TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

COMO RECONHECER O FALSO PROFETA



Mateus 24.24 “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”.

Marcos 13.22 “pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos”.

A Igreja tem enfrentar perigos e sofrimentos ameaças as mais diversas as mais diversas ao longo da sua história. No princípio Satanás usou os governantes, principalmente os imperadores romanos, com o fito de destruir a Igreja. Nesse período da história, a começar com o martírio de Estevão (At 7.59), milhares de fiéis discípulos de Jesus foram mortos por causa da fé que professavam. Deus, porém, reverteu os intentos do Diabo, transformando as perseguições numa das principais causas do triunfo da igreja. Os próprios imperadores, patrocinadores das perseguições à Igreja, foram forçados a constatar que o sangue dos cristãos que ensopava a areia das arenas, era como semente lançada em terra fértil. Suncubia um cristão fiel e isto se transformava em elemento germinador de novos cristãos.

Vendo frustados os seus intentos de destruir a Igreja por meio da perseguição, Satanás lança mão doutra arma, segundo ele desta vez infalível. Ele semeou o joio das heresias e enganos no meio do trigal (Mt 13.39).

[....] Os falsos profetas existem desde o tempo do Antigo Testamento como agentes que procuram contrapor os profetas e ministros legítimos. São também chamados de falsos apóstolos e de obreiros fraudulentos. Como agentes de Satanás conseguem transfigurar-se “em ministros da justiça” (2ª Co 11.15) e vivem da aparência. Muitas vezes têm o apoio da população (Lc 6.26, outros são até conselheiros de governantes. Trata-se de líderes religiosos encarregados pelo Príncipe das Trevas para desencaminhar o povo da verdade. Seus descendentes ainda estão por aí, mas como identificá-los?

Quando alguém se posicionava como profeta de Deus em Israel, o povo ficava atento à sua palavra, pois o não cumprimento dela era de que Deus não o enviou e o tal era tido pela população como falso profeta. Esse era o teste estabelecido na Lei de Moisés, em Deuteronômio 18.20-22. Ainda hoje, ele é usado como instrumento aferidor para identificar a procedência espiritual de um profeta. Com base nesse modelo, os apologistas costumam julgar aqueles que se dizem profetas e ministros de Deus [EZEQUIAS SOREAS Mensageiro da paz. Janeiro 2007. P. 16].

Nos livros dos Evangelhos Jesus advertiu 14 vezes seus discípulos contra os falsos profetas, e, nas epístolas dos apóstolos, o cristão é exortado a provar seus ministros se são de Deus ou não (1ª Jo 4.1).

A Bíblia Sagrada nos dá esse direito de provar se os profetas são de Deus ou não. De fato, uma mensagem pode vir de Deus, através do Seu Espírito Santo, ou do diabo, através dos falsos profetas, ou seja, anticristos (cf. 1ª Jo 2.18). A seguir, vejam-se algumas regras para distinguir o verdadeiro do falso profeta:

  1. Devemos verificar o caráter da pessoa, verificando se há nela manifestação dos frutos do Espírito (amor, bondade, benignidade, longanimidade, alegria, paz, fidelidade, mansidão, domínio próprio), se vive uma vida sincera e pura diante de Deus.
  2. Discernir até que ponto a pessoa se baseia na Bíblia, tanto em relação aquilo que prega, como sua conduta quotidiana. Isto é fundamental.
  3. Verificar a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Se administra todos os assuntos financeiros com integridade, responsabilidade e transparência. É por isso que Paulo ensina a seu filho Timóteo, dizendo que o bispo não deve ser avarento (1ª Tm 3.3).
  4. O falso profeta não incentiva seus seguidores ao estudo correto da Bíblia Sagrada, escola bíblica ou algum curso básico da Palavra de Deus, para que estes não venham conhecer a verdade. Por isso o grande mestre Jesus, preparou Seus discípulos em toda a verdade. Pois Ele mesmo diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Mas o que é a verdade? Para que Seus discípulos entendessem o que realmente era a verdade Jesus responde dizendo: “... a Tua Palavra é a verdade” (João 17.17). O Diabo através dos falsos profetras, procura esconder a verdade para que os homens não tenham pleno conhecimento, pois, sem o conhecimento da Palavra de Deus, é mais fácil dominar o povo.
  5. O falso profeta da atualidade usa como ensino as das tradições e dogmas, (doutrina de homens) como se fossem doutrinas de Deus e usam-na como meio de salvação.
  6. Provoca polêmica doutrinária quando sua doutrina pessoal é ameaçada.
  7. Procede a uma interpretação extravagante pessoal, subjetivista, arbitrária e particular de certos textos bíblicos.
  8. Pratica pouca ou nenhuma leitura da Bíblia.
  9. Exerce atividade proselitista independente, e sem um apoio de um ministro competente.
  10. Manifesta-se com uma religiosidade neurótica, de forma que o conhecimento bíblico se apresenta inadequado, desproporcional, ansiogênico e conflitual, a partir de uma concepção teológica pessoal e arbitrária, concorrendo paralelamente à intrusão bíblica, porém distanciado do Evangelho de Cristo.
  11. Faz da Igreja de Cristo uma empresa como se fosse dele, sem buscar idéias e ajuda do seu ministério.
  12. Coloca sua igreja como único meio de salvação.
  13. Preocupa-se demasiadamente com sonhos, visões e novas revelações e deixa a Palavra de Deus de lado.

Apesar de tudo que o cristão fiel venha fazer para avaliar a vida e o trabalho dos falsos profetas, eles não deixarão de existir nas igrejas, permanecendo, ás vezes, com ajuda de Satanás, de forma oculta, até que Deus os desmascare e revele aquilo que realmente são.

I.         OS FALSOS PROFETAS SOB A PERSPECTIVA DE PEDRO


“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (2ª Pe 2.1-3).

O apóstolo Pedro, bem como os apóstolos João, judas e Paulo, pelos olhos do Espírito Santo, previram dias sombrios quanto ao futuro da Igreja. Estes apóstolos do Senhor Jesus Cristo vislumbraram o surgimento dos falsos profetas e o estrago espiritual que eles causariam no meio do rebanho do Senhor.

Quanto ao surgimento dos falsos mestres nos arraiais cristãos, previu o apóstolo Pedro: “entre vós surgirão falsos mestres” (v.1).Quanto ao que eles farão e o que lhe sucederá, diz o apóstolo que:

a.       Eles introduzirão encobertamente heresias de perdição no meio do rebanho (v.1).
b.       Eles negarão o Senhor que os resgatou (v.1).
c.       Eles sofrerão repentina perdição (v.1).
d.       Muitos seguirão as suas dissoluções (v.2).
e.       Eles blasfemarão o caminho da verdade (v.2).
Farão negociata envolvendo o povo de Deus como se esse fosse objeto e negócio de venda (v.3).

II. COMPARANDO JUDAS E 2 PEDRO
Uma leitura atenta dos dois capítulos permitirá ao próprio leitor deixar-se convencer pelo argumento de que uma carta é uma espécie de espelho da outra. Não que e Pedro inteira seja a mesma coisa de Judas – mas só o capítulo dois da carta. E, mesmo assim, não se trata de uma mera cópia. Teremos oportunidade de ver que 2ª Pd 2, reescreveu Judas para limpar, digamos assim, na sua ótica, a carta primitiva.

Antes vamos analisar as duas cartas:

Judas
2 Pedro 2
Falsos profetas infiltram-se na comunidade
v. 3-4
v. 1
“Houve” falsos profetas, e haverá mais
Os falsos profetas negam Jesus Cristo
v. 4
v. 1
Os falsos profetas negam o Senhor
Os falsos profetas estão atrás de seus próprios interesses
v. 12.19
v. 3
Os falsos profetas fazem da comunidade “negócio”
Os anjos rebeldes foram aprisionados
v. 6
v. 4
Os anjos rebeldes não foram poupados
Sodoma e Gomorra foram castigadas
v. 7
v. 6-9
Sodoma e Gomorra foram castigadas
Os falsos profetas convertem a graça em pretexto de licenciosidade
v. 4.8
v. 10
Os que seguem a carne, entregando-se a paixões imundas
Os falsos profetas desprezam as Autoridades (= kurio,thta – kurioteta) e injuriam as Glórias (= do,xaj – doxas)
v. 8
v. 9b-10
Os falsos profetas desprezam as Autoridades (= kurio,thtoj – kuriotetos) e blasfemam contra as Glórias (=do,xaj – doxas)
O comportamento de Miguel para com o diabo diante do Senhor
v. 9
v. 11
O comportamento dos anjos para com as Glórias diante do Senhor
Os falsos profetas são considerados ignorantes e comparados a animais irracionais
v. 10
v. 12
Os falsos profetas são comparados a animais irracionais, e considerados ignorantes
Os falsos profetas estão marcados para a sentença
v. 4
v. 12
Os falsos profetas estão destinados às prisão e à morte
Os falsos profetas são escolhos nos ágapes da comunidade
v. 12
v. 13
Os falsos profetas deliciam-se nos banquetes da comunidade
A comunidade deve tentar convencer os hesitantes
v. 22
v. 14
Os falsos profetas estão atrás de almas vacilantes
Os falsos profetas são como Balaão
v. 11
v. 15-16
Os falsos profetas agem como Balaão
Os falsos profetas são como nuvens sem água
v. 12
v. 17
Os falsos profetas são como fontes sem água

O tema da carta são os falsos profetas que se apresentam no meio da comunidade. Segundo Judas e 2ª Pd 2, deve-se preservar deles – assim como 1ª Jo defendia a preservação contra os anticristos. Mas que mensagem pregam?

III. OS FALSOS PROFETAS EM CONTEXTO 

Trata-se de uma espécie de mensagem gnóstica – ainda provavelmente relacionada à doutrina docetista de um Jesus Cristo fantasma. Penso assim por conta das reiteradas vezes em que os termos relacionados a paixão e licenciosidade aparecem em Judas e são recuperados em 2ª Pd 2. Em Judas: v. 4, 8, 16, 18, 22; em 2ª Pd 2.2-20. Além disso, (quase) todos os exemplos de castigos, de uma forma ou de outra, estão relacionados à ideia do pecado relacionado à carne (= sexualidade [relacionado ao gnosticismo]): os anjos que deixaram sua morada (Jd 6; 2ª Pd 2.4; cf. Gn 6.2-4); Sodoma e Gomorra e a tentativa de violação dos anjos (Jd 7; 2ª Pd 2.6-9; cf. Gn 19); Balaão e o caso das prostitutas sagradas (Jd 11; 2ª Pd 2.15-16; cf. Nm 22).

Pedro está combatendo a inclinação da carne – luxúria e práticas religiosas relacionadas a exercícios sexuais. Práticas assim eram comuns na antiguidade, inicialmente por conta das religiões de fertilidade, onde a relação sexual era encarada como simpática em relação à fertilidade das plantações. Contudo, o elemento especificamente gnóstico das práticas sexuais denunciadas em Judas e 2ª Pd 2. decorre da recorrente referência aos anjos – mas eu não estaria em condições de dizer se se tratavam de práticas religiosas sexuais em que se pressupunham a participação de anjos (cf. a lição seguinte), ou se se tratava de uma consideração da própria existência do crente, liberto da carne pelo conhecimento entregue por Jesus.

Para eles, Jesus fazia parte do sistema de conhecimento religioso desses falsos mestres (cf. Jd 4), como uma existência à semelhança dos anjos. O fato é que não se tratava de doutrinas teóricas, mas de propostas de relacionamentos resinificados  caracterizados por uma dissolução da temperança e dos padrões de contingência sexual. Podemos entrever um caminho entre as referências aos anticristos que negam que o Senhor veio em carne, em 1ª João, e esses falsos mestres que, dando azo à doutrina, criam ocasião para pregar a dissolução dos costumes e/ou a prática da licenciosidade sexual em contexto religioso. É provável mesmo que cristãos das comunidades a que 2ª Pd 2 se dirige tivessem saído de outras comunidades religiosas dadas a tais práticas (cf. 2 Pd 2.21-22).

Parece correto afirmar que a carta 2ª Pedro e a carta de Judas têm relações muito próximas. Tratam do mesmo tema, e sob a mesma perspectiva. Estão ambas preocupadas com a questão da verdade nos relacionamentos cristãos.


Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
BlumeNua - SC

FONTE DE PESQUISA:

1.   EZEQUIAS SOARES. Mensageiro da paz. Janiro de 2007. Editora CPAD - Rio de Janeiro, RJ.
2.RAIMUNDO FERREIRA DE OLIVEIRA, lição bíblica 1º trimestre de 1986, CPAD, Rio de Janeiro RJ.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

OS FALSOS MINISTROS FALSIFICAM A PALAVRA DE DEUS



“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus” (2ª Co 4.1-5).

A palavra adulterar no gr. dolow doloo, significa: apanhar numa armadilha; corromper, adulterar.

A Bíblia é a verdade (Jo 17.17), a Palavra do Eterno Criador e a nossa única regra de fé, portanto ela não deve ser interpretada ao nosso bel prazer. Quando ensinamos com aberrações e enganos, estamos adulterando, corrompendo e falsificando o genuíno Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

A primeira vestimenta de um ministro de Deus é estar cingido da verdade. E a segunda é couraça da justiça.

“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça” (Ef 6.14).

A palavra verdade no gr. aletheia, significa a verdade em qualquer assunto em consideração; que é verdade em coisas relativas a Deus e aos deveres do ser humano, verdade moral e religiosa; em verdade, de acordo com a verdade; a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e a execução de seus propósitos através de Cristo, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente as superstições dos gentios e as invenções dos judeus, e as opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos; verdade como excelência pessoal; sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano, sofisma.

Cegar no gr. tuphloo, que significa obscurecer a mente; embotar o discernimento mental. Como alguém que coloca uma venda nos olhos para não poder ver.

O deus deste século (Satanás) vedou, cegou, obscureceu o entendimento (a mente) dos seus ministros para que lhes não resplandeça a luz do evangelho. Por está razão o diabo usa seus ministros para enganar e corromper o Evangelho de Jesus para que não resplandeça a luz da Verdade.

Quando um ministro adultera o sentido da Palavra ele está deixando de ser verdadeiro, ou seja, ele não ensina a verdade segundo a Bíblia. Se ele prega seus sermões alterando, sem o verdadeiro sentido da Palavra; ele passa ser um mentiroso. E para estes a Bíblia é clara ao dizer que serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).

Uma das armas que o diabo usa através dos falsos ministros é a proibição do estudo sistemático da Bíblia. Qualquer pregador que despreza a hermenêutica bíblica é presa fácil para Satanás. Um pregador qualificado é difícil de se enganar. Mas o desqualificado está sem conhecimento e preparo. E sem o bom conhecimento o pregador pode mudar o verdadeiro sentido da Palavra de Deus e assim tornar um adúltero no sentido bíblico.


“Mas os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que as suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus” (João 3.21).

“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence à glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (1ª Pe 4.11).

Os dons são concedidos por Deus, não para vantagem pessoal, mas para cumprir Sua vontade no benefício de todos. Os oráculos de Deus (Rm 3.2; At 7.38) referem-se às Escrituras. No sentido aqui seria: “Fale como se as palavras fossem de Deus”, e seja Deus glorificado e não o homem.

“Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2ª Co 2.17).

“Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2ª Co 4.2).

Sempre que o homem começa a escutar a si mesmo e deixa de escutar a Deus, sua versão da mensagem cristã ficará distorcida e inadequada. Sempre que se esquece de testar suas idéias e seus conceitos pela Palavra e pelo Espírito de Deus, produzirá uma versão da mensagem cristã que é sua e não de Deus. Se continuar fazendo assim, é bem possível que acabará amando mais seu próprio sistema do que a verdade de Deus.


Embora não cabe a nós separar o joio do trigo, mas cuidar do rebanho de Cristo contra os falsificadores da Palavra de Deus, é missão de um verdadeiro líder.

Dessa forma, o nosso compromisso com a verdade absoluta que é, e está na Palavra de Deus, não pode ser deixado de lado.

Se complementando entre si, a graça e o conhecimento formam bons soldados na fé, mas quando separados pelo manto da ignorância, o conhecimento pode passar a ser alimento de lobos, e a graça torna-se anêmica.

O falso líder tende a isolar as ovelhas de Cristo do alimento sólido que é a Palavra do Criador, ao mesmo tempo suprem o ego de seus seguidores com soberba e hipocrisia.


Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

MINISTROS QUE SE TRANSFIGURAM EM ANJOS DE LUZ



 “Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que buscam com intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em que se gloriam. Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2ª Co 11.12-15).

Os falsos profetas existiam desde o tempo do Antigo Testamento como agentes que procuram contrapor os profetas legítimos. São chamados também de falsos apóstolos e de obreiros fraudulentos. Como agentes de Satanás, conseguem transfigurar-se “em ministros da justiça”, e vivem de aparência. A Bíblia diz que esses ministros e líderes enganosos são pessoas que são capacitadas por Satanás, para enganar os incautos na fé, pois o próprio Satanás conhece toda a Palavra de Deus e, por isso, os ensina-a, com adulteração e com heresias, acrescentando, assim como o fez na tentação de Jesus em Mateus 4.6.

Muitas vezes estes têm o apoio da população (Lc 6.26). Trata-se de líderes religiosos encarregados pelo príncipe das trevas para desencaminhar o povo da verdade. Seus descendentes ainda estão por aí, mas como identificá-los?

Nem sempre é possível distinguir o produto falso do verdadeiro apenas pela embalagem, mas pelo seu conteúdo. “O que é falso sempre ganha visibilidade, pois segundo Jesus, eles serão identificados pelos frutos, ou seja, pelo conteúdo, e não pela aparência: “a arvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus”. É, pois, necessário compreender o que ele está dizendo com a expressão: “Por seus frutos os conhecereis”. Será que Jesus falava de uma vida piedosa? Há muitos piedosos e, em sua ignorância, apesar da honestidade e boa conduta, são adeptos de religiões falsas e de seitas sectárias.

Paulo, como qualquer autêntico pregador, sempre estava alerta para desmascarar quem quisesse atacar o Evangelho. Paulo revela agora aquilo que realmente seus oponentes são. Ele descreve seus antagonistas da seguinte maneira: 1. Seu caráter: falsos apóstolos. 2. Seu método: obreiros enganadores.

Tal coisa era de esperar, porque o próprio Satanás constantemente se disfarça em anjo de luz. Logo, seus servos farão o mesmo.

Estes ministros:

a. Dão à impressão de realizarem grandes coisas na obra de Deus (v. 15; Ap 13.13).

b. Pregam mensagens evangélicas atraentes (v.12 1ª Tm 4.1).

c. Aparentam ser pessoas santas, mas, na realidade, rejeitam a piedade e negam a sua eficácia (2ª Tm 3.5).

Esses obreiros se disfarçam em “apóstolos de Cristo” (v.13) e “ministro da justiça” (v.15). Dessa maneira, imitam os verdadeiros ministros e colocam na sua mensagem toda “aparência de piedade” (2ª Tm 3.5). Parecem sinceramente solícitos e amorosos, e falam em perdão, paz, felicidade, fraternidade santidade e muitas outras coisas construtivas, mas vivem sob influência de Satanás. O evangelho deles é, segundo o raciocínio humano, e não uma interpretação verdadeira da revelação de Deus, como temos nas Escrituras (cf. Gl 1.6-7; 1ª Pe 2.1-3). A sua mensagem não é segundo a doutrina apostólica do Novo Testamento (1ª Jo 4.1).

Todos os crentes devem precaver-se desses ministros e líderes enganosos (Mt 7.15; 16.6) e não devem se deixar levar pelo carisma deles, nem por sua eloqüência, preparo, milagres, altas estatísticas ou mensagem popular. Todos os líderes religiosos devem estar em conformidade com a Palavra de Deus e sem contrariá-la. Se não estiver em conformidade, Paulo chama-os de anátema. (ver Gl 1.9).

As mensagens do apóstolo Paulo não se restringem apenas aos judaizastes de sua época, mas também aos fariseus e legalistas da atualidade, e isso vale para as seitas e também para os neopentecostais que pervertem o conceito bíblico do cristianismo e, assim, procuram transformar o cristianismo numa seita legalista e impedir a pureza e o crescimento da verdadeira igreja.

A nossa visão do Evangelho é neotestamentária e despida de tradição, formalismo e ritualismo. A reta conduta cristã é fruto da salvação e não condição. O que nos torna aceitos diante de Deus é nossa fé em Jesus e não as nossas obras (Is 64.6), somos salvos mediante a graça de Deus conforme (Ef 2.8-9; Tt 3.5).

Paulo apóstolo do Senhor, também era julgado pelos oponentes de Cristo. Paulo ensinava aos coríntios que deviam olhar para além da aparência do homem exterior. Ele tem muita autoridade apostólica, mas, autoridade para ajudá-los e edificá-los. Quanto aos seus oponentes, Paulo os trataria de maneira diferente.

Os falsos mestres recomendavam-se a si mesmo, ou seja, eles colocavam-se acima das Escrituras e no lugar de Deus. Paulo, porém, evitava fazer isto. Ele afirma que o Senhor é mesmo o “recomendou” através da sua aceitação pela igreja de Corinto, fruto do seu ministério (1ª Co 11.13-14). Ao contrário de seus oponentes, Paulo se propõe a não semear em campo alheio, preferindo campos onde ninguém semeou antes. Assim agindo, Paulo mostra preferir o louvor do Senhor que o compromissou, não se preocupando com o que os homens pudessem pensar dele (1ª Co 11.15-16).

O que precisamos fazer é olhar através das lentes da Escrituras para a atitude de Deus quanto à retaliação, como visto. Não tente controlar todo mundo. Você não pode lidar com esse tipo de autoridade. Vai descontrolar-se. Entregue a Deus suas represarias pessoais, seus sentimentos de retaliação. Peça a Ele para capacitá-lo a ter domínio próprio.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

OS FALSOS MESTRES USAM VERSÍCULOS ISOLADOS


“A estratégica de certos ministros, para introduzir suas próprias idéias e justiça, é usar versículos isolados para intimidar os seus seguidores.

I.        NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS



“Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas” (Sl 105.15).

[...] A frase bíblica “Não toqueis nos meus ungidos” (Sl 105.15) tem sido empregada para os mais variados fins. Maus obreiros e falsos profetas se valem dela para ameaçar seus críticos; crentes mal orientados usam-na para defender certos “ungidos”; e outros ainda a empregam para reforçar a ideia de que não cabe aos servos de Deus julgar ou criticar heresias e práticas anti-bíblicas.

As palavras “toqueis” e “maltrateis” pelo contexto refere-se única e exclusivamente a um dano físico a alguém. Portanto, o Salmo 105.15, como texto isolado, não impede em absoluto ninguém de questionar os ensinos dos auto proclamados homens ou mulher de Deus.
A expressão neste Salmo, não foi dada para proteger desvios doutrinários e muito menos heresias e barbaridades.

A palavra hebraica gsn nasag – pode ser traduzida em diferentes formas, tais como: “alcançar”, “ferir”, “tocar”.

O verbo tem o sentido de estender a autoridade sobre alguém, reivindicando tal pessoa como sua ou infringindo-lhe um golpe (Jr 4.10, 18; Jo 1.19; 5.19). Deus proíbe que as pessoas atinjam Seus profetas (1ª Cr 16.22), Seu povo (Zc 2.8) ou Sua herança (Jr 12.14). Estes santos lhe pertencem. Aqueles que Deus escolhe para o ministério (Ef 4.11), são escolhidos para trazer o crescimento espiritual para igreja, mas não para manipular a Palavra de Deus como esta fosse um livro qualquer.

Quando Paulo andou na terra, havia muitos “ungidos” ou que aparentavam ter a unção de Deus (2ª Co 11.1-15; Tt 1.1-16). O imitador de Cristo nunca se impressionou com a aparência deles (Cl 2.18, 23). Por isso, afirmou: “E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram” (Gl 2.6).

Aparência, popularidade, eloquência, títulos, status, anos de ministério... Nada disso denota que alguém esteja sob a unção de Deus e imune à contestação à luz da Palavra de Deus. Muitos enganadores, ao serem questionados quanto às suas pregações e práticas anti-bíblicas, têm citado a frase em análise, além do episódio em que Davi não quis tocar no desviado rei Saul, que fora ungido pelo Senhor (1ª Sm 24.1-6). Mas a atitude de Davi não denota que ele tenha aprovado as más obras daquele monarca.

Se alguém, à semelhança de Saul, foi um dia ungido por Deus, não cabe a nós matá-lo espiritualmente, condená-lo ao inferno. Entretanto, isso não significa que devamos silenciar ou concordar com todos os seus desvios do evangelho (Fp 1.16; Tt 1.10-11). O próprio Jônatas reconheceu que seu pai turbara a terra; e, por essa razão, descumpriu, acertadamente, as suas ordens (1º Sm 14.24-29).

O texto deste Salmo, em nenhum sentido proíbe o juízo de valor, o questionamento, o exame, a crítica, a análise bíblica de ensinamentos e práticas de líderes, pregadores, milagreiros, cantores, etc. Até porque o sentido de “toqueis” e “maltrateis” é exclusivamente quanto à inflição de dano físico.

É claro que a Bíblia apóia e esposa o pensamento de que o Senhor cuida dos seus servos e os protege (1ª Pe 5.7; Sl 34.7). Mas isso se aplica aos que verdadeiramente são ungidos, e não aos que parecem, pensam ou dizem sê-lo (Mt 23.25-28; Ap 3.1; 2.20-22). Afinal, “O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade” (2ª Tm 2.19).

Quem são os verdadeiros ungidos, os quais, mesmo não se valendo da frase citada, têm de fato a proteção divina, até que cumpram a sua vontade? São os representantes de Deus que, tendo recebido a unção do Santo (1ª Jo 2.20-27), preservam a pureza de caráter e a sã doutrina (Tt 1.7-9; 2.7,8; 2ª Co 4.2; 1ª Tm 6.3,4). Quem não passa no teste bíblico do caráter e da doutrina está, sim, sujeito a críticas e questionamentos (1ª Tm 4.12,16).

Infelizmente, muitos líderes, pregadores, cantores e crentes em geral, considerando-se ungidos ou profetas, escondem-se atrás do bordão em análise e cometem todo tipo de pecado, além de torcerem a Palavra de Deus. Caso não se arrependam, serão réus naquele grande Dia! Os seus fabulosos currículos — “profetizamos”, “expulsamos”, “fizemos” — não os livrarão do juízo (Mt 7.21-23).

Portanto, que jamais aceitemos passivamente as heresias de perdição propagadas por pseudo-ungidos, que insistem em permanecer no erro (At 20.29; 2ª Pe 2.1; 1ª Tm 1.3,4; 4.16; 2ª Tm 1.13,14; Tt 1.9; 2.1). Mas respeitemos os verdadeiros ungidos (Hb 13.17), que amam o Senhor e sua Santa Palavra, os quais são dádivas à sua Igreja (Ef 4.11-16).

Quanto aos que, diante do exposto, preferirem continuar dizendo — presunçosamente e sem nenhuma reflexão — “Não toqueis nos meus ungidos”, dedico-lhes outro enunciado bíblico: “Não ultrapasseis o que está escrito” (1ª Co 4.6, ARA). Caso queiram aplicar a si mesmos a primeira frase, que cumpram antes a segunda [ZIBORDI Ciro. Diponível: http://cirozibordi.blogspot.com/2008/07/no-toqueis-nos-meus-ungidos.html - acesso dia 07/09/2009].

II.     OBEDECEI VOSSOS GUIAS

“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” (Hb 13.7). “Obedecei aos vossos guias, e sede submissos para com eles” (Hb 13.17).

Os cristãos hebreus são exortados a tomar como exemplos os originais pregadores que primeiramente lhe pregaram o evangelho. Eles desapareceram (“cf. o fim”), mas Cristo, Deus e homem, não fica sujeito às mudanças causadas pela passagem do tempo (1.12; 7.12). Portanto, o escritor aos hebreus, adverte a seguirem os ensinos deixados pelos apóstolos em contraste com os ensinos heréticos.

Vossos guias são líderes pastores atuais (cf. 7, 8), que irão prestar conta das vossas almas no tribunal futuro. A responsabilidade do ministro deve ser severa em relação a ortodoxia bíblica, pois pesa essa responsabilidade em seus ombros. Porém, ele não tem este direito de usar versículos para difundir suas regras como meio de salvação, pois assim ele estaria fazendo o papel de um fariseu.

Entretanto em muitas igrejas não procede assim. Sei de muitas jovens que hoje vivem longe de suas igrejas e totalmente indiferentes á mensagem do evangelho porque sofreram exclusões e disciplina pública por esquisitice de seus líderes. Em determinadas igrejas, raramente o sermão expõe a Bíblia, pois quase sempre começa com um versículo e acaba tratando do que pode e do que não pode. Deviam estar preocupados com o número de pessoa que sai pela porta dos fundos de suas igrejas, rejeitado e odiando o cristianismo, devido a esse rigor acético, sofista e legalista sobre usos e costumes.

Usar um versículo isolado para colocar um fardo pesado (Mt 23.4), quando não aliena, gera a hipocrisia. Existem muitos que se acomodam ao sistema religioso e mostram-se coerentes com as exigências do pastor somente quando estão na igreja. Longe da fiscalização religiosa, porém vivem noutra realidade. Este largo contingente de evangélicos conseguiu desenvolver uma duplicidade comportamental. Na esfera privada agem e convivem com mais liberdade, brincam e riem, vestem-se de acordo com o ambiente. Mas, quando vão à igreja, passam por uma metamorfose impressionante. Assumem um rigor acético. Agem dentro do ambiente religioso de acordo com os códigos impostos pela liderança, mas com revolta. A cada palavra dita no púlpito, haverá sempre um árduo exercício de decodificação. Como defesa desprezam os sermões legalistas que ouvem. O jugo apregoado não lhes diz respeito. Vivem umas espécies de hipocrisia involuntária, que os agride. Neste caso tanto os legalistas como os hipócritas serão rejeitados por Deus.

Quase que invariavelmente a conversa durante qualquer refeição entre amigos pertencentes a estas igrejas gira ao redor de uso e costumes. As criticas ao sermão do pastor são sempre ácidas. O rigoroso discurso de alguns líderes hoje mal sabe eles, faz parte do cardápio dos encontros entre os membros de suas igrejas e de seu ministério e até colegas de ministério. Estes líderes morreriam de vergonha se soubessem o que comentam sobre eles, e em que situação eles são visto nessas conversas: como ridículos fariseus.

Algumas igrejas evangélicas atribuem o crescimento de suas igrejas ao rigor acético de usos e costumes. Eles acreditam que sua denominação cresceu porque era rigorosa neste item, e não como resultado exuberante atuação do Espírito Santo que capacitava e ungia os crentes para o mandato evangelístico. Esse grupo só não atrasa o processo cultural da denominação, como é responsável pela estagnação do seu crescimento. Para cada 10 convertidos, quantos saem sem suportar o pesado jugo legalista e farisaico?

A igreja primitiva cresceu porque havia temor, oração e estudo da Palavra (At 2.42-46). Mas hoje quase não se ora, e existe pouco estudo da Palavra. Dentro das igrejas existem mais apresentações do que adoração. Os líderes perderam o temor e muitos servem mais de escândalos do que benção. O crescimento da igreja só virá se o líder tiver uma vida de oração, estudo da Palavra e temor de Deus. Se ele não possui esses requisitos, a igreja ficará estagnada, ou reduzirá ao pó.

III.  “EIS QUE O OBEDECER É MELHOR QUE SACRIFICAR” (1ª Sm 15.22).

As palavras de Samuel, no capítulo 13, são um aviso do julgamento e uma oportunidade para Saul se arrepender. No capítulo 15, vemos que Saul sem dúvida não se arrepende, mas persiste em sua desobediência. Assim, as palavras de Samuel neste capítulo dizem respeito à remoção de Saul de seu cargo, mesmo que isto ocorra alguns anos mais tarde. É exatamente isto que Samuel deixa claro para Saul no versículo 29: “Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa”.

Saul procura desculpar sua desobediência afirmando que pretende usar os animais poupados para oferecer sacrifícios a Deus. Samuel não aceita suas desculpas. Nos versos 22 e 23, ele estabelece um princípio que será adotado diversas vezes pelos profetas posteriores, por nosso Senhor e por Seus apóstolos. O princípio é afirmado tanto no sentido positivo quanto no sentido negativo. No verso 22 Samuel faz uma afirmação positiva. Ele nos informa que, ainda que em Seus planos Deus tenha prescrito rituais religiosos como uma coisa boa (principalmente se forem feitos com mãos limpas e coração puro), a obediência aos Seus mandamentos é muito melhor.

Sabemos que o pecado de desobediência é gravíssimo. De que adianta renunciarmos o mundo para seguir os passos de Jesus, servir à Deus e sacrificar se fizermos da nossa maneira?

Saul não deixou de sacrificar, de ofertar, de ouvir a voz de Deus, mas ele fazia tudo da sua maneira e isso desagradou a Deus. E o pior, nessas duas ocasiões que relatei, Saul agiu com a maior naturalidade, como se nada de errado tivesse acontecido! Um alerta pra todos nós: a hipocrisia é fatal.

Jamais deixe de sacrificar, mas faça da maneira de Deus, a obediência precede o sacrifício.
Sabemos que o Senhor exige obediência e lealdade a Ele e a Sua Palavra. Porém não podemos usar versículos isolados para disseminar nossas tradições e costumes ao povo.

1. O que faz a diferença.

“Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Ml 3.18).

O livro do profeta Malaquias descreve a situação do povo judeu no período pós exílico, contemporâneo de Neemias. Era um profeta sacerdotal, que ministrava no templo. Suas firmes convicções a favor da fidelidade ao concerto do povo escolhido por Deus e contra a adoração hipócrita e mecânica.

O cristão salvo sabe que deve haver uma diferença no que serve a Deus e o que não serve. Mas esta diferença está no caráter, na santidade, honestidade, na fé genuína do verdadeiro Deus, na obediência a Santa Palavra, nos frutos do Espírito. Este é o padrão de um cristão salvo. Mas não incutir regras, idéias pessoais radicais e fundamentalista como doutrina. Isto é levar o cristão ao legalismo, ao secularismo, a doutrina de homens e de demônio comprometendo a salvação pela graça.

A diferença no que serve a Deus é demonstrada pelo fruto de Espírito principalmente o amor ao próximo que é mais do que uma obrigação da igreja é a prova de que realmente se pertence a Deus. Não se diz nada em toda a Bíblia que se conheceria os discípulos pela roupa, mas pelo amor ao próximo. O verdadeiro discípulo é aquele que ama sem distinção. “Nisto conheceram todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35).



Pr. Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC.

 FONTE DE PESQUISA

1.      BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida 1995. Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri - SP.
4.      BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD.
5.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B. do Brasil.
6.      CLAUDIONOR CORRÊADE ANDRA, Dicionário Teológico, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
7.      DAVID ROPERHTTP. Não julgueis: //www.biblecourses.com/po_lessons/PO_200703_04.pdf – acesso dia 29/08/2009.
8.      Dennis Allan. Não Julgueis para não ser julgado. http://www.estudosdabiblia.net/e2_4.htm - acesso dia 29/08/2009.
9.      ISAEL DE ARAUJO. Dicionário do movimento pentecostal, http://dicionariomovimentopentecostal.blogspot.com/ - acesso dia 11/05/2009.
10.  S.E. McNAIR. A Bíblia Explicada. 4ª Edição. Editora CPAD. Rio de Janeiro RJ.
11.  STRONG, J. & Sociedade Bíblica do Brasil. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil. 2002, 2005.
12.  ZIBORDI Ciro. Não toqueis nos meus ungidos. Diponível: http://cirozibordi.blogspot.com/2008/07/no-toqueis-nos-meus-ungidos.html





quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A TRADIÇÃO E AUTORIDADE DA ESCRITURA

 

I.       O SIGNIFICADO DO TERMO

“Tradição, literalmente transmissão (latim: traditio, tradere = entregar). Em grego, na acepção religiosa do termo, a expressão é paradosis (παραδοσις).

Tradição mais precisamente é uma transmissão de fatos antigos que passam, oralmente, de lendas ou narrativas ou de valores espirituais de geração em geração. Uma crença de um povo, algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações. Uma recordação, memória ou costume.

A tradição quando não assume autoridade canônica e infalível, muito ajuda na sedimentação cultural, histórica e orgânica da comunidade cristã. No entanto, se colocada acima das Sagradas Escrituras, cria-se uma religião farisaica. Quando a cultura, hábitos e os usos e costumes são fixadas na igreja como doutrinas, regra de fé e meio de salvação, Jesus chama de tradições ou doutrina de homens (conforme Mt 15.1-3, 8-9).
 
É a transmissão de ensinos, práticas, crenças de uma cultura de uma geração a outra. A palavra grega para tradição é paradosis, usada no sentido negativo (Mt 15.2; Gl 1.14); e também no sentido positivo (2ª Ts 2.15).

Quando se coloca a tradição acima da Bíblia ou em pé de igualdade com ela a tradição assume uma conotação negativa. Muitas vezes é usada simplesmente para camuflar nossos pecados. O problema dos fariseus e de algumas igrejas é justamente por receber a tradição como Palavra de Deus. Disse alguém: “Tradição é a fé viva dos que agora estão mortos, e tradicionalismo é a fé morta dos que agora estão vivos”.

[...] A tradição e sua presença na sociedade baseiam-se em dois pressupostos antropológicos: a) as pessoas são mortais; b) a necessidade de haver um nexo de conhecimento entre as gerações.
Tem-se por tradição no sentido amplo tudo aquilo que uma geração herda de seus ancentrais e lega para sua geração futura.

Os aspectos específicos da tradição devem ser vistos em seus contextos próprios: tradição cultural, tradição religiosa, tradição familiar e outras formas de perenizar conceitos, experiências e práticas entre as gerações.

No campo religioso é onde mais se aplica este conceito. A tradição toma feições mais peculiares em cada crença. Pode-se destacar a presença da tradição nos grandes grupos religiosos: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo” [Tradição - Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tradi%C3%A7%C3%A3o – acesso dia 09/07/2009].

As tradições são ensinos puramente humanos e glorifica o homem. As tradições podem ser divididas em: Filosóficas e humanas.

II.     AUTORIDADE DA ESCRITURA
 

Com a reforma Protestante no século XVI, a Bíblia foi exaltada como única regra de fé. O povo recebeu amplo esclarecimento religioso e passou a enxergar os erros do cristianismo em geral.

Tentando encobrir seus erros, o clero estabeleceu a pseudo-realidade da tradição em matéria de fé. Em suma, usurparam os direitos da Bíblia e criaram um novo evangelho (Gl 1.8), trazendo sobre si mesmos a condenação (Ap 22.18).

A igreja católica romana afirma que existe uma revelação objetiva e sobrenatural. Porém, eles mantêm que esta revelação é parcialmente escrita e parcialmente não escrita, isto é, a regra de fé inclui ambas, as escrituras e a tradição.

Um dos maiores erros da igreja de Roma é o de fazer a igreja e não a Bíblia como autoridade imediata e final em todas as questões de revelação divina. A igreja de Roma julga que as decisões e regras são mais infalíveis e mais autorizadas que a Palavra de Deus escrita e está comprovado por muitas decisões e julgamentos seus. Ela argumenta que havia muitas coisas que Cristo e os apóstolos ensinavam que não estão na Bíblia (Jo 20.30-31; 21.25) registradas, mas estas, é afirmado, têm sido preservado pela igreja e são tão obrigatórias como aqueles preceitos que estão escritos. Porém é a Bíblia quem julga a Igreja e não a Igreja a Bíblia.

Os líderes da igreja Católica vão além dos fariseus nos dias de Jesus e dos apóstolos. Inclusive, os romanistas ensinam que as Escrituras são tão obscuras que precisam de um intérprete visível, presente e infalível; e que o povo, sendo incompetente para entendê-las, é obrigado a crer em quaisquer doutrinas da igreja, mediante seus órgãos oficiais declararem que sejam verdadeiras e divinas.

Independente do testemunho da tradição e da razão, o crente verdadeiro tem na Bíblia o seu guia e juiz infalível. Para ele as declarações da Bíblia são finais. Ele crê que a Bíblia registra as intenções e a vontade de Deus, por isto pode crer nela. Ele aceita o testemunho da tradição e da razão, mas enquanto estas não entram em conflito com a Escritura. Para ele o que importa é: “O que diz a Escritura sobre isto?”

A diferença básica entre o crente que prioriza a sua crença na Bíblia como a autoridade maior em questão de religião, fé e doutrina, e aqueles que confiam primeiramente na tradição e na razão, é que o crente está sob a autoridade da Escritura, a qual ele aceita como a única e inspirada Palavra de Deus.

O capítulo 7 de Mateus a Bíblia registra que Jesus ensinava como quem tem autoridade. Mas, em que se baseava a autoridade de Jesus? Como saber que Ele é verdadeiramente o Cristo como Ele declara ser? Em resposta a estas questões desafiadoras, Jesus dizia: “Se alguém quiser fazer a vontade d’Ele (de Deus), conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se falo por mim mesmo” (Jo 7.17). A disposição de fazer a vontade de Deus é prioritária aqui. Neste caso o fazer vem antes do saber. A entrega pessoal à Cristo vem antes da aquisição do conhecimento. A propósito disto, há mais de mil e quinhentos anos, Agostinho disse: “Creio, logo sei”.

A autoridade tem a ver com a vontade, com a obediência e com o fazer. A inspiração relaciona-se com o intelecto, o entendimento com o conhecimento. A questão da inspiração deve seguir-se à autoridade. Somente depois de você fazer o que Cristo lhe manda que faça é que você ficará sabendo que Ele é o Cristo; assim também, só depois de submeter-se à autoridade da Bíblia e obedecer-lhe, é que você saberá que ela é a inspirada Palavra de Deus.

III.  A TRADIÇÃO SEM DÚVIDA É OUTRO EVANGELHO

 
“Mas, ainda nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).
Neste texto o apóstolo Paulo deixa claro que a igreja primitiva já enfrentava os mesmos problemas com falsos obreiros, ou seja, com pregadores do outro evangelho. Há um conflito entre a luz (verdade) e as trevas (mentira) as trevas são representada por pessoas e grupos religiosos que têm nome de que vive, mas, entretanto estão mortas. São pseudo-servos de Cristo, que pregam uma doutrina estranha a aquela que o Senhor Jesus trouxe do céu.

[...] Cipriano, no terceiro século, disse: “A tradição sem a verdade é um erro envelhecido”. Tertuliano firmou: Cristo se intitulou a “Verdade”, mas não a tradição. Os hereges se vencem com a verdade e não com novidades” [OLIVEIRA Raimundo de. SEITAS E HERESIAS. EETAD. 2ª Edição. P.26].

Temos como mandamento amar aqueles irmãos em Cristo que estão sob uma tradição, mas não invalidarmos as verdades bíblicas, pois com certezas os que seguem uma tradição estão fora da verdade. Na carta do apóstolo João ele diz: “O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem eu amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade. Por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre. A graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor” (2ª João 1.1-3).

O reformador Marinho Lutero concorda com o apóstolo João ao declarar que “era maldita a união que sacrificasse a verdade”. Muitas igrejas cristãs têm as mesmas doutrinas, porém as tradições dos homens descaracterizam de uma igreja verdadeira e pura.

Não há tradição bíblica, pura e imutável. O que nos orienta é uma expressão tradicional modificada por força histórica e cultural, por líderes, pela expressão do povo, pelo caráter e gostos nacionais. Se identificarmos as doutrinas dos homens com nossa tradição, estaremos sujeitos ao perigo de navegar pelo oceano, ou voar sobre nuvens, sem bússola. Na proporção que a tradição engole a fé independentemente da palavra autorizada de Deus, ela sofrerá modificações. Estas modificações, por sua vez, impedem o crescimento da verdadeira santidade. Esta concepção legalista anula a Graça, anula o sacrifício de Cristo, anula a redenção proporcionada pela morte de Jesus na cruz. Neste ponto poderíamos traçar um paralelo (ainda que bastante impreciso) com a ação dos judaizantes na Igreja Primitiva, combatida enfaticamente pelo Apóstolo Paulo, na epístola aos Gálatas:

“Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor. Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (Gl 2.16-21).

Desta forma, anula-se a fé cristã. Este é o argumento que invalida as considerações de quem avalia a religiosidade como um caminho válido para Deus, legítimo e até melhor do que a fé cristã.
O perigo do tradicionalismo sempre será o de fomentar confiança na “lei” e não em Cristo, mesmo pessoas que afirmam que a salvação não vem pelas obras da lei, estão sujeitas as mesmas tentações em que os fariseus caíram.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Blumenau - SC

FONTE DE PESQUISA

1. Tradição - Wikipédia, a enciclopédia livre.http://pt.wikipedia.org/wiki/Tradi%C3%A7%C3%A3o – acesso dia 09/07/2009.
2.EZEQUIAS SOARES. Manual do Obreiro, ano 22 – nº 11 - 2000. P. 53. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
 3. OLIVEIRA Raimundo de. SEITAS E HERESIAS. 23ª edição/2002. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
4. OLIVEIRA Raimundo de. SEITAS E HERESIAS. EETAD. 2ª Edição. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
5. RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6. CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário Teológico, p. 286, 8ª Edição, Ed. CPAD, Rio de janeiro, RJ.
7. FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11 ª Edição, FAE, Rio de Janeiro RJ.
8. SÉRIE APOLOGÉTICA, ICP, Volomes I ao VI, Instituto Cristã de Pesquisa, Site,www.icp.com.br

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SER CONTEMPORÂNEO SEM SE COMPROMETER



 Qualquer pessoa que leva a sério o envolvimento no ministério e não fica só na teoria deve estar disposto a enfrentar a tensão que o teólogo Bruce e Shelley chama de “mãos cheias”. Em uma mão temos a responsabilidade de permanecermos fiéis à Palavra de Deus. Na outra, temos a responsabilidade de ministrar para um mundo em constante transformação. Embora, muitos cristãos não se dispõem a viver com esse tipo de pressão e se isolam em um dos dois extremos.

Algumas igrejas, por temerem infecções mundanas, isolam-se da cultura do mundo atual. Ainda que a maioria das igrejas não se isole tanto quanto os menonitas conservadores dos Estados Unidos, que se recusam até a andar de carro, muitas igrejas acham que os anos 50 foram a era dourada e estão determinadas a manter suas congregações naquela época. O que eu admiro nos menonitas é que pelo menos eles são honestos. Eles admitem abertamente que escolheram preservar o estilo de vida do século 19. Por outro lado, as igrejas que tentaram perpetuar a cultura dos anos 50 negam que o fazem, ou tentam provar com alguns versículos que estão fazendo o que era feito na igreja neotestamentária.

Existem também aqueles que, com medo de estar fora de moda, infantilmente imitam as últimas novidades e tendências. Na sua tentativa de se aproximar da cultura atual, comprometem a mensagem e perdem o sentido de separados.

Há uma maneira de ministrar em nossa cultura sem comprometermos nossas convicções? Creio que sim, Jesus nunca rebaixou os Seus padrões, mas sempre começou de onde estava. Ele era contemporâneo sem comprometer a Verdade. O Senhor Jesus atraiu multidões e nunca comprometeu a Verdade. Ninguém o acusou de pregar uma mensagem “água com açúcar”, exceto os zelosos sacerdotes que o criticavam por inveja, (Mc 15.12). Francamente, suspeito que esta mesma inveja ministerial ainda motive alguns líderes.

Os costumes e hábitos humanos mudam conforme a época, e nós também mudamos e a nossa cultura também muda com o passar dos anos e esta mudança sendo sadia não vai comprometer a nossa salvação. Podemos ensinar a Palavra do Senhor com a nova tecnologia e nova cultura sem mudar a parte doutrinária da Sua Palavra. Mudança significa sinal de crescimento espiritual e não de mundanismo. Ser mundano é concordar com o pecado, ou seja, esconder o pecado como fez Acã. Mas mudar a cultura não compromete a sã doutrina bíblica.

Concluímos, então, que o verdadeiro ministro deve ensinar com brilho e sem comprometer o evangelho de Cristo. Deve ter uma postura doutrinaria, sem radicalizar para não perder a graça de Deus e sem abrir as portas para o mundo, para que os crentes fracos venham dar ocasião à carne.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau – SC



QUEM SÃO OS FARISEUS DE HOJE



São os exterminadores da liberdade alheia, que excluem sumariamente as pessoas e se afastam delas, achando que são muito melhores do que elas.
São os que usam luvas de assepsia e jogam no lixo os diferentes, os quais diferem deles quanto ao estilo, conceitos, doutrina, postura moral, ética e religiosa.

São os que têm “complexo de São Pedro” por se julgarem acima da lei, se achando no direito de abrir ou fechar as portas do céu de acordo com seu julgamento distorcido, separando antes do tempo determinado o joio do trigo, quem é salvo ou não, quando Jesus proíbe veementemente tal atitude.

São os que pensam que estão sozinhos no mundo, e acham que eles e sua igreja, serão os únicos que vão ser salvos, e sua doutrina, teologia, liturgia e preceitos morais são os únicos certos e todos ao redor estão errados.

São os que se prendem a teias de legalismos tentando comprar a graça de Deus com obras humanas e ofertas de desempenho pessoal. Estes, na prática, esperam ainda obter o favor de Deus, com boa moralidade e bom comportamento, anulando assim, completamente o sacrifício de Cristo na cruz.

São os que colam máscaras de religiosidade na cara para impressionar o mundo, assumindo ridículas atitudes de bajulação e arrotando vantagens, tecem grandes relatos de proezas espirituais exacerbadas.

São os que ficam à espreita da liberdade dos outros, criticando e disseminado suspeitas de todo tipo, visando salvar sua própria reputação e descobrir e expor à vergonha a reputação de quem não concorda com sua maneira hipócrita de ser.

Se nos tempos de Cristo os fariseus eram os líderes religiosos de sua época, os anciãos do povo, os que compunham o Sinédrio, os líderes que detinham o poder religioso e mantinham o status que econômico da nação, os fariseus de hoje também compõem grande parte da liderança das igrejas de hoje. Eles são os que se assentam nos concílios, nas juntas administrativas, nas comissões gestoras das organizações eclesiásticas, e se reúnem como donos e os chefes das grandes corporações da fé.

São, no entanto, aos olhos infalíveis de Jesus, hipócritas (atores que atuam com máscaras) que disseminaram ervas danosas no meio do trigo da igreja.

Sua atitude, apesar do alto teor moral, é tida diante de Deus, como palha que queima e que, ao passar pelo crivo do fogo purificador dos olhos do Rei, só sobrará cinza e poeira.

São os que ainda hoje Jesus chama de cobras. Venenosas, sepulcros caiados, bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e todo tipo de imundície, os que coem um mosquito e engolem um camelo, guia de cegos, e dignos do inferno.

São esses aos quais Jesus disse que o honram com os lábios mais seu coração está longe Dele, e que adoram a Deus em vão, e cujos ensinos não passam de regras ensinados por homens.

Fico pensando em quão inconsistente é, para Jesus, tanta pompa, tantas construções, tantos cursos infindáveis de educação religiosa, tantas regras proibitivas, tantos sistemas complexos, tantos preceitos inócuos, e que no final pouca coisa sobrará de útil para o Reino, e quase nada que perdurará para vida eterna.

Não seja nem consinta ser um fariseu de hoje. Sai das fileiras da hipocrisia, e venha se alistar no exército dos filhos da luz, que andam na verdade, na simplicidade do Reino e que não tem outra motivação que não seja agradar ao Rei oferecendo um coração sincero e transparente, e motivações que advém do coração, por saber que Ele se compraz (se alegra sobremaneira) da verdade no íntimo.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deuus
Blumenau - SC