TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 2 de junho de 2012

AS CARACTERÍSTICAS DOS FARISEUS




Prometem liberdade, mas trazem escravidão (2ª Pe 2.19; Gl 2.4). A falsidade não satisfaz (Is 32.6). Ensinam heresias abomináveis (2ª Pe 1.21-22), e as pessoas tem grande prazer nisto (Jr 5.31). Têm visões falsas e profecias falsas (Jr 14.14; Jr 23.25-32). Têm sonhos falsos (Jr 23.32; Zc 10.2). Fingem ser cristãos (ovelhas) (Mt 7.15; Gl 2.4; 2ª Pe 2.1-3). Observe a vida das pessoas e não somente a suas palavras (Mt 7.16-20). Às vezes fazem grandes sinais e milagres (Mt 24.24; Mc 13.22), mas são falsos apóstolos, mestres e profetas.

I.        SÃO EGOCÊNTRICOS

Egocentrismo, à luz da psicologia, diz respeito ao conjunto de atitudes ou comportamentos de um indivíduo que se refere essencialmente a si mesmo. Essa tendência é contrária a Palavra de Deus, que condena a soberba, o orgulho. Todos esses termos, com significações especifica, inter-relacionam-se, designando o culto ao “eu”, ou seja, é a tendência e atitude de quem revela pouca ou nenhuma solidariedade e busca viver exclusivamente para si; também associada a egolatria. Foi o Diabo o primeiro a cultuar o “eu”, tentando, inclusive, igualar-se a Deus (Is 14.12-15 e Ez 28.15-17).

Um dos quadros mais pintados por Jesus está na sua parábola do fariseu e do publicano a orarem no templo. O fariseu se ufanava e exaltava-se de sua bondade e religião e seu egocentrismo, acusava o seu irmão e quanto o contrito publicano suplicava a misericórdia divina para si dizendo: “pobre pecador”. Jesus fez pouco caso das orações formalistas, dos jejuns, das dádivas, dos dízimos por obrigação, e louvou as atitudes apropriadas e naturais que procedem do coração. Ensinou Seus discípulos não ir além das prescrições da lei e dos profetas, e os ajudou a olhar mais para os motivos e intenções do que para os ritos exteriores (Lc 18.11-14).

O fariseu e o publicano mostram duas atitudes diferentes acerca de pecado. O pecado do fariseu estava tão bem escondido atrás da sua justiça própria e religiosidade, que ele não o enxergava; mas o pecado do publicano, patente a si mesmo e a Deus, parecia tão negro e grande que ele batia no peito, indicando tristeza de coração por ter pecado contra um Deus Santo (v.13).

Aqueles que se escondem atrás do pretexto de ser um “líder nato”, tiveram uma personalidade distorcida pelo egocentrismo.

Fazia-se necessário, portanto, positiva e dinamicamente o lado espiritual da religião, para que o povo se sentisse suficientemente preparado para enfrentar e solucionar os problemas da vida. E isso Jesus buscou fazer, ensinando a verdadeira religião a seus discípulos.

II.  SÃO ARROGANTE

“E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.
Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando” (Mt 23.12-13).

O que Jesus nos ensina nestes textos: Não desejar honra dos homens (6-12). Não há nada mais fatal. Nosso Senhor muitas vezes referiu-se a isso: “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único?” (Jo 5.44).
Que devemos amar, servir e fazer o bem, sem outro motivo a não ser o empenho para que os homens sejam ajudados e abençoados, e Deus servido.

Os sinais dos fariseus (23.1-12). A sua hipocrisia (1-4) e a sua ostentação (5.12). Devemos distinguir entre seu caráter e seu ofício. Jesus mandou respeitar o oficio e ensino, mas não a conduta dos fariseus, isto é, se aceitamos a tradução comum dos versículos 2 e 3.

Uma das características dos fariseus é que enganam o povo comum sobre a verdade fundamental, especialmente a verdade de como obter a salvação eterna; em vez disso mantêm essa verdade para si mesmo, como uma forma de poder e de privilégio. Jesus falou diretamente sobre essa terrível situação em Lucas 11.52: “Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam”.

“Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus” (1ª Co 1.27-29 NTLH).

Paulo não está dizendo que os cristãos não tinham do que se orgulhar. Pelo contrário, disse-lhes que, ao gloriar-se das coisas que eram motivo de orgulho para o mundo, estavam se gloriando das coisas erradas.

“Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1ª Co 1.31). É claro que isto não é uma aprovação aos fanáticos religiosos e egoístas que vivem por aí e reivindicam que todas as suas opiniões a respeito de tudo são corretas, porque conhecem o Senhor. O principal ensino desta afirmação é que o gloriar-se humano é maligno, pois eleva o ego ao lugar mais alto. Infelizmente, é possível acontecer tanto no campo religioso como em qualquer outro. Este tipo de gloriar é realizado com o propósito de enaltecer a ponto de vangloriar-se do que se faz. Indica que estamos nos focalizando no que é efêmero e não no espiritual.

A única coisa transcendente para o ser humano é o conhecimento de Deus: “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR”.

III.  LOUVAM A SI MESMO

“Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens.... Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23.5-7).

Os hipócritas gostam de ser glorificado pelos homens (Mt 6.2), pois dos homens buscam a glória. Jesus condena os que assim procedem.
Buscar arrogantemente o poder não é atributo espiritual. É sinal de egoísmo e orgulho. Todo aquele que deseja o poder para obter prestígio é traiçoeiro. Têm prazer em chegar ao topo pela escada da adulação. Quando um líder cristão caminha em busca do poder, ele nega a cruz de Cristo.

Os fariseus da época de Jesus faziam tudo para produzir falsas aparências, buscavam a primazia nas sinagogas, faziam questão de ser lisonjeados, procuravam honra e glória para si. Esquecem que a honra deve vir do Senhor Deus, e não buscada para si. Os fariseus estavam preocupados pela posição religiosa, e não com a salvação do pecador.

A primazia dos fariseus da atualidade é estar em um pedestal como se fosse um rei, tomaram o lugar dos Reis dos reis e esqueceram-se das Palavras do apóstolo Paulo na carta aos Romanos cap. 1.25 que diz: “... honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito e eterno”.

Existem “líderes” que todas as comemorações e festas da sua igreja devem estar voltadas para si, ou seja, ele é o centro das atenções. É como Jesus diz: “... e fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens”. Jesus nem se quer é convidado.

O segredo da vitória do obreiro em geral é a humildade. A Bíblia diz que a humildade vai adiante da honra. Não estou me preocupando se serei honrado ou como serei honrado, mas com a humildade diante do Senhor. Infelizmente conhecemos alguns que quando ocupam lugar atrás dos microfones deixam subir à cabeça. Os cooperadores da igreja se tornam seus empregados particulares, e ainda acham que outros têm obrigações para com eles. A humildade e a adoração a Deus são os pontos primordiais. Por isso gosto de Davi; era um homem humilde segundo o coração de Deus e gostava de adorar Seu Santo nome.

Na igreja de Corinto já existiam os tais, portanto, Paulo adverte a igreja dizendo: “Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmo: mas eles, medindo-se consigo mesmo e comparando-se consigo mesmo, revelam insensatez” (2ª Co 10.12). “Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o Senhor louva” (2ª Co 10.18). O que vale não é a auto apreciação, mas a recomendação de Deus.

Aquele que sendo motivado pela soberba busca a honra dos homens perde a glória eterna. O senhor Deus diz no livro do profeta Isaías: “A minha glória, não a dou a outrem” (Is 48.11). Os humildes serão sempre exaltados e os exaltados serão humilhados (Mt 23.12). Portanto, deixe a honra vir de Deus, mas não corra atrás para não cair. A honra deve ser conquistada, mas não obrigada. Por isto o mestre Jesus diz: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mateus 6.1).

IV.  SÃO AVARENTOS

“...que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, largas orações. Estes receberão maior

condenação” (Lc 20.45-47).

À luz das Escrituras, os fariseus têm sempre no seu perfil algumas características especificas. Mas a Bíblia aponta como defeito principal do falso profeta.

Apesar de sua falsa religiosidade, os fariseus eram avarentos. Faziam longas orações para lograr e devorar as casas das pobres viúvas. Eles tinham como mandamento cuidar das viúvas, órfãos e necessitados, porém eles agiam com um espírito cobiçoso.

Avareza, de acordo com o original, é ganância, e se aplica a alguém que nunca está contente com que tem; sempre querendo o que é dos outros. Avareza na Bíblia é comparada com o pecado de idolatria (Cl 3.4), porque a pessoa coloca toda sua concentração naquela coisa que está roubando a posição de prioridade de Deus em sua vida.

Através de seu fervor religioso os fariseus exploravam os mais pobres e idosos. Não sabemos exatamente como eles “devoravam” as casas das viúvas; talvez persuadindo-as a fazer grandes doações além de suas condições. Certamente, pessoas de má fé no meio religioso hoje em dia têm este mesmo procedimento. Alguns até ridicularizam as doações pequenas e garantem bênçãos financeiras do Senhor em troca de enormes ofertas.

Eram hipócritas fingidos, falsos. Faziam prolongadas orações para tirar proveito das pobres viúvas; aquelas que eles deviam ajudar, pois é a verdadeira religião (Tg 1.27), estavam devorando. Mas Jesus os advertia: “vocês vão sofrer maior juízo seus fariseus”.

1.   Pregam por ganância.
[...] Hoje existem certos “líderes espirituais” que pregam sobre prosperidade ensinam que Deus quer
que todos os seus filhos sejam ricos e que uma pessoa somente adoece por falta de fé. São mundanos e extremamente interessados nos prazeres terreais.

Em nome da fé evangélica algumas denominações estão extrapolando no zelo por arrecadar numerário para a manutenção da Casa do Senhor. Ora, o compromisso de ajuda pecuniária do crente se restringe única as contribuições voluntárias e a amor pelo Reino de Deus. Porém, tem havido interpretações perversas acerca das contribuições. Os dízimos passaram a ser um meio de salvação, e não há limites na fixação das ofertas. O dinheiro tem sido a legalidade de salvação e esqueceram que a base da nossa salvação é o precioso sangue de Jesus. É preciso que os desavisados entendam que não podemos comprar as bênçãos de Deus; que não asseguramos a salvação com as obras de nossas mãos; que devemos buscar “primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Em segundo lugar devemos garantir a nossa salvação mediante sincero arrependimento, confissão dos pecados, mudança de vida, aceitação de Jesus como Senhor e Salvador. Na qualidade de salvos, de crentes em Jesus, então cumpriremos seus mandamentos, inclusive o de contribuir e, nessas condições, faremos jus a todas as bênçãos e promessas catalogadas na Bíblia.

A grande maioria dos que buscam essas denominações que anunciam um evangelho deturpado e viciado são almas frágeis, enfraquecidas pelos embates da vida, e ali vão dispostas a fazer o sacrifício que for sugerido ou determinado. Não têm o conhecimento bíblico para refutar as heresias. Assim, acreditam que se venderem todos os seus bens e entregarem todo o dinheiro “aos pés de Jesus” terão resposta imediata de Deus. A teoria do TUDO OU NADA é anti-bíblica e, portanto, herética.

Os exemplos a seguir, pelo inusitado e extravagância teológica, sem paralelo na história recente da Igreja, denotam uma situação de ambição desenfreada, de loucura inteligente, de ânsia incontida, só comparável aos tempos da diabólica Inquisição e da venda de indulgências.

Eles sabem, os promotores do mercantilismo religioso, que o povo brasileiro traz consigo a herança maldita da idolatria, exemplo das imagens dos santos falecidos, como algo tangível, visível, capaz de “auxiliar” na comunhão com Deus. Sabedores disto procuram preencher a lacuna substituindo os ícones por outras coisas, seja uma rosa, uma fitinha, um cajado, um manto, um lenço, uma vassoura, um sabonete ungido etc. É realmente uma jogada inteligente. É imperioso que o povo de Deus saiba que coisas não transformam vidas, não trazem bênçãos, não afastam as maldições, não purificam os lares. A finalidade da igreja não é arrecadar dinheiro, e o principal compromisso dos crentes não é contribuir com somas cada vez maiores. [Loucos Por Dinheiro Airton Evangelista da Costa http://opoderdafe.com/artigos/63].

Há casos em essas inovações desvirtuam o ensino da Palavra de Deus, voltando às fábulas, exatamente como previsto por Paulo, em sua célebre advertência a Timóteo. (2ª Tm 4.3-4).

O crente em Jesus deve estar atento quanto às distorções da Palavra de Deus e enganos sutis do diabo no meio cristão. Confesso que estou muito preocupado com o rumo que as igrejas evangélicas, principalmente as renovadas, têm tomando. Muitas doutrinas estranhas ao cristianismo estão sendo sutilmente injetadas, doutrinas de anjos e técnicas para curar os enfermos. Muitos pastores e líderes, na ânsia de verem suas igrejas crescerem e serem avivadas, estão adotando métodos e técnicas estranhas sem uma criteriosa investigação de seus aspectos, muitas vezes ocultos.

O modismo é crescente e desenfreado e tem tomando lugar das reuniões de oração e estudo da Palavra. Quase não se convida mais para reuniões de estudos bíblicos e quando alguém se atreve, aparece apenas um pequeno grupo. Nos ensinos de Jesus Ele atraía multidões para ouvi-lo, mas os seguidores do “evangelho” mercantilista preferem frequentar um culto com nome extravagante, por exemplo: reunião para desencapetamento, corredor de fogo, novena das nove fitas, sete quinta feira etc. Essas inovações exibicionistas têm arrastado multidões atrás de um evangelho fácil para alcançar a “prosperidade”. Ao contrário do que ensinou Jesus: “E estes sinais acompanharão aos que crerem...” (Mc 16.17). Mas o que vemos e ouvimos é o contrário. Os líderes com suas mensagens atraentes têm levado as pessoas a correrem atrás dos sinais, usando a sutileza do engano.

Hoje as pessoas numa grande maioria superlotam igrejas, mas não para ouvirem sobre andar com Deus,não para ouvirem sobre santidade, não para ouvirem a respeito de viver como sal e luz num mundo perdido, mas as pessoas enchem os templos para participarem de cultos de bênçãos, de vitórias, de negociar com Deus, de obter as bênçãos de Deus, desde que dinheiro esteja envolvido.

“Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fl 3.17.20).

[....] Ele transforma o Evangelho de Jesus em objeto de liquidação. Vende às pessoas um lugar no céu; não tem nenhum escrúpulo de cobrar quantias vultosas por uma oração de libertação e cura. Negociam com os carismas de Deus, dizendo estarem incentivando a fé. De acordo com o apóstolo Paulo, os que agem assim se tornam inimigos da cruz de Cristo, porquanto o seu Deus é o ventre e a sua glória é a vergonha (Fp 3.18-19). [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, Pg. 90. Editora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

E o que dizer de Jesus Cristo ao chamar os fariseus de raça de víboras, sepulcros caiados ou filhos do Diabo? Palavras torpes? Definitivamente não; nem chamar os profetas da prosperidade de estelionatários da fé, enganadores, ladrões, mercenários, salafrários, lobos, falsos curandeiros, etc, significa usar palavras torpes. São palavras qualificadoras precisas para designar pessoas e práticas condenáveis.

Embora a palavra de Paulo aos líderes das igrejas que estavam reunidos em Mileto, especialmente os de Éfeso, tenha sido dura, o seu propósito era revelar sua grande preocupação com relação ao futuro da igreja de Deus.

Atos 20.28-30:Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29 Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; 30 E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.”

Paulo reconhece o alto valor que Deus pagou pela igreja ao entregar seu próprio Filho na cruz e entende que o surgimento de falsos líderes era consequência natural do crescimento do evangelho, o que ele pretende é alertar à igreja que tenham cuidado com os falsos líderes, pois eles irão agir impiedosamente, sem temor à Deus, com um único propósito – atrair as pessoas para si, ao invés de Deus.

Em grandes igrejas é comum ver pastores orgulhosos pelo numero de membros que mantem cadastrados em sua secretaria, mas a verdade e que poucos são assistidos regularmente. Isso ocorre porque muitos líderes estão preocupados com a quantidade e não com a qualidade dos membros.
O apóstolo Paulo fala de “lobos cruéis” que entrariam no meio do povo de Deus e, que Esses lobos representam falsos obreiros que só cuidam de si próprio, e não do rebanho do Senhor. També diz Paulo que chegará o tempo em que alguns de vocês contarão mentiras, procurando levar os irmãos para o seu lado.

Porém a visão de Jesus a respeito do dinheiro é bastante realista, principalmente, ao referir-se a este como um deus-pagão (Mt 6.24; Lc 16.13), revelando a insensatez daqueles que se fiam nos seus pertences (Lc.16.1-13), indicando aonde devemos entesourar (Mt 6.19-21). Paulo também admoesta os cristãos para que não se deixem levar pelo amor ao dinheiro (1ª Tm 6.10) e Tiago chama a atenção para aqueles que são controlados pela cobiça (Tg 4.2,3). O cristão pode buscar alcançar uma condição favorável de vida em gratidão (1ª Tm 4.4; 6.17). Mas, diferentemente da visão mundana, não vivemos ansiosos por coisa alguma, fazemos a nossa parte, sem ansiedade (Mt 6.25-34), tendo o contentamento como meta (1ª Tm 1.8), cientes, também, de que precisamos auxiliar aos necessitados, viúvas e missionários (1ª Ts 1.11; Ef 4.28; 1ª Co 16.2-3). Afinal, fomos chamados não para acumular riquezas, mas para o amor em sacrifício (1ª Co 13; 1ª Jo 3.16).

Os fariseus além de trazer um ensino expressamente errado ao povo, mas também em seus corações. A desonestidade com a mensagem do evangelho vai criar a desonestidade na vida. As forças interiores que produzem a mensagem desviada, a princípio (orgulho da vida, temor dos homens, amor ao dinheiro, concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1ª Jo 2.16), inevitavelmente se manifestarão no comportamento, ainda que sutilmente. Esta é a razão pela qual a advertência de Jesus sobre os falsos profetas leva tão naturalmente a uma discussão para testá-los pelo seu caráter, bem como pela sua mensagem.

2. Os ais da hipocrisia (Lc 13-39). “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso, sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor. Tolos e cegos! Qual é mais importante: o ouro ou o Templo que santifica o ouro?” (Mt 23.14-17).

Notemos os pecados destes fariseus hipócritas: Fecham o reino dos céus; não entravam, nem deixavam que os outros entrassem (v. 13). Contudo tinham a certeza de que as suas doutrinas, que tiveram esse resultado, eram corretas. Este longo discurso, em que Jesus censura os escribas e fariseus, não se encontra completos nos outros evangelhos.

Tinham zelo de fazer prosélito (v.15), mas seus prosélitos não eram melhores do que eles. Diziam-se guias, mas levam os outros para a cova (Lc 6.39).

Eram escrupulosos em pequenas observâncias, mas falhavam no juízo, na misericórdia e na fé (v.23). Eram limpos exteriormente, mas impuros em pensamentos e desejos (v. 27).

Professavam grande respeito pelos mártires do passado, mas não entendiam às verdades que eles ensinavam, e perseguiam os atuais profetas dessas verdades.

[...] O Dr. Scroggie chama a atenção para os oitos “ais” que Jesus pronuncia sobre os fariseus: O Senhor reprova no primeiro uma perversa obstrução; no segundo, uma capacidade cruel (v. 14); no terceiro, um zelo fanático (v. 15); no quarto, uma discriminação casuística (16-22); no quinto, uma escrupulosidade frívola (23-24); no sexto, uma devoção superficial (25-26); no sétimo uma religiosidade pecaminosa (27-28); no oitavo, uma reverência fingida (29-33), o tipo de reverência que zela os túmulos dos profetas falecidos enquanto quer matar os profetas vivos [McNAIR P. 326].

“Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros” (Jd 1.16).
E nesse sentido há muitas maneiras sutis de os dissimuladores propalarem “grandes arrogâncias” sem perderem a imagem espiritual de “humildade” e “santificação”.

Judas diz que tais pessoas são veementes barulhentas, ousadas e plenas de histórias impressionantes sobre elas mesmas. Aliás, sempre que elas se introduzem numa reunião cristã é através do alardeamento que fazem de suas “experiências espirituais”.

É muito fácil propalar grandes coisas sobre si mesma sem perder o status da espiritualidade. Eles impressionam por esses propaladores de grandes coisas.

Judas diz que eles são arrogantes, porque sempre que se exaltam, fazem isso na perspectiva de se colocarem como mais experientes do grupo, ou como aqueles com os quais Deus fala mais diretamente. Por isso é que eu digo a você.

Segundo a Bíblia é impossível servir a Deus e às riquezas ao mesmo tempo (Mt 19.23-26; Pv 16.5), porque o senhorio de Mamom é contrário ao de Cristo (Mt 6.24). Portanto, cada cristão deve examinar a si mesmo e perguntar: “sou cobiçoso?” “Sou egoísta?” “Aflijo-me perdendo a paz e o sono para ficar rico?” “Tenho intenso e incontido desejo de honrarias, prestígio, fama, poder e posição?” Já os que são ricos não devem julgar-se como tal, e sim como administradores dos bens de Deus (Lc 12.31-34, 42,43). Os tais devem ser generosos e fartos em boas obras (Ef 2.10; 4.28; 1ª Tm 6.17-19).

Quando um crente é estimulado a só pensar em bênçãos, torna-se cada vez mais egocêntrico e individualista. Ele não frequenta as reuniões da igreja a fim de cultuar a Deus, e sim para satisfazer as suas necessidades. A sua fé é direcionada apenas à consecução de vitória, ignorando os heróis da fé fecharam as bocas dos leões e escaparam da espada (Hb 11.33-34), mas também pela mesma fé foram maltratados, torturados, apedrejados, serrados e desamparados (Hb 11.25, 35-38).

Paulo advertiu a Igreja a não se imaginar numa redoma de prosperidade: “E, tendo anunciado o Evangelho naquela cidade e feito muito discípulos, voltaram... fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, por meio de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (Atos 14.21-22).

Jesus revelou à igreja de Esmirna, no Apocalipse, o teor de sua missão: “Não temas as coisas que tens de sofrer” (Ap 2.10).

Quem se obriga verbalmente a dar tudo, ser adorado, é o diabo, nunca Deus (Mt 4.9). A espiritualidade judaico-cristã não se estabelece sobre utilitarismos. Deus não quer adoração por aquilo que Ele dá, mas por quem Ele é.

O triunfalismo afasta o cristão da sã doutrina sem que ele perceba, levando-o a pensar que as aflições não são uma realidade da vida cristã (1ª Pe 5.8-10; 2 Co 8.1-2; Rm 8.18; 2ª Co 1.6; 1ª Pe 2.19-21; 2ª Tm 3.12). A nossa vitoriosa caminhada rumo ao céu deve ser caracterizado pela renúncia do “eu” (Lc 9.23; Fl 3.13-14; 2ª Tm 2.3; 2ª Co 1.5; e 2.4). Portanto, lembramo-nos das palavras de João Batista acerca de Jesus: “que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).

3. Ministros do rebanho de Deus.

Nas palavras finais da sua primeira carta, Pedro trata dos presbíteros, pastores e líderes espirituais e suas atitudes ao cuidarem do rebanho de Deus. Muitos abusam da autoridade, mesmo quando dada por Deus. Existem aqueles que chegam até a pensar ser alguém muito especial e mais importante do que o rebanho a que está servindo. Talvez tenham esquecido que o rebanho é do SENHOR Jesus o sumo Pastor.

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1ª Pe 5.1-4).

Ministros Pastores e dirigentes das igrejas devem acautelar-se de dois pecados perigosos. 1) A ambição por dinheiro; 2) A sede de poder.

O pastor deve servir o rebanho de Deus:
Não por necessidade....         mas espontaneamente.
Não por ganância....   mas de boa vontade.
Não como um ditador...        mas sendo modelo do rebanho.

Aqueles que são líderes precisam tomar cuidado com estas três atitudes destrutivas e erradas ao servir o rebanho de Deus.

A admoestação do apóstolo Pedro aos ministros é para servirem ao Senhor sem avareza, sem usar a força, mas voluntariamente e de ânimo pronto e nem como dominadores, ou seja, donos da igreja, mas servindo de exemplo ao rebanho. Não quero aqui estipular o ordenado de um ministro, mas sim combater o comércio que algumas igrejas que se dizem evangélicas estão fazendo com a obra de Deus.

A Igreja é do Senhor Jesus e não dos homens. Jesus demonstrou o maior amor em dar a Sua vida por ela, não existe preço que pague a salvação de uma alma. Os ministros são escolhidos para ensinarem a Palavra e cuidar o rebanho do Senhor, mas não para fazer comércio.

Devemos contestar aquilo que julgamos ser contrário à Palavra de Deus. Combater aquilo que consideramos estranho ao Evangelho, ou seja, o uso de objetos para usufruir melhores bênçãos de Deus ou para afastar maldições. Devemos alertar incessantemente o povo de Deus sobre algumas heresias no meio evangélico. O cristão-evangélico necessita usar alguma coisa tangível (cordões, anéis, pulseiras, vassouras, varinhas mágicas, pedras, cajados, rosas, sal grosso, etc.), que funcionariam como amuletos, para receber ou aumentar as bênçãos divinas, garantir salvação, aumentar a fé ou afastar demônios ou maldições? De maneira nenhuma devemos usar estes tipos de amuleto, Jesus Cristo disse na sua Palavra: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”. Sabemos que a Bíblia diz que o anjo do Senhor acampa ao redor dos que os teme e os livra; e Paulo diz aos Corinto que o Espírito Santo habita em nós, por isso não precisamos de amuletos como muitas igrejas estão ensinando, a nossa fé deve ser fundamenta em Cristo Jesus e na sua Palavra. A compra e venda de objetos para serem usados como amuletos, ainda que com o objetivo de cobrir despesas extras, não condiz com a vida cristã. Devemos ensinar o povo contribuir de coração, mas não usar artimanhas anti-bíblicas.

Lamentavelmente a indústria da fé tem substituído os sãos princípios que emanam da Palavra de Deus. Com a adoção de práticas místicas e outros elementos de sabor duvidoso, as correntes dos “milagres” há muito perderam o fio da meada no que tange ao verdadeiro sentido do Evangelho de Cristo. Como no romanismo, onde até o Senhor Jesus é substituído por coisas, relíquias, ossos de santos, manto e por sua mãe, no meio dito evangélico só mudam os ingredientes, permanecendo o mesmo sentido. A finalidade é quase a mesma auferir lucros para manter a organização a pleno vapor. Enquanto isso a verdade continua sendo ignorada pela multidão em demanda do benefício. Uma verdadeira inversão de valores tem ocorrido ultimamente com a adoção de medidas “profiláticas” visando libertar o corpo em detrimento da alma que permanece tão maculada como uma fornalha a expelir fuligem. Nota-se que o convite feito aos milhares é no sentido de receberem benefícios físicos e prosperidade, nunca para que o ser humano se reconheça pecador, arrependa-se e entregue-se a Jesus.

A Bíblia dá a receita para ficarmos livres das investidas do diabo e de seus demônios: “Sujeitai-vos, pois, a Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Lavai as mãos, pecadores, e vós de duplo ânimo, purificai os corações” (Tg 4.7-8). Para uma pessoa livrar-se do mal basta aproximar-se de Deus com fé e obediência, arrepender-se e afastar-se do pecado. A Bíblia diz: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2ª Cr 7.14). Não é preciso enxotar o diabo. Ele fugirá diante de um crente fiel. Dispensáveis, pois, vassoura santa, sabonete ungido, sal grosso, óleo de Jericó e tantas outras inutilidades.

Não sei por qual razão os mercadores ainda não lançaram no mercado da fé produtos de há muito conhecidos, tais como vela de sete dias, rosário, imagens e chifre de boi, a campanha das sete cabeçadas! E por que não uma pirâmide ungida, uma cabeça de bode, um tridente para ferrar o diabo? Ou uma corda para amarrar os demônios? Por que não santificar e ungir todos os símbolos do Movimento Nova Era e do ocultismo, e vendê-los? Poder-se-ia alegar que o sagrado estava tomando o lugar do profano. Que tal a ideia da imagem ungida do Senhor Jesus na Glória, ou o cristo redentor do Rio de Janeiro? Pois o seu sangue e o seu manto já não estão nas prateleiras? Há realmente campo para diversificação nessa área: o perfume de Madalena, já cantado em hinos, poderia ser ungido para ser usado no dia-a-dia; os cabelos que enxugaram os pés de Jesus; o jumentinho ungido, que carregou Jesus; pedaços da cruz de Cristo; pequenas gotas do mar vermelho, por onde o povo passou; a capa milagrosa de Elias; fios da barba de Arão. Estas inovações eu considero fogo estranho no meio da congregação.

[....] É o momento de agirmos com maior cautela e selecionarmos aqueles que realmente têm por objetivo a pregação da genuína Palavra de Deus, e com isso excluirmos aqueles que a própria Palavra chama de mercenário.

Nos dias de Jesus Ele expulsou os mercadores da porta do templo. Isso causaria até constrangimento, pois alguns desses mercenários já adquiriram para si posições elevadas, de forma que hoje tomaram assento nos melhores lugares do templo [SILVIO FERREIRA PIMENTA. Manual do Obreiro. Ano 22- nº 11. P. 74].

V.     TÊM APENAS VESTES DE SANTO

“...pois alargam seus filactérios e alongam as suas franjas...” (Mt 23.5b).

Filactérios eram cápsulas, ou rolos de couro, que os judeus usavam na testa, perto do coração, e no braço esquerdo, que continham quatro passagens bíblicas: (Êx 13.10, 11, 16; Dt 6.4-9; 11.13-21).
Franjas: são bordas descritas em Nm 15.37-41, usadas de maneira singular, como lembrete visível da profissão religiosa dos judeus. Os fariseus desenvolveram esse costume até sobrecarregá-lo de minúcias, esquecendo-se, porém da sua singeleza mensagem espiritual.
Faziam tudo para produzir falsas aparências. Praticavam obras procuravam ser diferentes apenas no exterior, mas seu interior estava corrompido.

1. Jesus pregou o evangelho do Reino e não sistema humano.
Não se trata de um reino físico ou político, mas espiritual, a saber, o predomínio de Deus sobre um povo por Ele remido (Rm 14.17; 1ª Co 4.20; 2ª Ts 1.5). É o povo genuinamente cristão, remido por Cristo, que aceita as condições do reino de Deus e se esforça por viver em obediência à sua vontade. É, também, um reino invisível. Jesus declarou que o seu reino não se pode ver fisicamente, porque não vem com aparência exterior. O reino que Ele estava implantando situava-se a partir do coração dos seus discípulos (Lc 17.20-21). É um reino que se manifesta no ser humano, de dentro para fora. Por isso as ações do homem salvo por Cristo são a expressão do Reino de Deus na sua presente manifestação através da Igreja de Cristo.

2. Aparência exterior.

“Cuidado com os mestres da lei, que gostam de usar capas compridas e de ser cumprimentados com respeito nas praças. Eles escolhem os lugares de honra nas sinagogas e os melhores lugares nos banquetes. Exploram as viúvas e roubam os seus bens; e, para disfarçar, fazem orações compridas. Portanto, o castigo que eles vão sofrer será pior ainda!” (NTLH).

Jesus refere-se aqueles que têm aparência exterior, mas por dentro estão contaminadas pelo orgulho, ganância e a cobiça do poder. Existem “cristãos” que exteriormente são belos, lindos, mas o seu interior está contaminado, corrompido, cheio de rapina e hipocrisia, avareza, egocentrismo, por fora muito lindo, mas por dentro como um sepulcro invisível. Jesus nos ensina primeiro limpar o interior, pois se aparência fosse santidade, Jesus teria elogiado os fariseus, no entanto Ele repreendia-os severamente. E quando os fariseus vieram ter com João Batista no rio Jordão, ele cheio de coragem e poder replicou-os dizendo: “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.7, 8).

Nos dias de Jesus os fariseus não saudavam os samaritanos e nem gentios, pois eles achavam-se mais santos do que todos. Mas nos dias de hoje ainda existem estes tais que não cumprimentam irmãos de outras denominações, e às vezes até de sua própria denominação, pois são diferentes e mais santos. Um simples cumprimento poderá contaminá-los.

Chegamos ao ponto em que o Senhor põe à prova a transparência da vida cristã, deixando claro que nem tudo que reluz espiritualmente é sinônimo de vida cristã autêntica. Assim, por mais que alguns tentam esconder-se atrás da capa da falsa religiosidade, fica também claro que a vida cristã é transparente. Os que agem de forma fraudulenta dentro da casa de Deus não conseguem prolongar suas ações por muito tempo porque a má qualidade de seus frutos será exposta pela ciência de Deus. O Senhor não quer apenas folhas (cabelo, gravata, paletó etc.), mas fruto. Jesus conhece a árvore pelos frutos e não pelas folhas.

Jesus condena a hipocrisia e falsa religiosidade dos fariseus. Tinham roupas de santos, mas eram falsos. Gostavam de fazer saudações “Schalon”, ocupar os primeiros lugares nas sinagogas, mas eram avarentos com pretexto de largas orações devoram as casas das pobres viúvas. Fingiam amar a Deus e Sua Palavra, mas não amavam seus semelhantes.

Quando lemos o livro do profeta Jeremias, onde Deus ordenou o profeta descer a casa do oleiro para ver como se faz um vaso. O artista que molda o vaso começa de dentro para fora e não de fora para dentro. O vaso somos nós, que também devemos ser moldado de dentro para fora no interior do coração, de onde procede a saída para a vida. Mas, os fariseus nos tempos de Jesus e também nos dias atuais se preocupavam apenas com exterior do vaso, principalmente aqueles que ensinam que as mulheres devem usar vestidões e cabelos compridos para diferenciar do mundo e esquecem o interior.
“Não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão o que é meramente exterior e física. Não! Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é operada no coração, pelo Espírito, não pela lei escrita. Para estes o louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2.28-29).

Os expositores sectários preocupam-se com a aparência, pois costumam apresentar o seu movimento como um paraíso perfeito (2ª Tm 3.5). Infelizmente, muitos são os que caem nessas armadilhas. Uma vez fisgado por eles, dificilmente conseguem libertar-se, uns por causa da lavagem cerebral que recebem, outros em razão do terrorismo psicológico e da pressão que sofrem de seus líderes. Seus argumentos são recursos retóricos bem elaborados e persuasivos, para convencer o povo a crer num evangelho estranho ao Novo Testamento.

2. São filho do diabo ou de Deus.
“Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).

Aqui Jesus chama os fariseus de filho do diabo. Se a Igreja do Senhor Jesus se deixa envolver com filosofias, sutilezas, tradições de homens (Mt 15.1-3; Cl 2.8), fica envolvida com a mentira, com o diabo, com os filhos do diabo. Infelizmente pouca gente vive o evangelho verdadeiro porque seguem a mentira ditas pelos filhos do diabo.

“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade” (1ª Tm 4.1-3).

Existem igrejas que são abismo de mentiras. Não se prega a Bíblia e nem os princípios elementares, muito menos se dá alimento sólido. Percebemos que enganam o povo com sutilezas vãs, fábulas, tradições, sofisma rudimento do mundo e não segundo Cristo.

Isso significa que para viver um cristianismo verdadeiro, tem que ser segundo o evangelho segundo Cristo (Gl 1.6-9), pois se vivemos um evangelho barato e segundo as tradições dos homens e vão sutilezas, estamos seguindo um evangelho de mentiras. Por mais que se repita uma mentira, nunca será uma verdade. Mas se ensinamos a mentira então seremos filhos do diabo e não de Deus.

3. Não sejamos levados pela aparência.
Muitos cristãos criam um molde na vestimenta assim como os fariseus nos dias de Jesus e acham que este tipo de endromedária é sinal de santidade. Os fariseus tinham apenas aparência, eram bonitos por fora, mas por dentro estão contaminados, ou seja, sepulcro caiado. Jesus conhecendo sua hostilidade ordena primeiro limpar o interior:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo” (Mt 23.25-26).

Ai de vós, escriba e fariseus. As palavras de JESUS no capítulo 23 se constituem na Sua mais severa denúncia contra os líderes religiosos e falsos mestres que rejeitavam em parte a Palavra de DEUS, substituindo a revelação divina por suas próprias ideias e interpretações (vv. 23,28; 15.3,6-9; Mc 7.6-9).

A crítica de Jesus a alguns costumes dos fariseus faz nos lembrar as palavras dos profetas de Israel que alertavam o povo acerca das tradições e rituais exteriores, que só por si nada valem. O que conta, diante de Deus, é a conversão interior, o amor ao próximo e a vontade de Deus.

A maneira dos fariseus se portarem diante dos homens desagradava a Deus. Pois, sua salvação era vista pelas obras exteriores e não pela fé em Cristo. E, desta maneira, desagradam e entristecem o Espírito Santo. Apesar das Escrituras Sagras ser anunciada através dos meios de comunicações ainda existem centenas de pessoas que pensam estar vivendo uma vida digna diante de Deus, mas estão como os fariseus preocupados em usos e costumes assim desagradando (entristecendo) a Deus pelas suas tradições.

Não se preocupe com a popularidade da parte dos homens. Um dia Deus julgará o trabalho fiel do crente e o exaltará. Viva para Ele e para Sua honra, procurando ser como Ele em todo o seu viver e em todo o seu ministério.

Um tema do livro de Juízes no capítulo 17.6 e 21.25 os israelitas seguiram os seus próprios sentimentos e acabaram estragando a vida espiritual. Não devemos seguir o que vemos, antes devemos seguir o que Deus ordena: "Cada um fazia o que achava mais reto". Foram épocas desastrosas na história do povo de Deus. Não há momentos piores do que os eventos dos capítulos 17 a 21 de Juízes. Eles devem nos levar à convicção de que seguir nossos sentimentos, nossas emoções, enfim, o que parece certo para nós, leva ao desastre. A chave da vida sensata é viver conforme os princípios e os mandamentos do Senhor. Sansão destruiu sua vida deixando seus olhos determinarem sua conduta.

Os herodianos nos tempos de Jesus reconheceram que Ele era o messias dizendo: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens” (Mt 22.16).

Enquanto que os fariseus baseavam sua salvação na aparência, os herodianos reconheceram que Jesus era de fato o Filho de Deus e não se observava o exterior dos homens, senão o coração. Jamais podemos julgar as pessoas pelo seu exterior. Podemos cometer um pecado de acepção: “Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração” (1ª Sm 16.7).

O homem vê o exterior, mas Deus vê o coração. Portanto não devemos fazer um juízo temerário, pois aquele que julga está condenando a si mesmo. Eliabe irmão de Davi poderia ter uma boa postura, uma boa presença, mas não era um homem segundo o coração de Deus.
Samuel foi logo pensando: “Certamente, está perante o Senhor o seu ungido” (v.6). Porém o homem não vê como Deus vê. A falha dos fariseus é julgar segundo aparência. Por isso foram reprovados por Jesus.

O valor e o caráter do homem não devem ser julgados por sua aparência. Só por ter boa aparência e magnetismo pessoal para atrair o povo, não quer dizer que tal pessoa seja autêntico homem de Deus.
O povo corria para Jesus, porque ele alimentava com verdades que Seu coração desejava ansiosamente. Não com ilusões e ideias e ensinamento humano.

A intenção de Jesus era de levar o povo à conversão a Deus e essa também deve ser a nossa. Jesus buscou criar e desenvolver virtudes positivas, tais como a honestidade, a humildade, a pureza, o altruísmo, a bondade, o sacrifício, que enobrecem o caráter, firmam a conduta e alegram o viver. Desejou para seus discípulos uma vida o mais humanamente possível, libertá-los do pecado.

VI.  OS FARISEUS DESENVOLVERAM DUPLA PERSONALIDADE

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23.27-28).

Aqui Jesus está falando claramente da dupla personalidade dos fariseus e de suas hipocrisias. Eram religiosos inteligentes e eficientes, mas não podiam escondê-las dos olhos oniscientes de Jesus Cristo. Por fora, simpatia, sorrisos e limpeza; por dentro, sujeira, mentira, ganância, roubo, injustiça, podridão moral, promiscuidade, etc.

Devemos saber que o fermento da hipocrisia ainda existe. Proliferam-se como o joio no meio do trigo. E tornam-se invulneráveis, ou seja, não podemos arrancá-los.

Mas nem todos na Casa de Deus estão combatendo a sua hipocrisia, como Jesus fez. Quem concorda com um hipócrita, mais cedo ou mais tarde será hipócrita também. O vírus da hipocrisia se transmite mais facilmente do que sarampo ou varíola.

Quem defende um hipócrita é tão hipócrita quanto ele. Quem bajula um hipócrita é mais hipócrita que ele.

Os hipócritas usam simultaneamente as duas mãos. Com uma afagam. Com a outra, apunhalam. Como morcegos, assopram uma suave brisa enquanto chupam e sugam o sangue de suas vítimas.
Todo hipócrita tem duplicidade de palavras e de atos. Diz uma coisa, enquanto está pensando noutra. Por isso Jesus lhe disse: “Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim”. (Mc 7.6).

VII.         FARISEU TEM MENTE OBSCURA

“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs Palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é soberbo, nada entende, mas tem mania por questões e contenda de palavras, de que nascem invejas, provocações, difamações, suspeitas malignas. Altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1ª Tm 6.3-4).

Paulo escreve a Timóteo num sentido de advertência contra os falsos mestres, cujo caráter é: 1. Entendimentos falsos, apesar de nada entenderem; 2. Estão enfatuados com a ideia de serem sábios; 3. E têm em si uma piedade falsa, e uma santidade falsa.
Eles não estão preocupados com a doutrina bíblica que são os fundamentos da verdadeira Igreja, mas tem mania por questões e contendas de palavras (usos e costumes radicais), que não leva a nada a não ser provocações, invejas e suspeitas malignas.

As doutrinas bíblicas quase não são ensinadas, pois se arraigou no farisaísmo e perdeu o brilho do Espírito.

Ele dá o nome de [logomaquias - questões de palavras]. São às disputas contenciosas em torno de palavras, quando devia ser em torno do que é real, as quais são sem conteúdo ou fundamento. Caso alguém investigue atentamente o tipo de questões que ardentemente preocupam aos sofismas, descobrirá que dali nada nasce que seja real, senão o que é forjado do nada. Em suma, o propósito de Paulo era condenar todas as questões que nos envolvem em acirradas disputa sobre assuntos dos quais nada resulta.

“... homens cuja mente é pervertida e privados da verdade...” Aqui Paulo está censurando os sofistas que não se preocupavam com a edificação da Igreja e convertiam a Palavra de Deus numa fonte de controvérsias engenhosas. Paulo nos mostra que os tais mestre queriam profanar a verdadeira doutrina e sua reprovação é muito mais pesada e grave, pois ele mostra os males perniciosos e as pragas nocivas resultantes disto. Devemos saber que o ensino sofista é nocivo à Igreja de Deus.

“....supondo que a piedade é fonte de lucro...”. Conforme já vimos os fariseus eram avarentos e gananciosos. Aqui Paulo combate os falsos mestres que procediam da mesma forma fazendo da piedade uma fonte de lucro. Para esses homens, todo o cristianismo deve ser aquilatado pelos lucros que ele gera. E como se os oráculos do Espírito Santo houvessem sido transmitidos não com outro propósito, senão de servir à sua avareza; negociam com eles como se fossem mercadoria à venda. Paulo proíbe aos servos de Cristo qualquer gênero de transação com tais homens. Ele não só proíbe a Timóteo de imitá-los, mas lhe diz que os evitasse como se fossem peste maligna. Portanto, devemos empenhar-nos ardentemente por levar as pessoas a entenderem que somos completamente diferentes deles, e que nada temos em comum com eles.

VIII.      OS FARISEUS SÃO CEGOS

“Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se algiém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o santuário que santifica o ouro?” (Mt 23.16-17). Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo” (Mt 23.26).

Jesus expôs a cegueira de sua geração (Mt 13.13-15). Apesar de examinarem as Escrituras diligentemente, os fariseus deixavam de ver o que elas estavam indicando (Jo 5.39-40). Sua pesquisa exaustiva e horas incansáveis de estudo não produziam para eles discernimento da verdadeira mensagem da Bíblia.

O que causava a cegueira deles? Eram preconceituosos, permitindo que seus desejos velassem o que as Escrituras ensinavam. Seu orgulho impedia-os de se humilharem o suficiente para permitirem que o Senhor abrisse seus olhos (Jo 7.45-52; 9.24-34). Eles deturpavam as palavras que Jesus dizia e negavam seus milagres (Mt 12.22-24). Eles recorriam a desonestidade absoluta (Mt 28.11-15). A questão penetrante é: somos cegos também? Ler a Bíblia não nos imuniza. Somente um coração terno e um amor pelo Senhor nos capacitarão a entender as Escrituras que lemos.

Jesus expôs a cegueira espiritual destes líderes, pois ela impedia de conhecê-lo e que Jesus era o Messias.

No ensino de Jesus aos seus discípulos ele diz: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até a ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já estão branquejam para a ceifa” (Jo 4.35).

Os discípulos (aprendizes) de Jesus ainda não haviam recebido a visão espiritual eram aprendizes. Mesmo andando com Ele. “Abriram-se lhes, então, os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu lhes. E disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras? E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém e acharam congregados os onze e os que estavam com eles” (Lc 24.31).

Para os discípulos receberem a visão espiritual era preciso aguardar a promessa do Consolador. “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 2.49). “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

Mas, no dia do Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos aconteceu algo sobrenatural e suas visões espirituais se abriram: (At 2.1-4).

Os fariseus jamais poderiam ter uma visão espiritual, uma visão completa do Reino de Deus, pois não tinham a essência do Espírito Santo nas suas vidas. E sem esta essência sobrenatural o homem não consegue ver o amor de Deus derramado sobre os corações. Ele está cego, sem comunhão, sem amor, sem misericórdia, sem fé, sem a verdadeira santidade e a obediência genuína das verdades bíblicas.
As palavras de Jesus em Mateus 23 se constituem na sua mais severa denúncia contra os líderes e falsos mestres que rejeitavam em parte a Palavra de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias ideias e interpretações (vv. 23, 28; 15.3, 6, 9; Mc 7.6-9).

Cristo não era um pregador tímido, a tolerar o pecado. Ele foi fiel à Sua missão de combater o mal (Mt 21.12-13; Jo 2.13-16), combater as tradições e doutrinas de homens (Mt 15.1-3, 9) e denunciar o pecado de corrupção entre os importantes (Mt 23.23-25).

O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas do Seu Pai, bem como pelos que estavam sendo arruinados pela distorção delas (Mt 15.2-3; 18.6-7; 23.13-15), era tão grande que levou a usar palavras tais como: “hipócritas” (v. 15), “filhos do inferno” (v. 15), condutores cegos (v. 16), insensatos (v. 17), cheios de rapinas e de iniquidade (v. 25), limpa só no exterior (v.25), sepulcros caiados (v. 27), imundícias (v. 27), iniquidade (v. 28), serpentes (v. 33), raça de víboras (v. 33) e assassinos (v. 34).

Estas palavras, embora severas e condenatórias, foram ditas com profunda dor (v. 33), por aquele que morreu pelas almas a quem dirigiu estas palavras (cf. Jo 3.16; Rm 5.6-8).

Jesus descreve o caráter dos falsos mestres e pregadores como os dos ministros que buscavam popularidade, importância e atenção das pessoas (v. 5), que amam honrarias (v. 6), e títulos (v. 7), e que, com o evangelho distorcido que pregavam, impedem as pessoas de entrar no céu (v. 13). São religiosos profissionais que, na aparência, são espirituais e santos, mas, que na realidade, são iníquos, falsos e assassinos (vv. 14, 25-27). Falam bem dos líderes espirituais piedosos do passado, mas não seguem as suas práticas, nem sua dedicação a Deus e à sua Palavra e justiça (vv. 29-30).

Rodeiam a terra toda para fazer um prosélito (seguidor seu), mas quando conseguem e trazem para dentro da igreja “fazei filho do inferno”. Por quê? Porque eram religiosos muito duros, radicais, fanáticos. Traziam o povo para a igreja, mas depois condenavam por coisas insignificantes como fazem hoje e jogavam no inferno.

Você pode estar sendo tão “religiosos”, que nunca será espiritual. Não importe o quanto ore. Mas você pode estar perdido, sem mesmo conhecer Deus, apesar de manter uma vida de oração. Não importa quanto você conheça a Bíblia, ou o que você sabe sobre Deus. Estou perguntando se você já está liberto das tradições ou se você já tirou a venda de teus olhos que impedem de conhecer a verdade? A religiosidade impede de conhecer a Deus e ter comunhão perfeita com Ele. É preciso libertar do jugo do legalismo e das tradições humanas, conforme Paulo diz em sua carta aos Gálatas: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” (Gl 5.1).

Cristo morreu para nos libertar do pecado e de uma lista interminável de leis e regulações. Cristo veio para nos liberar, não para fazer o que quisermos, o que nos levaria novamente à escravidão de nossos desejos egoístas. Se não que, graças a Cristo, somos livres e agora estamos em condições de fazer o que antes era impossível: viver livre do egoísmo. Aqueles que apelam a sua liberdade para fazer o que gostarem ou ser indulgentes com seus desejos, estão caindo nas garras do pecado. Usa sua liberdade para si mesmo ou em favor de outros?

IX.  SÃO ACÉTICOS E DOGMÁTICOS

Dogmatismo é a tendência de um indivíduo, de afirmar ou crer em algo como verdadeiro e indiscutível, é um termo muito utilizado pela religião e pela filosofia. O dogmatismo ocorre quando uma pessoa considera uma verdade absoluta e indiscutível, o que é muito debatido nas religiões.

Na religião, o dogmatismo acontece com a revelação de Deus, através de diversos dogmas. A Igreja Católica tornou os dogmas como definitivos e imutáveis, onde ninguém questiona sua veracidade.

No ceticismo dogmático o objetivo não é investigar e obter conhecimento, mas unicamente desacreditar alguma ideia que contrarie um conjunto de crenças pré-estabelecidas. Na vigência do ceticismo dogmático, nenhuma nova ideia pode florescer. É o ceticismo conduzido às fronteiras do cinismo, da hipocrisia, da ignorância. É o “não querer saber” levado ao exagero insano (por isso ignorante), disfarçado de “indagação e exame” (por isso cínico e hipócrita). É o ceticismo adotado pela Igreja nos tribunais de Inquisição. Lembremos do exemplo de Galileu Galilei, que foi obrigado a negar a sua descoberta de que a terra é que gira ao redor do Sol. Quando solicitou aos inquisitores que olhassem pela luneta, estes simplesmente se negaram, alegando que ela estaria adulterada ou que Satanás estivesse a produzir ilusões de ótica para desvirtuar o homem do caminho da verdade.

O ceticismo, quando utilizado de forma inteligente e livre de dogmas, permite que não nos contentemos com respostas mal dadas. Nos impele para o sincero questionamento e nos direciona para as descobertas.

X.     SÃO INSUBORDINADOS

“Porque existem muitos insubordinados, palradores, frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância. Este testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé. Não dando ouvido a fábulas judaicas, e nem a mandamento de homens que se desviam da verdade” (Tt 1.10-14 – RC).

1. Paulo adverte a Tito mostrando as características dos hereges:

Sua atitude: Insubordinados contra a Palavra; Palradores frívolos; cabeças vazias com discursos vãos, legalistas.
Sua ambição: Vigarista em matéria de religião, gananciosos.

Enganadores. Do grego frenapath phrenapates significa: impostores ou sedutor.
Paulo demonstra novamente sua constante preocupação com os falsos mestres e a saúde doutrinária das igrejas. Entre esses, estavam “os da circuncisão” (1.10,14). Tal expressão designava os judaizantes, aqueles que queriam impor a lei judaica sobre os gentios convertidos ao cristianismo.

2. Paulo identifica três elementos nítidos em sua doutrina que provocam falsidade.
Primeiro: eles ensinavam aos novos convertidos a seguirem os preceitos judaicos se quiserem ser salvos. Eles ensinavam que a salvação pela graça não era suficiente. O crente que desejasse ser salvo teria que obedecer as normas da lei, as tradições e filosofias dos rabinos.

Segundo: eles professavam conhecer a Deus, mas negavam a fé através de seus atos.

Terceiro: nas suas consciências corruptas, permitiam a perversão daquilo que é puro.

“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra” (Tt 1.15-16).

O modo como uma pessoa pensa a respeito de si mesma é a chave de como pensará sobre outros, e para a perspectiva geral de sua vida. Aquele que vê pecado em tudo, também irá julgar seu irmão pelo o que ele vê e não segundo um raciocínio lógico. Por esta razão o Apóstolo diz: “É preciso fazer calar” (v.11). Calar no grego epistomizo, que significa: calar a boca; silenciar, no sentido de amordaçar cães. Paulo usa uma expressão forte, porque são fariseus mentirosos que estavam se infiltrando no meio cristão para corromper o evangelho tirando, assim, da simplicidade que há em Cristo Jesus.

Os fariseus tinham suas mentes cauterizadas e ensinavam com engano a Palavra do Senhor. “...para os impuros e descrentes, nada é puro”.

Tito estava habitando em meio a um povo corrupto na Ilha de Creta. Os habitantes desta Ilha tinham reputação tão má diante do mundo antigo, que os grego criam que a palavra kretizen, significa mentir ou enganar.

Os fariseus não viam pecado na corrupção dos habitantes daquela ilha, mas no descumprimento das regras judaicas.

Isto acontece hoje em muitas igrejas. A imoralidade, corrupção, roubo etc., não é um pecado grave, mas desobedecer à regra dos usos e costumes impostos pelo dirigente, você está sujeito à exclusão.

ADVERTÊNCIA DE JESUS CONTRA OS FALSOS MESTRES

“Acautelai-vos, porém, porém dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores...”. (Mateus 7.13-21). “Acautelai-vos que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 24.4-5). “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.11, 24).

[...] Essa advertência de Jesus sobre os falsos profetas, utilizando-se das figuras das [mãshal] ovelhas e dos lobos, não nos dá absolutamente autoridade para julgar a subjetividade de quem quer que seja, mas por outro lado, tira aquela visão simples e ingênua de quem acredita em tudo e em todos, sem o mínimo de discernimento. Se de um lado somos advertidos pelo Mestre da Galileia a não emitir juízos temerário e definitivos sobre a individualidade de ninguém, somos informados de que o que é falso, dá noite para o dia fica exposto, não podendo esconder-se como se fosse verdadeiro.

Temo, profundamente, por aqueles que andam confundindo o bem com o mal, o verdadeiro com o falso, por causa do nível de semelhança que às vezes, há entre um e outro. Mas temo também por aqueles que julgam as coisas só pela aparência, através de uma visão preconceituosa [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 85 a 90. Editora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ].

Na parábola do joio Jesus diz: “Enquanto os homens dormiam” No descuido dos trabalhadores o diabo veio e semeou o joio. A palavra joio no grego Zizanion. O joié é uma espécie de ervilha brava, é uma gramínea venenosa e quase não se distingue do trigo, enquanto ambas são ainda novas, mas, depois de crescidas, não se confundem mais. Quando Jesus fala do joio, refere-se aos fariseus da época, pela qual, faziam o povo errar pelas suas tradições. E ao discorrer esta parábola Ele nos mostra que o joio sempre irá existir no meio do trigo (Mt 13.28-29). O trigo e o joio crescem juntos, mas só na colheita serão separados e tirados do meio do trigo.

Jesus, não fez questão de tirar esta planta maléfica do meio do trigo. Mas mostrou-nos que a igreja teria crentes verdadeiros e crentes falsos. Peixes bons e peixes ruins (Mt 13.47-50). Estão misturados e é difícil separá-los (Mt 13.28-30). Portanto, não devemos olhar para a aparência dos outros, mas para a nossa própria fidelidade (Gl 6.4; Fp 2.12).

Desde a fundação da Igreja, há homens hipócritas no meio dela: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”. (2ª Tm 2.20-21).

Enquanto a igreja estiver neste mundo, existirão no seu meio vaso para honra e vaso para desonra. Os vasos para honra, são os crentes cujo propósito é servir ao Senhor de todo o coração, humildade santidade e fidelidade. Enquanto que os vasos para desonra são os falso crente e mestres que estão a serviço de satanás (2ª Co 11.13-15), para difundir suas ensinos e enganos. Os homens poderão perguntar: “porque não lançamos fora todos os vasos maus, e mantemos somente os melhores?” Mas Jesus enfatiza em Mateus 13.24-30, que devemos deixar os dois juntos até o tempo da colheita, para que não arranquemos e percamos alguns que crerão mais tarde. A ênfase neste versículo não está no aperfeiçoamento pessoal, mas no valor para o Mestre e para seu uso no reino de Deus.

O vaso de desonra ou o joio, são aqueles que estão dentro de um contexto cristão e até conhecem a Deus, porém pregam o “outro evangelho” (Gl 1.8).

O vaso de honra está dentro igreja para satisfazer, honrar e servir o Seu Senhor, pois, são santificados para o Senhor, é útil para o Senhor, são preparados para a boa obra e combater as heresias. Cabe agora fazer uma pergunta: Que tipo de vaso você tem sido na casa de Deus? Trigo ou joio? Vaso de honra ou de desonra? Uns, serão porta de benção e outros uma muralha de tropeço.

Deus conhece os que são Seus, pois Ele é Onisciente e sabe quem é trigo e quem é joio. Aqueles que são de Deus têm o selo do Espírito, e o poder humano não tem condições de derrubar aqueles que estão selados. Os selados são aqueles que praticam a justiça, que falam segundo a verdade, são separados para Deus, fieis à doutrina bíblica. Este selo em primeiro lugar é secreto é na alma e é invisível. Em segundo lugar deve ser visto publicamente; pelos seus atos, frutos, vida santa, pura sem mácula e sem ruga (mistura com o pecado ou coisas vãs).

Os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de Deus para disseminar suas heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se “vestido como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Ele exortou seus discípulos dizendo que muitos viriam em Seu nome e se levantariam falsos profetas, “ministros enganadores” para corromper o Seu evangelho e enganar a humanidade. Estes estão a serviço de Satanás e, muitas vezes, dentro das igrejas cristãs. Mas com o estudo correto da Palavra de Deus podemos discernir o certo do errado.

Corromper quer dizer, adulterar, mudar, perverter. Os falsos profetas destingem-se pelas falsas doutrinas, que tão ardorosamente ensinam (Cl 2.8). As falsas doutrinas vão contra as verdades bíblicas (Jd 4) e escarnecem da Palavra de Deus (Jd 17,18), pois são oriundas de supostas revelações das mentes de seus fundadores ou líderes, mas nós temos a mente de Cristo para rejeitá-las (1ª Co 2.15-16).

No Velho Testamento existia os falsos profetas que faziam o povo desviar-se dos caminhos do Senhor. Nos dias de Jesus, Ele caracteriza os fariseus e os saduceus, como falsos profetas que disfarçados de ovelhas entraram no meio do rebanho, mas nos tempos apostólicos havia duas classes de opositores para desviar os crentes da verdade (os judaizantes e os gnósticos) e, ambos estavam disseminando suas ideias extra-bíblica. Embora não existe mais a seita dos fariseus no dias atuais, mas os seus ensinos ainda continuam no meio cristão para desmerecer o sacrifício de Cristo no Calvário.

[....] As aberrações, as discrepâncias, os absurdos que vêm proliferando no contexto cristão, sem que ninguém tome providência, têm se constituído em afronta àqueles que lutam e se esforçam pelo cumprimento da verdade, da coerência e do bom senso bíblico.

É certo que não devemos ser juízes de ninguém, por outro lado, não devemos ser tolos facilmente enganados. O nosso posicionamento aqui não é dirigido a nenhuma pessoa, mas combatemos ideias que tentam manipular a fé ingênua do povo, levando-o as práticas cristãs a catástrofes.

O mestre Jesus ensina-nos os meios de reduzirem-se os riscos de engano. A níveis bem menores do que aqueles com os quais geralmente trabalhamos para estabelecer a diferença entre o falso e o verdadeiro. A Bíblia não nos deixa entregues às oscilações dos mares, nem entregues a um tipo de relativismo irreversível.

Nisso, o ensinador bíblico exerce papel extremamente preponderante. É ele quem analisa, no exercício de sua função de homem de Deus e estudioso da Palavra, todos os objetos que são alvos da fé cristã, uma vez que aceitamos como sendo de Deus muita coisa herética e sem nenhum apoio bíblico. Por isso o papel do ensinador comprometido com Deus e com Sua Palavra é extremamente importante, pois é o discernimento bíblico que lança luz sobre assuntos eminentes duvidosos. O critério de julgamento do ensinador bíblico coerente e justo não deve ser subjetivo. A Bíblia deve ser rigorosamente o seu parâmetro. Por isso, e mesmo por razões de descargo de consciência, é que exponho ao leitor alguns princípios que servirão de parâmetros, dos quais não podemos nos afastar se queremos fazer interpretação bíblica com fundamento [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 86. Editora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.


Cristo é a Pedra principal da Igreja e foi Ele que deu Sua vida por ela, por isso não temos o direito de apossarmos de uma coisa que não é nossa. A igreja é soberana e não os líderes espirituais.

Pr. Elias Ribas
Especialização em Apologética – ICP - São Paulo.
Grego e Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí - RG.
Exegese do grego - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí – RG.
Mestrado em Divindade – SEMIAD Cascavel PR.
Dr. Em Teologia - SEMIAD Cascavel PR.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O FERMENTO DOS FARISEUS






“E Jesus disse-lhes: Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus 11 Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. 12 Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus. (Mt 16.6,11-12).




I.       FEFINIÇÃO DO TERMO


A palavra fermento [do gr. zume] significa de corrupção intelectual e moral inveterada, vista em sua tendência de infectar os outros. Aqui o fermento é aplicado aquilo que, mesmo em pequena quantidade, pela sua influência, impregna totalmente algo; seja num bom sentido, como na parábola em Mt 13.33; ou num mau sentido, de influência perniciosa, “um pouco de fermento leveda toda a massa”.

Os usos simbólicos da palavra “fermento”, na Bíblia, são geralmente negativos. O fermento freqüentemente representou o mal e o erro. Podemos traçar no Velho Testamento o desenvolvimento destes significados da palavra “fermento”. O uso do fermento era proibido durante a Páscoa, a festa em que os israelitas comemoravam a libertação da nação judaica da servidão egípcia (Êx 12.15). De fato, os israelitas não tinham permissão para incluir fermento nos sacrifícios feitos a Deus. Em Levítico, Deus disse: “Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por oferta ao Senhor” (Lv 2.11).

Baseando-se nesta tradição de que o fermento representava alguma coisa má, impura e inaceitável por Deus, Jesus e Paulo se referiram às falsas doutrinas como fermento. Jesus advertiu contra o fermento o falso ensinamento dos fariseus e dos saduceus (Mt 16.12). Paulo disse que aqueles que tentavam persuadir os cristãos a voltarem à pratica da lei de Moisés espalhavam o fermento (Gl 5.4-9).
O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Paulo se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os cristãos de corinto em termos duros e perguntou: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” (1ª Co 5.6). Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper a congregação inteira.


Os fariseus eram formalistas, religionistas, ritualistas, nominalistas. Eles endeusavam as obras. Os saduceus eram, céticos, materialistas, humanistas. Não criam no miraculoso, no sobrenatural.


II.     O FERMENTO DA HIPOCRISIA


“Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12.1b).

No original gr. Hupokrites, hipócrita que significa: ator, artista de teatro, dissimulador, impostor, enganador, falso, que tem aparência de verdadeiro, simular, fingir, pretender.
“Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (Mt 23.33).

Hupokrisis e hupokrités são as palavras que, no NT, são traduzidas por “hipocrisia” e “hipócrita”. No NT não há pecado mais fortemente condenado do que a hipocrisia, e na opinião popular não há pecado mais universalmente detestado.

Na Septuaginta hupokrités é certamente uma palavra negativa (Jó 34.30; 36.13). Até aquela altura tinha adquirido um sentido especificamente desagradável; mas é essencial notar que, já no tempo em que a Septuaginta estava sendo revisada, hupokrités se tomara não apenas uma palavra má, mas também uma palavra ativamente maligna. Uma das famosas revisões da Septuaginta foi feita por um homem chamado Áquila.

Em Jó 20.5, Áquila tem hupokrités e a Septuaginta tem paranomos, que significa um “transgressor”, um “violador das leis”. Em Isaías 32.6, Áquila tem hupokrisis, e a Septuaginta tem anoma, que quer dizer “coisas ilícitas”. Claramente esta palavra não significa simplesmente “hipocrisia”; veio a representar alguma coisa maligna, ímpia, ilícita, e ativamente perversa.


1. O hupokrités é o homem que faz a obra de Deus apenas para ser vistos pelos outros. É roubar a glória que é devida só a Deus e transferi-lá para o ser humano.


É o homem que quer que todos o vejam dar esmolas (Mt 6.2), que o vejam orar (Mt 6.5), que saibam que está jejuando (Mt 6.16). É o homem cuja bondade visa agradar não a Deus, mas aos homens; é o homem que não diz: “A Deus seja dada à glória”, mas: “A mim venha o crédito”.


2. O hupokrités é o homem que, no próprio nome da religião, quebra as leis de Deus. É o homem que diz que não pode ajudar seus pais porque tinha dedicado seus bens ao serviço de Deus (Mt 15.7; Mc 7.5); o homem que se recusa a ajudar um enfermo no sábado, porque isto seria uma violação da lei do sábado, embora não deixe descuidar do bem-estar dos seus animais no sábado (Lc 13.15). É o homem que prefere sua própria idéia da religião à idéia de Deus.

3. O hupokrités é o homem que esconde seus motivos verdadeiros sob uma máscara de fingimento. Os motivos verdadeiros das pessoas que perguntaram a Jesus acerca do pagamento de tributos não eram obter informações e orientação, mas, sim, embaraçar Jesus nas Suas palavras. São hupokritai (Mc 12.15; Mt 22.18). O hupokrités é o intrigante sutil com palavras enganosas.


4. O hupokrités é o homem que esconde um coração mau sob a máscara da piedade. Os fariseus eram assim (Mt 23.28). É o que pratica todos os gestos externos da religião enquanto no seu coração há orgulho e arrogância, amargura e ódio. É o tipo de homem que nunca deixa de ir para a igreja e que nunca deixa de condenar um pecador. O seu orgulho é do tipo que imita a humildade.


Para o mestre Jesus o fermento dos fariseus era a observação das tradições dos homens; é a religião exterior; é colocar acima da palavra de Deus as leis humanas; é crer mais nos livros escritos pelos homens do que na Bíblia, a Palavra de Deus.

Os fariseus eram referência moral, ética e religiosa para o povo de Israel à época de Jesus. Aos olhos do povo os fariseus eram tidos por justos “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mateus 23.28).
Em nossos dias a palavra fariseu é utilizada de modo pejorativo, sinônimo de hipocrisia, mas à época de Cristo nomeava um grupo específico de seguidores do judaísmo.

O farisaísmo era uma das mais severas seitas do judaísmo e seus seguidores lideravam um movimento para trazer o povo a submeter-se à lei de Deus. Eles eram extremamente legalistas, formalistas e tradicionalistas.

O que há em comum entre as declarações que Jesus fez a Nicodemos, um fariseu, e à multidão que ouviu o Sermão do Monte, que pouco entendia da lei?

As declarações de Jesus demonstram que, tanto a multidão julgada como maldita pelos fariseus quanto os próprios fariseus não podiam entrar no reino dos céus.

5. O hupokrités é cego espiritualmente. Conhece a religião, mas não conhece a Deus. Pode interpretar os sinais do clima, mas não pode ler os sinais de Deus (Lc 12.56). Enganou aos outros tão freqüentemente que acabou enganando a si mesmo.

6. O hupokrités é o homem que pela causa da religião afasta outras pessoas do caminho certo
“Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1ª Tm 4.2-5).

Paulo se refere aos falsos mestres que estavam promovendo um estilo de vida rigoroso e acético (cf. Cl. 2.20 -23), proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos. Persuadem os outros a lhe darem ouvidos em vez de escutarem a Deus.

7. Os hipócritas serão condenados por Deus.
“E castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 24.51).
Aqui há uma advertência. De todos os pecados, a “hipocrisia” é aquela no qual é mais fácil cair; e entre todos os pecados, é o mais rigorosamente condenado.


III. COMO DEUS VÊ A PRÁTICA DA HIPOCRISIA

A hipocrisia que se revela na justiça apenas externa e não interna. Jesus usou uma linguagem que deixa bem claro que a hipocrisia é abominável aos olhos de Deus, não importando a forma em que ela se manifeste.

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.27-28, 33).


O Novo Testamento menciona a palavra fermento como símbolo de crescimento mal, pois a maledicência dos fariseus está associada a grupos sectários e sofistas.


IV.  HIPOCRISIA QUE É FRUTO DE UMA MENTE CAUTERIZADA

“... pela hipocrisia de homens que falam mentiras” (v.2). E quem é o pai da mentira? É o diabo (Jo 8.44). Portanto os mentirosos serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).

No evangelho segundo Mateus Jesus nos adverti dizendo: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).

Lobos fantasiados de ovelhas: Os hipócritas aparentam uma coisa, mas na verdade é outra (At 20.29-30).

Os hipócritas aparecem uma coisa, mas é outra (At 20.29-30). Fingem ser cristãos, mas servem ao diabo; fingem-se de santos, mas são enganadores. Estão na igreja, mas não fazem parte da igreja de Cristo. Suas intenções são malignas.

A hipocrisia estabelece um perfil de autoridade rígido e ao mesmo tempo irresponsável. Está foi a síndrome dos fariseus que se traduziu num terrível perfeccionismo religioso onde a incoerência moral era compensada por todo um aparato externo de santidade e cerimonialista.

 PR. ELIAS RIBAS
IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS 
BLUMENAU -SC


terça-feira, 22 de maio de 2012

ADVERTÊNCIA DE JESUS CONTRA OS FALSOS MESTRES








“Acautelai-vos, porém, porém dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores...”. (Mateus 7.13-21).“Acautelai-vos que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 24.4-5). “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.11, 24).


Essa advertência de Jesus sobre os falsos profetas, utilizando-se das figuras das [mãshal] ovelhas e dos lobos, não nos dá absolutamente autoridade para julgar a subjetividade de quem quer que seja, mas por outro lado, tira aquela visão simples e ingênua de quem acredita em tudo e em todos, sem o mínimo de discernimento. Se de um lado somos advertidos pelo Mestre da Galiléia a não emitir juízos temerário e definitivos sobre a individualidade de ninguém, somos informados de que o que é falso, dá noite para o dia fica exposto, não podendo esconder-se como se fosse verdadeiro.

[...] Temo, profundamente, por aqueles que andam confundindo o bem com o mal, o verdadeiro com o falso, por causa do nível de semelhança que às vezes, há entre um e outro. Mas temo também por aqueles que julgam as coisas só pela aparência, através de uma visão preconceituosa [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 85 a 90. Edtora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ].

Na parábola do joio Jesus diz: “Enquanto os homens dormiam” No descuido dos trabalhadores o diabo veio e semeou o joio. O joio no (gr. Zizanion), é uma espécie de ervilha brava, é uma gramínea venenosa e quase não se distingue do trigo, enquanto ambas são ainda novas, mas, depois de crescidas, não se confundem mais. Quando Jesus fala do joio, refere-se aos fariseus da época, pela qual, faziam o povo errar pelas suas tradições. E ao discorrer esta parábola Ele nos mostra que o joio sempre irá existir no meio do trigo (Mt 13. 28-29). O trigo e o joio crescem juntos, mas só na colheita serão separados e tirados do meio do trigo.

Jesus, não fez questão de tirar esta planta maléfica do meio do trigo. Mas mostrou-nos que a igreja teria crentes verdadeiros e crentes falsos. Peixes bons e peixes ruins (Mt 13.47-50). Estão misturados e é difícil separá-los (Mt 13.28-30). Portanto, não devemos olhar para a aparência dos outro, mas para a nossa própria fidelidade (Gl 6.4; Fp 2.12).

Desde a fundação da Igreja, há homens hipócritas no meio dela: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”. (2ª Tm 2.20-21). Enquanto a igreja estiver neste mundo, existirão no seu meio vaso para honra e vaso para desonra. Os vasos para honra são os crentes cujo propósito é servir ao Senhor de todo o coração, humildade santidade e fidelidade. Enquanto que os vasos para desonra se voltarão para seguir o inimigo. Os homens poderão perguntar: “porque não lançamos fora todos os vasos maus, e mantemos somente os melhores?” Mas Jesus enfatiza em Mateus 13.24-30, que devemos deixar os dois juntos até o tempo da colheita, para que não arranquemos e percamos alguns que crerão mais tarde. A ênfase neste versículo não está no aperfeiçoamento pessoal, mas no valor para o Mestre e para seu uso no reino de Deus.

O vaso de desonra ou o joio, são aqueles que estão dentro de um contexto cristão e até conhecem a Deus, porém pregam o “outro evangelho” (Gl 1.8).

O vaso de honra está dentro igreja para satisfazer, honrar e servir o Seu Senhor, pois, são santificados para o Senhor, é útil para o Senhor, são preparados para a boa obra e combater as heresias. Cabe agora fazer uma pergunta: Que tipo de vaso você tem sido na casa de Deus? Trigo ou joio? Vaso de honra ou de desonra? Uns, serão porta de benção e outros uma muralha de tropeço.

Deus conhece os que são Seus, pois Ele é Onisciente e sabe quem é trigo e quem é joio. Aqueles que são de Deus têm o selo do Espírito, e o poder humano não tem condições de derrubar aqueles que estão selados. Os selados são aqueles que praticam a justiça, que falam segundo a verdade, são separados para Deus, fieis à doutrina Bíblica. Este selo em primeiro lugar é secreto é na alma e é invisível. Em segundo lugar deve ser visto publicamente; pelos seus atos, frutos, vida santa, pura sem mácula e sem ruga (mistura com o pecado ou coisas vãs).

Os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de Deus para disseminar suas heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se “vestido como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Ele exortou seus discípulos dizendo que muitos viriam em Seu nome e se levantariam falsos profetas, “ministros enganadores” para corromper o Seu evangelho e enganar a humanidade. Estes estão a serviço de Satanás e, muitas vezes, dentro das igrejas cristãs. Mas com o estudo correto da Palavra de Deus podemos discernir o certo do errado.

Corromper quer dizer, adulterar, mudar, perverter. Os falsos profetas destingem-se pelas falsas doutrinas, que tão ardorosamente ensinam (Cl 2.8). As falsas doutrinas vão contra as verdades bíblicas (Jd 4) e escarnecem da Palavra de Deus (Jd 17,18), pois são oriundas de supostas revelações das mentes de seus fundadores ou líderes, mas nós temos a mente de Cristo para rejeitá-las (1ª Co 2.15-16).

No Velho Testamento existia os falsos profetas que faziam o povo desviar-se dos caminhos do Senhor. Nos dias de Jesus, Ele caracteriza os fariseus e os saduceus, como falsos profetas que disfarçados de ovelhas entraram no meio do rebanho.

Nos dias de Jesus, eram os fariseus e saduceus que agiam com astúcia, mas nos tempos apostólicos havia duas classes de opositores para desviar os crentes da verdade e ambos estavam disseminando suas idéias extra-bíblica. Embora não existe mais a seita dos fariseus no dias atuais, mas os seus ensinos ainda continuam no meio cristão para desmerecer o sacrifício de Cristo no Calvário.

[....] As aberrações, as discrepâncias, os absurdos que vêm proliferando no contexto cristão, sem que ninguém tome providência, têm se constituído em afronta àqueles que lutam e se esforçam pelo cumprimento da verdade, da coerência e do bom senso bíblico.

É certo que não devemos ser juízes de ninguém, por outro lado, não devemos ser tolos facilmente enganados. O nosso posicionamento aqui não é dirigido a nenhuma pessoa, mas combatemos idéias que tentam manipular a fé ingênua do povo, levando-o as práticas cristãs a catástrofes.

O mestre Jesus nos ensina os meios de reduzirem-se os riscos de engano. a níveis bem menores do que aqueles com os quais geralmente trabalhamos para estabelecer a diferença entre o falso e o verdadeiro. A Bíblia não nos deixa entregues às oscilações dos mares, nem entregues a um tipo de relativismo irreversível.

Nisso, o ensinador bíblico exerce papel extremamente preponderante. É ele quem analisa, no exercício de sua função de homem de Deus e estudioso da Palavra, todos os objetos que são alvos da fé cristã, uma vez que aceitamos como sendo de Deus muita coisa herética e sem nenhum apoio bíblico. Por isso o papel do ensinador comprometido com Deus e com Sua Palavra é extremamente importante, pois é o discernimento bíblico que lança luz sobre assuntos eminentes duvidosos. O critério de julgamento do ensinador bíblico coerente e justo não deve ser subjetivo. A Bíblia deve ser rigorosamente o seu parâmetro. Por isso, e mesmo por razões de descargo de consciência, é que exponho ao leitor alguns princípios que servirão de parâmetros, dos quais não podemos nos afastar se queremos fazer interpretação bíblica com fundamento [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 86. Edtora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

Cristo é a Pedra principal da Igreja e foi Ele que deu Sua vida por ela, por isso não temos o direito de apossarmos de uma coisa que não é nossa. A igreja é soberana e não os líderes espirituais.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus



quinta-feira, 17 de maio de 2012

JESUS E OS FARISEUS

As pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A tolerância religiosa é extensiva a todos. Isto não significa, porém que todas as religiões são boas. Nos dias de Jesus, dois grupos de religiosos destacavam-se, entre outros: os saduceus (At 5.7) e os fariseus (At 15.5). Embora tivessem posições religiosas distintas (At 23.8), Jesus, porém, não os poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de víboras (Mt 23.23-15, 33). O mestre deixou claro que não aceitava a ideia de que todos os caminhos levam a Deus e ensinou que apenas dois caminhos: “o estreito, que conduz á vida eterna, e o largo espaçoso, que leva à destruição” (Mt 7.13-14).

A seita dos fariseus nos tempos de Jesus invalidou os mandamentos de Deus pelas suas tradições. Podemos ver um exemplo prático na vida de Jesus quando os fariseus O condenaram porque estava violando as tradições dos anciões.

“Então, vieram alguns de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e perguntaram: Por que transgride os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem? Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgridem vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? Porque Deus ordenou: Honra teu pai e tua mãe... E assim invalidastes, pela vossa tradição o mandamento de Deus. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mt 15.1-9).

Aqui Jesus censura claramente contra o mal que os fariseus tinham perpetrado contra o povo judeu, de criar tradição oral supostamente igual ao ensino escrito de Deus e, na verdade, contradizia as Escrituras Sagradas. As pessoas simples não compreendiam como tinham sido enganadas, pois não possuíam a palavra escrita de Deus. Os fariseus tinham a palavra escrita de Deus e a guardavam para si mesmos. Nós o encorajamos a ler atentamente Mateus 15.1-20, entendendo que Jesus está falando aqui principalmente contra os ensinos e a prática mal elaborada dos fariseus. Jesus declara repetidamente que os fariseus vão para o inferno. Ele não mede suas palavras. Em duas ocasiões, Jesus descreveu os fariseus como “víboras”, um sinônimo de “serpentes”. Logicamente, sabemos que a serpente é consistentemente utilizada na Bíblia como um dos nomes de Satanás. Mas, Jesus não deixa espaço para erro nesse assunto, para que não deixemos de perceber que os fariseus não eram simplesmente pecadores. Em João 8.44, Jesus diz que o pai dos fariseus era o diabo. Ele não disse isto a nenhuma outra classe de pessoas. Ele sempre teve compaixão dos pecadores; a razão pela qual o Senhor Jesus foi tão severo com os fariseus é que Ele sabia que eles adoravam a Deus apenas de lábios.

Reverência pelo ensino oral.

[...] Os fariseus ensinavam que o “Ensino Oral” era tão importante e sagrado quanto qualquer obra escrita. Os fariseus davam esta ênfase no Ensino Oral, pois é um instrumento muito importante de Satanás. Lembre-se, Deus estabeleceu Sua Santa Palavra como uma obra escrita. Ele repetidamente disse que esta Palavra escrita nunca mudaria e que seria totalmente cumprida e que duraria por toda a eternidade. Como Satanás sempre trabalha da forma oposta de Deus, não devemos nos surpreender que coloque maior ênfase no ensino oral. Isto tem acontecido dentro de muitas igrejas hoje. Portanto devemos saber que o ensino oral é uma ferramenta de Satanás.[DAVID BAY. Disponível: http://www.espada.eti.br/ce1077.asp].

[....] Não obstante, quando se chegou as tradições dos judeus, Cristo dizia: “Vocês dizem.... eu, porém, vos digo”. Enquanto que os ensinos, as experiências, os costumes, as tradições e cultura podem e devem fazer parte de nossa igreja, estes elementos não devem ser o que estabelece nossa doutrina. Isso quer dizer as conclusões que formam a base do que cremos acerca de Deus. Muito menos deve ser o que formam os dogmas, é dizer, o que afirmamos de forma categoria [Vernon Peter. Revista Obreiro. Ano 27, nº 31 – 2005].

Por que transgride os teus discípulos a tradição dos anciãos? - (v.1). Transgressão do lat. Trasgressio, é uma infração premeditada e consciente de um preceito, ou princípio. Assim é considerado um pecado contra os mandamentos de Deus.

Transgredir é o mesmo que invalidar a Palavra de Deus e isto é uma transgressão contra o próprio Deus. Os fariseus acreditavam que a tradições “lavar as mãos antes de comer (Mc 7.4)”, estava acima dos mandamentos de Deus. E então Jesus os reprova dizendo que eles estavam transgredindo invalidando os mandamentos de Deus pela tradição.

Embora na lei fossem especializados, os fariseus não tinham adquirido um entendimento adequado do propósito da lei. E o mais importante, faltava-lhes a fé em Deus.

Jesus salientou aos líderes religiosos da sua época que eles haviam tomado suas tradições e as haviam elevado a um nível mais alto que o das Escrituras. Como resultado, Jesus condenou-os como hipócritas. É fácil esquecermo-nos que os costumes e as tradições têm valor somente se estiverem num relacionamento subordinado às Escrituras. Os costumes e as tradições (não importa quantos séculos de idade tenham), se forem anti-bíblicos, contrário às Escrituras, precisam ser eliminados.

A tradição da lavagem das mãos era simples costume feito antes das refeições, mas veio a ser um tipo de purificação ritual para afastar a mínima possibilidade de a pessoa ter sido contaminada pela poeira advinda de alguma pessoa pagã. Note que Jesus passa a citar os mandamentos do decálogo para mostrar aos fariseus que as tradições dos judeus haviam invalidado os mandamentos de Deus.

Sabemos que grande parte da religião dos fariseus consistia em censurar os outros. Vieram de Jerusalém, uma viagem de muitos kilômetros, não para aprender, mas para criticar.

Jesus procura mostrar aos fariseus dizendo que: “Não é o que entra pela boca o que contamina homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. Mas, o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procede aos maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmia. São estas coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina” (Mt 15.18-20).

O que aprendemos com as palavras de Jesus? O cristianismo é uma religião espiritual e não formal; que a verdadeira contaminação é o mal que sai do coração, não do alimento que entra pela boca.

Segundo a explicação dada por Jesus, a comida que não foi preparada segundo as tradições dos anciãos não prejudica ao ser ingerido. O que prejudica é o mal, concentrado no intimo do ser humano e exprimido através da boca, ou seja, o que sai do coração. Certos costumes não vão impedir a salvação do homem, mas Jesus nos ensina termos um coração puro e uma mente renovada.

O Senhor explica também que o processo de comer, ainda que sem a cerimônia de lavar as mãos, à qual os fariseus davam tanta importância, não contamina o homem.

É fácil haver uma religiosidade exterior que faz muita questão de ritos e cerimônias, da distribuição do cálice do Senhor em um ou mais copos, da atitude do corpo em oração, mas que não se preocupa com o estado do coração.

Podemos ter quase a certeza de que, na medida em que alguém se preocupa com as coisas materiais, deixa de apreciar os valores espirituais. Alguns chegam a ponto de excomungar os crentes mais espirituais, uma vez que estes não usam os mesmos ritos e cerimônias.

Precisamos tomar cuidado, para não cultivar o culto do bem-estar: Satisfeito com as tradições e regra, nossa igreja confortável, nosso fiel circulo de amizade, mas esquecemos com os milhares de insatisfeitos, feridos e aflitos que passam por nosso confortável templo e acabam indo embora sem encontrar o verdadeiro evangelho.

Marcos salienta mais do que Mateus o escrúpulo da religião farisaica, pois se preocupavam mais com o exterior (as lavagens, cerimoniais de mãos, copos, vasilhas, leitos etc); uma coisa enfadonha e sem proveito espiritual. Deus, pela boca de Isaías (29.13), havia caracterizado isto como mero externalismo sem coração. Mandamentos humanos pretendendo autoridade divina – uma coisa tão essencialmente oca que o Senhor a denuncia como hipocrisia.

Os fariseus e os escribas cometiam o pecado do legalismo, pois substitui com palavras e práticas externas as atitudes internas requeridas por Deus, oriunda do novo nascimento, operado por Deus e pelo Espírito Santo. Tais pessoas honram a Deus com seus lábios, enquanto de coração estão longe d’Ele; externamente parecem justos, mas no seu íntimo não o amam de verdade.

Legalismo não é simplesmente a existência de leis, regulamentos, ou regras na comunidade cristã. Pelo contrário, legalismo tem a ver com os motivos pelos quais o cristão considera a vontade de Deus à luz da Sua Palavra. Qualquer motivo para cumprirem-se mandamentos e regras que não parta de uma fé viva em Cristo, do poder regenerador do Espírito Santo e do desejo sincero do crente e de agradar a Deus, é legalismo (Mt 6.1-6; Jo 14.21).

O cristão, neste tempo da graça, continua sujeito à instrução, à disciplina e ao dever da obediência à lei de Cristo e à Sua Palavra. O Novo Testamento fala da “lei perfeita da liberdade” (Tg 1.25), da “lei real” (Tg 2.8), “lei de Cristo” (Gl 6.2) e da “lei do Espírito” (Rm 8.2), mas não nos ensina a cumprir tradições criadas pelos homens!

O que o mestre Jesus diz acerca das tradição: “Invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes” (Mc 7.13).

Invalidar assim a Palavra é tornar-se culpado do pecado dos fariseus e dos demais líderes. É necessário que um cristão tenha bom costume da ética e da moral, mas usar certas regras radicais como meio de salvação compromete a salvação pela graça, e o bom relacionamento entre os membros. Quando “certos costumes” são colocados pela força, passa a ser uma lei imposta por imposição humana. E essa lei Jesus o chamou de “doutrinas de homens” (Mt 15.8).

O próprio Senhor Jesus advertiu enfaticamente contra as formas e tradições. Ele reprovou os líderes religiosos de Seu tempo por evitar que as pessoas se aproximassem de Deus. Em todo caso, O Deus que nos criou com características, sentimentos e habilidades diferentes, poderia desprezar tal variedade?

Qualquer um pode vir a Deus como é, não para encontrar uma religião, e sim, para entrar em um relacionamento vivo com Ele. A fé cristã não é somente uma doutrina abrangente. É a revelação de Deus por meio de fatos evidentes, em especial pela vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, que veio para fazer conhecer a Deus e a Seu amor. Ritos religiosos pode ser um sinal de morte espiritual. A fé em Jesus Cristo, no entanto, significa liberdade, verdadeiramente vida, e é oferecida a todos gratuitamente.

Fé não são credulidade, ingenuidade ou estupidez. É aceitar a mensagem bíblica, reconhecendo que Deus fala através dela. A fé genuína não tem nada a ver com superstição ou fanatismo. É um ato de obediência para com Deus. Não se trata de aceitar tudo o que é dito pelos homens; é a convicção de que Deus é real e a disposição em conhecê-Lo e fazer a Sua vontade.

Quando o homem usa tradições como meio de salvação torna-se negligente. É o que Jesus diz: “Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens” (Mc 7.8). Os fariseus e os escribas pecavam por colocar a tradição humana acima da revelação divina, como vemos neste versículo. O tradicionalismo valoriza as práticas e opiniões consagradas pelos homens. Seu referencial religioso não é a Bíblia, mas sim o regimento interno da igreja: regras, tradições, dogmas, usos e costumes. Tradição ou regra deve ter base nas verdades correlatas das Escrituras.

As vezes as tradições e estruturas são fortes, e até me perguntam se elas não são inspiradas por um espírito maligno. E acredito que muitas são quando anulam a salvação pela graça. Quantas leis foram colocadas para a santificação da igreja e hoje não existem mais? As igrejas têm de resistir à tendência de exaltar tradições religiosas, sabedoria humana ou costumes contemporâneos que se sobrepõe à Bíblia.

No Rio Grande do Sul até fora dele, os gaúchos constroem CTG (Centros de Tradições Gaúchas), para manter suas tradições regionais. Muitos gaúchos gostam de andar pilchado. Manter as tradições de um povo é uma coisa, mas usar certas tradições como meio de salvação é outra bem diferente. Sei de “ministros” que para dissimular suas tradições e regras humanas dizem que um CTG tem suas regras e tradições e que a igreja não deve ser diferente. É difícil de acreditar que certos “líderes” religiosos compararam a igreja que é o local de louvor, adoração e reverência ao Santo Criador com um CTG que é um clube de divertimento, danças e tradições gaúchas. As regras da igreja deve ser a Palavra e não as tradições criadas pelos homens. Usar como subterfúgio para concretizar suas idéias pessoais é levar o povo a um desvio doutrinário.

A tradição humana leva o cristão ao individualismo, egocentrismo, ou seja, viver para si. Nada pode ser mais contrário ao ensino bíblico. Bastante adotado atualmente, o individualismo tem diferentes manifestações: o egoísmo, a inimizade, o ódio (Rm 1.29), entristecendo assim o Espírito Santo (Ef 4.30).

[...] Muitas vezes criticamos os católicos que usam suas tradições e dogmas como meio de salvação e achamos um absurdo vê-los nas procissões adorando imagens. E as tradições que são colocadas nas igrejas evangélicas? Será que não estamos invalidando os mandamentos do Senhor com isto? Isto é santidade e novo nascimento? Não devemos tentar tirar o argueiro dos olhos dos católicos, enquanto não tirarmos a trave que está em nossos olhos [Ortiz. P 132].

Os tradicionalistas e legalistas ensinam que suas leis e ordenanças fazem parte da santificação, isto é, contribui para a salvação. Porém, Jesus diz que a Palavra é que nos santifica: “Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3; Jo 17.17). O que santifica é a Palavra e não os costumes. A verdadeira santificação vem do coração purificado pela Palavra e pelo Espírito Santo. Muitos estranham a afirmação de que Deus não aceita o esforço legalista que o cristão faz para alcançar a santidade. Devemos reconhecer que pela oração em que combatemos nossa “carne”, caminhamos em direção à santificação. Ser santo é ser separado do pecado.

Há líderes que chegam a dizer que a obediência aos ministros é a nossa legalidade contra Satanás; o sangue de Jesus que foi derramado na cruz é a nossa legalidade contra ele. A obediência e submissão não são impostas, e sim, conquistada através da Palavra de Deus, assim como lemos em 1ª Pedro 5.2 “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade”.

A falsa adoração dos fariseus: “Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem” (Mt 15.8-9; cf. Is 29.13).
Cristo faz uma ligação entre o serviço religioso realizado por estes homens, e o culto que eles oferecem. O seu culto é ofuscado pelas espúrias tradições religiosas que se anexa a ele.

Como formalistas, foram extremamente preocupados em cumprir os ritos prescritos no Torá. Entretanto, suas tradicionais observâncias são contabilizadas por Cristo como vãs, vazias. Vã, porque engrandece humanas inovações (tradições), e é inútil, porque conduz à perdição (Mt 15.13-14).

Para quem vive tranquilamente, segundo os moldes das suas tradições eclesiásticas, descumprindo mandamentos bíblicos, no dia final experimentarão o afastamento de Cristo.

Foi impressionante a forte influência do farisaísmo nos tempos de Jesus e continua até hoje no meio cristão.   É visível o proceder cristão mesclado de farisaísmo nas igrejas de hoje.  O mundo nos chama de "crentes";  a religião nos chama de evangélicos;   mas o farisaísmo tem predominado entre os evangélicos e poucos se tocam. Esse rosário de regrinhas não mencionadas na Palavra de Deus que se estabelecem e incomodam os crentes, é farisaísmo.


Pr. Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC.


FONTE DE PESQUISA

2.      JUAN CARLOS ORTIZ, o discípulo, 6ª edição, 1980, Ed. Betânia. Venda Nova MG.
3.      Vernon Peter. Revista Obreiro. Ano 27, nº 31 – 2005. Editora CPAD Rio de Janeiro RJ.




domingo, 13 de maio de 2012

SALVOS NÃO NECESSITAM DE CABRESTO PARA SERVIR A CRISTO


“Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não é escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus” (Gl 41-7.1-7).

Quando Paulo diz “éramos menores” refere-se quando estávamos debaixo de tutores e curadores, ou seja, debaixo da lei, e éramos iguais ao escravo, mas vindo o Filho de Deus nos resgatou da maldição da lei, isto é, nos libertou, nos tirou desse jugo pesado. Paulo refere-se também ao homem sem Deus, sujeitos aos rudimentos do mundo.

Não somos mais escravos, mas filhos por adoção e sendo filhos herdeiros de Deus Pai. Antes de Cristo, a observância da lei dependia em grande parte do esforço humano. Esta foi à falha que provocou a tristeza de Deus. E hoje não precisamos de amuleto para entrar no céu. Jesus já pagou o preço de nossa salvação. A igreja vive pela graça regeneradora de Cristo Jesus. Amém!

Paulo insistiu com os crentes da Galácia para que aquelas normas do Antigo Testamento e as tradições dos fariseus minguassem diante da excelência da fé.

“Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provem da fé. Porque em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão, tem valor alguma, mas a fé que atua pelo amor” (Gl 5.5-6).
O cabresto pode ser definido como uma peça dos arreios que se coloca na cabeça, como uma parte do focinho do animal, para guiá-lo. No sentido teológico, podemos considerar cabresto: a lei Mosaica as tradições, dogmas e regras humanas, usadas como meio de salvação.

Os verdadeiros líderes espirituais precisam acabar com os guetos, ou seja, devemos mudar a velha mentalidade que afeta o corpo de Cristo e transmitir-lhes a essência viva de Seu Espírito para que cada cristão navegue no rio do poder. Hoje, o Senhor está levantando um exército de guerreiros integrados por homens, mulheres, jovens e crianças adestrados no uso das armas espirituais, manejando a espada da Palavra para vencer ao adversário e seu séqüito de demônios, em nome de Jesus.

“Proclamai isto entre as nações: Apregoai guerra santa e suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou forte” (Joel 3.9-10).

A igreja foi chama a ser parte da solução em cada nação. Somos conquistadores, pessoas vitoriosas e cheias de fé, homens e mulheres de guerra que, em nome de Jesus, dizemos: “Eu sou forte”. O conquistador disse, como Paulo: “Irmãos, quando sou fraco, o poder de Cristo me fortalece”. A carta de Efésios nos fala de uma igreja guerreira, que luta e que triunfa, porém muitos ignoram estas promessas.

[...] Desde os primórdios da civilização, o homem, para viver em grupo, necessitou de normas que regulasse os seus direitos e deveres. Surge assim, após laboriosas experiências, a Constituição, que, transgredida, priva o cidadão dos bens maiores: a vida, a liberdade, etc. Semelhantemente, no mundo espiritual, Deus estabeleceu a Bíblia Sagrada como fonte de vida. A Palavra de Deus liberta da escravidão do pecado os que vivem na mentira. Horace Greeley assim define a importância da Bíblia: “É impossível escravizar mental ou socialmente um povo que lê a Bíblia”.

Os princípios bíblicos são os fundamentos da liberdade humana: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres” (Jo 8.32, 36 32). [Manual de Doutrinas das Assembléias de Deus do Brasil - CGADEB Pg. 17].

A Bíblia lida, crida e vivida, liberta o homem da escravidão. O homem sem Jesus encontra-se nas amarras do diabo, mas, ao conhecer a verdade que é Jesus (Jo 14.6), são quebradas as cadeias e somos libertos das prisões estávamos sujeitos para viver uma livre e servir o nosso Senhor.

Aos Gálatas, Paulo procura mostrar que não há necessidade de circuncisão e nem tutores para chegar ao céu. O sacrifício de Jesus foi completo e Ele é único e verdadeiro caminho (Jo 14.6). Precisa-se usar de certas regras para chegar a Deus, então Cristo morreu em vão e sua graça é vã (1º Co 15.10).

Se o diabo não pode manter o homem sobre sua tutela (presos), então usa homens em forma de ministros de justiça (1ª Co O 11. 14-15), para tirar a liberdade que Deus nos condiciona através do Seu Filho. Usa as vãs sutilezas como cabresto para prender os que aceitam a Jesus.

1. Os fariseus necessitam de cabresto e leis proibitiva.

Entende-se que esse tipo de pessoas é aquele que lhes falta o verdadeiro conhecimento. Esses não têm condições de participar do evangelho da graça. Também acho que há pessoas sociais e culturalmente atrasadas que precisam de cabresto, leis rígidas e muita proibição. Isso não é preconceito? A mocinha que frequenta uma congregação de periferia seria mais atrasada do que a outra que vive atrás dos altos muros de um condomínio fechado? Ela não pode desfrutar do evangelho da graça, sem o bordão da lei, para ser santa? Será que Deus realmente usa de parâmetros diferentes quando lida com seus filhos? Será que Deus tem dois ou mais evangelhos? Um para os ricos e outro para os simples? Um evangelho simples ou evangelho rígido? O Salmo 32.8-9 ensina que Deus não deseja estabelecer com ninguém um relacionamento proibitivo; ele almeja que sejamos íntimos e livres para desfrutar de Sua companhia. Ele não quer nos mandar aos gritos, e sim, deseja nossa obediência por amor. Suas leis não são arbitrárias e pesadas, mas seu jugo é suave e leve, disse Jesus.

“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freio e cabresto são dominados; de outra sorte te obedecem” (Sl 32.8-9).

2. A salvação vem pela Graça, porém a santificação depende de nós.

Segundo essa inferência, Deus fez sua parte na cruz e agora exige que seus filhos se aperfeiçoem em santidade (lei moral). Mais uma vez nos defrontamos com uma argumentação falida e sem sustentação teológica. Seria uma irresponsabilidade divina se Deus providenciasse, através dos méritos de Cristo, a nossa salvação e depois exigisse que, por meio de nossos esforços, desenvolvêssemos o qual Ele começou. Tanto a salvação como a santificação acontece na vida do cristão pela fé, não advêm dele mesmo, são dons gratuitos de Deus.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem máculas, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se nesse último tempo” (1ª Pe 1.3-5).

Infelizmente temos de admitir que alguns líderes, fariseus, firmam-se em seus cargos incutindo medo nas pessoas. Primeiro diminuem a obra vicária de Cristo pelas exigências pesadíssimas que impõem sobre as pessoas. Depois as mantêm presas pelo medo inerente à quebra de algum dos inúmeros mandamentos apregoados a cada sermão. Como legisladores de pesadas exigência religiosas, tais líderes se estabelecem como autênticos messias. Será que um ministro preso pelo legalismo farisaico é um autêntico cristão?

Analisando o farisaísmo hoje, é um ponto negativo nas igrejas. Conforme já vimos, Jesus condenou severamente os líderes religiosos que atam fardos pesados de normas, exigência e condenação nos ombros das pessoas. A mensagem grave e reprovadora em Mateus 23 evidencia a intolerância de Cristo em relação aos fariseus, onde atavam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.

Nenhum líder religioso pode alegar que não compreende bem os desígnios de Deus. Se uma corte humana condena um médico por imperícia, imagine quando Deus trouxer seus ministros diante do tribunal para prestarem conta como manusearam Sua Palavra. Paulo admoestou Timóteo por inferência, todos os obreiros, sobre a responsabilidade de manejar bem a Palavra de Deus (1ª Tm 2.15).

No texto, manejar bem a Palavra vem do grego orthotomeo e transmite o conceito de “cortar certo”, como um soldado deveria fazer com sua espada. Requer-se, portanto, que um líder saiba “cortar” corretamente o texto sagrado, diferenciando o certo do errado e ensinado que a letra da lei mata, enquanto o Seu espírito vivifica. Qualquer legalismo que comprometa a salvação pela graça é injustificável diante de Deus.

Os líderes de hoje precisam lembrar que estão presos a um sistema religioso tiranizadores. Essas doutrinas algemam as pessoas a um evangelho que promete libertação, mas que ao contrário, condena e é maldito porque está misturado. E esse nada mais é do que outro evangelho (Gl 1.8).

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós” (Mt 23.15).

Jesus irou-se com os fariseus porque eles esmagavam seus prosélitos (seguidores), com uma religiosidade perversa, condenando-os duas vezes mais. Porque esse duplo inferno? O legalismo fariseu, além de não garantir salvação, oprime devido à pressão de leis arbitrárias, tais como: “Não toques, não provem, não manuseie. Segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois todas as coisas, com o uso se destroem” (Cl 2.20-22). O inferno é dobrado também, porque a própria instituição que promete libertação e vida abundante responsabiliza-se em criar métodos anti-bíblicos para impedir que suas promessas se concretizem.

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, porém presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não como dominadores dos que foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1ª Pe 5.1-5).

O pecado eterno é atitude de quem propositadamente, e em desafio á luz do conhecimento, rejeita, e não somente rejeita, mas persiste em rejeitar os esforços do Espírito Santo e a graça de Deus ao Evangelho.

Os valores éticos da Bíblia não estão sempre ligados à moralidade. Uma mulher bem vestida e adornada nos tempos bíblicos não representava vulgaridade ou falta de temor a Deus. Tenho certeza que se algumas delas comparecessem aos nossos cultos chamaria atenção pelo número de anéis, pulseiras, pelo cabelo ou pela forma de trajar, ou até mesmo se Jesus ou um dos apóstolos entrasse barbudo aos nossos cultos muitos ficariam escandalizados. Por quê? Por causa do farisaísmo dentro de nossas igrejas. A barba para os judeus fazia parte da cultura e era sinal de respeito.

É importante saber que certas tradições, usos e costumes, dogmas, quando impostos nas igrejas, passam a ser uma lei. Quanto mais leis impostas pelos homens na igreja, maior é tendência do povo pecar. Paulo diz que a lei suscita ira: “Sem lei não há pecado, vindo à lei veio o pecado”. (Rm 4.15). “Pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma, e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”. (Hb 7.19).

Uma vez que todo homem, sem exceção, é pecador, ninguém jamais tem a capacidade aproximar-se do padrão da justiça exigida por Deus. Alguns se esforçam mais, outros menos, porém desde Adão até a ultima criança a nascer, todos são excluídos da comunhão com Deus cf. Rm 3.23. Toda a humanidade foi infectada pelo pecado original. Isso quer dizer que todo descendente de Adão e Eva carrega a culpa universal e também uma inclinação pecaminosa. Daí surge à necessidade absoluta da graça de Deus. Antes ou depois de Cristo, sem que receba a graça perdoadora de Deus, não houve e nem há salvação.

Os líderes precisam acordar e voltar para os ensinos de Jesus. Precisamos voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é, e ensinou. Voltemos a ser adoradores do Pai, porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por profissionais da fé.

Voltemos à consciência de que o caminho, a verdade e a vida é uma pessoa e não um corpo de doutrinas ou tradições, nascidas na tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Ou você prefere em vez das doutrinas bíblicas.

Chega dessa “diabose”! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai contemplar; voltemos às orações, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada.

Voltemos ao amor, à convicção de que, ser cristão, é amar a Deus acima de todas as coisas e, ao próximo, como a nós mesmos; voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam, em profundo amor e senso de dependência, quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome “meu”, mas, o pronome “nosso”. Para que os títulos: pastor, reverendo, bispo, apóstolo, o que estes significam se todos são sacerdotes? Quero voltar a ser leigo. Para que o clericalismo? Voltemos ao sermos servos uns dos outros; aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei” de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes - chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra!

Para que os templos, as institucionalismo, o denominacionalismo? Voltemos às catacumbas, à igreja local. Por que o pulpitocentrismo? Voltemos ao “instruí-vos uns aos outros” (Cl. 3.16). Por que a pressão pelo crescimento? Jesus não nos ordenou ser uma Igreja que cresce, mas uma Igreja que aparece: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras “todo o Evangelho ao homem todo... a todos os homens”. Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que “acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos”, sem adulterar a mensagem.

Chega dos herodianos que vivem a namorar o poder, a vender a si e as ovelhas ao sistema corrupto e corruptor; voltemos à escola dos profetas que denunciam a injustiça e apresentam modelos de vida comunitária. Chega do corporativismo, onde todo mundo sabe o que acontece, mas ninguém faz nada; voltemos ao confronto, como o de Paulo a Pedro (Gl 2.11), que dá oportunidade ao arrependimento e aperfeiçoa, como “o ferro afia o ferro” (Pv 27.17). Saiamos do “metodologismo”. Voltemos a “ser como o vento, que sopra como quer, se ouve a sua voz, mas não se sabe de onde vem e nem para onde vai” (Jo 3,8). Não quero mais ser evangélico, como o é entendido, hoje, neste país. Quero ser só cristão. Um cristão integral, segundo a Reforma e os pais da Igreja. Adorando ao Pai, em espírito e verdade, comungando, em busca da prática da unidade do “novo homem”, criado por Cristo à Sua imagem (Ef. 2.15), e praticando a missão integral.

Pr. Elias Ribas
Assembléia de Deus
Blumenau - SC.