TEOLOGIA EM FOCO: O POVO OUVE A PALAVRA DE DEUS

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O POVO OUVE A PALAVRA DE DEUS


Neemias 8.3-5: “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei. 4 Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão. 5 E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé”.

INTRODUÇÃO. Desde os dias de Moisés, o Senhor deu a Lei ao Seu povo. Ela é um código de regras espirituais que traz, acima de tudo, ensino sobre o relacionamento com Deus e com o nosso semelhante. Nos dias de Neemias, a Lei trouxe renovação espiritual ao povo de Deus. Esdras, o escriba, leu, ensinou e interpretou a Lei divina ao povo, e isto, trouxe grande alegria e entendimento. Ainda, hoje, através da Sagradas Escrituras o crente se renova com a Palavra de Deus.

I. O ANSEIO DO POVO PELA PALAVRA DE DEUS

1. Desde o Sinai, Israel passou a dar importância à Lei do Senhor.E te será por sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano” (Êx 13.9-10).

1. 1. A meditação diária na Lei de Deus é o segredo da vitória. “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido” (Js 1.8).

1.2. Houve uma época que o livro fora perdido, mas ao ser encontrado e lido, trouxe mudanças espirituais. “Disse Hilquias a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã” (2ª Cr 34.15).

1.3. A Palavra de Deus deve estar, sempre, perto de nós. “Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo” (Sl 119.97).

2. O desejo pela Palavra.

2.1. Após o Senhor dar descanso ao povo, houve um grande ajuntamento na praça para receberem o livro da Lei. “Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1).

2.2. Após 70 anos no cativeiro, o povo demonstrou desejo pela Palavra de Deus. (Sl 119.17-40).

3. A Lei é trazida ao povo.
3.1. Esdras foi o portador da Lei perante todos em Jerusalém. “E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês” (Ne 8.2).

3.2. Foi o momento esperado por todos após 70 anos longe de sua pátria e sem ouvir a vós de Deus. “Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira”? (Sl 137.1-4).

3.3. O prazer do crente deve estar na Lei do Senhor. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite” (Sl 1.1-2).

4. O povo estava atento a Lei.

4.1. Neemias relata o desejo do povo pela Palavra. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).

4.2. A Palavra de Deus operou gloriosamente no coração do povo. “Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos exércitos” (Jr 15.16).

4.3. A Palavra de Deus é um alimento para nossas almas.
“Depois me disse: Filho do homem, come o que achares; come este rolo, e vai, fala à casa de Israel. Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi, e era na minha boca doce como o mel” (Ez 3.1-3).

II. ESDRAS TRAS A LEI PERANTE O POVO

1. Moisés escreveu a Lei do Senhor. “Moisés escreveu esta lei, e a entregou aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do pacto do Senhor, e a todos os anciãos de Israel” (Dt 31.9).

1.1. O sacerdote (escriba) era o responsável pela transcrição da Lei. “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta lei, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, a fim de os cumprir” (Dt 17.18-19).

1.2. Os levitas eram homens separados para o ministério do ensino.
“Mas também para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem dado por intermédio de Moisés” (Lv 10.11). “Ensinarão os teus preceitos a Jacó, e a tua lei a Israel; chegarão incenso ao seu nariz, e porão holocausto sobre o teu altar” (Dt 33.10).

1.3. Neste ministério, eles percorriam as cidades ensinando ao povo.
E com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo” (2º Cr 17.8-9).

1.4. Ordenou que fosse lida no tempo e no local pelo Senhor. “Quando todo o Israel vier a comparecer perante ao Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lereis esta lei diante de todo o Israel, para todos ouvirem. Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei; e que seus filhos que não a souberem ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra a qual estais passando o Jordão para possuir” (Dt 31.11-13).

2. A lei devia ser ensinada e obedecida. “Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e os preceitos que eu hoje te ordeno, para os cumprires. Sucederá, pois, que, por ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te guardará o pacto e a misericórdia que com juramento prometeu a teus pais; ele te amará, te abençoará e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, o teu mosto e o teu azeite, a criação das tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com juramento prometeu a teus pais te daria” (Dt 7.11-13).

2.1. O ensino é uma ordenança divina. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos; e ensiná-las-eis a vossos filhos, falando delas sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao deitar-vos e ao levantar-vos” (Dt 11.18-19).

2.2. Esdras leu e ensinou a Lei, quando ajuntou o povo na praça em Jerusalém. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).

2.3. O ensino é uma ordenança de Jesus. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.19-20).

2.4. A igreja deve perseverar no ensino da Palavra. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42).

2.5. A falta do ensino leva o crente ao erro. “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29). O ensino da Palavra de Deus, faz conhecer sua posição espiritual.

2.6. A Palavra traz alegria e comunhão entre o povo. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).

2.7. O ensino tem por finalidade nos ajudar a compreender as Escrituras. “Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? e rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse” (At 8.31).

2.8. Os levitas foram convocados por Deus para o ensino. “Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura” (Ne 8.8).

2.9. O ensino deve ser uma das qualidades do líder.
“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar” (1ª Tm 3.2).

III. O ENSINO PRODUZ MUDANÇA NO OUVINTE

1. O ensino produz quebrantamento. “E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei” (Ne 8.9).

1.1. O Senhor sempre estará junto de um crente quebrantado. “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Sl 34.18).

2. O ensino nos torna benignos.

2.1. A benignidade é a disposição para a prática do bem. “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32).
“Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10).

2.2. O mandamento bíblico é que devemos socorrer os necessitados. “Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (At 20.35).
“Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso”? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma” (Tg 2.15-17).
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? (1ª Jo 3.17).

2.3. É a verdadeira religião. “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” (Tg 1.17).

IV. A LEI DO SENHOR PRODUZ BENÇÃOS ESPIRITUAIS

1. O homem espiritual tem prazer na lei do Senhor. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7,22).

1.1. A obediência traz bênçãos. “Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra; e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus” (Dt 28.1-2).

1.2. A Lei quando foi lida pelos levitas trouxe grandes bênçãos ao povo. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).

2. O Senhor fortalece Seus povo.

2.1. Quando a quebrantamento, choro, arrependimento e confissão, o Senhor renova Seu povo. “Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10b).

2.2. Após o ensino, o povo se consagra ao Senhor Deus. “E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei” (Ne 8.9b.).

2.3. O povo estava livre como um pássaro. “Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 124.7-8).

3. Aquele dia foi santificado ao Senhor.

3.1. O verdadeiro dia santo é aquele que passamos na presença do Senhor. “Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais” (Ne 8.11).

3.2. A Palavra produz a verdadeira santidade em nossa vida. “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).

3.3. Por isso devemos meditar sempre. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.1-3).

4. O povo entendeu a Lei.

4.1. O Senhor Jesus deixou os dons ministeriais para o crescimento da Igreja. “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 
4.11-12).

4.2. Esdras tinha habilidade para ensinar. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).

4.3. Para compreendermos a Palavra hoje, contamos com a presença do Espírito Santo. “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (Jo 14.26).

“Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras” (Jo 16.13).


CONCLUSÃO. Em todo o tempo a Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alam. Através dela podemos compreender a bondade e a misericórdia do Senhor. A Lei do Antigo Testamento nos conduziu a Cristo, que nos trouxe a lei do amor. Mas, para que possamos entender este grande amor, precisamos estudar a Palavra. Ela nos guiara em toda verdade para que: “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13).

Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia
Igreja Assembléia de Deus
Blumenau - SC

Nenhum comentário:

Postar um comentário