


2. Chamada especifica. A chamada especifica é uma escolha nominal do Senhor, com o objetivo de enviar e escolher pessoas para uma missão ou obra especial.

- Em Mc 3.13, está escrito que Jesus “Depois, subiu ao monte e chamou os que Ele mesmo quis, e vieram para junto Dele”.

2.1. Você é vocacionado. Você não nasceu por acaso, não existe apenas por existir. Há um propósito divino na sua passagem pela terra. Como já dizia Salomão, “O Senhor fez todas as coisas para determinados fins” (Pv 16.4).

- Jesus chama os que Ele quer, e não os que nós queremos. A chamada ministerial precisa ser valorizada, porque, ela veio do alto. Jesus subiu ao monte para chamar os seus discípulos, para revelar a eles que, a sua chamada partiu do alto, partiu do Monte. Em Êx.19.20, está escrito que “Descendo o Senhor para o cimo do monte Sinai, chamou o Senhor a Moisés para o cimo do monte. Moisés subiu”.

2.2. Chamados para sermos embaixadores. A nossa chamada deve ser valorizada, porque, ela veio do alto, ela veio do Senhor. A chamada ministerial precisa ser valorizada, porque, nós fomos constituídos como “embaixadores em nome de Cristo”.

2ª Co 5.20 “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.”

O significa a palavra embaixador? No grego πρεσβεύω presbeuo. Significa ser um embaixador; emissário, mensageiro; agir como representante (no sentido figurado, pregador do evangelho (Ef 4.11; 6.20).

Embaixador, sugere a ideia de alguém enviado no lugar de seu Senhor ou Rei e autorizado com a sua autoridade. O Ministro do Evangelho é um Embaixador que está autorizado a agir em Nome de Cristo.

O Embaixador de Cristo é um cidadão do céu (Fp 3.20-21) enviado a homens rebeldes, no lugar do seu Rei, Cristo, com o objetivo de oferecer as condições de paz que o Evangelho oferece. A honra e a glória do seu Rei e Senhor dependerão de suas palavras e comportamento. Por isso, a chamada ministerial precisa ser muito valorizada.

2.3. Chamados para proclamar as virtudes do evangelho. 1ª Pe 2.9-10 “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus...”.

2.4. Chamados para ser colunas. Os 12 Apóstolos foram chamados nominalmente e escolhidos para uma missão especial e especifica de serem as colunas principais da Igreja (Gl 2.9; Ef 2.20 e Ap 21.14).

- Paulo foi chamado de forma especifica para levar o Nome do Senhor perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (At 9.1-15). Paulo foi designado por excelência como o “Apóstolo dos Gentios” (1ª Tm.2.7).

- Barnabé e Saulo foram chamados nominalmente pelo Espírito Santo para uma obra especifica (At 13.2-4).

- Bezaleel e Aisamaque foram chamados nominalmente por Deus para a obra especifica do Tabernáculo (Êx 31.1-11).

- Em Gn 6.13, Noé foi chamado de forma especial e para uma obra especifica de construir a Arca.

- Em Gn 12.1-3, Abraão foi chamado de forma especial e para uma missão especifica de todas as famílias da terra serem abençoadas por sua causa.

- Em Gn 28.12, Jacó foi chamado de forma especial e com a missão especifica de ser o progenitor das 12 Tribos que formariam a nação de Israel.

- Em Gn 41.38-43, José foi chamado de uma forma especial e para uma missão de governar o Egito e administrar uma crise mundial.

- Em Êx 3.7-10, Moisés foi chamado com uma missão especial de libertar o povo de Israel do Egito.

- Em Nm 27.18-23, Josué foi chamado com a missão especial de introduzir o povo de Israel na Terra Prometida.

- Em 1º Sm 3.1-10, Samuel foi chamado de forma especial para realizar uma grande obra em Israel.

- Em 1º Sm.16 13, Davi foi chamado de uma forma especial e escolhido pelo próprio Deus para ser o maior rei da História de Israel.

- Em 1º Rs 19.19, Eliseu foi chamado de forma especial para suceder o profeta Elias.

- Em Is 6.8-9, Isaías foi chamado de forma especial para ser o maior profeta evangélico do Antigo Testamento.

- Em Jr 1.5, Jeremias foi chamado por Deus desde o ventre de sua mãe para ser o profeta das nações.

- Em Ez 2.1-8, Ezequiel foi chamado por Deus para uma missão especial de ser um atalaia de Deus.

- Em Am 7.15, Amós foi chamado de forma especial para profetizar ao povo de Israel.

- Em Jn 1.2, Jonas foi chamado para uma missão especial de pregar para os ninivitas.

- Em Gl 1.15-16, Paulo foi chamado desde o ventre materno para uma missão especial de tornar o mistério de Deus conhecido entre os gentios.

V. A CHAMADA PARA O MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUAS CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS

1. Chamada é um ato soberano do Senhor (Sl 105.26; Is 43.13; Sl 78.70-72).

2. Ele é quem escolhe, nomeia, capacita e põe obreiros na Igreja (Jo 15.16; Ef 4.8- 12; 1 Co 3.3-9; 12.8; Jr 3.15).

3. Ele é quem envia trabalhadores para a sua seara (Mt 9.37,38; Lc 10.2; Mt 20.1-14).

4. Ele chama a quem quer (Mc 3.13,14; 1ª Sm 16.11-13).

O nosso chamado, portanto, não é uma escolha pessoal, uma profissão religiosa, mas uma chamada irresistível para servir ao Senhor em Seu nome e para a Sua glória. Gosto muito do pensamento: “Deus não chamou homens extraordinários para um trabalho comum, mas homens comuns para um trabalho extraordinário”.

VI. A CONVICÇÃO DA CHAMADA

1. O obreiro deve ter a convicção da sua chamada.

2. O obreiro verdadeiramente chamado pelo Senhor sente o peso da responsabilidade e, se pudesse, escaparia dela.

1ª Co 9.16 “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (outras ref. Jn 1.12; Jr 1.1-9).

3. O obreiro verdadeiramente chamado por Deus, tem o seu ministério confirmado a cada dia. “O Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.” (1ª Pedro 5.10; Sl 37.23).

3.1. E o importante, nesse caso, é o que o Senhor diz acerca desse obreiro, e não o que as pessoas pensam ou falam dele (At 14.6-20; Jó 1.8; Mt 11.19; 17.5).

3.2. Deus faz questão de demonstrar que está com quem verdadeiramente chamou (Nm 17), dando testemunho dele (Is 41.8; Nm 12.3; Jr 6.12; At 13.22; Dn 10.11; Lc 7.28; At 9.15).

VII. VALORIZANDO A CHAMADA MINISTERIAL

1. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 3.7-8, Paulo afirma que, se o ministério da Antiga Aliança se revestiu de glória, “como não será de maior glória o ministério do Espírito!”

2. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 4.1, Paulo afirma que “tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”.

3. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 5.18, Paulo afirma que Deus nos deu o “ministério da reconciliação”.

4. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Co 6.3, Paulo afirma que não devemos dar nenhum motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja censurado.

5. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em Cl 4.17, Paulo aconselhou a Arquipo, dizendo: “Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires”.

6. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 1ª Tm 1.12, Paulo afirma que devemos ser gratos a Jesus Cristo, por nos ter designado para o ministério.

7. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Tm 4.5, Paulo aconselhou a Timóteo cumprir integralmente o seu ministério.

8. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em 2ª Tm 4.11, Paulo valorizou a chamada ministerial de João Marcos.

9. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque, em Hb.8.6, está escrito que Jesus teve um Ministério Excelente! Devemos também procurar desenvolver um ministério excelente.

Pr. Elias Ribas
Dr. Em teologia

terça-feira, 14 de maio de 2019

O LUGAR SANTO



LEITURA BÍBLICA
Êxodo 25.23,30,31; 26.31-37; 30.1,6-8

25.23,30,31:
23 - Também farás uma mesa de madeira de cetim; o seu comprimento será de dois côvados, e a sua largura, de um côvado, e a sua altura, de um côvado e meio, 30 - E sobre a mesa porás o pão da proposição perante a minha face continuamente. 31 - Também farás um castiçal de ouro puro; de ouro batido se fará este castiçal; o seu pé, as suas canas, as suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do mesmo.

26.31-37:
31 - Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. 32 - E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro. 33 - Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo. 34 - E porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar santíssimo, 35 - e a mesa porás fora do véu, e o castiçal, defronte da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul; e a mesa porás à banda do norte. 36 - Farás também para a porta da tenda uma coberta de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador, 37 - e farás para esta coberta cinco colunas de madeira de cetim, e as cobrirás de ouro; seus colchetes serão de ouro, e far-lhe-ás de fundição cinco bases de cobre.

30.1,6,7,8:
1 - E farás um altar para queimar o incenso; de madeira de cetim o farás. 6 - E o porás diante do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me ajuntarei contigo. 7 - E Arão sobre ele queimará o incenso das especiarias; cada manhã, quando põe em ordem as lâmpadas, o queimará. 8 - E, acendendo Arão as lâmpadas à tarde, o queimará; este será incenso contínuo perante o SENHOR pelas vossas gerações.

INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos sobre a parte interior do tabernáculo ou da tenda, chamada de lugar santo; pontuaremos detalhadamente os utensílios pertencente a este lugar; e finalizaremos destacando que cada móvel pertencente ao lugar santo aponta para uma atribuição de Cristo Jesus.

I. INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR SANTO
Todo o tabernáculo junto com os seus utensílios eram sagrados. No entanto, no tabernáculo propriamente dito, havia um lugar chamado de “lugar santo” (Êx 26.33). Este espaço media cerca de cinco metros de largura e de altura e dez metros de comprimento (CONNER, 2015, p. 52).

1. A primeira parte do tabernáculo. Internamente a tenda, estava dividida em duas partes: lugar santo e lugar santíssimo. O escritor aos hebreus chama de “primeiro tabernáculo” e “segundo tabernáculo” (Hb 9.6,7).

2. Um lugar de acesso restrito aos sacerdotes. O acesso ao tabernáculo era cheio de restrições. O povo comum só podia entrar até o pátio. Somente os sacerdotes podiam entrar até o “lugar santo”; já no santíssimo só entrava o sumo sacerdote, uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7).

3. Um lugar com três utensílios importantes. No lugar santo haviam três móveis, a saber: o castiçal, a mesa com os pães e o altar de incenso, todos de ouro, embora somente o castiçal fosse completamente de ouro (Êx 30.27; 31.8).

II. O CANDELABRO E A SUA MANUTENÇÃO

1. Descrição. Em hebraico a palavra que indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou simplesmente lâmpada que era usado no tabernáculo e posteriormente no templo de Jerusalém é “menorah” (Êx 25.31-40; 37.17-24; Zc 4.2-5,10-14).

Notemos algumas informações importantes sobre este utensílio:
1.1. Era totalmente de “ouro puro e batido” bem como os seus utensílios (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37).

1.2. Tinha sete hásteas com sete lâmpadas; uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado em braços separados (Êx 25.37; 37.17-22; Nm 8.2).

1.3. Seu peso era cerca de um talento (cerca de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de altura por 1,0 metro de largura de uma extremidade a outra.

1.4. Era formado de uma única peça de ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx 25.31; 37.17).

A coluna ou talo central do candelabro era decorada com quatro cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira, alternando-se entre botões e flores e cada uma das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se da mesma forma entre botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17-22); e, (e) uma das principais finalidades do candeeiro era trazer luminosidade na parte interior do Tabernáculo (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4).

2. O castiçal e a sua manutenção. Arão e seus filhos deviam preparar as lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de ouro: “manhã e tarde” (Êx 30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem acesas era ordenado que trouxessem “azeite puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2). O sacerdote tinha duas tarefas diárias que não podiam ser esquecidas: manter aceso o fogo sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter acesas as lâmpadas do candelabro dentro da tenda durante todo o dia, sendo assim, a luz não podia ser apagada em momento algum. A expressão “continuamente” aparece por três vezes (Lv 24.2-4). Era função do sacerdote: (a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e, (b) manter o suprimento de azeite (Êx 27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3). Arão usava cortadores de pavio e apagadores para cumprir suas funções sacerdotais (Êx 37.23,24) (HENRY, 2010, p. 427).

III. A MESA DOS PÃES E A SUA MANUTENÇÃO

1. Descrição. A mesa com os pães da proposição era feita de:
A. Madeira de acácia ou cetim.

B. Tinha dois côvados de comprimento (100 cm), um côvado de largura (50 cm) e, um côvado e meio de altura (75 cm), revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de ouro em volta (Êx 37.10-12). Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a fabricação de alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela (Êx 25.29). Os pratos serviam para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o incenso sobre os pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas (tigelas) e as taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não alcoólico) em oferta de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro puro (BEACON, 2010, p. 208). A parte superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma coroa ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para permitir que ali fossem introduzidos os varais, a fim de transportar a mesa (Êx 25.23-28).

2. A mesa e a sua manutenção. Os coatitas eram responsáveis de assar os pães da proposição de “sábado em sábado”, bem como de transportá-los quando o tabernáculo mudava (Nm 4.7; 1Cr 9.32; 23.28,29). Cada pão era feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo da melhor qualidade. Os sacerdotes comiam dele no Lugar Santo, quando era trocado no sábado (Lv 24.7-9).

IV. O ALTAR DO INCENSO E SUA MANUTENÇÃO

1. Descrição. Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser:
A. De madeira de acácia (Êx 30.1).

B. Com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a “50 cm de comprimento, 50 cm de largura e 100 cm de altura” (Êx 30.2).

C Forrado de “ouro puro” completamente (Êx 30.3); (d) deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2); (e) duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e, (f) uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).

2. O altar do incenso e a sua manutenção. O altar de ouro foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8).

Era neste altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).

V. OS MÓVEIS DO LUGAR SANTO APONTAM PARA CRISTO JESUS

1. O castiçal aponta Jesus como a luz do mundo. O castiçal no seu formato prefigura o Messias. Assim como o castiçal tinha sete braços (Êx 25.31-36); do Messias procederia o Espírito com Suas sete virtudes: “E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Is 11.2). O castiçal também prefigura Cristo na sua função iluminadora. O profeta Isaías anunciou que a vinda do Messias traria luz ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). Por ocasião do nascimento de Jesus, o evangelista Mateus afirmou que a profecia de Isaías se cumpriu: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou” (Mt 4.16). O apóstolo João afirmou o seguinte acerca de Jesus: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5). O apóstolo ainda declara em João 3.19-20: “... a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz...”. O próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12 ver 9.5).

2. A mesa dos pães aponta para Jesus como o pão vivo. Os pães da proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo.

2.1. Sua perfeição moral. Como o pão da proposição não tinha em sua composição o fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2001, p. 419), que em alguns textos bíblicos é um símbolo da corrupção moral (Mt 16.11; Mc 8.15; 1ª Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus (Lc 1.35; 2ª Co 5.21; Hb 4.15; 1ª Pd 1.18,19).

2.2. Seu sofrimento. Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor farinha obtida de grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse adequado, ele tinha que ser triturado até se tornar pó finíssimo. O Senhor Jesus Cristo, como trigo, foi moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não menos importante, para o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5). Sendo também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29).

2.3. Sua provisão. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por nossos pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no âmbito espiritual (1ª Pd 2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura “o grão de trigo” (Jo 12.24), que foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos homens (Jo 12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo 6.33,38,50,58), que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em sua morte e ressurreição (Ef 2.8; 1ªPd 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver 6.54-58).

3. O altar do incenso aponta para a intercessão de Jesus. Somente os sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8), pois eles eram mediadores entre Deus e o povo (Hb 5.1). Cristo, como nosso sacerdote eterno (Sl 110.4; Hb 6.20), que está a destra do Pai (Cl 3.1; Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.12), intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25). É em seu nome que oramos e obtemos a resposta (Jo 14.13,14; 16.24). Por sua morte na cruz, fomos feitos sacerdotes (1ª Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10), e com isso podemos comparecer a presença de Deus por meio da oração e sermos atendidos segundo a Sua vontade (1 Jo 5.14), em tempo oportuno (Hb 4.16).

CONCLUSÃO. Cristo é retratado no lugar santo por meio dos utensílios que nele estão: o castiçal aponta para Cristo como a luz do mundo; a mesa dos pães remete-nos a Cristo como o pão da vida; e, por fim, o altar do incenso fala-nos da contínua intercessão de Cristo pelos Seu povo.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
2. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
3. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3. CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 – CPAD.
4. GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
5. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
6. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

PERFIL DE UM LÍDER



Vinte e uma qualidades que um líder precisa desenvolver:


1. Caráter. Talento é um dom, mas caráter é uma escolha.
O que é Caráter:
Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes.
O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter. Os seus valores e firmeza moral definem a coerência das suas ações, do seu procedimento e comportamento.
Uma pessoa conhecida como “sem caráter” ou “mau caráter”, geralmente é qualificada como desonesta, pois não apresenta firmeza de princípios ou de moral. Por outro lado, uma pessoa “de caráter” é alguém com formação moral sólida e incontestável.
O caráter quando é forte, não se deixa levar por alguma proposta de uma via mais fácil para a realização de algo. Mesmo se naquele momento parece ser o melhor caminho a seguir, é o caráter que vai determinar a escolha do indivíduo.
“A caráter” é uma expressão que significa conforme a época e ao lugar, rigorosamente como a moda deve ser.
O caráter do cristão deve ser santo, irrepreensível, correto, perfeito, exemplar e aprovado.
O Senhor Deus nos chama, nos unge e nos prova. Não basta ser chamado e ungido, senão também que é preciso ser aprovado.
2ª Tm 2.15:Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
Aprovado significa admitido, habilitado, alguém que passou pela prova. Se aplica aos alunos que são aprovados nos estudos. Nesse caso, o aluno, para ser aprovado, tem que esforçar-se nos estudos, pesquisando muitas vezes, até altas horas da noite.
O obreiro também, ainda que chamado e ungido, tem que esforçar-se, dedicar-se de corpo e alma às coisas espirituais; não pode parar. Para manejar bem a Palavra, é preciso fazer exercícios. Se o obreiro é inteligente, Deus não aprova seu trabalho, e se Deus não aprovar, não adianta enfurecer-se, dar pulos ou saltar no púlpito.
O aluno, no final do ano, é aprovado ou reprovado. O obreiro também, ao final de sua carreira, será aprovado ou reprovado

2. Carisma. A primeira impressão pode ser o acordo.

3. Comprometimento. Distingue os empreendedores dos sonhadores.

4. Comunicação: ser capaz de compartilhar conhecimento e ideias.

5. Competência. Competência é o substantivo feminino com origem no termo em latim competere que significa uma aptidão para cumprir alguma tarefa ou função. Também é uma palavra usada como sinônimo de cultura, conhecimento e jurisdição.
Competência e habilidade são dois conceitos que estão relacionados. A habilidade é conseguir pôr em prática as teorias e conceitos mentais que foram adquiridos, enquanto a competência é mais ampla e consiste na junção e coordenação de conhecimentos, atitudes e habilidades.

6. Coragem. A coragem inspira o comprometimento dos seguidores.

7. Discernimento. Ponha um fim aos mistérios insolúveis.

9. Foco. Quanto mais preciso, mais perspicaz você será.

10. Generosidade. Não permita que o desejo de posse controle você.

11. Iniciativa. Não tenha medo de correr riscos.

12. Ouvir. Não ouça só palavra, mas também sentimentos e intenções.

13. Paixão. Aumenta a força em busca da realização.

14. Atitude Positiva. Sua atitude determina suas ações.

15. Solução de problemas. Não permita que os problemas sejam um problema.

16. Relacionamento. Se você se relacionar bem com as pessoas, elas se relacionarão bem com você.

17. Responsabilidade. Se você não tomar as rédeas, não conseguirá liderar o time.

18. Segurança. A competência nunca compensa a insegurança.

19. Autodisciplina. A primeira pessoa que você lidera é você mesmo.

20. Ser prestativo. Para estar na frente, coloque os outros em primeiro lugar.

21. Educabilidade. Para continuar a liderar, continue a aprender.

22. Visão. Você só toca aquilo que vê.

 DEZ LIÇÕES PARA DE UM VERDADEIRO UM LÍDER

 1. Seja receptivo a ideias. Isso torna mais simpático e mostra que a opinião dos outros importa para você.

2. Admita seus erros. É uma maneira eficiente de convencer os outros a mudar de comportamento e de mostrar que você é igual a eles.
3. Seja um bom ouvinte. Procure ouvir e analisar as ideias dos outros.

4. Elogie. É a melhor maneira de potencializar a capacidade das pessoas.

5. Prometa apenas o que possa cumprir. Não atender as expectativas diminui a confiança em você.

6. Memorize o nome das pessoas. Esquecer ou trocar o nome de uma pessoa sinaliza que ela não significa nada para você.

7. Seja alegre com as pessoas. Isso mostra que você é uma pessoa agradável

8. Não desabafe na igreja. Não controlar os impulsos causa má impressão em todo mundo.

9. Não critique ninguém na de outros. A pessoa se sentirá menosprezada e ficará magoada com você.

10. Respeite a opinião alheia. Nem sempre as pessoas pensam como você pensa, e isso não significa que estão necessariamente erradas.

Pr. Elias Ribas

terça-feira, 7 de maio de 2019

AS CORTINAS DO TABERNÁCULO


TEXTO ÁUREO
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” (1ª Co 10.11).

Verdade Prática
Comparando as coisas simples do Tabernáculo com as celestiais, aprendemos as verdades que nos levam ao crescimento espiritual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 26.1-14 “E o tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e pano azul, e púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada. 2 - O comprimento de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de uma cortina, de quatro côvados; todas estas cortinas serão de uma medida. 3 - Cinco cortinas se enlaçarão uma à outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma com a outra. 4 - E farás laçadas de pano azul na ponta de uma cortina, na extremidade, na juntura; assim também farás na ponta da extremidade da outra cortina, na segunda juntura. 5 - Cinquenta laçadas farás numa cortina e outras cinquenta laçadas farás na extremidade da cortina que está na segunda juntura; as laçadas estarão travadas uma com a outra. 6 - Farás também cinquenta colchetes de ouro e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a outra, e será um tabernáculo. 7 - Farás também cortinas de pelos de cabras por tenda sobre o tabernáculo; de onze cortinas a farás. 8 - O comprimento de uma cortina será de trinta côvados, e a largura da mesma cortina, de quatro côvados; estas onze cortinas serão de uma medida. 9 - E ajuntarás cinco destas cortinas por si e as outras seis cortinas também por si: e dobrarás a sexta cortina diante da tenda. 10 - E farás cinquenta laçadas na borda de uma cortina, na extremidade, na juntura, e outras cinquenta laçadas na borda da outra cortina, na segunda juntura. 11 - Farás também cinquenta colchetes de cobre e meterás os colchetes nas laçadas; e, assim, ajuntarás a tenda para que seja uma. 12 - E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a metade da cortina que sobejar, penderá sobre as costas do tabernáculo. 13 - E um côvado de um lado e outro côvado de outro, que sobejará no comprimento das cortinas da tenda, penderá de sobejo aos lados do tabernáculo de um e de outro lado, para cobri-lo. 14 - Farás também à tenda uma coberta de peles de carneiro tintas de vermelho e outra coberta de peles de texugo em cima.”

INTRODUÇÃO. As cortinas do Tabernáculo têm muito a dizer-nos acerca da maravilhosa obra redentora de Cristo. Pelas suas estruturas, simbologia e cores, veremos como esse utensílio importante do Tabernáculo se fez figura e estímulo para adentrarmos à presença de Deus de maneira confiante e ousada.

I. AS CORTINAS DO TABERNÁCULO

1. Definição. A expressão cortina é a tradução do termo hebraico: “yerŷah” que significa: “tecido, cortina, véu, suspenso, dependurado”. Essa palavra ocorre cerca cinquenta e três vezes (Êx 26.1-13; 36.8-17; Nm 4.25; 2º Sm 7.2; 1º Cr 17.1; Sl 104.2; Is 54.2; Jr 4.20; etc), sendo a maior parte dessas ocorrências em Êxodo. Além de apontar para as cortinas que cobriam o santuário, esta palavra passou a tornar-se sinônimo do próprio Tabernáculo por causa das suas muitas cortinas (2º Sm 7.2) (CHAMPLIN, 2004, p. 936). A tecelagem das cortinas era trabalho das mulheres (Êx 35.25,26).

2. Descrição. Na descrição dada por Deus a Moisés a respeito do Tabernáculo, a coberta do santuário também era rica em detalhes. Dentre as informações percebemos que eram quatro as cobertas do santuário, compostas por vários tipos de cortinas.

2.1. A primeira coberta - As cortinas de linho fino, retorcido.
Estas cortinas só eram visíveis ao sacerdote do Lugar Sato. Representam as glorias de Cristo na ressurreição e de seus santos. O linho fino retorcido fala de pureza e justiça. Eram cortinas interiores, colocadas debaixo dos pelos de cabras. Assim que as várias cortinas formaram “um Tabernáculo”.

A coberta interna do Tabernáculo, primeiramente era composta por dez cortinas com a mesma metragem cada uma, sendo o comprimento de 28 côvados (aproximadamente 14 metros) e a largura de 4 côvados (cerca de 2 metros) (Êx 26.1,2). Essas cortinas eram de linho fino torcido e colorido com as cores azul, púrpura e carmesim com desenhos de querubins tecidas no pano (Êx 26.1). Estas cortinas eram enlaçadas (costuradas) uma na outra em grupos de cinco (Êx 26.3), nessas haviam cinquenta laçadas (Êx 26.4). A juntura é a borda ou extremidade do tecido. As laçadas serviriam de encaixe (Êx 26.5), de forma que estas cortinas se prendiam uma na outra com cinquenta colchetes, ou ganchos, de ouro, formando uma cobertura grande cobrindo toda a tenda (Êx 26.6). Essas cortinas deveriam ser colocadas diretamente sobre a estrutura e compunham o teto visto de dentro do Santuário (Êx 26.1-6; 36.8-13).

2.2. A segunda coberta - Pelos de cabras.
Em cima da coberta de linho, havia a segunda coberta do Tabernáculo feita de peles de cabras (Êx 26.7). Esta coberta era feita de modo semelhante a primeira, exceto que:

A. Estas cortinas eram maiores, pois de comprimento eram 30 côvados (cerca de 15 metros), ou seja, cerca de 1 metro maior do comprimento da anterior.

B. Ao todo eram 11 peças (Êx 26.9), divididas em duas seções, uma formada com cinco cortinas e a outra com seis.

C. Eram unidas por cinquenta colchetes de cobre (Êx 26.11) e não de ouro. Juntas, estas cortinas formavam a segunda cobertura do santuário (Êx 26.12,13).

Estavam relacionadas comas coisas comemorativas da expiação. A oferta diária para expiação do pecado era uma cabra (Nm 28.15); e para o dia das expiações, a cabra era a vítima escolhida (veja Lv. 9.15; Lv. 16).

A cortina dupla colocada sobre a porte pode indicar que a única base para aproximarmos a Deus é o afastamento do pecado. Eram feitas de onze cortinas e colocadas por baixo das cortinas das peles de carneiro. Cobriu o Tabernáculo, descendo pelos lados até o chão. Cinco formavam uma peça para cobrir o Lugar Santíssimo. Ligados por colchetes (de cobre). Cinco formavam uma peça para cobrir o Lugar Santo e uma cobria a entrada com as cinco colunas.

2.3. A terceira coberta -Peles de carneiro tintos de vermelho.
Uma outra cobertura era colocada na tenda da congregação por orientação divina, e esta era feita de peles de carneiro tingidas de vermelho (Êx 26.14). Sendo de peles de carneiro traz a ideia de proteção, protegendo das intempéries do deserto. Sendo esta pele tingida, faz alusão a um antigo procedimento, que os hebreus devem ter aprendido com os egípcios (Gn 38.28; Êx 26.1). Para conseguirem a cor vermelha, o corante utilizado era extraído de plantas e de moluscos (CHAMPLIN, 2004, p. 906).

Era colocada por baixo da cortina de peles de animais marinhos. Esta é figura da consagração até a morte. O carneiro foi usado para o sacrifício, especialmente na consagração do sacerdócio (Lev.8). Simboliza substituição (Gn 22.13, 23). Como o cordeiro representa a Jesus manso e humilde, submisso até a morte, assim o carneiro fala do vigor e a força do Senhor. O carneiro substituiu Isaque no altar do monte Moriah. Tipo de Jesus (1ª Pe. 3.18; 1ª Cor. 15.3,4; Gl. 1.4; Rm. 5.8; Is. 53.6; Jo. 3.16). Substituto que morreu no lugar do pecador. A pele do carneiro nos lembra a separação da igreja de Deus.

2.4. A quarta coberta - Peles de animais marinhos.
A quarta e última coberta do Tabernáculo, era feita com peles de “texugo” (Êx 26.14), em hebraico: “tachash”, em algumas versões encontramos: “animais marinhos” (Êx 25.5; 26.14; 35.7,23; 36.19; 39.34 Nm 4.6,8,10-12,14,25; Ez 16.10) outras traduzem como: “golfinho”. Há intérpretes que pensam estar em foco o animal chamado de: “dugongo”, a única verdadeira espécie marinha que ainda existe até hoje nos mares da região e que antes era muito abundante no golfo de Ácaba. Um dugongo adulto chegava a ter três metros de comprimento, e suas dimensões torná-lo-iam apropriado para o propósito descrito (CHAMPLIN, 2004, p. 409). Mas ninguém pode ter certeza quanto à identificação do animal em questão. Podemos afirmar que esta quarta cobertura era mais impermeável, mantendo a chuva e o calor do lado de fora. O texto não diz qual era o tamanho da cortina, mas com certeza era grande o bastante para cobrir a área superior que ficava rente ao Tabernáculo propriamente dito (BEACON, 2010, p. 207).

Era a cortina exterior, e mais visível, sem forma ou medida específica. Era para proteger dos raios solares abrasadores e das tempestades do deserto. Não tinha parecer nem formosura, em nenhuma beleza exterior para atrair o olhar dos homens. Era de cor cinzenta. Um tipo de Jesus visto pelo mundo; sem forma, ou beleza e formosura (Is. 53.2,3). O Tabernáculo era todo glorioso por dentro, com tábuas revestidas de ouro e lindas cortinas, porém as mesmas só eram vistas pelo ungido sacerdote de Deus que estava dentro do Lugar Santo. Jesus também foi desprezado pelo povo, sendo para eles o “carpinteiro” e “nazareno”. Só quem o conheceu e o conhece pode desfrutar da beleza interior de Cristo.

II. AS CORES DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO

1. O significado especial das cores.
As cores usadas na estrutura do Tabernáculo tinham um significado especial. Por meio delas, o povo de Israel perceberia o símbolo da manifestação da glória de Deus nos sacrifícios que fossem apresentados.
Havia uma ordem em que as cores eram mencionadas:
(1) azul.
(2) púrpura.
(3) carmesim.
(4) branco.

Essas cores estavam na porta de entrada que dava acesso ao lugar sagrado, onde, por meio do ministério do sacerdote, o pecador encontrava-se com Deus. Assim, toda vez que alguém entrava por essa porta, deparava-se com a simbologia das cores. Para nós, os discípulos de Cristo, essas cores apontavam para a obra de Cristo que envolve a remissão do passado, do presente e do futuro. É a obra completa da salvação.

2. A cor azul-celeste - Cristo o celestial, de natureza divina (Êx 27.16).
É uma cor que remete ao céu e indica a origem celestial de Cristo e sua divindade. Nosso Senhor era verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Ele veio do céu, mas fez-se homem na Terra (Jo 1.14). Depois da sua ressurreição e vitória contra a morte, Ele foi recebido no céu, reavendo aquela mesma glória de antes que o mundo existisse (Jo 17.5 cf. Fp 2.5-11; Ef 1.20-23). Por intermédio do Espírito Santo, nosso Senhor edifica e zela pela sua Igreja, a Noiva em que um dia brevemente buscará (Hb 12.24; Jo 17.9,20; Rm 8.34; 1ª Ts 4.16,17).

3. A cor púrpura - Cristo o Rei (Êx 27.16).
A púrpura era um tecido roxo obtido de moluscos que estão no fundo dos mares. É uma cor que remete à ideia de realeza e que aponta para o futuro. Em relação a Cristo, a cor é uma figura da realeza e divindade de Jesus (Ef 1.20,21), bem como a sua manifestação triunfal para implantar o Reino Milenial (Sl 110; Is 9.6; Lc 1.32). O nosso Deus jamais perdeu o controle da história!

4. A cor escarlate (carmesim) (Êx 27.16). Cristo o Sofredor. Sua morte. Esta cor foi obtida de um bichinho de cor escarlata. Foi esmagado para fornecer o corante.

O carmesim é uma cor de sangue, vermelho vivo. Se, por um lado, a cor projeta o vitupério do Calvário e o triunfo da obra salvífica de Cristo, por outro, ela aponta para a glória vindoura do reinado do “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Zc 14.9; 1ª Tm 6.14,15; Ap 19.11-16). Nosso Senhor sofreu, foi ferido e derramou seu sangue remidor como nos revela Apocalipse 19.13: “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”.

5. A cor branca do linho torcido - Cristo o Puro, Imaculado.
Em ponto anterior, tratamos dessa cor para falar da santidade de Cristo. Num sentido especial, o linho torcido é o tecido rústico e batido que lembra a humanidade de Jesus e seu sofrimento em nosso lugar. Lembra também o fato de que a morte de Cristo tornou-se o fundamento da justiça em nosso favor (1ª Pe 1.18,19; Ap 1.5).

III. O PAPEL DAS CORTINAS NO TABERNÁCULO

1. Decorar. O interior do Tabernáculo era decorado com a cortina de linho com suas cores variadas. Uma dignidade em especial era conferida a estas dez cortinas de linho fino torcido, por sua bordadura de “… querubins... de obra esmerada” (Êx 26.1; 36.8), no lugar do simples rendilhado das cortinas. A força do santuário é revelada em sua construção, e a sua formosura, em sua decoração: “Glória e majestade estão ante a sua face; força e formosura, no seu santuário” (Sl 96.6).

2. Cobrir. Estas coberturas eram colocadas em cima da estrutura do Santuário (Êx 26.15-29). O registro bíblico não detalha exatamente como isso era feito, de acordo com Beacon (2010, p. 210), é possível que houvesse bastões alongados, dispostos em cada ponta da cobertura com uma viga mestra de telhado no meio. A cortina era bastante grande para cobrir toda a armação do Tabernáculo, armadas sobre a estrutura de madeira (Êx 26.15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente dito.

3. Proteger. Na ocasião da construção do Tabernáculo, os israelitas estavam no deserto uma região difícil de ser habitada, devido à alta temperatura durante o dia, e as noites eram impiedosamente gélidas; por essa razão, Deus amenizava o calor do dia com a nuvem e a coluna de fogo para aquecer durante a noite (Êx 13.21,22). Devido a essas condições climáticas uma cobertura especial era necessária para o santuário, algo que protegesse, preservasse e mantivesse uma temperatura agradável em seu interior.

IV. SIMBOLISMOS DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO

O Tabernáculo com toda a sua mobília incluindo suas cobertas, tipificavam a pessoa de Cristo e seu ministério na Igreja. Todos os seus objetos, portanto, devem ser considerados como símbolos. Notemos alguns:

1. A cortina de linho colorida (divindade e a realeza de Cristo).
A cortina que se via de dentro do Tabernáculo era de linho fino de variadas cores: azul, púrpura e carmesim (Êx 26.1) e trabalhada com figuras de querubins (Êx 26.1-6; 38.18).

A beleza desta coberta interna, tipificava a glória celestial de Jesus, a cor “azul” apontando para o caráter divino de Cristo, figurado na cor do céu de onde Ele veio e para onde vai nos levar (1ª Co 15.47; Jo 14.1-3). “Púrpura” (roxo) é a cor da realeza e da majestade. Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (1ª Tm 6.15; Ap 17.14). O roxo é resultado da mistura das cores azul e vermelha. Em Cristo encontramos a dupla natureza, humana e divina numa só pessoa. Ele é tanto Filho de Deus quanto Filho do Homem (Lc 1.30-33; Ap 19.11-16); isto o qualifica a ser o único mediador entre Deus e o homem, pois sendo Deus (Fp 2.6,7), Ele se fez carne (Jo 1.14; 1ª Tm 2.5).

2. A cortina de pelos de cabras (sacrifício de Cristo).
A cabra era um dos animais usados para sacrifícios no sistema levítico, basicamente em conexão com a oferta pelo pecado no dia da expiação e para a purificação do Santuário (Lv 5.6; 9.3; 16.5-11,20-26). As cortinas de pelos de cabras, portanto, representam como o Senhor Jesus Cristo se tornou nossa oferta pelo pecado, ou seja, seu sacrifício substitutivo, e como recebeu em nosso lugar o salário do pecado: a morte (Rm 6.23), pois apesar da sua impecabilidade (Jo 8.46), Cristo se fez pecado por nós: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2ª Co 5.21; ver Rm 8.3), morrendo em nosso lugar (Is 53.4,5; 1ª Co 15.3).

3. A cortina de peles carneiro tingida de vermelho (expiação de Cristo).
A cortina feita de peles de carneiro tintas de vermelho, representavam a obra redentora (expiatória) de Jesus. Esta cobertura simboliza a expiação, pois o vermelho, como sabemos, tipifica o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário e aponta para Ele como: “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O pecado impede que nos aproximemos de Deus e desfrutemos de Sua comunhão (Is 59.2; Ef 2.12-17), de modo que a única forma para essa situação ser mudada, foi a morte de Cristo, uma vez que: “sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9.22). Por meio do Seu sangue derramado na cruz, o acesso à presença de Deus foi restaurado nos proporcionando comunhão com o Pai celestial (Ef 2.18,19; Hb 10.19,20). Essa coberta, portanto, simboliza o sacrifício do Senhor Jesus e Seu sangue derramado por nossos pecados. Ele é o nosso Redentor, o carneiro da consagração que se submeteu à vontade do Pai e trouxe-nos a aliança eterna de salvação (Hb 13.20), e por Seu sangue nos purifica de todo pecado (Is 1.18; 1Jo 1.7; 2.2).

4. A cortina de peles de texugo (humanidade de Cristo). A cortina de peles de texugo era colocada sobre as outras. Tinha uma cor escura e não era formosa à vista. Por serem rústicas, quem olhasse a tenda estando do lado de fora do Tabernáculo nada veria de especial a chamar-lhe a atenção. Além de parecidas com o deserto, cuja areia elas retinham eram simples e sem beleza aparente. Isto aponta para o aspecto humano de Jesus: “não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza vimos, para que o desejássemos” (Is 53.2). Os que olham a Cristo sem tê-lo antes conhecido comparam-no a vultos da história humana, quando não, a um líder religioso (Mt 16,13,14; Jo 1.46; 3.1,2; 4.9,11,19), mas, ao conhecê-lo verdadeiramente terão a certeza de que, apesar da sua humanidade (Gl 4.4), Ele é: o Cristo (Mt 16.16; Jo 4.28,29); o Filho de Deus (Jo 1.49); o Unigênito do Pai (Jo 1.14); em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9); o Criador de todas as coisas (Cl 1.16); e, a personificação da glória divina (Hb 1.3). (ALMEIDA, 2009, pp. 21,22).

V. O CORTINADO DO PÁTIO DO TABERNÁCULO

1. A simbologia descritiva das cortinas do Tabernáculo.
Descrever a importância das cortinas do Tabernáculo e não considerar seu valor espiritual e tipológico significa ignorar o propósito integral do texto narrativo acerca do santuário. Ora, a precisão dos detalhes de cada peça e material usados para construir o Tabernáculo servia de ensino das verdades acerca das coisas espirituais. Por isso, a madeira, metais, tecidos e tintas especiais usadas no Pátio do Santuário remontam a uma tipologia singular com relação a pessoa e obra de Jesus, o Senhor e Redentor nosso.

2. O significado de separação.
O ambiente entre a cerca e o Tabernáculo era o pátio. Havia um cortinado branco de linho fino torcido que tinha por objetivo fazer a separação dos pecadores. Para adentrar ao Pátio, o pecador deveria levar a sua oferta pelo pecado. Assim, as cortinas faziam a separação entre o santo e o profano (Êx 38.9-13).

Nesse sentido, a imagem do cortinado de linho torcido simboliza a pureza de Deus num mundo de impurezas. É o símbolo da santidade e pureza de Jesus, pois, como homem, nosso Senhor não teve mácula, conforme Ele mesmo indagou de seus opositores: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46).

Aqui, há uma distinção importante que deve ser feita em relação à Antiga Aliança: na Nova Aliança, a Igreja de Cristo não se fecha dentro de uma “cerca”, mas está pronta para receber qualquer tipo de pecador, uma vez arrependido, que confessa o senhorio de Jesus Cristo em sua vida.

3. O significado de santidade. Santidade é a separação absoluta do pecado e dedicação exclusiva a Deus.
Por isso, as cortinas da cerca do Pátio e do Tabernáculo, bem como tudo dentro dele, revelam santidade. Não podemos jamais desconsiderar a seriedade do chamado para vivermos uma vida santa. Os tempos atuais nos desafiam a viver um estilo de vida na presença de Deus, manifestando a santidade e a pureza de Cristo Jesus. Ter a consciência da santidade bíblica significa ter a disposição para viver na contramão do mundo (1ª Jo 2.15).

Paulo escreve em 1ª Tessalonicenses 4.3: ‘Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação'. Assim, é da vontade de Deus que todas as almas sejam salvas de todos os pecados - os atuais e o original. Os pecados atuais são os que cometemos voluntariamente, ao passo que o pecado original é o que herdamos do primeiro Adão. Todo pecado é limpo pelo sangue de Jesus Cristo. Temos de morrer para o velho homem. ‘Sabendo isto: que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado' (Rm 6.6). Deus está chamando o seu povo à verdadeira santidade nestes dias. Agradecemos a Ele pela bendita luz que está nos dando. ‘De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra' (2ª Tm 2.21). Ele quer dizer que temos de ser purgados da impureza e de todos os tipos de pecado. A santificação nos torna santos e destrói a linhagem do pecado, o amor ao pecado e a carnalidade. Ela nos purifica e tornamos mais brancos que a neve” (SEYMOUR. Devocional: O Avivamento da Rua Azusa. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.123-22).

CONCLUSÃO. Em Cristo se cumpriram as cerimônias do tabernáculo: a manifestação da glória divina, a expiação, a reconciliação do homem com Deus e a presença de Deus entre seu povo redimido. As sombras e figuras já passaram, mas a realidade permanece na pessoa e obra de Jesus Cristo.

O autor da Epístola aos Hebreus exorta-nos a chegar com confiança ao trono da graça, pois assim alcançaríamos misericórdia e acharíamos graça para, num tempo oportuno, sermos auxiliados (4.16). Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, deu-nos esse privilégio para desfrutarmos da presença santa de Deus mediante a fé. Não tenhamos receio de adentrar a presença santa do Pai!

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
2. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
3. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3. CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 – CPAD.
4. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. vol.1. HAGNOS, 2004.
5. CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). ATOS, 2004.
6. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD, 2010.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.