TEOLOGIA EM FOCO

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

LEGALISMO RELIGIOSO


Do lat. legale + ismo. Tendência a se reduzir à fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas. A palavra traduzida Lei (gr. nomos; hb. torah) significa “ensino ou instrução”. O termo lei pode referir-se aos dez mandamentos e ao Pentateuco.

Relativo à lei, pessoa que pugna pela observância da lei, isto é, briga, combate, batalha, luta pelo cumprimento da Lei da tradição imposta pelos homens.

O legalismo é isto, prima por alguma “prioridade” em detrimento do que é realmente prioritário isto acarreta um grande perigo, pois ele falsifica o Evangelho de Cristo.

A palavra “legalismo” não é encontrada na Bíblia; esta palavra é um sinônimo de legalidade ou observância da Lei. No Novo Testamento, o legalismo foi introduzido na igreja cristã pelos crentes oriundos do Judaísmo que, interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam os gentios a guardarem a Lei de Moisés. A Lei do Velho Testamento era a sobra das coisas vindouras até que viesse o Messias o nosso salvador, por isso o Velho Testamento não se deve usar como doutrina para o tempo da graça, pois a salvação aos gentios não veio pela lei, mas pela graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Se fosse pela Lei então Cristo morreu em vão (Gl 3.18-19).

O legalismo ensina que o homem tem que obedecer a certas observâncias e regulamentações para que possa alcançar o favor divino.

O legalismo tem causado muitos transtornos aos cristãos, principalmente nas doutrinas da Bíblia, exemplo: (Soteriologia). O legalismo distorce os alicerces da doutrina da salvação. Paulo nos informa que “... pela graça sois salvo, por meio da fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus” (Ef. 2.8). Quando dizemos que determinado individuo, precisa observar regras e normas para ser salvo estão anulando o sacrifício de Cristo na Cruz no Calvário que é o único meio do pecador arrependido alcançar a salvação. È somente em Cristo que temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Cl 1.14).

[...] Jesus ao confrontar-se com os lideres religiosos de Israel, usou as palavras de (Isaias 29.13), e assim definiu o legalismo religioso. Ele Disse: “seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mt 15.9). O legalismo confunde doutrinas Bíblicas com Usos e costumes. Paulo nos informa no livro de Romanos 10.3 que: procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. [Pereira. Legalismo. http://www.advilasolange.com.br/Legalismo.html - acesso dia 15/09/2009].

O legalismo é uma forma de escravidão. A Bíblia diz em Gálatas 4.8-9 “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses; agora, porém, que já conheceis a Deus, ou, melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?”

O legalismo é atrativo, mas destrutivo. A Bíblia diz em Colossenses 2.23 “As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne”.

O legalismo é uma atitude, uma mentalidade baseada no orgulho. É uma conformidade obsessiva a um padrão artificial com o propósito de exaltar a si mesmo. O legalista assume o lugar de autoridade e o leva a extremos injustificados. Daniel Taylor afirma muito bem que ele termina em controle ilegítimo, exigindo unanimidade e não unidade.

A grande arma do autoritarismo, secular ou religioso, é o legalismo: a fabricação e manipulação de regras com o propósito de obter controle ilegítimo. Talvez a mais prejudicial de todas as perversões da vontade de Deus e da obra de Cristo, o legalismo agarra-se à lei as expensas da graça, a letra em lugar do Espírito.

O legalismo prima pelas regras do Antigo Testamento. Pelas regras criadas pelo homem através das tradições herdadas pelos pais. Como já disse se pudermos reforçar vigorosamente as regras criadas pelos homens como meio de santidade e salvação, perderíamos o rumo para o céu.

O autoritarismo farisaico se manifesta na confusão do princípio cristão com insistência em comportamento humano invés de fé e graça. Colocam-se como super espirituais e usam suas experiências e regras similares, e citam frases isoladas para descreverem estas experiências.

O legalista diz na verdade: As coisas que pratico faço para ganhar o favor de Deus. Esquecendo do significado da graça divina “Favor imerecido”.

Devemos compreender que estas coisas não estão expressas nas Escrituras. Elas foram transmitidas ou ditas ao legalista e tornaram-se uma obsessão para ele ou ela. Torna-se um cristão papagaio, só diz o que os outros já disseram.

Você não pode permitir que o legalismo continue da mesma forma que não permitirá que uma cascavel entre sorrateiramente em sua casa. A igreja é a casa de Seu pai, por isso vamos combater o legalismo para que Deus volte a operar maravilhas como foi na igreja primitiva. Você deve saber que a Bíblia é nossa única regra de fé e, se usarmos corretamente, não irá ferir ninguém a não serem aqueles que não aceitam que ela é a inspiração divina, ou que ela não é completa.

Existem líderes que, desconhecendo as regras da hermenêutica, usam a lei mosaica sem conhecer o tempo que deve ser empregada, usam como se estivessem vivendo na época de Moisés. A lei mosaica foi dada por Deus por causa das transgressões do povo hebreu, embora o mandamento fosse santo, bom e justo (cf. Rm 7.12), era inadequado, porque não conseguiu transmitir vida espiritual nem força moral.

No tempo da graça o crente não deve usar como doutrina a lei do Velho Testamento, pois não houve morte do testador, portanto deixou-se de ser usado no sentido doutrinário. Todavia a lei moral que fazia parte da lei continua a ter vigência, pois ela faz parte da santidade do cristão.

O legalismo é isso, prima por alguma prioridade em detrimento do que é realmente prioritário isto acarreta um grande perigo, pois falsifica o Evangelho de Cristo.

Legalismo na história da teologia é a teoria de que um homem obtém e merece a sua salvação fazendo boas obras ou obedecendo a lei.

Paulo era zeloso das tradições judaicas, um fariseu e perseguidor dos cristãos, mas após sua conversão passou a combater os prosélitos da lei; usando suas estratégias e muitas vezes procediam como judeu para ganhar os judeus como se vivesse na lei. “Procedi para os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei” (1ª Co 9.20-21).

Sabemos que existem líderes que forçam a exegese bíblica para provar suas teses, sem saber o tempo e a época que foram escritas. Vejamos por exemplo quando Jesus diz: “Passará os céus e a terra, mas minhas Palavras não passarão” (Mt 24.35).

“... minhas palavras não passarão”. Analisando este texto dentro da exegese Jesus se refere ao Seu Evangelho e as Suas profecias; e, nunca a Bíblia num todo.

Todavia os legalistas de hoje interpretam e ensinam erroneamente a Palavra do Senhor dizendo que Jesus cumpriu a lei e que devemos cumpri-la com base em Mt 5.17-18, onde o Senhor diz: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir”.

Porque a lei só deixaria de ter vigência depois de cumprida. Pergunta-se: Qual foi o homem, além de Jesus Cristo, que cumpriu a lei? Não existiu e não existe ninguém que cumpriu a lei, senão Jesus. Note o que Jesus diz no verso 18: “Nem um jota ou um til jamais passará da lei, até que tudo seja cumprido”.

O Senhor Jesus prevê a cessação da validade da lei depois de preenchido o seu propósito. Ele disse: Porque em verdade vos digo “... até que tudo seja cumprido”. A permanência da lei permaneceu até o seu cumprimento por alguém, isto é, por Jesus Cristo, que cumpriu e aboliu a lei.

Sabemos também, através de Paulo, que Cristo nasceu de mulher; e viveu sob a lei, a fim de cumpri-la e, cumprindo-a (Mt 5.17-18), findou-se a lei para justiça, deste modo, pode cravá-la na cruz (cf. Ef 2.13-16), para possibilitar a justificação de todo àquele que crê; o que era impossível à lei (At 13.38-39; Rm 3.23-24) e é possível mediante a fé em Cristo (Rm 5.1).

A Igreja não está obrigada a cumprir as regras do Velho Testamento, pois o Senhor Jesus, através de Sua morte, libertou-nos da maldição da lei. O próprio Filho de Deus ensinou: o que realmente importa na lei são as reedificações de Deus quanto á justiça, á misericórdia e a fé (Mt 23.23; cf. Mq 6.8; Mt 5.17; Rm 10.4).

I.        EBIONISMO – UMA QUESTÃO LEGALISTA

 Os ebionitas (do hebraico אביונים, Ebyonim,, que significa “pobre”). O Ebionismo se desenvolveu na comunidade judaico-cristã em Jerusalém e arredores. Os ebionitas eram geralmente judeus recém-convertidos ao Cristianismo, que acreditavam ser a verdadeira igreja. Eram tão radicais que não aceitavam as epístolas de Paulo, por motivo de Paulo nestas epístolas reconhecer os gentios convertidos. Em seus esforços de misturar elementos do Judaísmo e Cristianismo, rejeitaram os preceitos de Paulo e a helenização do Cristianismo. Acreditavam que a suprema expressão da vontade de Deus era a lei judaica. A salvação da obediência à lei e a da fé em Jesus Cristo. Não contavam com a credibilidade dos cristãos gentios.

“A igreja primitiva lutou para se tornar um corpo unificado, em meio a conflitos de ordem externa (a perseguição) e interna (que surgiram envolvendo as doutrinas da igreja).

Os fariseus e judeus recém convertidos, mas que queriam viver sob a lei e tradições judaicas, foram chamados de judaizantes (Gl 2.14). O termo judaizante vem do verbo grego ioudaizo “viver como judeu”. Este vocábulo surgiu em decorrência de os cristãos de origem hebréia, mesmo após o concílio de Jerusalém (At 15), continuarem insistindo na necessidade de os convertidos gentios viverem como judeu. Infelizmente, os judaizantes ainda estão por aí defendendo a guarda do sábado, as leis judaicas (leis dietéticas prescrita por Moisés) e os ritos judaicos e outras tradições que surgiram no decorrer da história da Igreja.

A seguinte ferramenta ou arma que os fariseus usam é a perseguição eclesiástica; são eles que estreitam o caminho para o céu e escravizam as pessoas.

Além da lei judaica os fariseus acrescentavam a lei oral (tradições humanas). São assuntos de suma importância que iremos abordar, para que o leitor seja fiel as verdades bíblicas.

II.     OS PRIMEIRO JUDAIZANTES

1. O Cristianismo Não Judaizou O Mundo. [...] O cristianismo teve origem no contexto judaico e deste recebeu uma rica herança teológica e ética. Haja vista o próprio Cristo. Nascido “conforme a lei” (Gl 4.4), cresceu e viveu dentro da cultura judaica (Lc 2.40-43). Durante o seu ministério, reconheceu as Escrituras Hebraicas e a autoridade de Moisés (Mc 7.13; Lc 5.14). Todavia, não pregou costumes judaicos; Seus apóstolos não judaizaram o mundo. O apóstolo Paulo, discursando no Areópago, não deu uma aula sobre o tetragrama hebraico do Antigo Testamento [yhwh Yahweh]. Sua preocupação era pregar a principal mensagem do cristianismo: a ressurreição de Jesus (At 17.31). [ESEQUIAS SOARES. 2º Trimestre de 2006 Escola Bíblica CPAD. Rio de janeiro RJ.

 Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC

FONTE DE PESQUISA

1.       BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD.
2.       BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B. do Brasil.
3.       BÍBLIA PENTECOSTAL, Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
4.       BÍBLIA SHEDD, Trad. João F. de Almeida.
5.       CLAUDIONOR CORRÊADE ANDRADE, Dicionário Teológico, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.       ESEQUIAS SOARES. 2º Trimestre de 2006 Escola Bíblica CPAD. Rio de janeiro RJ.
7.       PEREIRA IVANILDO. Legalismo. http://www.advilasolange.com.br/Legalismo.html - acesso dia 15/09/2009STRONG, J. & Sociedade Bíblica do Brasil. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil. 2002, 2005.



domingo, 9 de setembro de 2012

A NORMOSE DA RELIGIÃO


Segundo Pierre Weil, a normose pode ser definida como o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos e pensar ou agir, que são aprovados por  consenso ou pela maioria em uma determinada sociedade e que provocam sofrimento,  doença e morte.

Sempre houve uma grande preocupação em se separar as variadas formas de comportamento humano. Uma destas é aquela que divide os comportamentos em “normais” e patológicos.

Normais seriam todos aqueles que se enquadrariam dentro da norma, ou seja, aquele seguido e demonstrado pela maioria, considerado natural. Na categoria de patológicos, estariam justamente, aqueles comportamentos, ou aqueles indivíduos que se comportariam fora das normas.

Há na maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada. Segundo esta, tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado como normal e, por conseguinte servir de guia para o comportamento de todo mundo e mesmo de roteiro para a educação.

Está se descobrindo que muitas normas sociais atuais ou passadas que levam ao sofrimento moral ou físico ou mesmo de indivíduos, de grupos, de coletividades inteiras ou mesmo de espécies vivas.

A normose impõe a sociedade, uma cultura do sucesso, sendo que o fracasso e o ostracismo são uns dos maiores medos do normótico, que busca por segurança em estados temporários e ilusórios, nos objetos exteriores, em conquistas e sucessos efêmeros não sabendo que a verdadeira segurança é uma condição subjetiva, resultado de uma experiência transpessoal, que se revelará de forma espontânea e natural no momento do despertar da verdadeira consciência.

O desastre é eminente para o normótico que faz depender a sua segurança das parafernálias externas e não da paz da vida interna, a qual não depende das circunstâncias da vida externa. O normótico vive fazendo investimentos e seguros para sua vida, mas não investe na espiritualidade, sendo esperto por alguns momentos, mas um tolo a longo prazo, pois leva muito tempo para ele constatar que o acúmulo de riquezas, prestígio e poder é apenas uma troca, e não o fim, da sua falta de segurança. Em sua busca insana pela segurança financeira, o normótico perde sua saúde para depois pagar de bom gosto tudo o que conquistou para ter novamente sua saúde física, mental e emocional. Na tentativa de conquistar a “pseudo-segurança” para a sua vida, o normótico esquece vivê-la e como resultado vive num desespero silencioso, precisando às vezes chegar ao topo da escada do sucesso, para amargamente descobrir que a mesma estava encostada na parede errada. É justamente neste desespero silencioso que uma fração de sanidade pode romper as paredes da normose e levá-lo ao questionamento do tipo: Espelho, espelho meu, será que algum dia eu já vivi?

É a doença de normalidade, que cria em nós muitas vezes uma cumplicidade com fatos que, a princípio e por princípios aprendidos, não concordamos. A normose faz as pessoas acreditarem que o fim justifica os meios, sejam eles quais forem chegando-se muitas vezes a adotarem comportamentos que antes julgavam patológicos. A normose ignora a sensibilidade e o respeito ao outro.

É ela que faz tantos indivíduos preterirem o ser, pelo Ter. É justamente o aumento de pessoas acometidas pela normose, que nos faz tantas vezes sentirmos medo, indignação e preocupação no que diz respeito aos caminhos que têm tomado o nosso mundo! O doente da normalidade é egoísta e extremamente perigoso para o bem da humanidade. Fique atento e se por acaso perceber o aparecimento de alguns destes sintomas em você, elimine-os logo no início, pois, segundo Leloup, é uma doença cumulativa, fica cada vez mais resistente e difícil de ser curada!
[PIERRE WEIL, JEAN YVES LELOUP E ROBERTO CREMA. Trechos do livro: Normose – a patologia da normalidade, Pag. 153/164, Editora Verus- disponível: http://www.cuidardoser.com.br/normose-ou-anomalias-da-normalidade.htm - acesso dia 29/10/2009].

Existe uma normose comum à maioria das religiões que consiste em acreditar na sua própria superioridade sobre as demais o que leva a conflitos e mesmo a guerra. Outra normose religiosa que sustenta os fanatismos é a que consiste em se ater ao pé da letra dos textos sagrados esquecendo o espírito e a época em que forma redigidos assim como os seus aspectos de mensagens simbólicas.

A normose religiosa não é uma doença moderna. Ela foi combatida por Cristo e pelos apóstolos e ainda hoje está epidemia tem se alastrado em nossas igrejas. São pessoas normóticas que agridem o seu semelhante pelas tradições e regras humanas impostas obrigatoriamente pela religião.

[....] Cristo sabia perfeitamente que a complexa legislação farisaica (preceitos humanos) tornava o relacionamento com Deus extremamente laborioso e, paradoxalmente, inútil. De fato, não passava de uma muleta religiosa (e duvido que alguém possa chegar ao céu escorado numa muleta!). Conseqüentemente, os fariseus, graças as suas imposições, distanciavam as pessoas da genuína prática de uma vida interior com Deus [SANTOS ISMAEL . A caminho da Maturidade. Pg. 31].

A Bíblia ordena aos crentes a se acautelarem desses falsos dirigentes religiosos (Mt 7.15; 24.11); a considerá-los incrédulos e malditos (cf. Gl 1.9) e não dar apoio ao seu ministério e a não ter comunhão com eles (2ª Jo 9.11).

Cristão que, em nome do amor, da tolerância ou da união, não procedem nesses casos como Jesus, quanto aos que corrompem os ensinos de Cristo e das Escrituras (7.15; 2ª Jo 9; Gl 6.7), participam das más ações dos falsos profetas e mestres (2ª Jo 10.11), isto prova que são pessoas normóticas.



Pr. Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC.


FONTE DE PESQUISA

1. ISMAEL DOS SANTOS. O Caminho Da Maturidade. CPAD, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
2. PIERRE WEIL, JEAN YVES LELOUP E ROBERTO CREMA. Trechos do livro: Normose – a patologia da normalidade, Pag. 153/164, Editora Verus- disponível: http://www.cuidardoser.com.br/normose-ou-anomalias-da-normalidade.htm - acesso dia 29/10/2009.


terça-feira, 4 de setembro de 2012

O ZELO DO APÓSTOLO PAULO


“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida na vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que não temos pregado, ou se recebeis, outro evangelho que não abraçaste, com razão sofrereis” (2ª Co 11.2-4).

Paulo procura mostrar aos Corinto o verdadeiro sentido do zelo (no gr. zhlov zelos - defender algo), e a responsabilidade que ele tem com Seu Senhor. Pois sua missão como ministro, é de preparar e apresentar a igreja como uma virgem pura a seu marido.

A palavra pura (no gr. hagno) significa: respeitável, santo; puro de sensualidades, casto, recatado; puro de todas as faltas, imaculado limpo.

No grego clássico ela é conhecida como: Katharos, que significa “puro” ou “limpo”, é uma das palavras gregas importantes.

Katharos significa “verdadeiro”, “genuíno”, em contraste com aquilo que e irreal e, conforme diríamos, uma falsificação. Puro “sem mistura”. Esta palavra é usada, por exemplo, a respeito do prazer puro e genuíno.
Olhemos katharos nos papiros: É usada a respeito de coisas de todos os tipos no sentido de “puro”, “limpo”, “sem mácula”. Certo homem escreve: “Examinei o cabrito e certifico com meu selo que é katharos, sem defeito, fisicamente perfeito”.

No NT com maior significado para nós é o seu uso na bem-aventurança: “Bem-aventurados os katharoi (plural) de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8).

Bem-aventurados aqueles cujos motivos estão absolutamente livres de mistura, cujas mentes são totalmente sinceras, que são completa e totalmente de um só propósito. Que conclamação ao auto-exame temos aqui. Esta é a mais exigente de todas as bem-aventuranças. Quando examinarmos com honestidade os nossos motivos, ficaremos humilhados, porque um motivo sem mistura de segundas intenções é a coisa mais rara no mundo. Mas a bem-aventurança é para o homem cujo motivo é límpido como a água pura, e com o único propósito de fazer tudo para Deus. Este é o padrão segundo o qual devemos nos medir, de acordo com o significado desta palavra e desta bem-aventurança.

Paulo demonstra uma preocupação com o engano e a corrupção do verdadeiro Evangelho. “... assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia”, ainda continua enganando e corrompendo o Evangelho de Cristo usando os falsos líderes. O diabo é muito astuto e inteligente, ele procura de uma forma ou de outra mudar e corromper o Evangelho de uma maneira sagaz. Fazendo assim, ele corrompe a mente do crente e afasta-os da simplicidade e a pureza que há em Cristo.

A mensagem do Evangelho é simples e qualquer ser humano, independentemente de seu preparo intelectual e origem, é capaz de entender; basta dar lugar ao Espírito Santo, que convence o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 6.8). A conversão ao cristianismo não é resultado de estratégia de marketing, nem técnicas persuasivas (1ª Co 2.4).

Podemos discernir a procedência ou finalidade de qualquer ensino e prática pesando-os nas Escrituras (2ª Co 13.8). Uma das características das heresias é a apropriação de passagens bíblicas interpretadas erradamente, muitas vezes baseadas em supostas revelações. Nenhuma revelação pode anular a Bíblia Sagrada.

Os falsos mestres podem declarar que a revelação bíblica é verdadeira e, ao mesmo tempo, afirmar que possuem revelação extra-bíblica ou conhecimento de igual autoridade às Escrituras, e válidos para a igreja inteira. Esses falsos ensinos, geralmente envolvem a fé cristã num sincretismo de outras religiões e filosofias. Resultam daí os seguintes erros:

A. A suposta nova “revelação” é colocada no mesmo nível de autoridade que a revelação bíblica apostólica original.

B. Os falsos mestres alegam ter uma compreensão mais profunda ou exclusiva da supostas “revelações ocultas” nas Escrituras. Muitas vezes choram e dizem ter uma grande responsabilidade com Deus e seu trabalho é especial e Deus exige santidade para esse trabalho. E assim colocam a igreja em um jugo de servidão.

Os fariseus e nos tempos apostólico foram os que mais atacaram a fé da igreja cristã nos primeiros dois séculos. Mesmo com a riqueza escrita da Palavra de Deus eles preferem seguir suas opiniões em vez da Verdade. Sejamos sóbrio e vigiemos!


Pr. Elias Ribas





domingo, 2 de setembro de 2012

AS MENSAGENS LEGALISTAS TRAZEM CONTENDAS



“Nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé. Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia. Desviando-se algumas pessoas destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola. Eles querem ser mestres da Lei de Deus, mas não entendem nem o que eles mesmos dizem, nem aquilo que falam com tanta certeza” (1ª Tm 1.4-7).

Provavelmente ao escrever a Timóteo, Paulo estava preso em Roma, mas sabendo das confusões heréticas que os falsos mestres estavam disseminando no meio cristão, ele admoesta Timóteo a não dar ouvidos a ensinos que contrariam a Palavra de Deus.


Os falsos mestres seguiam uma doutrina que misturava o ensinamento cristão, regulamentações da lei mosaica e especulações do gnosticismo pagão. Eles haviam chegado a Éfeso levando discórdia ao invés de crescimento na graça.

Os falsos mestres de Éfeso erravam acrescentando longas estórias imaginárias alheias às Escrituras. Tais lendas nasceram com os antigos rabinos hebreus que criaram pseudo-histórias bíblicas, baseadas nas sugestões dadas pelas genealogias do Velho Testamento. Essas fábulas estavam desviando os crentes de efésios da verdadeira doutrina bíblica, levando-os a viverem conforme os ensinos humanos (v. 4).
  
Este tipo de pregação imaginária não traz nova luz às Escrituras, muito pelo contrário, ela origina mais contendas, desviando assim o crente da verdade de Deus.

Paulo ordena a Timóteo a ficar longe das discussões tolas e sem valor, pois elas sempre acabam em brigas. O servo do Senhor não deve andar em contendas, mas deve tratar todos com educação. Deve ser um mestre bom e paciente, que corrige com delicadeza aqueles que são contra ele. Pois pode ser que Deus dê a eles a oportunidade de se arrependerem e de virem a conhecer a verdade. (2ª Tm 2.23-25 NTLH).

As fábulas dos falsos mestres estavam trazendo confusão e contendas para a igreja em Éfeso. Os tais ensinos estavam levando os crentes à subversão (gr. Katastrophe), literalmente “virar tudo de cabeça para baixo”. Por isso Paulo incentiva a Timóteo a manejar bem a Palavra da Verdade. Manejar bem significa sem desviar da Verdade. A melhor arma conta os falsos mestres é ter a sabedoria divina e o conhecimento genuíno das Sagradas Escrituras. Um soldado em guerra que não sabe manejar sua arma está à beira da morte, assim são com aqueles que se intrometem no ensino sem conhecer as Verdades Bíblicas.

Observe que a palavra questões (v. 4), não refere a um método de ensino ou pura inquirição, mas a ensinos que levam ao desvio doutrinário, frustrações, dúvidas, contendas, por causa de um ensino apóstata. Ao contrário da pregação destes falsos mestres, Paulo diz que o trabalho de Deus deve ser feito com amor, partindo dum coração puro, uma boa consciência e de uma fé sincera (v. 5).
  
Paulo ao declara: “desviando-se alguns” nos mostra que estes já haviam se contaminado com os ensinos heréticos dos falsos mestres e estavam separados evangelho. Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé verdadeira. Alguns abandonaram essas coisas e se perderam em discussões inúteis.

“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina” (1ª Tm 1.8-10).

A lei de Moisés era boa, mas os falsos mestres usavam-na incorretamente ao fazerem da obediência à lei uma exigência para os cristãos. A lei deveria apontar o pecado para o descrente. Paulo demonstrou isso ao fornecer uma lista de pecados para aqueles que opõem a sã doutrina.

“Recomenda estas coisas. Dá testemunho solene a todos perante Deus, para que evitem contendas de palavras que para nada aproveitam, exceto para a subversão dos ouvintes. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (1ª Tm 2.14-15).

Os falsos pregadores têm satisfação em trazer ensinos heréticos e questões loucas e absurdas que só trazem confusão, contenda e divisão no meio cristão. Dificilmente um fariseu se enquadra nos moldes ortodoxo bíblico. Isto mostra a falta de misericórdia e amor que possuem pelas almas. “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.26). A resposta de Paulo aos crentes em Gálatas confusos ante é que nós não devemos ser orgulhosos, nem provocar ninguém, nem ter inveja uns dos outros.

O apóstolo que revolucionou a era apostólica com a pregação do Evangelho, agora no final de sua vida admoesta a Timóteo num desafio contra os falsos mestres que estavam surgindo e iriam surgir nos tempos do fim para rejeitarem a sã doutrina.

A sã doutrina (doutrina de Deus) não traz confusão, desordem e escândalo. Mas as doutrinas humanas usadas como meio de salvação, mesmo que aparenta certa “espiritualidade”, e não se manifesta sem a doutrina, como ensina a Bíblia, produz divisão, dispersão, evasão e afastamento, ao invés de fraternidade, unidade e comunhão. Toda a regra seja humana e extra-bíblica, irá trazer este tipo de comportamento no meio da igreja cristã, pois este é o trabalho de Satanás e também de seus ministros; trazer confusão. Mas, os ditos “costumes” são picuinhas que produzem mais discórdia do que edificação, produzindo assim uma vida ascética e nos separando da graça e do amor de Deus. Paulo Exorta a Tito a ensinar a sã doutrina. “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1).

Estamos, freqüentemente, tão saciados e satisfeitos com outras coisas, que insistimos em nos contentar com migalhas de pão. Estamos felizes com nossa música do jeito que é. Estamos felizes com nossas reuniões de “restauração”. Já é hora de termos o que costumo dizer de insatisfação divina.

SEUS ENSINOS SÃO COMO CÂNCER

“Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior. Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e estão pervertendo a fé a alguns. Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (2ª Tm 2.16).

O ensino verdadeiro evita este tipo de confusão teológica. Mas, o ensino herético é: uma catástrofe; é vão; profano, e aumenta impiedade. È um câncer que se alastra (v.17), (no gr. gangraina; “grangrena”). Simbolizando a doentia penetração da praga do erro doutrinário no corpo da Igreja. O caso exige cirurgia profunda e não pode ser encoberto com panos quentes.

Muitos sermões, em vez de trazer as pessoas a Deus, afasta e leva para impiedade. Este tipo de “ministro” não ensina a verdade, mas a mentira e o engano. E este vírus passa de um para outro infectando a igreja. Se o crente não tiver imunidade (conhecimento da Palavra) é atingido pelo vírus da gangrena (ensinos farisaicos).

Paulo usa o exemplo de dois falsos obreiros contemporâneos (Himeneu e Fileto), dizendo que estes se desviaram da verdade.

Quantas pessoas hoje vêm a igreja em busca de Deus e acabam saindo frustradas e decepcionadas pelas esquisitice das ditas regras humanas? Isso deveria envergonhar a Igreja! Tantas pessoas machucadas e carentes voltando-se para as práticas do ocultismo. As pessoas, de tão famintas que estão, chegam gastar milhões de dólares na indústria do ocultismo que surge da noite para o dia, manipuladas por falsos adivinhos, que não passam de exploradores. O desespero é tanto que elas aceitam as orientações desses negociantes como se fosse uma visão espiritual. Só existe uma razão para que as pessoas estejam tão ansiosas por um contato com algo misterioso, oculto, aceitando até falsificações: elas não sabem onde encontrar O que é verdadeiro.

PROVOCAM ESCÂNDALOS

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices. Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal” (Rm 16.17-19).

Nesta exortação, Paulo adverte a igreja, contra os homens que provocam divisões e enganam os corações dos simples. Contra os tais Paulo nos ensina a ser sábios (prudente como a serpente), e simples como as pombas.

As mensagens que Jesus ensinava aos seus discípulos e ao povo tinham sabor, era agradável, e o povo era atraído aos Seus ensinos. Não li nem um versículo nos evangelhos, onde Jesus se preocupa com o obvio, com costumes e questões que provocam divisões. Mas vejo o amado mestre combatendo as tradições dos anciões, e as esquisitices dos fariseus (Mt 15.1-12; Mt 23.1-33).
  
SÃO SOBERBOS

“Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais” (1ª Tm 6.3-5 - RC).

1.      Os falsos líderes e as falsas doutrinas.

Timóteo enfrentava um grave problema com alguns falsos líderes, que infiltrados nas igrejas, disseminava doutrinas anti-bíblicas. Eles não concordavam com a “sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade”. Além disso, eram orgulhosos e nada entendiam. Tinham um interesse tão distorcido e doentio que os resultados de seus ensinamentos eram “invejas, brigas, difamações, suspeita maligna e atritos constantes. Como líderes eclesiásticos, eram responsáveis pelo ensino da verdade, no entanto pregavam mentiras, corrompendo a mente dos cristão (1ª Tm 4.1-2) e ensinando-os que o evangelho era apenas uma fonte de riquezas e prosperidade material. São homens com entendimento falso. O seu ensino vai além da verdade. Contrariamente, a falsa doutrina é qual câncer (2ª Tm 2.17); e devotamento a ela é sinal de doença espiritual (1ª Tm 6.3-4).

A verdadeira doutrina evita este tipo de confusão. Mas para aqueles que se acham que estão “representando” Deus na terra, trazem um ensino vão, profano e corrupto.

[...] Segundo TESSMAN, o orgulho está sutilmente ligado à hipocrisia. Os “fariseus” de hoje se acham superiores aos outros e não querem ser humilhados, devido a sua altivez. A propósito, o vocábulo fariseus significa separados. Na época de Cristo, eles não somente se separavam dos outros povos, como também dos outros israelitas, afinal de contas, eles tinham uma imagem a zelar. Mas mesmo sustentando aquela imagem de santos e sábios não conseguiram enganar a Jesus. Ele sonda os nossos corações e conhece o nosso íntimo. Não há como se esquivar de Deus. Nenhum tipo de orgulho, hipocrisia e engano, prevalecerão em sua presença” [TESSMAN. Hipocrisia e Orgulho. http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/adoracao/fariseus_2.htm acesso dia 21/07/2009].

No Século I, muitos pregadores e mestres viajavam fazendo palestras para qualquer auditório que os quisessem ouvir. Os gregos, então, apreciavam oradores inflamados e a nova igreja de Éfeso acolhia todo o orador de passagem por ali. Muitos destes, é claro, espalhavam falsos ensinamentos. Paulo queria que Timóteo soubesse as características de um falso mestre, as quais o apóstolo alista:

a. Convencido e ufano. Interessado de falar de si mesmo. Por exemplo: O meu ensino é o melhor; porque eu sei fazer melhor, falar melhor, eu sou o melhor; eu é que sei; por que eu oro mais e sou mais santo do que todos na igreja.

b. Mania por questões e contendas de palavras. Não ensinavam doutrina bíblica, mas tinham prazer por questões que não edificavam a igreja.

c. Não deve promover divisão. A mensagem não deve trazer divisão e contenda.

d. Encarar a santidade como meio de ganhar dinheiro.

Os falsos mestres estavam levando muitos crentes a se desviarem da fé. Para que possa resistir essa ameaça, o atual obreiro do Senhor precisa: Ensinar a Palavra do Senhor dentro da verdade. Ser o exemplo de santidade diante dos outros crentes da igreja.

Antes Paulo já tinha predito que “lobos” penetrariam na igreja e afastariam os crentes da verdadeira comunhão com Deus e com os santos. Não tardou para que sua profecia se cumprisse (At 20.28-30). Estes falsos mestres tinham abandonado a Palavra de Deus e permitindo Satanás cauterizar suas consciências (1ª Tm 4.2).

“Cauterização” é uma palavra que indica a marca que se coloca num escravo: A idéia por traz da marca é a seguinte: acontecia às vezes que um escravo era cauterizado com uma marca que o identificava como pertencendo a certo dono, como o gado é marcado hoje. Estes falsos mestres tinham sobre as suas consciências a marca de Satanás; que os distinguia como escravos pertencentes a ele.

Muitos pregadores se desculpam facilmente de sua falta de preparo bíblico, falando que preferem depender da unção do Espírito Santo. Essa idéia sugere falsamente que a preparação impede a unção do Espírito na pregação duma mensagem. Realmente, Deus deseja que o pregador seja ungido não só na transmissão de sua mensagem, mas também na preparação da mesma. Se tiver o preparo e a unção tal mensagem terá poder para convencer pecadores e confrontar falsos mestres.

É verdade que o Espírito Santo nos ensinará e nos fará lembrar (Jo 14.26), porém, como Ele poderá instruir alguém que não está disposto a ser um estudioso da Palavra de Deus? E, como o Espírito Santo poderá lembrar um homem de algo que ele nunca aprendeu? (Js 1.8; Sl 1.2; 1ª Tm 4.15).

A igreja de hoje poderia se considerar abençoada se todos os falsos mestres tivessem desaparecido no fim do Século I. Infelizmente, ainda temos desse tipo de oradores que só pensam em ser elogiado e receber dinheiro. Estes mestres não somente caem na armadilha de seus próprios pecados, mas também representam uma grande ameaça para a igreja. É preciso muito cuidado para não usurpar o ministério de alguém. Infelizmente isto é o que mais acontece em nossos dias. “Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1ª Tm 1.7).

Pr. Elias Ribas
Igreja Ev. Assembléia de Deus
Blumenau – SC.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

OS FARISEUS SÃO PEDRAS DE TROPEÇO


“Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão” (Rm 14.13 - RA).

A primeira parte do versículo Paulo nos ensina a não julgar uns aos outros. [....] Embora devamos abster-nos de julgar uns aos outros em questões triviais, os crentes devem encorajar uns aos outros tendo em vista a semelhança a Cristo e a santidade quanto à fé, a doutrina e a moral (Hb 10.24). Trata-se de, com toda a sinceridade, avaliar (1ª Ts 5.21; 1ª Jo 4.1), corrigir e repreender uns aos outros em amor e humildade (Lc 17.3) e, quando necessário for, exercer a disciplina eclesiástica (cf. 1ª Co 5.12,13; 2ª Ts 3.6,14; 1ª Tm 5.20,21; 2ª Tm 2.24-26; 4.2). [LIRA Eliezer. P. 93-94].

[...] A palavra tropeço no original é Skandalon que é traduzida por “escândalo”, “tropeço”, “armadilha”, e “cilada”, e skandalizein é o verbo correspondente.

Quando nos voltamos ao NT descobrimos que a RA quase sempre traduz skandalon por “tropeço”, palavra esta que é melhor entendida quando vamos àquelas passagens com o sentido duplo de skandalon em nossas mentes; achamos que em certas passagens o outro significado oferece um quadro mais vivo.

A palavra skandalon não é de modo algum uma palavra do grego Koiné. Na realidade ela é sem dúvida do grego posterior [skandaléthron], que significa “a vareta com isca na armadilha”. O skandaléthron era o braço ou a vareta em que a isca era fixada. O animal para o qual a armadilha era armada era levado pela isca a tocar ou pisar na vareta; a vareta acionava uma mola, e assim o animal era conduzido à sua captura ou destruição.

 No grego clássico a palavra significa “armadilhas verbais” armadas para levar uma pessoa a ser derrotada num argumento. Portanto, fica claro que a qualidade original da palavra não era tanto “uma pedra de tropeço” para fazer alguém tropeçar, mas uma “atração” para levar alguém à destruição.

Na Septuaginta, portanto, a palavra skandalon tem duas idéias por trás dela. Significa ou uma “pedra de tropeço”, objeto colocado no caminho de um homem para fazê-lo tropeçar, ou “uma armadilha”, “uma isca”, “um engodo” para atraí-lo para fora do seu caminho e assim arruiná-lo.

 A palavra “pedra de tropeço” em Romanos 14.13, é mais apropriado e essencial. Paulo nos ensina a não colocarmos “tropeço” ou “escândalo” diante de nosso irmão. A palavra aqui traduzida “escândalo” é proskomma, que significa “barreira”, “impedimento”, “obstáculo que bloqueia a estrada”. É a palavra que seria útil para descrever uma árvore que foi cortada e colocada atravessando a estrada para bloqueá-la.


Jesus confronta os líderes religiosos de sua época dizendo:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando!” (Mt 23.13).


Jesus está falando que os religiosos não entram no Reino dos Céus, nem deixam entrar quem quer entrar, ou seja, eles colocam barreiras que são as doutrina de homens (Mt 15.9), assim eles “atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los (Mt 24.4).


Paulo nos ensina que nunca devemos praticar ou permitir coisa alguma que seja um obstáculo no caminho para a bondade. Em Mateus 13.21 declara-se que o ouvinte superficial da palavra é “escandalizado” (skandalizein) pela perseguição. A perseguição é um tropeço que o impede de avançar pelo caminho cristão.

Os fariseus “se escandalizaram” com Jesus e Suas palavras (Mt 15.12). Jesus prediz que todos os Seus discípulos se “escandalizarão” com Ele (Mt 26.31). Os falsos mestres armam “ciladas” diante dos outros (Ap 2.14). Os fariseus acham a cruz de Cristo um “escândalo” (lª Co 1.23; Gl 5.11). Em todos estes casos, as palavras significam algo que impede o progresso de um homem, algo que o faz tropeçar, algo que lhe impede o caminho. Esse “algo” pode provir da atuação maliciosa dos outros, ou pode provir do preconceito e orgulho do próprio coração do homem [Barclay William Pg 182-183].

Jesus avisou com bastante franqueza:Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. Aí do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!” (Mt 18.6-7).

Segundo o ensino de Jesus, quem arruinar espiritualmente uma criança, ou um crente sincero, incorrerá em maior ira de Cristo.

Pastores, padres, professores e principalmente os pais devem prestar atenção especial a esta palavra de Cristo. É responsabilidade dos pais e mestres instruírem as crianças nos caminhos de Deus.

Jesus diz que inevitável o homem trazer escândalo. Mas, também adverte com um “ai” de juízo para aquele que escandalizam a obra de Deus pelos seus maus atos. Seria melhor atar uma pedra de moinho no pescoço e se jogar no mar. Teriam uma condenação menos acentuada no inferno.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC
 
FONTE DE PESQUISA
 
1.      LIRA Eliezer. Lição 13 - O amor é a essência da vida cristã. Lições Bíblicas Aluno - Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2006. Editora CPAD – Rio de Janeiro – RJ.
2.      BARCLAY William. Palavra Chave do Novo Testamento – Editora Vida Nova. 1988- São Paulo – SP.
3.        BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD - Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
4.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B. do Brasil.
5.      BÍBLIA PENTECOSTAL, Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.      BÍBLIA SHEDD, Trad. João F. de Almeida.



terça-feira, 28 de agosto de 2012

A HIPOCRISIA DOS FARISEUS



I.       O FERMENTO DOS FARISEUS
 “Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12.1b).

A palavra fermento [do gr. zume] significa de corrupção intelectual e moral inveterada, vista em sua tendência de infectar os outros. Aqui o fermento é aplicado aquilo que, mesmo em pequena quantidade, pela sua influência, impregna totalmente algo; seja num bom sentido, como na parábola em Mt 13.33; ou num mau sentido, de influência perniciosa, “um pouco de fermento leveda toda a massa”.

Os usos simbólicos da palavra “fermento”, na Bíblia, são geralmente negativos. O fermento freqüentemente representou o mal e o erro. Podemos traçar no Velho Testamento o desenvolvimento destes significados da palavra “fermento”. O uso do fermento era proibido durante a Páscoa, a festa em que os israelitas comemoravam a libertação da nação judaica da servidão egípcia (Êx 12.15). De fato, os israelitas não tinham permissão para incluir fermento nos sacrifícios feitos a Deus. Em Levítico, Deus disse: “Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por oferta ao Senhor” (Lv 2.11).

“E Jesus disse-lhes: Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus 11 Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. 12 Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus. (Mt 16.6,11-12).

Baseando-se nesta tradição de que o fermento representava alguma coisa má, impura e inaceitável por Deus, Jesus e Paulo se referiram às falsas doutrinas como fermento. Jesus advertiu contra o fermento o falso ensinamento dos fariseus e dos saduceus (Mt 16.12). Paulo disse que aqueles que tentavam persuadir os cristãos a voltarem à pratica da lei de Moisés espalhavam o fermento (Gl 5.4-9).

 O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Paulo se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os cristãos de corinto em termos duros e perguntou: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” (1ª Co 5.6). Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper a congregação inteira.

Os fariseus eram formalistas, legalistas, ritualistas, nominalistas. Eles endeusavam as obras. Os fariseus eram, céticos, materialistas, humanistas. Não criam no miraculoso, no sobrenatural.

II.   O FERMENTO DA HIPOCRISIA


“Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (Mt 23.33).

O hipócrita é o homem que, no próprio nome da religião, quebra as leis de Deus. É o homem que diz que não pode ajudar seus pais porque tinha dedicado seus bens ao serviço de Deus (Mt 15.7; Mc 7.5); é o homem que se recusa a ajudar um enfermo no sábado, porque isto seria uma violação da lei do sábado, embora não deixe descuidar do bem-estar dos seus animais no sábado (Lc 13.15).

É o que pratica todos os gestos externos da religião enquanto no seu coração há orgulho e arrogância, amargura e ódio. É o tipo de homem que nunca deixa de ir para a igreja e que nunca deixa de condenar um pecador. O seu orgulho é do tipo que imita a humildade.

Os fariseus eram referência moral, ética e religiosa para o povo de Israel à época de Jesus. Aos olhos do povo os fariseus eram tidos por justos “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mateus 23.28).

Em nossos dias a palavra fariseu é utilizada de modo pejorativo, sinônimo de hipocrisia, mas à época de Cristo nomeava um grupo específico de seguidores do judaísmo.

O farisaísmo era uma das mais severas seitas do judaísmo e seus seguidores lideravam um movimento para trazer o povo a submeter-se à lei de Deus. Eles eram extremamente legalistas, formalistas e tradicionalistas (Mt 15.1-3).

O hupokrités é o homem que pela causa da religião afasta outras pessoas do caminho certo:

“Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1ª Tm 4.2-5).

Paulo se refere aos falsos mestres que estavam promovendo um estilo de vida rigoroso e acético (cf. Cl. 2.20 -23), proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos. Persuadem os outros a lhe darem ouvidos em vez de escutarem a Deus.

[....]. A proteção do crente contra tais enganos e ilusões consiste na lealdade total a Deus e à Sua Palavra. Por isso precisamos estar consciente de que homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se e enganar os outros com sua mistura de verdade e falsidade [Comentário Bíblia Pentecostal. P. 1870 CPAD].

III. A HIPOCRISIA DE PEDRO

 Vejo que a hipocrisia é um doas maiores assassinos da graça divina; e isto está identificado na carta do apóstolo São Paulo aos Gálatas 2.11-14.

“Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti -lhe face a face, porque se tornara repreensível. 12 Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar -se, temendo os da circuncisão. 13 E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. 14 Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?”

Nesse consenso mais uma vez foi colocada em dúvida por ocasião da visita de Pedro a Antioquia (Gl 2.11-21). Mas também, naquela ocasião, Paulo não cedeu um só milímetro da verdade do evangelho e agora, mais ainda, não tem intenção de diante dos judaizantes.

Também Israel, citado na aliança de Abraão, estava condicionado a lei. Contudo, contra argumenta Paulo, assim o Evangelho torna-se um não evangelho (1.6-9), porque desaparece o escândalo da cruz de Cristo, ou seja, Cristo morreu em vão (2.21; 5.11). Assim o Evangelho deixa de ser a graça (1.6; 2.21; 5.4). Por quê? Quem vê a lei como parte integrante da aliança, de tal modo que a eleição da parte gratuita da parte de Deus encontra sua correspondência subseqüente no cumprimento humano da lei, concede à lei um lugar que, segundo Paulo, não lhe corresponde. Essa unidade entre aliança e lei como caminho de salvação para alcançar a vida concede às “obras da lei” uma importância que, conforme a visão do Apóstolo ela não pode ter. Quem assim procede quer ser “justificado pala lei” (2.21; 5.4); pretende apoiar-se em seus êxitos com a lei, e não está disposto a atribuir somente a Cristo a glória da redenção (Gl 6.13s). Não lhe basta “ser “justificado em Cristo” (2.17). Ele não confia unicamente na graça da cruz, mas atribui ao cumprimento da lei parte de sua redenção.

Porque Deus levantou Paulo como apóstolo? Porque o discípulo Pedro, aquele que havia aprendido com mestre Jesus, estava colocando em jogo a pregação do Evangelho.

“E chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível” (v. 11).

Porque Paulo repreendeu a Pedro? Ele nos conta: “Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios: mas, depois que chegaram se foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão” (v. 12).

Cefas (que quer dizer Pedro), que tinha experimentado a liberdade que há em Cristo depois da visão em At 10.10-35, começou a comer com os gentios em Antioquia. Quando vieram os judaizantes de Jerusalém, Pedro, hipocritamente deixou de seguir o princípio dado pelo próprio Deus. Será que podemos aceitar este apóstolo mais do que qualquer outro como infalível? Sendo que afirmam alguns que Pedro foi o primeiro papa e era infalível. Se Pedro era infalível, segundo o ensino de alguns, porque Paulo diz no verso 11 que “se tornara repreensível”.

Paulo resistiu na face um apóstolo que foi escolhido por Jesus. Qualquer líder espiritual que se torna culpado de erro e da hipocrisia deve ser confrontado e repreendido pelos colegas de ministério (cf. 1ª Tm 5.19-21). Isso, sem favoritismo; até mesmo uma pessoa de destaque como o apóstolo Pedro, que foi grandemente usado por Deus, necessitou de repreensão corretiva. As Escrituras indicam que Pedro reconheceu a sua falta e aceitou a repreensão de Paulo, de modo humilde e arrependido. Posteriormente, ele refere-se a Paulo “nosso amado irmão Paulo” (2ª Pe 3.15).

Dificilmente um falso líder aceitaria uma correção como Pedro aceitou. Uma repreensão de ministro para ministro não é uma ofensa dentro do presbitério! Errar é humano, falhar todos falham, mas devemos reconhecer o erro. Ou será que você iria ficar bravo e chutar o balde e ofender seu irmão? Mas Pedro, como um servo de Deus, arrependeu-se e aceitou a repreensão do amigo Paulo.
O Evangelho que Paulo pregava era algo novo tanto para os gentios como para os judeus. A indignação de Paulo não era preocupação com sua posição, ou seu status de apóstolo de Cristo. A preocupação como ele declara duas vezes em Gálatas 2, era a “Verdade do Evangelho”. Em outras palavras, estava em jogo não somente a salvação dos gálatas, mas também o futuro do próprio cristianismo. O que Paulo não queria era um Evangelho misturado.

Paulo viu através da duplicidade e expôs a hipocrisia em Pedro. Com efeito, ele repreendeu: Pedro você foi hipócrita diante dos judeus e depois diante dos gentios. Você está falando de liberdade, mas não vive essa liberdade. Sai de cima do muro Pedro, deixe de ser legalista, e viva a verdade do evangelho. Os outros judeus também dissimularam com ele, de maneira que até barnabé se deixou levar sua dissimulação.

“E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi que não procedia corretamente segundo a verdade do Evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, porque obrigas os gentios a viverem como judeus” (Gl 2.13-14).

Porque Paulo disse palavras tão fortes? Porque as pessoas costumam seguir os líderes. As ovelhas seguem os seus pastores, mesmo que eles estejam errados. Se você disser que é pecado comer sem lavar as mãos eles vão acreditar e obedecer. O líder é o espelho da igreja. Se você for um fariseu legalista os seus seguidores também irão ser, a menos que alguém lhe exponha a verdade.

Antes de começar a pensar que jamais cometerá o crime da hipocrisia, que você está acima dessa tentação, lembre-se do que Paulo expôs em sua carta aos Gálatas. Um líder espiritual tão forte e estável quanto Pedro caiu nela. E com muitos outros, “o próprio Barnabé”.

O legalismo é sutil, é insidioso. Descobri que ele representa especialmente uma tentação para aqueles cujo temperamento tende a agradar as pessoas, o que nos leva de volta à maravilhosa passagem em Gálatas 1.10 que nos liberta: “Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo”.

O verdadeiro ministro é aquele que defende o Evangelho de Cristo, pois Deus não nos deu um espírito de temor, mas de fortaleza, por isso devemos batalhar pelo Evangelho. A Bíblia diz que Jesus veio purificar para si um povo zeloso e de boas obras.

Zeloso: que tem cuidado da doutrina – que segue o evangelho sem mistura (farisaísmo, dogmatismo, legalismo, filosofias etc.).

Boas obras: Que tem fruto do Espírito (Gl 5.22-23), evangelismo, assíduo no trabalho de Deus no tocante aos cuidados dos órfãos e viúvas. Estas boas obras nos diferenciam do mundo e não um fanatismo obscuro.

Precisamos urgentemente rever os ensinos da igreja primitiva: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42-47).

A igreja primitiva praticava a verdadeira doutrina, eram homens de oração, tinham comunhão uns com os outros, no partir do pão, no amor, no perdão, unidade, temor a Deus e a verdadeira adoração.

A igreja primitiva estava fundamentada na doutrina dos apóstolos. Eles não priorizavam os costume e culturas da época. Deus não está preocupado se nos saudamos com ósculo santo ou não, mas precisamos da oração e do estudo correto da Palavra de Deus que nos faz crescer em Cristo.

IV.  COMO DEUS VÊ A PRÁTICA DA HIPOCRISIA

A hipocrisia que se revela na justiça apenas externa e não interna. Jesus usou uma linguagem que deixa bem claro que a hipocrisia é abominável aos olhos de Deus, não importando a forma em que ela se manifeste.

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.27-28, 33).

O Novo Testamento menciona a palavra fermento como símbolo de crescimento mal, pois a maledicência dos fariseus está associada a grupos sectários e sofistas.

V. HIPOCRISIA QUE É FRUTO DE UMA MENTE CAUTERIZADA

“Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. (2ª Co 4.4).

O diabo o deus deste século, tem segado milhares e milhares de pessoas para que não resplandeça a luz do evangelho.

O apóstolo Paulo ainda diz:

“Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, (1ª Tm 4.2).
Eles falam em nome de Cristo, mas pregam um evangelho anátema (Gl 1.8), cheio de mentira, engano e falsidade.

Os hipócritas serão condenados por Deus.  “... pela hipocrisia de homens que falam mentiras” (v.2). E quem é o pai da mentira? É o diabo (Jo 8.44). Portanto os mentirosos serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).

“E castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 24.51).
Aqui há uma advertência. De todos os pecados, a “hipocrisia” é aquela no qual é mais fácil cair; e entre todos os pecados, é o mais rigorosamente condenado.

O hipócrita é um lobo disfarçado de ovelha.
  
No evangelho segundo Mateus Jesus nos adverti dizendo: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).

Lobos fantasiados de ovelhas: Os hipócritas aparentam uma coisa, mas na verdade é outra (At 20.29-30). Fingem ser cristãos, mas servem ao diabo; fingem-se de santos, mas são enganadores. Estão na igreja, mas não fazem parte da igreja de Cristo. Suas intenções são malignas.

A hipocrisia estabelece um perfil de autoridade rígido e ao mesmo tempo irresponsável. Está foi a síndrome dos fariseus que se traduziu num terrível perfeccionismo religioso onde a incoerência moral era compensada por todo um aparato externo de santidade e cerimonialista.


Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC

FONTE DE PESQUISA

1.      ALMEIDA Ferreira. Bíblia Pentecostal. Revista e Corrigida. Edição 1995. Editora CAPD - Rio de Janeiro – RJ.
2.      BARCLAY WILLIAM. Palavra Chave do Novo Testamento, Editora. Vida Nova.
3.      GONDIM RICARDO. O fermento dos fariseus. http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=65&sg=0&id=1844 – acesso dia 09/09/2009.
4.      ORTIZ JUAN CARLOS. O discípulo. 6ª edição, 1980, Editora Betânia. Venda Nova MG.
5.      RENOVATO ELINALDO. Lições bíblicas 2º trimestre 2007. Pg. 7.