TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

BATALHA ESPIRITUAL – A REALIDADE NÃO PODE SER SUBESTIMADA



TEXTO ÁUREO
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

VERDADE APLICADA
Batalha Espiritual é uma realidade bíblica que consiste na luta contínua da Igreja contra o reino das trevas.

LEITURA BÍBLICA
1 Pedro 5.5-9 “Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. 6- Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, 7- lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. 8- Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 9- ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.”

INTRODUÇÃO.
- A Batalha Espiritual é o tema do trimestre que estamos iniciando. Basta uma olhada na leitura diária para confirmar a menção do assunto nas Escrituras. Mas existe uma onda extravagante que surgiu na década de 1960 e que tenta se passar por batalha espiritual. A presente lição apresenta o equilíbrio doutrinário que servirá como ajuda para ninguém subestimar o assunto.

- A presença e a influência do mal na vida da humanidade, desafiando o equilíbrio da criação, é suficiente para entendermos a sua realidade: estamos numa batalha espiritual. Estamos num campo de batalha espiritual contra as forças satânicas e precisamos de estratégia e adestramento para entrar em combate.
Os desafios das forças invisíveis dos espíritos imundos são imensos contra a humanidade e principalmente contra a Igreja de Jesus Cristo.

- Todos devem saber que neste mundo, entre os céus e a terra, há diversos poderes atuando. Um poder divino, maior e, seres destinados a impedirem a vida santa do cristão, e até mesmo suas benção e orações, os demônios, concitados pelo orgulho de seu líder Satanás (O inimigo das nossas almas).

- A demonstração clara de uma destas batalhas, está descrita no livro do profeta Daniel, e seu capítulo 10.
“E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo. Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.” (Dn 10.11-13).

Um dos aspectos da Batalha Espiritual são os níveis, nos quais ela se dá:
- Na mente
- No coração
- No corpo físico
- Na família
- Na igreja
- Na vida financeira
- Na vida espiritual

I. BATALHA ESPIRITUAL
A autêntica batalha espiritual tem fundamentos bíblicos, mas nem tudo o que se diz ser batalha espiritual tem sustentação nas Escrituras.

1. Conceito de Batalha Espiritual.
- A Bíblia afirma “que todo o mundo está no maligno” (1ª Jo 5.19). Assim, existem seres malignos e espirituais que desde o princípio conspiram contra Deus e contra a humanidade para a destruição e o caos no mundo. Primordialmente, os demônios existem; eles são reais e manifestam-se de várias maneiras, em princípio, nas pessoas possessas, e tais espíritos precisam ser expulsos. Por conseguinte, os cristãos se opõem a essas forças malignas pela pregação do evangelho, a oração e o poder da Palavra de Deus. A essa oposição dos crentes denominamos “batalha espiritual”.

- A batalha espiritual não é uma batalha natural entre a carne e o sangue. Não é uma batalha do homem contra o homem. Não é uma batalha visível. É um conflito invisível no mundo espiritual (Ef 6.12).

- Uma vez que estamos lutando contra um adversário que não podemos ver, devemos confiar no Deus da Bíblia - não na nossa própria espiritualidade, sagacidade ou nossas estratégias de guerra - para alcançar a vitória (2ª Co 5.7). Devemos manter nossa mente voltada para as coisas de Deus em vez de especular sobre o próximo movimento do diabo (Fp 4.8).

- A guerra espiritual é “multidimensional”, o qual significa que é travada em diferentes dimensões. Vejamos.
1. Uma batalha social entre o crente e o mundo (Jo 15.18-27).
2. Uma batalha pessoal entre a carne e o espírito (Gl 5.16-26).
3. Uma batalha sobrenatural entre o crente e os poderes sobrenaturais malignos (Ef 6.10-27).

- Às vezes batalha espiritual é definida como o confronto invisível entre as forças de Deus e as forças do diabo, o reino de Deus versus o reino das trevas. Às vezes essa batalha provoca circunstâncias que podem ferir pessoas físicas, mental, emocional ou espiritualmente. No Novo Testamento, as forças das trevas sabiam que Paulo era servo de Deus e o atacaram (At 19.15; 2ª Co 11.23-12.1-9).

- A batalha espiritual consiste na oposição dos cristãos às forças malignas pela pregação do evangelho, pela oração e pelo poder da Palavra de Deus. Essa peleja vai continuar até a vinda de Jesus.

2. Uma realidade bíblica.
2.1. Crentes e não Crentes estão envolvidos na Batalha Espiritual.
- Toda pessoa viva está comprometida nesta guerra, quer se dê conta ou não. Não há campo neutro. Os nãos crentes estão sob o jugo do mal e têm sido levados pelas forças do inimigo. São vítimas da guerra. As hostes infernais dominam com muita facilidade as pessoas que não conhecem o evangelho. Nenhuma força humana é capaz de vencê-los. Jesus disse: “porque sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5).

- Os crentes têm sido livrados do inimigo mediante Jesus Cristo e são vitoriosos, porém estão ainda comprometidos na guerra.

- Nós (todos os crentes) combatemos contra as forças espirituais malignas. “Combater” implica contato pessoal próximo. Ninguém está isento desta batalha. Ninguém pode vê-a a distância. Você está no meio do conflito quer você reconheça ou não.

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12).

- O tema principal da Primeira Epístola do apóstolo Pedro é o sofrimento do crente por causa do nome de Jesus. Esse sofrimento resulta da nossa contínua luta espiritual contra o pecado e contra o indiferentismo religioso. Mas, ao encerrar a sua epístola, o apóstolo esclarece que tudo isso parte de Satanás e seus agentes: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (v.8).

3. O Mundo Espiritual é real. De acordo com Efésios 6.10-17, existe um mundo espiritual e invisível habitado por seres malignos que conspiram contra Deus e contra os seres humanos. Paulo fala sobre a existência de um mundo espiritual da maldade sob o domínio do príncipe das trevas (Ef 2.2; 6.10-12).

O ensino apostólico nos exorta a combater essas forças demoníacas pelo poder que o Senhor Jesus conferiu aos crentes (Mc 16.17, 18; Lc 10.17-19) com oração e uma vida de santidade. Esse conjunto de fatores é chamado de batalha espiritual. Trata-se de uma realidade bíblica e manifestada na vida da Igreja ao longo dos séculos.

4. O que não é Batalha Espiritual. O que geralmente se chama de “batalha espiritual” por alguns é um modelo não bíblico e nocivo à fé cristã. Os mentores dessa doutrina pinçam a Bíblia aqui e ali e adaptam as passagens selecionadas para ajustá-las às suas próprias experiências. Trata-se de uma cosmovisão abrangente de culturas antigas como a da Mesopotâmia e do Egito, influenciada pela magia e pelo ocultismo. Era na época um mundo cheio de forças ocultas em que os homens viviam procurando se proteger de deuses e demônios malévolos. É uma estrutura muito próxima do ocultismo contemporâneo com a doutrina dos espíritos territoriais, maldição hereditária ou de família com os rituais de libertação.

II. PRINCIPAIS CRENÇAS DA PSEUDOBATALHA ESPIRITUAL

As inovações mais chocantes que se pregam por aí são o mapeamento espiritual, a maldição hereditária e a ideia de que um salvo pode ser possuído pelos demônios.

1. Mapeamento espiritual. A doutrina consiste na crença de que Satanás designou seus correligionários para cada país, região ou cidade. O evangelho só pode prosperar nesses lugares quando alguém, cheio do Espírito Santo, expulsar esse espírito maligno. Em decorrência, surgiu a necessidade de uma geografia espiritual, o mapeamento espiritual. Os espíritos territoriais são identificados por nomes que eles mesmos teriam revelado, com as respectivas regiões que eles supostamente comandam. Essas pessoas acreditam que tudo isso se baseia na Bíblia (Dn 10.13,20; Mc 5.10).

2. A maldição hereditária. A doutrina resume-se nisso: se uma pessoa tem problemas com adultério, pornografia, divórcio, alcoolismo ou tendências suicidas é porque, no passado, alguém de sua família, não importa se avós, bisavós ou tataravós, teve esse problema. Desse modo, a pessoa afetada pela maldição hereditária deve, em primeiro lugar, descobrir em que geração seus ancestrais deram lugar ao Diabo. Uma vez descoberta a tal geração, pede-se perdão por ela, e, dessa forma, a maldição de família será desfeita. É uma espécie de perdão por procuração, muito parecido com o batismo pelos mortos praticado pelos mórmons. Os que defendem essa doutrina pinçam as Escrituras em busca de sustentação bíblica (Êx 20.5; Dt 5.9; Is 8.19).

3. “Crentes endemoninhados”. Esses pregadores ensinam que “o homem é um espírito que tem alma e habita num corpo” (Kenneth Hagin). Partindo desse falso conceito teológico, afirmam que o Espírito Santo habita no espírito humano no processo de salvação; e que os espíritos imundos “estão relegados à alma e ao corpo do cristão”. Os promotores dessa doutrina costumam apelar para o estado psicológico de Saul depois que ele se afastou de Deus (1Sm 16.14; 18.10; 19.9), o caso de Judas Iscariotes (Lc 22.3), além de Ananias e Safira (At 5.3).

III. VAMOS À BÍBLIA

Ninguém tem o direito de fazer o que quiser com a Bíblia. Vejamos, portanto, o que Bíblia ensina nas passagens reivindicadas pelos líderes defensores dessa inovação:

1. Sobre o mapeamento espiritual. As duas passagens de Daniel falam sobre o “príncipe do reino da Pérsia” (Dn 10.13) e o “príncipe da Grécia” (v.20). São citações fora de contexto, pois se trata de guerra angelical, e não há indícios da presença humana. O gadareno “rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província” (Mc 5.10) porque Jesus havia mandado os tais espíritos para o abismo: “E rogavam-lhe que não os mandasse para o abismo” (Lc 8.31). Essa é a razão de pedirem para ficar na região; não se refere, portanto, a espíritos territoriais. Assim, fica claro que se trata de uma doutrina baseada numa interpretação equivocada.

2. Sobre a maldição hereditária. No segundo mandamento do Decálogo, Deus afirma visitar “a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” (Êx 20.5; Dt 5.9). Essas palavras não podem se aplicar à doutrina da maldição hereditária porque, quando alguém se converte a Cristo, deixa de aborrecer a Deus; logo, essa passagem bíblica não pode se aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois estes se tornam nova criatura, “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). O que eles fazem com a expressão “espíritos familiares” é uma fraude. O termo usado na Bíblia hebraica é ov, ou ovoth, plural, “médium, espírito, espírito de mortos, necromante e mágico” (Lv 19.31; 20.6). Isso está muito longe de serem espíritos que passam de pai para filhos.

3. Sobre a possibilidade de o cristão ser possesso. É bom lembrar que Saul já estava desviado nessa época (1Sm 15.23); além disso, a Bíblia não fala de demônio, mas que “o assombrava um espírito mau da parte do SENHOR” (1Sm 16.14). Quem foi que disse que Judas Iscariotes era crente? Foi Jesus quem disse: “Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo. E isso dizia ele de Judas Iscariotes” (Jo 6.70,71). E, quanto a Ananias e Safira, a Bíblia declara que eles mentiram ao Espírito Santo, e não que ficaram possessos. O crente em Jesus tem a promessa de Deus de que “o maligno não lhe toca” (1ª Jo 5.18).

4. O homem segundo a Bíblia. Jesus disse que “um espírito não tem carne nem ossos” (Lc 24.39). Se o espírito não tem carne nem ossos, logo se conclui que não é verdade que o homem seja um espírito. A Bíblia declara que Deus formou “o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7). Isso mostra que o ser humano é uma combinação do pó da terra com o sopro de Deus. O Senhor Jesus se fez homem, pois “o verbo se fez carne” (Jo 1.14).

IV. LIDANDO COM A BATALHA ESPIRITUAL
- Quando uma pessoa nasce de novo, entra no reino do sobrenatural e espiritual e deve começar sua nova vida com o estudo da Bíblia. Assim, conhecerá seus ensinamentos e saberá como andar e como lidar com a batalha espiritual. Se ela não ficar vigilante e não combater os poderes satânicos será passível de ser derrotada pelos demônios.

- Por outro lado, não haverá nada a temer se tiver uma vida cristã consciente da necessidade de leitura bíblica e oração diárias, e viver no Espírito de acordo com a luz recebida pela Palavra de Deus (Cl 2.6-8; G1 5.16-26; Rm 8.1-13; 1 Jo 1.7). Ela deve acordar toda manhã e orar, crendo com fé que Deus a ajudará durante o dia, meditar sempre nas Escrituras e recusar tudo o que venha a ser contrário à vontade de Deus, segundo os ensinamentos bíblicos.

1. Responsabilidade do cristão diante da Batalha Espiritual.
1.1. Tome cuidado para não negligenciar o que trará esclarecimento sobre a batalha espiritual (Sl 1.2-4; 2ª Tm 2.15; 3.15-17).

1.2. Não se torne uma presa fácil às críticas dos outros nem aos cuidados prementes da vida que o mantêm ocupado, impedindo-o de empenhar-se na batalha e obter êxito (Lc 21.34-36; Ef 6.10-18).

1.3. Não se esqueça de que bastam as armas espirituais para lhe dar vitória sobre o pecado e Satanás (2ª Co 10.4-7; Ef 6.10-18).

1.4. Não negligencie a oração e a leitura da Bíblia (Ef 6.18; 1ª Tm 4.12-16).

1.5. Não se desanime quando parecer que você está perdendo a guerra (1ª Tm 6.12; 2ª Tm 4.7; 1ª Pe 1.7; 4.12; Tg 1.12).

1.6. Fique alerta e resista a Satanás (Tg 4.7; 1ª Pe 5.8,9).

1.7. Não deixe de usar a autoridade de Cristo por meio de seu precioso sangue, de seu nome e do poder do Espírito Santo contra os poderes demoníacos (At 1.8; Jo 14.12-15; Mc 16.15-20).

1.8. Não deixe de realizar a vontade plena de Deus, de forma racional, à medida que tomar conhecimento dela. Ande na luz da Palavra de Deus (1ª Jo 1.7).

CONCLUSÃO. Há necessidade de equilíbrio para que os exageros dessas aberrações doutrinárias não levem o crente ao ceticismo, porque a batalha espiritual existe e ninguém deve subestimá-la. Os fatos estão registrados na Bíblia, e nenhum cristão ousa negar essa realidade. Por outro lado, os crentes devem ter maturidade suficiente para não entrar no fanatismo, mas discernir entre o que é verdadeiramente espiritual e o que é manipulação esotérica.


Revista do 1° trimestre de 2019 – CPAD

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

A MOTIVAÇÃO VERDADEIRA DO NATAL


Natal é a festa que comemora, no dia 25 de dezembro, o nascimento de Jesus Cristo. É, também, uma das épocas de maior atividade do comércio. É grande o movimento nos centros comerciais, pois as lojas se enchem de pessoas comprando presentes, fazendo preparativos para festas, renovando o vestuário, gastando o dinheiro do 13° salário que recebeu no final do ano. É uma época de muitas compras, festas, enfeites e luzes.

É momento que muitos aproveitam para elaborar uma decoração especial com motivos natalinos. Alguns destes enfeites fazem alusão ao nascimento de Cristo, como estrela e presépios, mas o que predomina, na decoração natalina, são árvores, guirlandas, luzes, velas, duendes e, principalmente, o Papai Noel.

1. A origem da comemoração do Natal.
A comemoração desta festa tem origem no decreto do papa Júlio 1, no século 4 d.C., aproveitando a ocasião de uma festa pagã, que marcava o início do inverno, no hemisfério Norte.

Junto com a data vieram os símbolos pagãos: árvore, velas, guirlandas e outros. O Papai Noel foi inspirado em São Nicolau, um idoso que viveu na Turquia, no século 3 d.C., que distribuía presentes para as crianças. A roupa vermelha, o trenó, as renas e os ajudantes duendes foram difundidos através do marketing da Coca-cola, a partir de 1930.



A maioria das pessoas, principalmente, nos países ocidentais, comemora o Natal. Vestem roupas novas, dão presentes, participam dos jantares, decoram os ambientes e acendem luzes para a festa. Muitos, entretanto, não se dão conta do verdadeiro significado do Natal. Quando as luzes se apagam, não passou de mais um feriado ou um momento de confraternização.

2. O personagem verdadeiro.
O Natal comemora o nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus, e não podemos permitir a intromissão de qualquer outro personagem, como Papai Noel, duendes, fadas, gnomos ou semelhantes. Não se faz necessário “enfeitar” as casas e, menos ainda, as igrejas, com decoração natalina. Se forem necessários em uma peça teatral ou algo parecido, os símbolos que representam o Natal são a estrela, a manjedoura, os pastores e outros descritos na Bíblia.

Imagine que em uma casa se vai preparar a festa de aniversário do pai da família, cujo nome é José. As pessoas convidadas para a festa são estranhas ao aniversariante, a decoração da festa é de bonecas e casinhas e, bem destacado, acima da mesa este escrito: “Parabéns, Saci-Pererê!”. Como você acha que se sentiria o aniversariante? É o que acontece com a celebração de Natal de muitos: convidados, decoração e aniversariante totalmente estranhos a Jesus.

O Natal é de Jesus e não cabe outro. É a história do nascimento daquele que é o maior personagem da história. O apóstolo Paulo diz que ele é “Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (1 Tm 3.16). O Natal é a grande ocasião para glorificar a Jesus, “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).

3. A motivação verdadeira.
O Natal não deve ser visto como a comemoração de uma data, mas de um evento. É certo que Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Esta data ocorre no inverno em Israel, que é um período frio e chuvoso. Belém está próxima de Jerusalém, que está sobre montes e, no inverno, chega a nevar, em alguns anos.

O período de dezembro corresponde ao nono mês do calendário judaico e está escrito que “todos os homens de Judá e Benjamim, em três dias, se ajuntaram em Jerusalém; era o nono mês, no dia vinte do mês; e todo o povo se assentou na praça da Casa de Deus, tremendo por este negócio e por causa das grandes chuvas” (Ed 10.9). Jeremias informa que o rei estava diante de um braseiro no nono mês, pois era inverno (Jr 36.22).


No nascimento de Jesus “pastores estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho” (Lc 2.8), o que indica ser verão ou primavera, e nos mostra que o nascimento de Jesus foi bem antes de dezembro.

O Natal, portanto, não celebra uma data, mas o maior evento de todos os tempos: O grande e poderoso Deus, criador dos céus e da terra, encarnou e viveu entre os homens, com a finalidade de dar a sua vida em sacrifício por todos os homens.

Jesus Cristo não deve ser visto apenas como um lindo bebê nos braços de sua mãe ou em uma manjedoura, mas como o verdadeiro Deus, que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14). O apóstolo João admira-se com o grande milagre da encarnação, dizendo que Jesus é a Palavra de Deus encarnada, que os seus olhos viram e as mãos tocaram. Ele estava dizendo: “nós tocamos em Deus, o apalpamos!” (1ª Jo 1.1,2).

Jesus sabia que a sua missão era dar a sua vida em resgate dos homens pecadores. O que iniciou em Belém, na manjedoura, terminaria no Calvário, em uma cruz. Quando o anjo anunciou a Maria que o seu filho salvaria a humanidade, significava que ele morreria, levando sobre si os pecados de todo o mundo. Não havia outra possibilidade!

O Deus Eterno resolveu ter uma limitada existência humana para garantir a nossa presença ao seu lado na eternidade. Ele é o Senhor que se fez servo para nos tornar participantes do seu reino (Ap 3.21). O grande Deus resolveu ser homem para nos fazer participantes da sua santidade (Hb 12.10). Como diz a letra do hino: ele “morreu a nossa morte pra vivermos sua vida”. Esse é o grande tema e o propósito do Natal.


Festejar o Natal sem experimentar a salvação que o Cristo do Natal veio nos trazer é fazer festa sem saber o motivo e sem ter recebido qualquer benefício.

É como gastar dinheiro para fazer uma festa comemorando o resultado das eleições do Cazaquistão, sem saber onde fica e sem ter nenhum parente lá. É uma festa vazia, sem sentido e sem propósito.

A mensagem do Natal é a revelação da graça de Deus, que enviou seu filho para ser homem e morrer pelos homens, a fim de salvá-los. E a demonstração máxima do grande amor de Deus, enviando o único filho para nos livrar do terrível destino eterno que estava preparado. Como diz a letra do antigo hino: “No Natal a gente sempre agradece / Por Jesus ter nascido em Belém. / Mas nem sempre se lembra, na prece, / Que ele nasce na gente também”.

Quando as luzes do Natal se apagam o que deve ficar é a certeza da vida eterna, garantida pela comunhão com o Jesus Salvador, que nasceu em Belém, e a gratidão pelo grande sacrifício que ele fez, em nosso lugar, para nos dar a gloriosa salvação e nos fazer filhos de Deus.

Se isto for verdadeiro para mim e para você, então podemos fazer muita festa, pois quando as luzes se acenderem ou quando elas se apagarem, sempre será Natal!

Reverberação: www.subsidiosebd.com | Fonte: Jornal Mensageiro da Paz, Dezembro de 2018 – Acervo: Subsídios EBD | Artigo: Márcio Klauber Maia

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A HUMILDADE E O AMOR DESINTERESSADO



TEXTO ÁUREO
“Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lc 14.11).

VERDADE PRÁTICA
Jesus apresenta, a partir de seu próprio exemplo, o caminho da humildade e do amor altruísta como indispensável aos que querem servi-lo.

LEITURA BÍBLICA
Lucas 14.7-14 “7- E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes: 8- Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar, para que não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu, 9- e, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar. 10- Mas, quando fores convidado, vai e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, assenta-te mais para cima. Então, terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa. 11- Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. 12- E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. 13- Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos 14- e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos.”

INTRODUÇÃO. Jesus contou a parábola dos primeiros assentos, ou lugares de honra, e dos convidados, ao participar de uma refeição na casa de um fariseu. Ele instruiu a todos acerca da humildade e do perfil das pessoas que devem ser convidadas para ocasiões especiais. O verdadeiro objetivo do fariseu, e de seus companheiros, era encontrar algo em Cristo que pudesse condená-lo. Na ocasião, Jesus observou o perfil dos convidados e notou que eles buscavam escolher os primeiros lugares. Foi a partir dessa observação, e também do perfil dos convidados, que o Mestre contou essa curta, mas instrutiva, parábola.

I. A PARÁBOLA DOS PRIMEIROS ASSENTOS (Lc 14.7-11).
Em Lucas 14 encontramos o registro de uma sequência de quatro parábolas, destas destacaremos duas. Alguns detalhes interessantes merecem ser destacados sobre elas, a saber:
a) Estas parábolas constam apenas no evangelho conforme Lucas.

b) Diferente das outras, elas não foram contadas para responder algum questionamento, mas para combater alguns comportamentos, dos religiosos da sua época.

1. O contexto. Lucas inicia o capítulo catorze dizendo que “num sábado”, Jesus, foi convidado a comparecer na casa de um dos “principais dos fariseus” (Lc 14.1-a), para uma refeição: “para comer pão” (Lc 14.1-b). Beacon (2006, p. 445) acrescenta que: “esta é uma das muitas ocasiões em que os fariseus agiam como hipócritas, sempre fingindo ser amigo de Jesus para alcançar os seus objetivos malignos. A aceitação de um convite como este por parte de Jesus demonstrou coragem e amor. Ele sabia por experiência o perigo que correria, mas seu amor por todos os homens - incluindo os fariseus, não deixaria que Ele abrisse mão desta oportunidade”. Nessa ocasião, Jesus curou um homem que se fez presente e que tinha uma doença chamada “hidropisia” (Lc 14.2), que é uma inchação do corpo produzida pela retenção excessiva de líquido nos tecidos (MOODY, sd, p. 66). Mas, antes ele fez um questionamento se era lícito curar alguém no sábado?
Como todos eles calaram-se (Lc 14.4-a), Jesus curou o homem (Lc 14.4-b). E, fez uma outra pergunta dizendo: “Qual será de vós o que, caindo-lhe num poço, em dia de sábado, o jumento ou o boi, o não tire logo?” (Lc 14.5-b). Novamente eles calaram-se, porque entendiam que não podiam dar mais valor a vida animal que a vida humana (Lc 14.6).

2. O que motivou a parábola. Diferente da maioria das parábolas, estas não foram contadas pelo Mestre para responder algum questionamento, na verdade, o comportamento dos convidados no banquete, deu a Jesus a oportunidade para dar uma lição. Embora durante a refeição a que fora convidado, Jesus estivesse sendo observado: “eles o estavam observando” (Lc 14.1-b) claramente estavam esperando que o apanhassem fazendo alguma coisa pela qual pudessem fazer acusações formais contra Ele. O que eles não imaginavam é que Jesus também os estava observando e que tinha várias acusações a fazer contra eles: “[Jesus] reparando como escolhiam os primeiros assentos” (Lc 14.7-b). Moddy (sd, p. 66) diz que: “a posição social era coisa importante na sociedade daquele tempo, e cada convidado queria ocupar o mais alto lugar de honra que conseguisse pegar”. Capítulos antes deste acontecimento, descobrimos que os fariseus tinham sido denunciados por Jesus de amarem os primeiros assentos, literalmente, “lugares de honra” (Mt 23.6; Lc 11.43).

3. A parábola. Jesus aproveitou o comportamento reprovável dos convidados, durante a refeição, para lhes trazer um ensinamento: “E disse aos convidados uma parábola...” (Lc 14.7-a). Na parábola, Jesus falou a respeito de um casamento, onde várias pessoas são convidadas. Sabendo que todos convidados para uma celebração desta são importantes,
o Mestre destacou que, existem alguns que pelo grau de parentesco, intimidade ou consideração ocupam lugares de destaque na festa. Ciente disto, Jesus falou que os convidados devem ter o cuidado de não preferirem lugar de honra ou primeiro lugar (Lc 14.8-a), pois na festa, o lugar nas cadeiras não ficava sob a preferência dos convidados senão dos celebrantes (Lc 14.9). Logo, se alguém sentasse nalgum lugar indevido, poderia sofrer a vergonha de ser substituído por outra pessoa que fosse mais digna de honra: “não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu” (Lc 14.8). Era preferível procurar o derradeiro lugar e ter a honra de ser chamado porque aquele que convidou para um lugar superior (Lc 14.10).

4. O objetivo da parábola. O principal ensinamento transmitido por Jesus aqui é uma lição sobre a humildade, e não simplesmente regras para serem observadas em encontros sociais. Segundo o dicionarista Houaiss (2001, p. 1555), “humildade” significa: “virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações; simplicidade; ausência completa de orgulho; rebaixamento voluntário por um sentimento de fraqueza ou respeito”. A Bíblia destaca a humildade como virtude necessária em todos os aspectos da vida humana (Pv 15.33; 18.12; 22.4; Ef 4.1,2; Fp 2.3; Cl 3.12; 1ª Pd 5.5). Beacon (2006, p. 447), pontua duas coisas que devem nos motivar a sermos humildades, a saber:

a) A atitude humilde não apenas evita o risco da humilhação, mas é sempre o caminho da exaltação (Sl 147.6; Lc 1.52).

b) A atitude humilde deveria ser tomada, não porque funciona, traz honra, mas porque é a certa (Pv 14.21; Mq 6.8). Jesus encerrou a parábola com uma séria advertência dizendo: “Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lc 14.11). Acerca da humildade Morris (2007, p. 219) diz: “a maneira de chegar ao alto é começar em baixo. Se alguém escolher o lugar mais baixo, a única direção em que pode ir é para cima”.

II. A PARÁBOLA DO JANTAR: LUCAS 14.12-14
Nesta mesma ocasião em que contou uma parábola destacando a importância da humildade para os convidados, Jesus viu que alguma coisa precisava ser dita também ao anfitrião: “E dizia também ao que o tinha convidado” (Lc 14.12-a).

1. O que motivou a parábola. O fariseu havia convidado Jesus para uma refeição, prática comum dessas classes de religiosos para com o Mestre (Lc 7.36; 11.37); e também convidou outras pessoas dentre elas: “vizinhos ricos” (Lc 14.1,7). Pelo menos, para este fariseu oferecer uma refeição a alguém de importância, pessoas ricas, era garantir também o recebimento de um futuro convite. Sabedor disto, Jesus contou uma parábola (Lc 14.12).

2. A parábola. Já vimos que o fariseu não convidou Jesus para uma refeição apenas por hospitalidade, mas porque queria observar o Mestre e quem sabe encontrar nele algum comportamento reprovável (Lc 14.1). Boyer (2011, p. 126) afirmou que: “a hospitalidade manifesta neste lar deu ocasião a hostilidade escondida”. Apesar disso, foi Jesus quem viu nesse homem um comportamento que precisava ser corrigido, e o Mestre o fez, contando uma parábola, dizendo: “Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado” (Lc 14.12).

3. O objetivo da parábola. Esta parábola tem como principal objetivo destacar a virtude do “amor desinteressado”.
Jesus ensinou ao fariseu que em vez de convidar para o jantar pessoas que podiam retribuir seu feito, ele deveria fazer o contrário: “Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos, e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos” (Lc 14.13.14).

III. ALGUMAS LIÇÕES SOBRE A VIRTUDE DO AMOR
O dicionário teológico define a palavra “amor” como: “sentimento que nos constrange a buscar, desinteressada e sacrificialmente o bem de outrem” (ANDRADE, 2006, p. 42).

1. O amor deve ser dirigido a todos indistintamente. Assim como Deus não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; 2º Cr 19.7; Jó 34.19; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; 1ª Pd 1.17), mas ama a todos indistintamente: “Deus amou o mundo …” (Jo 3.16). Logo, Ele espera que assim façamos (Dt 16.19; Jó 13.10; Ml 2.9; Tg 2.1,9). Na parábola do bom samaritano, vemos Jesus relatando o samaritano ajudando o judeu, exercendo misericórdia apesar das diferenças que havia entre eles (Lc 10.33-35). A Bíblia nos diz que devemos amar:
a) A Deus (Dt 6.5; 11.1; Mc 12.30).
b) A família (Ef 5.25; 1 Tm 5.8; Tt 2.4).
c) Ao próximo (Lv 19.18; Lc 10.27; Gl 5.14).
d) Aos inimigos (Mt 5.44).
e) Aos santos (Rm 12.10; 1ª Pd 1.22).

2. O amor não busca os seus próprios interesses. Se existe uma virtude que é altruísta é o amor (1ª Co 13.5). Segundo o dicionário (2001, p. 171) a palavra altruísta, quer dizer: “sentimento de quem põe o interesse alheio acima do próprio”, ou seja, uma pessoa altruísta está mais preocupada com o interesse do próximo do que com o seu. Acerca desta declaração Lopes (2008, pp. 247,248 – acréscimo nosso) afirmou que: “o amor é a própria antítese do egoísmo. Ele não é egocentralizado, mas outro centralizado. Ele não vive para si mesmo, mas para servir ao outro”. Não podemos como cristãos vivermos como o mundo numa guerra desenfreada pela satisfação pessoal. Paulo ensinou aos coríntios que ninguém deveria buscar o proveito próprio “antes cada um o que é de outrem” (1ª Co 10.24).

3. O amor não faz por obrigação. Até mesmo as coisas mais nobres se feitas sem amor perdem o seu sentido: “E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” (1ª Co 13.3). Barclay (sd, p. 167), “a única forma de dar verdadeiramente, é quando nossa dádiva provém do influxo incontrolável do amor”. Paulo ensinou que: “Todas as vossas coisas sejam feitas com amor” (1ª Co 16.14).

4. O amor não faz por ostentação. O verbo “ostentar” significa: “mostra-se; exibir-se com aparato; alardear” (HOUAISS, 2001, p. 2089). Os fariseus eram peritos em fazer coisas para serem apresentados, e Jesus reprovou esta atitude (Mt 6.2,5,18). Lucas nos mostra que, Barnabé vendeu sua propriedade para depositar aos pés dos apóstolos, para assistir aos necessitados da igreja (At 4.36,37); Ananias e Safira, também venderam sua herdade e depositaram aos pés dos apóstolos (At 5.1-11). A obra era praticamente a mesma. No entanto, a diferença entre eles era a motivação. Enquanto Barnabé foi inspirado pelo amor; Ananias e Safira, pela ostentação e por isso foram severamente punidos (At 5.9,10).

CONCLUSÃO. A humildade e o amor são virtudes que devem fazer parte do caráter daquele que segue a Cristo, pois Ele as tem e espera que os seus seguidores imitem o Seu exemplo (Mt 11.28; Jo 15.12).

FONTE DE PESQUISA
1. ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
2 BARCLAY, William. Comentário de Lucas. PDF.
3. BOYER, Orlando. Espada Cortante 2. CPAD.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
5. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
6. LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios: como resolver conflitos na igreja. HAGNOS.
7. MOODY, D.L. Comentário Bíblico de Lucas. IBR.
8. MORRIS, Leon L. Lucas introdução e comentário. VIDA NOVA.
9. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

ESPERANDO, MAS TRABALHANDO NO REINO DE DEUS



TEXTO ÁUREO
“Cada um administre aos outros o dom com o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1ª Pe 4.10).

VERDADE PRÁTICA
Enquanto vigilantes aguardamos a volta de Cristo, devemos trabalhar diligentemente na causa do Mestre.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 25.14-30 “Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, 15 e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. 16 E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos. 17 Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois. 18 Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor. 19 E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. 20 Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles. 21 E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom efiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. 22 E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos. 23 Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. 24 Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; 25 e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. 26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; 27 devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros. 28 Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos. 29 Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado. 30 Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.”

INTRODUÇÃO. A parábola dos talentos retrata um senhor que viaja para fora do país e deixa suas posses sob a responsabilidade de seus servos. Enquanto ele estiver ausente, os servos deverão negociar os seus bens para obter lucro. No dia que o senhor voltar, eles deverão prestar contas. A referência sobre o longo tempo de duração da viagem (Mt 25.19) desperta a questão a saber quem estará pronto para o retorno do senhor. Assim, uma das grandes lições da parábola dos talentos está na importância de se "remir" o tempo, de maneira sábia, antes que Cristo volte. Não se trata de uma espera desinteressada, pois exige de cada um de nós, seus servos, que levemos adiante a tarefa de cuidar dos "bens" e tiremos o máximo proveito da oportunidade que nos foi confiada. Estar preparado para a volta de Jesus significa também comprometer-se com a tarefa que nos foi designada pelo Senhor (Lc 19.13b).

I. INTERPRETAÇÃO EXEGÉTICA
“A palavra grega talanton, usada somente por Mateus, é uma moeda de alto valor, dependendo do metal do qual é feito (em contraste com a palavra mna que Lucas usa, a qual tinha consideravelmente menos valor, Lc 19.13). Em certo ponto um talento era igual a seis mil denários, sendo o valor de um denário o salário de um dia para os trabalhadores (veja Mt 18.23-28). (Em nosso idioma usamos a palavra talento para nos referirmos à habilidade que a pessoa tenha, sentido este proveniente desta parábola.) Emprestar dinheiro para ganhar juros e enterrar tesouros de moedas eram práticas comuns nessa época.

“Quando o nobre volta, cada servo o trata de 'Senhor' (kyrie). Para os leitores de Mateus conotava a divindade de Jesus. Embora todos o chamem de Senhor, nem todos são servos fiéis. Todo aquele que trabalha fielmente nos negócios do Reino é aprovado e convidado a entrar no gozo do teu senhor' (Mt 25.21,23). O servo infiel afirma que sua inação é resultado de medo do senhor, que teria ficado bravo se o servo tivesse investido o dinheiro num empreendimento improdutivo. Em vez de arriscar a perder, ele enterra o tesouro como garantia (cf. Mt 13.44). Mas ele se condena com as próprias palavras. 0 senhor o chama de 'mau e negligente servo' (Mt 25.26). Fazer o trabalho do Reino obtém abundância na consumação do tempo do fim, ao mesmo tempo que a negligência (ou a preguiça) é recompensada com a danação eterna {[...]). Jesus ensinou que a prática da justiça e do perdão graciosos de Deus são indispensáveis para a salvação última" (SHELTON, James 8. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.136).

A Origem da Nossa Moderna Palavra “Talento”.
“A definição que conhecemos de ‘talento’ como uma referência à capacidade humana é derivada desta parábola e, apesar das pessoas interpretarem o ‘talento’ como tendo uma ligação com a capacidade há muito tempo atrás, este uso da palavra não surgiu antes do século XV.”

II. INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DOS DEZ TALENTOS

1. O contexto da parábola.
A maioria dos estudiosos enfrenta dificuldade para explicar o contexto da parábola dos talentos, pois se trata de uma narrativa que expõe uma realidade econômica muito distinta da nossa. Um ou outro arriscou uma explicação dizendo que o procedimento adotado pelo senhor da parábola era uma das formas que as pessoas de posse adotavam quando se ausentavam por um longo período de tempo. No entanto, tal explicação não é o mais importante, e sim a sua mensagem.

2. Conhecendo o sistema financeiro da época.
Os estudiosos destacam ainda que embora Jesus usasse, via de regra, em suas parábolas, imagens da vida no campo, dos trabalhadores braçais e até da família, nesta o Senhor tomou exemplos do sistema financeiro, pelo fato de que, naquela época, tal sistema era um assunto corriqueiro e criticado entre as pessoas. Assim, ainda que elas não tivessem posses e fossem pobres, sabiam desse sistema e entendiam também que as pessoas que tinham muito dinheiro eram as que possuíam maiores condições de multiplicar seus bens. Uma vez que desde sempre os juros de empréstimos são elevados, certamente talvez, por isso, os servos bons e fiéis tenham atuado, eles mesmos, como banqueiros, emprestando o dinheiro a altos juros e realizando grandes negócios (v.27).

3. A motivação e o significado da parábola.
Pelo contexto escatológico em que foi contada, muito provavelmente a parábola dos talentos tem como finalidade retratar o período que abrange desde a ascensão de Jesus até sua segunda vinda e foi dirigida aos seus discípulos com o objetivo de alertá-los a ter uma vida pautada nos valores do Evangelho (Mt 25.13-15). O homem rico a quem os servos se referiram como "senhor" que iria partir é uma representação do Senhor Jesus Cristo. A viagem a um país distante se refere à sua partida para o céu, após a sua ascensão. Os servos eram, inicialmente, os doze discípulos a quem Jesus dirigiu a parábola, e num sentido mais amplo, refere-se a todas as pessoas nascidas de novo. Os talentos são os dons que o Senhor entregou aos seus servos. Inclusive, a nossa palavra “talento”, com o sentido que conhecemos, vem desse uso que o Mestre fez da expressão. A volta do senhor dos talentos seria o equivalente à segunda vinda de Cristo, enquanto a recompensa, ou o castigo, seriam uma representação do destino dos salvos e dos não-salvos (vv. 20-27). A aprovação elogiosa que o senhor fez aos servos, no seu retorno, refere-se aos galardões que se podem esperar do julgamento das obras no Tribunal de Cristo (2 Co 5.10). Já a condenação do servo que negligenciou sua responsabilidade em relação ao talento, é uma advertência contra o não uso, ou o uso indevido dos dons (vv. 28-30 cf. Mt 7.21-23).

III. USANDO A NOSSA CAPACIDADE PARA O REINO DE DEUS

1. O Senhor reparte seus talentos segundo a nossa capacidade.
A parábola dos talentos nos ensina uma grande verdade sobre o nosso potencial, isto é, a aptidão e a possibilidade que cada um possui de realizar uma tarefa. Por isso, o texto fala que a quantidade de talentos foi repartida “a cada um segundo a sua capacidade” (v.15). Deus não concede um talento a uma pessoa sem que esta tenha condições de desenvolver e nem requer de alguém uma tarefa para a qual não a tenha chamado. Qual é o seu talento? Qual é a sua capacidade? Contente-se com o seu talento, pois você o recebeu do Senhor de acordo com a sua capacidade. A esse respeito, a parábola mostra a diferença de responsabilidade, pois diferimos uns dos outros na quantidade de dons recebidos. Note que, apesar de os servos terem recebido uma quantidade diferente de talentos, que foram distribuídos de acordo com a capacidade pessoal de cada um, a recompensa pela dedicação de cada um deles à tarefa foi igual.

2. A capacitação do homem por Deus.
Desde o livro de Êxodo, a Bíblia apresenta o agir de Deus na vida de homens com a finalidade de capacitá-los para o exercício de uma atividade (35.30-35). O texto fala da capacitação divina a Bezalel e a Aoliabe, dizendo que Deus lhes deu habilidade para fazerem trabalhos manuais e engenhosos específicos, além de capacidade para criar “invenções”. Diante da grande tarefa que tinha diante de si em liderar o povo de Deus, apesar de ter sido escolhido para desempenhar tal papel, Salomão pede ao Senhor que lhe dê sabedoria (1ª Rs 3.6-9). Assim também o apóstolo Paulo reconhece, de forma humilde, que não somos “capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2ª Co 3.5). Esta é a atitude que se espera de quem realmente tem um chamado da parte de Deus: Reconhecer que a nossa capacidade vem de Deus.

3. O acerto de contas.
A responsabilidade de desempenhar uma missão na obra de Deus é de tal envergadura que a parábola que estamos estudando fala do acerto de contas dos servos de Deus, com o seu Senhor, e mostra algumas verdades interessantes. Entre elas a de que os homens podem até receber dons desiguais, mas devem desenvolvê-los e entregá-los com a mesma diligência, pois os que fizerem a vontade do seu senhor receberão a mesma remuneração (vv.21,23). De igual forma, o negligente, independentemente do quanto recebeu, pela sua maneira de lidar com o talento, também será punido (vv.28,30).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Os três servos receberam seus talentos (Mt 25.15). Cada um deles trabalharia e administraria os bens conforme a sua capacidade pessoal. Aquele senhor deixou aqueles talentos em suas mãos para serem cuidados e negociados. Não há acepção, nem discriminação. Cada qual negociaria da melhor forma possível com aquilo que recebeu para trabalhar. Cada qual deveria preocupar-se apenas com o seu trabalho e procurar fazê-lo bem. Não pode haver espaço para invejas, ciúmes e porfias entre os servos de Cristo, que são coisas típicas de pessoas carnais (Gl 5.19-21). A entrega dos talentos representava não só a confiança, mas significava o teste que provaria a fidelidade de cada um deles. Os servos de Cristo na terra, da mesma forma, são selecionados para trabalharem com os talentos recebidos, e o Senhor espera que os mesmos trabalhem e façam multiplicar os bens do Senhor. Ele chama e seleciona pessoas como quer” (CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.144).

IV. TRABALHANDO ATÉ O SENHOR VOLTAR

1. Usando os talentos segundo a nossa capacidade.
Assim como a distribuição dos bens foi proporcional à capacidade de cada um dos servos, de igual maneira, espera-se que a sua utilização obedeça à mesma regra, ou seja, os talentos devem ser usados de acordo com a capacidade de cada um. A respeito do trabalho com a expansão do Reino de Deus, o Senhor reparte talentos segundo a nossa capacidade e os requer na mesma medida, pois “a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lc 12.48b). Cientes de sua obrigação, os dois primeiros servos, não sabendo quanto tempo o seu senhor estaria ausente, tão logo ele se foi, começaram a negociar imediatamente e empregaram seus talentos, ou seja, eles negociaram e não descansaram enquanto não dobraram o que tinham recebido (vv. 20,22). Em ambos os casos os talentos foram devidamente empregados. Se o servo que recebera um talento tivesse feito o mesmo, certamente o seu desempenho seria semelhante (vv. 26,27).

2. A advertência de que haverá uma prestação de contas.
Por mais que tenha demorado, “o senhor daqueles servos” voltou e chamou-os para ajustar “contas com eles” (v.19). De modo semelhante, Cristo não nos chamou para que fiquemos ociosos, pois Ele chamará cada um a prestar contas de seu trabalho na obra de Deus (Lc 12.48b; 2ª Co 5.10). A parábola nos adverte para o fato de que recebemos algo de Cristo, ou seja, dons e talentos, com a finalidade de trabalharmos para Ele, pois a “manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1ª Co 12.7). É necessário atentar para esta verdade, pois o dia de prestar contas chegará e todos seremos examinados.

3. Recompensa no Tribunal de Cristo.
Além de ser uma responsabilidade, trabalhar no Reino de Deus é um privilégio. Os elogios que o senhor fez aos servos no seu retorno (vv. 21,23) lembram dos galardões que, como seus servos, podemos esperar no dia do julgamento de nossas obras no Tribunal de Cristo (1ª Co 3.12-15 cf. 2ª Co 5.10). Alegremo-nos com essa verdade.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Aproveite a temática da lição como um todo, mas desse terceiro tópico, m especial, para incentivar à classe a praticar o evangelismo pessoal e a falar de Cristo em todo e qualquer lugar, seja nas redes sociais ou mesmo no trabalho u na vizinhança. Estimule aqueles que têm vocação para o ensino, oferecendo a oportunidade de, nas próximas aulas, eles introduzirem ou, talvez, concluírem a lição. Dessa forma você estará contribuindo para a continuidade do ministério de ensino.

CONCLUSÃO. Uma vez que Jesus não estabeleceu uma data para a sua volta, Ele pode vir a qualquer momento (Mt 24.36; Mc 13.32; At 1.7). Todavia, sempre há tempo suficiente, antes que Cristo venha, para que os que forem servos bons e fiéis dupliquem os talentos que o Senhor lhes confiou.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

DESPERTEMOS PARA A VINDA DO GRANDE REI






TEXTO ÁUREO
“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” (Mt 24.42)

VERDADE PRÁTICA
Jesus pode voltar a qualquer momento, por isso temos de estar preparados.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 25.1-13 “Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. 2 E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas. 3 As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. 4 Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. 5 E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. 6 Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro! 7 Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. 8 E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. 9 Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. 10 E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. 11 E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! 12 E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. 13 Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir.

OBJETIVO GERAL
Ressaltar a necessidade de se estar preparado para a vinda do Grande Rei, pois ela pode acontecer a qualquer momento.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Apesar de muito conhecida, a parábola das dez virgens é uma das mais difíceis de ser interpretada. Contudo, sua mensagem principal é muito evidente: É urgente estar preparado para encontrar-se com o nosso Noivo! Independentemente do entendimento que se pode ter, escatologicamente falando, acerca das personagens dessa narrativa bem como a dificuldade de encaixá-las nesta ou naquela escola de interpretação escatológica, o aspecto do despertamento é o assunto central a ser passado. Houve uma época que essa mensagem era muito pregada e os crentes tinham temor e ansiavam pela vinda de Jesus. De um tempo a esta parte pouco se ouve acerca desse tema, portanto, aproveite a aula de hoje para destacar essa bendita esperança.

INTRODUÇÃO.
- A parábola das dez virgens ensina (|que somos responsáveis, individualmente, pela nossa condição espiritual, ou seja, estar preparado para a vinda do Grande Rei, pois ela pode acontecer a qualquer momento.
- Nessa parábola, Jesus declara solenemente a impossibilidade de sabermos o momento da sua volta, por isso, temos de estar preparados para tal acontecimento. Devemos (estar prontos para o momento em que Jesus voltar a fim de levar seu povo para o céu.
- A vinda do Senhor será uma ocasião de grande regozijo para os crentes fiéis, sendo comparada a um banquete de casamento. Desde já a coroa da justiça está guardada para “todos os que amarem a sua vinda” (2ª Tm 4.8). Infelizmente, para muitos será tempo de desengano, julgamento e desespero.

I. INTERPRETANDO A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

1. O Reino dos céus será semelhante a dez virgens.
Essa é uma das parábolas que, ao longo do tempo, já recebeu muitas interpretações por ser um texto importante, porém nada fácil de entender (Mt 25.1-13). Das diversas vezes que encontramos em Mateus a expressão “Reino dos céus” (3.2; 4.17; 5.3; 10.7; 11.12; 13.24,31,33,44 etc.), essa é uma delas em que o sentido não se refere apenas ao Reino trazido por Cristo com a mensagem do Evangelho, mas sim como sinônimo de vida eterna e de Reino plenamente instaurado (5.20; 7.21; 8.11; 11.11; 13.47-50 etc.).

A palavra “virgens” significava que eram sábias, irrepreensíveis, simbolizando os crentes cuja vida exterior era sem qualquer mancha, pois os que seguem a Cristo são chamados de "virgens" (Ap 14.4; 2 Co 11.2).

2. Duas classes de virgens.
- A Parábola das Dez Virgens é um comentário adicional sobre a Parábola dos Dois Servos (Mt 24.45-51). Note como Mateus liga as duas parábolas com o conectivo 'então' usado frequentemente por ele.

- Na parábola anterior os servos são recompensados ou condenados de acordo com o comportamento íntegro ou abusivo de cada um.

- Nesta parábola as virgens prudentes e loucas (ou sábias e tolas) são avisadas a perseverar enquanto esperam o noivo. Visto que Jesus tinha parado de condenar os líderes judeus (Mt 23.39), sua intenção tem de ser que as virgens prudentes e loucas sejam seus seguidores.

- A parábola fala que havia duas classes de virgens, ou seja, “prudentes” e “loucas” (v.2).

Prudentes. Como já foi dito, as cinco virgens prudentes simbolizam os crentes fiéis, sinceros, constantes e santos.

- Essas mulheres sinceras carregavam um “estoque” de boas obras, quebrantamento, misericórdia, e isso alimentava a chama espiritual do amor que queimava em seus corações.

- Elas não andavam na escuridão do pecado, mas brilhavam por onde passavam. Tal postura combina com o que Jesus ensinou sobre os salvos serem a “luz do mundo” (Mt 5.14).

Loucas. Já as outras cinco virgens, apesar de também serem religiosas, foram classificadas como “loucas”, pois diferentemente das primeiras que se aprovisionaram (v.4).

- Confiavam que apenas a sua religiosidade fosse suficiente para levá-las até o lugar onde o noivo estava (v.3).

- Sentindo-se seguras e autossuficientes em sua “santidade”.

- Acharam que a sua pureza bastava, mas, isso impediu que elas carregassem o óleo da unção, compaixão, amor etc.

- As cinco loucas representam os crentes mornos e nominais, sem a vestidura espiritual da justiça de Cristo (Mt 7.21- 23).

- As virgens loucas apenas seguiam uma prática religiosa (TRADIÇÕES E USOS E COSTUMES), no entanto, isso não foi suficiente para manter acesa a chama do Espírito de Deus em seus corações, pois assim como as outras, elas cansaram e adormeceram (v.5), porém, acabaram permanecendo na escuridão da religiosidade vazia (v.11).

3. O que representa o azeite.
- O azeite, através da Bíblia, é símbolo do Espírito Santo, posto que sua missão é ungir, iluminar, purificar, separar etc. (vv.3,4).

- Nesta parábola, especificamente, representa a presença permanente do Espírito Santo, aliada à fé verdadeira e à santidade necessárias à salvação (Ef 4.30).

- Portanto, ter azeite, neste caso, vai além do falar em línguas estranhas ou das manifestações de poder, pois indica a necessidade de se evidenciar o fruto do Espírito, sinal de que Ele está conosco (Mt 7.16-20; 12.33; Gl 5.22).

- Não é sem importância o fato de Jesus usar uma imagem que os profetas do Antigo Testamento identificam com o próprio Deus, sendo Israel identificado com a noiva (Is 54.5; Jr 31.32; Os 2.16). Aqui as virgens na festa de casamento ao os membros da igreja, ao passo que a festa de casamento simboliza o tempo do fim (veja também Mt 22.1-34).

4. A chegada do Noivo.
- Os cristãos primitivos viviam na expectativa do retorno de Cristo ainda em sua geração (1ª Ts 5.1-11), e todos os crentes devem assim viver, pois não sabemos em que hora tal acontecimento se dará (Mc 13.32-37).

4.1. Nesta parábola, Jesus fala a respeito de Sua chegada. (v.6).

- O Noivo (Jesus) chegará à meia-noite, ou seja, no momento em que a terra estará completamente imersa pelas trevas.

- Ao afirmar isso, Jesus declara que Ele voltará no momento em que a humanidade estiver envolvida, com maior intensidade, nas trevas do pecado (Mt 4.16; 6.23; Jo 3.19). Será nessa hora que a chama do amor de muitos se apagará, contudo, nesse momento a luz dos fiéis tornar-se-á ainda mais necessária e percebida (Mt 4.12; Jo 1.5).

- Tradicionalmente o noivo vai primeiro para a casa do pai da noiva, para finalizar o contrato e levá-la a sua casa, para a festa de casamento.

- As 'damas de honra' são uma descrição inexata das dez virgens, já que elas não estão na companhia da noiva, mas esperando o retorno do noivo à sua casa.

- As 'lâmpadas' poderiam ser tochas empapadas de óleo usadas para a procissão do casamento; por conseguinte as mulheres prudentes levam jarros de óleo para enchê-las quando necessário.

- Se as virgens prudentes compartilhassem o óleo, nenhuma delas teria luz para saudar o Senhor.

- A porta está fechada, e a exclusão da festa é final. Dada a presença da danação eterna nas parábolas paralelas constantes antes e depois desta, é claro que não está em vista uma comutação da pena. Note o paralelo com a Parábola das Bodas em Mateus 22.1-14, onde a pessoa sem roupas adequadas é expulsa da festa de casamento" (SHELTON, James 8. In ARRINGTON, French L; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2003, p.135).

II. O ARREBATAMENTO DA IGREJA É IMINENTE

1. A importância da vinda de Jesus.
- A importância da doutrina da segunda vinda do Senhor pode ser percebida pelos números que dão conta de que há mais de 1.500 referências a ela no Antigo Testamento e cerca de 300 em o Novo Testamento, sendo mencionada, apenas pelo apóstolo Paulo, cerca de 50 vezes.

- Assim, com a parábola das dez virgens, Jesus nos adverte sobre a necessidade de vivermos vigilantes, ou seja, Ele alerta para que não deixemos de amar o próximo, chama a atenção para a obrigação de fazermos o bem, vivermos em santidade e levarmos a mensagem do Evangelho, que fala da reconciliação entre Deus e os homens, através de Cristo (v.13).

2. O significado do Arrebatamento.
- Dentre as muitas promessas feitas por Jesus, destaca-se a do Arrebatamento da Igreja (Mt 24.40,41; Jo 14.3).
A palavra arrebatamento, no contexto da escatologia cristã, é procedente do verbo grego harpazõ, e significa: Arrancar, levar, tirar por força ou violência; tirar algo com rapidez e de forma inesperada, urgência que Cristo irá tirar a Sua Igreja da terra.

O arrebatamento, por conseguinte, é retirada brusca, inesperada e sobrenatural da Igreja deste mundo, a fim de que seja transportada às regiões celestes, onde unir-se-á, eterna e plenamente, com o Senhor Jesus.

O arrebatamento da Igreja marca o início do chamado “O Dia de Cristo” (1ª Co 1.8; 2ª Co 1.14; Fp 1.6; 2ª Tm 4.8).

- A segunda vinda de Jesus a este mundo será um evento que se dará em duas etapas distintas.

- Na primeira fase, Jesus virá secretamente para arrebatar sua Igreja, composta pelos santos ressuscitados e dos vivos transformados, todos serão imediatamente trasladados para o céu por Jesus (Jo 10.28,29; 1ª Ts 4.16,17).

- O arrebatamento terá Lugar nas nuvens e somente os salvos o perceberão (1ª Co 15.51,52; 1ª Ts 4.13-17).

- Na segunda fase, Jesus voltará com a sua Igreja glorificada, rodeado de glória e poder, descendo sobre o Monte das Oliveiras, ou seja, virá publicamente, pois todo o mundo o verá (Mt 25.31-46; Jd 14,15; Ap 19).

3. Quando se dará o Arrebatamento. Entre as duas fases da segunda vinda de Cristo, haverá um período de sete anos conhecido como a Grande Tribulação (Dn 9.25-27; Mt 24.21,22; Ap 7.13,14).

3.1. A Igreja será arrebatada antes deste período que antecederá a ira de Deus (Ap 3.10). A esse ensino bíblico-escatológico, dá-se o nome de Pré-Tribulacionismo.

- De acordo com o que foi ensinado na parábola das dez virgens, é inconcebível que Deus permita que os redimidos passem pela Grande Tribulação, que culminará com o derramamento da ira santa sobre a civilização pecadora (Ap 15.1).

- Vimos que todas as dez virgens (as prudentes e as loucas) foram surpreendidas com a chegada inesperada do noivo (vv.5- 7), indicando que a parábola das dez virgens refere-se a crentes vivos - fiéis e infiéis-, antes da Grande Tribulação.

- A chegada do noivo se deu repentinamente, assim como Jesus também voltará de forma inesperada (Mt 24.36,44; Ap 22.12a). Por essa razão, devemos estar preparados, com vestes brancas, porque a volta do Senhor ocorrerá na hora em que menos imaginamos.

III. UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO E DE SANTIDADE

1. Prontidão e santificação.
- A parábola das dez virgens ressalta o valor de cada cristão estar pronto e com a vida:
Santificada, isto é, vivendo de forma separada das coisas profanas;

Consagrando a vida a uma única coisa - agradar ao seu Noivo, o Senhor Jesus (Ap 19.7).

- Os principais conceitos relacionados à santificação são a separação daquilo que é pecaminoso por um lado, e, por outro, a consagração àquilo que é justo e que está de acordo com a vontade de Deus (Lv 19.2; Rm 6.19,22; 2 Go 6.14; Ef 5.3; 1ª Ts 5.23; 1ª Pe 1.15).

2. Estar cheio do Espírito Santo é um estilo de vida.
- Viver na plenitude do Espírito Santo é a maior necessidade para a nossa vida hoje, mas ninguém pode ser cheio do Espírito Santo de Deus se não adotar um estilo de vida santo.

- Santidade é o caminho para receber o poder do Espírito Santo (Lc 1.28,30).

- A santificação, em contraste com a justificação, que ocorre no momento da conversão a Cristo (Rm 6.4-23), é um processo progressivo que perdura por toda a nossa vida, pois enquanto aqui estivermos, somos pecadores regenerados que precisamos do trabalho diuturno do Espírito (Rm 8.1-17; 2ª Co 3.18; 2ª Pe 3.18).

- Deus tem grande alegria em ver que os seus filhos procuram viver em santidade, cheios do Espírito Santo, abundantes nos dons visando edificar a Igreja, fazendo discípulos e cuidando bem de cada pessoa. Por isso, cabe a cada um a seguinte reflexão: O meu estilo de vida agrada a Deus?

3. Andando em santidade para com todos.
- No intuito de vivermos uma vida santa e cheia do Espírito Santo, devemos quebrantar o coração, tornando-o completamente consagrado, dedicando-o a Deus e ao seu trabalho (Rm 8.14; Ef 5.18).

- Nosso compromisso é agradar ao Senhor, andando em santidade, de maneira fiel e leal a Deus, à família, à igreja, ao nosso pastor, aos irmãos de fé (Hb 12.14).

- Não podemos perder de vista que a promessa de uma vida plena e cheia do Espírito Santo é para todos os filhos de Deus, portanto, para todos nós hoje (At 2.38,39).

- A mensagem da parábola das dez virgens é um convite a buscarmos ter uma vida de santidade e cheia do Espírito Santo.

CONCLUSÃO. Assim como as virgens prudentes, devemos estar com nossas lâmpadas cheias para irmos ao encontro do noivo! Que nossas lâmpadas possam estar sempre acesas. Para isso, elas devem estar cheias de azeite. Devemos estar vigilantes contra toda a ação de Satanás que tentará por todos os meios desviar a nossa atenção da realidade do arrebatamento da Igreja (Ef 5.14). Que possamos estar de prontidão para a vinda do nosso Noivo. Não é tempo de ficarmos prostrados e sim atentos para ouvir a voz de Deus (Mt 26.41).

“Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de improviso, não vos ache dormindo. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai!” (Mc 13.35-37).
“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.27).