TEOLOGIA EM FOCO: outubro 2015

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O MILÊNIO O REINADO DE CRISTO




Em Apocalipse 11.15, o anjo toca trombeta anunciando ao mundo inteiro que o Milênio irá começar: “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15).

O milênio não é uma fantasia nem uma criação poética. É o reino de Deus que o Senhor Jesus Cristo, juntamente Sua Igreja, implantará neste mundo logo após a Grande Tribulação.

I.             O QUE É MILÊNIO 

O termo “milênio” não consta na Bíblia, mas provém de duas palavras latinas: “Mille” que significa “mil”, e “annum” que significa “anos”. A palavra grega Chillas que também significa “mil”, aparece por seis vezes em Apocalipse 20, definindo a duração do Reino de Cristo antes da destruição do velho céu e da velha terra. Os crentes em Cristo devem saber que o milênio é uma doutrina essencialmente bíblica e consistentemente teológica.

O Milênio preparará a Terra para o estabelecimento do reino eterno de Cristo, conforme as promessas das Sagradas Escrituras, será o esplendoroso reinado de Cristo na terra por mil anos (Ap 5.10; 20.4-7; Is 65.20, 20, 25; Dn 2.35, 44; Lc 1.32, 33). Ocorrerá após a volta de Jesus, (Ap 20.1-7). Trata-se de um reino literal, cujo principal objetivo é a exaltação de Jesus não somente como Messias de Israel, mas como o Desejado de todas as nações (Ag 2.7).

O milênio pode ser considerado ainda a manifestação plena do Reino de Deus na terra. E isto nada tem a ver com a doutrina de algumas seitas que, renegam as verdades bíblicas acerca do arrebatamento da Igreja, ensinam que este mundo haverá de melhorar, pouco a pouco, até transformar-se num paraíso.

II.             QUANDO SERÁ O MILÊNIO 

1. A última dispensação. O Milênio não é ainda o fim e nem a consumação de todas as coisas. O milênio será a última dispensação na história deste mundo. A separação de épocas (dispensações) da História Sagrada é o método mais antigo de estudar a Palavra de Deus. As dispensações históricas se dividem em sete começou com a dispensação da inocência, consciência, governo humano, patriarcal, lei, graça e milênio.

Muitos teólogos fazem cálculo para o fim do mundo, afirmam que o mundo presente foi criado em seis dias, de acordo com o relato de Genesis 1, e afirmam que deve durar seis mil anos, com um dia para cada ano. Passados seis mil anos após a criação de toda criação da terra, ocorreria a Segunda Vida de Cristo a terra, que marcaria o termino de todos os Impérios Mundiais terrenos, dando início o reino de mil anos de Cristo com Seus santos nessa terra, isso entre a Sua segunda vinda e o julgamento final, ou seja, a terra teria uma duração de 7 mil anos e seria destruída para a criação do novo céu e da nova terra (Ap 21). 

2. A Nova Aliança durante o milênio. Como devemos observar todas as alianças feitas entre Deus e os homens em tempos passados, fundamentam-se sobre a nova e eterna aliança. Portanto consideramos que tenha o seu cumprimento integral no período milênial. Assim, vemos que a nova aliança será plenamente operante, demonstrando em todo o mundo, e mui particularmente na Palestina suas bênçãos, resultando em que a maioria dos homens do mundo buscarão a Deus e aprenderão a Sua justiça. 

3. O milênio será após a Grande Tribulação. No evangelho segundo Mateus, Jesus apresentou a realidade da Tribulação (Mt 24.21). Mas nos versos 27, Ele fala de Sua vinda visível como “o relâmpago que sai do Oriente e se mostra até o Ocidente. No verso 28, Jesus retrata mais uma vez a visibilidade de Sua vinda usando a ilustração dos abutres atraídos pela matança, referindo ao Armagedom (Ap 19.11-21). Prosseguindo no v. 29, dá a entender que a Sua vinda será logo depois da tribulação daqueles dias. No v. 30: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”

O milênio terá início no final da Grande Tribulação, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, na companhia de todos os seus santos (Igreja e Seus anjos), houver aniquilado o dragão (diabo), o falso profeta e a besta (Anticristo), (Ap 19.11-21). O milênio, por conseguinte, dar-se-á, logicamente, depois do arrebatamento da Igreja (1ª Ts 4.16-17).

Neste período, Satanás estará amarrado até que se completem os mil anos. Em seguida, importa que ele seja solto por um pouco de tempo, até que seja definitivamente lançado no lago de fogo (inferno) (Ap 20.2, 7, 10). 

4. O milênio será último reino na terra. “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.” (Dn 2.44,45). 

Nas visões que da parte de Deus lhe foram enviadas o profeta Daniel viu uma sucessão de quatro impérios mundiais, e também a queda de todos esses reinos.

Qual o significado de que a pedra seria “cortada sem auxílio de mão”? A pedra representa Cristo (Mt 16.18), ela foi “cortada sem auxílio de mão”, ou seja, sem auxílio humano, mas pelo próprio Deus (Dn 2.45; 7.13-14). Daniel viu que este último reino a ser estabelecido na terra é o reino de Cristo quando ele for revelado, vindo do céu, vingando-se do Anticristo, o qual será destruído juntamente com o falso profeta e ainda efetuará o julgamento das nações (2ª Ts 2.8).

Quando Cristo voltar a terra, Ele trará juntamente consigo os santos, revestidos de corpos gloriosos, pessoas essas que morreram em Cristo desde o tempo de Abel (Ap 1.7; Jd 14.15).

Estes estarão com Cristo na administração dos reinos e governo da Terra (Ap 11.15). Os judeus perderão grande parte da população durante a Grande Tribulação (Zc 13.8-9). Tendo Cristo como seu Messias e cabeça, Israel tornar-se-á nação líder do mundo e não mais cauda. Assim sendo, os habitantes da Terra durante o milênio consistirão de salvos em Cristo. Os santos ressuscitados, os judeus que abraçaram a fé em Jesus e as nações simpatizantes.

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.5-6).

Há uma ideia entre o povo de Deus que a ressurreição será em só momento. Mas na realidade não será assim. A ordem é a seguinte: A primeira ressurreição é inaugurada por Jesus Cristo, que é as primícias dos que dormem (1ª Co 15.20, Cl 1.18). Seguindo a sequência os que são de Cristo por ocasião da sua vinda (1ª Co 15.23; 1ª Ts 4.16-17), e sete anos depois os mártires da Grande Tribulação (Ap 6.9-11; 20.4). Portanto a primeira ressurreição abrange da ressurreição de Cristo, até os mártires da Grande Tribulação.

Esta “Bem-aventurança” é aplicada a “ressurreição dos justos”. O bem-estar e a felicidade dos justos advêm deste acontecimento. 

5. Quem estará na terra durante o milênio. Estarão na terra, durante o milênio, os mártires da Grande Tribulação (Ap 20.4-6), os judeus salvos pelo Senhor na Grande Tribulação (Mt 25.34), e os gentios que houverem sobrevivido à Grande Tribulação e ao Juízo das nações (Mt 25.31-41). A Igreja, como já o dissemos, estará, juntamente com Cristo, regendo o mundo. Afinal, dele receberemos está promessa (Ap 2.26-27; Ap 5.9-13). 

 III.      COMO SERÁ O MILÊNIO 

1. O mundo em geral no milênio. É evidente que multidões nascerão durante o Milênio (Zc 8.4-6; Is 65.20; Mq 4.1-4). Todas as nações do mundo irão a Jerusalém buscar a Lei do Senhor (Is 2:2-4; Zc 14:16-19). Durante o Milênio o mundo se encherá do conhecimento do Senhor (Is 11.9). Será um período de verdadeira paz sobre a terra (Ap 20.1-3). O Senhor Jesus governará toda terra (Zc 14.9) e reinará de Jerusalém (Is 2.2-5). Nesta época haverá muita fertilidade no solo (Am 9.13-14) e não haverá desertos (Is 35.1-6). Os animais selvagens voltarão a ser dóceis (Is 11.6-9; 65.25) e as armas se converterão em implementos agrícolas (Is 2.4; Mq 4.3). Haverá longevidade para os seres humanos (Is 65.20) e aumentará o índice de natalidade (Zc 8.5; 10.8). No Milênio haverá abundância de saúde (Is 33.24; 35.5-6) e muita prosperidade (Is 65.21). Neste tempo haverá abundância de salvação (Is 33.6; Zc 9.16) e paz entre as nações (Mq 14.3). Durante o Milênio haverá grande derramamento do Espírito Santo (Is 44.3; Ez 39.29; Zc 12.10). O Egito ser uma nação temente a Deus e unida com Israel (Is 19.21-25). 

2. A vida espiritual durante o milênio. As condições espirituais durante o milênio contrastarão fortemente com as condições dos nossos dias atuais. Será na época do milênio que haverá plena realização da profecia do profeta Joel descrita no cap. 2 e versos 28 e 29.

No dia do Pentecoste Pedro declarou aos judeus dizendo: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos.” (At 2.17).

No dia do Pentecoste o Espírito Santo foi derramado sobre todos os que estavam reunidos em Jerusalém, note que Pedro continua dizendo que a promessa do Espírito Santo também seria “para a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.” (At 2.39).

Aos vossos filhos refere-se aos Judeus, e a todos que estão longe refere-se aos gentios. Porém, o Espírito Santo é derramado hoje somente aos que creem no Senhor e Salvador Jesus Cristo. Porém, a profecia cumpriu-se em partes, mas no milênio ela será cumprida plenamente, isto é, todos os que estiverem no milênio com Cristo Jesus serão cheios do Espírito Santo.

Milênio será um reino não só de bênçãos espirituais, como também matérias, pois a glória do Senhor encherá a Terra (Sl 72) e o Espírito Santo será derramado sobre toda a carne.

No dia do Pentecostes e nos nossos dias, o Espírito Santo foi derramado sobre aqueles que foram regenerados, ou seja, no Antigo Testamento, o Espírito Santo fora derramado sobre os patriarcas, os profetas e os reis, já no Novo Testamento, fora derramado sobre os discípulos e a Igreja do Senhor. O mundo em si não conhece o Espírito Santo. Mas, no Milênio será diferente, o pecado não existirá, e todos conhecerão o Senhor e haverá santidade ao Senhor e aí vai se cumprir o que Joel profetizou (Jl 2.28-29; Is 32.15; Êx 36.27 39.22; Zc 12.10; At 2.19-20).

3. Como será a Terra no milênio. Isaías 43.20 “Os animais do campo me servirão, os dragões e os filhos do avestruz; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito.”

O capítulo 43 fala da restauração da Terra no reino milenial. Os desertos desaparecerão e haverá abundancia de águas e de árvores. Na região da Palestina surgirá um novo rio cujas águas conterão elementos que purificará qualquer outra fonte, inclusive o Mar Morto que há milhares de anos está podre, será purificado pelas águas desse novo rio conforme vaticinou o profeta Ezequiel:

“E, tornando eu, eis que à margem do ribeiro havia uma grande abundância de árvores, de uma e de outra banda. 8- Então, me disse: Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar, sararão as águas. 9- E será que toda criatura vivente que vier por onde quer que entrarem esses dois ribeiros viverá, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão essas águas e sararão, e viverá tudo por onde quer que entrar esse ribeiro. 10- Será também que os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe, segundo a sua espécie, será como o peixe do mar Grande, em multidão excessiva.” (Ez 47.7-10).

3. O conhecimento do Senhor será universal. Tal qual hoje prevalece o mal entre muitas nações que jazem nas trevas da idolatria, naquele tempo a justiça prevalecerá e todas as nações conhecerão o nome de Jeová (Ml 1.11; Is 11.9). 

IV.      CRISTO NO MILÊNIO 

1. O reinado de Cristo. Ao soar a 7ª trombeta, o governo da terra ficará a cargo de Cristo: O Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Portanto, no Milênio, Cristo Jesus estará presente na terra em pessoa e se assentará sobre o trono de Davi (Is 2.1-5). Ele reinará sobre toda a terra (Sl 72.6-11; Zc 14.9). Seu reino será caracterizado por duas coisas: PAZ UNIVERSAL (Sl 72.7; Is 2.4; Mq 4.3). E JUSTIÇA UNIVERSAL (Is 11.4-5; Jr 23.5-6). O Reino de Cristo será Universal (Is 2.2-4; 11.10-12; Zc 8.22-23; Jr 3.17; Is 60.3 e 66.20). O Senhor Jesus reinará com cetro de ferro (Ap 19.15). Julgará as nações que não andarem conforme a Sua vontade (Zc 14.17-19).

O Reino de Cristo será estabelecido na Terra por um período de mil anos e tem como finalidade estabelecer a justiça, obediência, santidade, verdade, plenitude do Espírito Santo, cumprimento da Nova Aliança, derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, aprisionamento de Satanás, eliminação dos ímpios, fazer com que Israel veja o Senhor em Sião, conhecimento universal do Senhor e submissão dos gentios à Cristo. 

2. Mil anos de Paz. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27).

A paz de Cristo é um milagre. Jesus promete uma paz que vem através de Sua morte e ressureição. No milênio os homens desfrutaram de uma perfeita paz, harmonia, pois será um tempo em que o Príncipe da paz terá domínio sobre os povos. Há passagens do Antigo Testamento que narram a respeito de um período de plena paz, sob o reinado do Messias na terra (Zc 14.9). Esse será um período de paz até mesmo para os animais da terra, pois o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão e o animal cevado andarão juntos, o leão comerá palha como o boi (Is 11.6-9). 

3. A forma de governo será teocrática. A terra nesse tempo será regida nem por monarquia nem democracia, mas sim por TEOCRACIA (Dn 7.13-14), isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo (Lc 1.32-33).

Algumas passagens das Escrituras indicam que o rei Davi, de cuja linhagem veio Jesus, segundo a carne, tomará parte no governo de Israel já restaurado servindo como príncipe ou correagente (Jr 30.9; Ez 37.24, 25; Is 2.2). Cristo também disse a seus discípulos que se assentariam em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). 

V.             A IGREJA NO MILÊNIO 

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”. 

Durante o Milênio, a Igreja estará com Cristo para reinar (Ap 5.9-10; 20.4-6) com Ele sobre as tribos de Israel (Mt 19.28). Paulo confirma essa missão da Igreja durante o Milênio: “se perseveramos, também com ele reinaremos” (2ª Tm 2.12). No Milênio os remidos em Cristo tomarão parte da adoração, esse será o momento no qual a oração “venha a nós o Teu Reino” (Mt. 4.17) será respondida. Nesta época a Igreja já estará glorificada, isto é, os santos crentes estarão revestidos dum corpo como o do Senhor Jesus (Fp 3.21), que se locomove sem obstáculos e barreiras (Lc 24.30-43; Jo 20.19-27). Em Mateus 17.1-6, vemos que Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações físicas, da mesma forma estará a Igreja no Milênio; aliás, não só no Milênio, mas, para todo o sempre. Nenhum mortal poderá descrever a glória futura da Igreja do Senhor, nem mesmo as imaginações mais férteis; porque são coisas que: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1ª Co 2.9). 

VI.             ISRAEL NO MILÊNIO 

1. O que acontecerá com Israel? Nesta época Israel deverá estar reunido na sua terra (Is 11.10-13; Jr 16.14-15); voltarão rebeldes e incrédulos (Ez 20.34-38); porém muitos vão se arrepender e converter (Ez 36.16-38; Zc 12.10-13; Rm 11.25-26). Quando eles se arrependerem o Senhor Deus os purificará, irá restaurá-los espiritualmente e porá o seu Espírito dentro deles (Ez 36.25-27). Israel ficará de posse da terra prometida a eles (Ez 34.28; 37.25; Am 9.15). Novamente o povo de Israel terá os seus juízes restaurados (Is 1.26; Mt 19.28). No Milênio Israel irá evangelizar os gentios (Is 66.19; Zc 8.13, 20-23); isto se refere aos que nascerem naquele tempo. 

2. A sede do governo de Cristo. A capital do mundo será Jerusalém, a desprezada cidade tantas vezes pisada pelos exércitos invasores (Is 2.2). Esta cidade será totalmente restaurada cumprindo-se a visão do salmista Davi que disse: “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado na cidade de nosso Deus, Seu santo nome, belo e sobranceiro é a alegria de toda a terra, o monte Sião para todos os lados do norte a cidade do grande Rei. Nos palácios dela Deus se faz conhecer como alto refúgio” (Sl 48.1-3).

Jerusalém será não somente a sede do governo messiânico como também o centro de adoração divina (Zc 14.16). Jerusalém se chamará hefzdibá beulá, que significa “meu prazer está nela”, e Beulá significa “Desposada”, esses nomes indicam que Deus renovou seu concerto com Jerusalém tudo nos mostra que Israel sempre foi à menina dos olhos de Deus e o centro geográfico do mundo.

As nações do mundo não terão supremacia, exceto Israel que será a cabeça das nações, sendo Jerusalém a capital. 

3. O território de Israel. Há diferença de opinião quanto à extensão do território de Israel durante o milênio. Sabemos que a terra prometida a Abraão em Gênesis 15.18, jamais foi totalmente ocupada por essa nação, nem mesmo durante os prósperos reinados de Davi e Salomão. A concessão original estende-se do rio Egito até o rio Eufrates. As referências de Dt 11.24 e Ez 47.18 mencionam o mar Ocidental (Mediterrâneo) e o mar Oriental, que possivelmente refere-se ao Oceano Índico. 

3. A Palestina nos dias do milênio. Já antes que Israel entrasse na terra de Canaã, Deus já havia chamado de terra de trigo e cevada, figueiras e romaneiras, terra de oliveiras, de azeite e mel (Dt 8.8).

Assim que Israel entrou na terra prometida esqueceu-se de Deus e de Seus mandamentos e a bênção lhe foi retirada, a qual resultou na retenção das chuvas e durante séculos esta terra permaneceu abandonada, sendo verdadeiramente arruinada. Hoje pelo restabelecimento de Israel, a Palestina e o emprego de métodos modernos e científicos de agricultura, a terra está novamente florescente. As águas do Jordão foram canalizadas em direção ao sul até o deserto de Negueb, esse ermo está agora transformando em producentes fazendas de toda espécie.

As chuvas temporã e serôdias, já voltaram a regar a terra, cremos que tudo isso que está acontecendo hoje é prenúncio das bênçãos que se evidenciarão ali durante os mil anos de paz sob o regime de Jesus Cristo (Is 35.1; Ez 36.8.11). 

4. A cidade milenial. De acordo com Ezequiel 48.1-35, a repartição do território de Israel entre as doze tribos, estender-se-á do Oeste ao Leste, a partir da tribo de Dã no norte e terminando com Gade no sul. Colocada entre as tribos de Judá e Benjamim, haverá uma área conhecida como região Santa, um território de extensão. É interessante notar que as tribos de Judá e Benjamim, que eram as mais leais a Davi no tempo da divisão do reino, agora achar-se-ão em lugar mais privilegiado quanto à proximidade da região Santa. 

5. O templo de Jerusalém. O templo em Jerusalém será reconstruído (Is 44.26-28). O templo que na época da Grande Tribulação fora reconstruído, com ajudo do Anticristo, segundo Apocalipse 11.2, ficará sendo um templo profanado pelos gentios, mas no mesmo livro do Apocalipse 11.13, dá a nos entender que nessa hora o templo profanado pelo Anticristo e pelos gentios, fora destruído pelo grande terremoto que matou 7 mil homens (Ap 11.13). 

6. O culto de adoração na época do milênio. Ezequiel o profeta teve uma visão extraordinária sobre a ordem dos acontecimentos, tanto civil como religioso durante o milênio. Essa visão traz uma descrição detalhada do próprio santuário dos sacerdotes e levitas e as instruções minuciosas para os sacerdotes e ao povo, quanto ao culto celebrado a Jeová (ver Ez 40.1-44). 

VII.             OBJETIVOS DO MILÊNIO 

O Milênio será implantado, com objetivos bem definidos:

1. Exaltar a Cristo. Todos os povos, principalmente Israel, terão de se curvar ante Jesus Cristo, cujo nome será sublime e soberanamente exaltado como Rei dos reis e Senhores dos senhores (Fl 2.5; Ap 19.16). 

2. Manifestar o Reino de Deus na Sua plenitude. Na oração Dominical, o Senhor Jesus ensinou-nos a orar: “Venha o teu reino” (Mt 6.10). Esta petição será plenamente respondida quando vier o Senhor Jesus, juntamente com a sua Igreja, inaugurar o Milênio – a exposição mais visível do Reino de Deus na terra. 

3. Mostrar que este mundo pode ser administrado com justiça e equidade. Em consequência da corrupção e dos desmandos administrativos dos governantes, a população da terra é assolada pela fome, pela falta de habitação e por muitas outras necessidades básicas. Todavia, quando Cristo instaurar o seu governo, mostrará que todos esses problemas podem ser rápida e perfeitamente solucionados. 

4. Deixar bem claro que os reinos deste mundo pertencem a Cristo. No deserto, Satanás tentou a Cristo, alegando serem dele todos os reinos deste mundo (Mt 4.8-9). Na verdade, tudo pertencem a Jesus: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15). Desta forma, cumprir-se-á a aliança que Deus estabeleceu com a casa de Davi, da qual veio, legalmente, o Senhor Jesus (Is 9.7; Dn 7.14). 

VIII.             O FIM DO MILÊNIO 

Encerrando-se o período de paz sobre a Terra, o inimigo de Deus, de Cristo e dos homens será solto do poço do abismo por um pouco de tempo. 

1. Satanás será solto Ap 20.7-10: Mais uma vez Satanás irá promover uma rebelião de ordem mundial, e irá enganar muitos cujo número será como areia do mar. Essa será a última guerra mundial, conhecida como Gogue e Magogue. Mas, Deus mandará fogo do céu e destruirá a todos que se juntaram à rebelião de Satanás, que enganava as nações e os homens, fora lançado dentro do lago de fogo, onde está a besta e o Falso Profeta (Ap 20.10).

O estado de depravação do coração humano é revelado pelos acontecimentos ao fim desse período de 1000 anos, durante o qual o homem foi exposto as melhores influências espirituais possíveis, Satanás estava algemado e Jesus Cristo e o Espírito Santo reinaram supremos em todo mundo. Mas ao fim do milênio Satanás será solto do abismo por pouco tempo, quando uma vasta multidão de pessoas o acompanharão em uma rebelião contra o Senhor Jesus Cristo. Essa rebelião será sufocada imediatamente e dominada por Deus que enviará fogo do céu que os devorará. Esse será o verdadeiro fim de Satanás nesta terra quando ele será lançado no lago de fogo onde será atormentado para sempre. 

2. Qual a finalidade de Satanás ser solto final do milênio? Se em todos os seres humanos foram tentados na sua vida terrena, no milênio Deus irá soltar Satanás de sua prisão para tentar e provar a fidelidade de cada habitante milenar; para mostrar que o homem apesar de toda prosperidade, abundância e paz, dará ouvido ao tentador e se levantar-se-ão contra o reinado de Cristo.

Satanás será solto para provar as pessoas que nasceram durante o milênio. Para revelar que o coração do homem não convertido permanece na sua velha natureza. O Senhor provará a depravação completa do homem.

Para mostrar a falta de sinceridade de alguns que estarão vivendo nesta época; porque mesmo depois de um Reino tão glorioso, multidões como a areia do mar, seguirão a Satanás na primeira oportunidade. Assim como Adão e Eva pecaram no ambiente perfeito do jardim do Éden, da mesma forma uma inumerável multidão rebelará contra Cristo apesar das bênçãos advindas do Seu reinado milenial. O juízo é tão rápido quanto à rebelião das nações dos quatro cantos da terra. A sorte destes rebeldes e de Satanás está selada nas seguintes palavras: “Mas desceu fogo do céu, e os consumiu” (Ap 20.9-10). Ele terá de comparecer perante o grande trono branco, para receber sua sentença no Juízo Final (1ª Co 6.3; Ap 20.11-15). Satanás é lançado no lago de fogo e enxofre para todo o sempre. De lá, jamais escapará; nunca mais tentará ninguém nem fará oposição aos planos de Deus. Satanás terá como destino final o inferno (Mt 25.41), onde será atormentado eternamente (Ap 20.10).

O fim do milênio marcará também o fim de todas as dispensações terrestres e o fim do tempo.

Havendo muitos fracassados durante essa derradeira dispensação em que se manifestou a presença do Senhor e sua influência que visará a salvação e a vida eterna, não resta mais nada para os tais a não ser a indignação abrasadora de Deus.

Deus havia dito a Noé que nunca mais destruiria a terra por água e essa promessa Deus tem cumprido à risca. Portanto, esta vez a destruição será por fogo como Pedro o revela em 2ª Pe 3.7.12.

Assim como os salvos da época antediluviana foram guardados dentro da arca, assim Deus guardará redimidos desta dispensação milênial enquanto a terra é renovada pôr fogo (Is 51.16). 

IX.      O MILÊNIO TERMINARÁ QUANDO CRISTO ENTREGAR O REINO AO PAI 

“Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força” (1ª Co 15.24).

O alvo e expectativa finais da fé do NT é um novo mundo, transformado e redimido, onde Cristo permanece com seu povo e a justiça reina em santa perfeição.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O JULGAMENTO DOS ANJOS CAÍDOS




1ª Coríntios 6.3 “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” 

Tendo como base na teologia paulina, que vai haver um tribunal celestial onde os anjos serão julgados. É certo que, estes anjos que sentarão no banco dos réus, serão os anjos caídos, isto é, os demônios serão julgados por sua escolha em seguir a Satanás e virar as costas para Deus.

Originalmente todos os anjos foram criados perfeitos e sem pecado. Eles foram criados plenamente estabelecido pelo caráter de Deus que é absolutamente santo (Ap 15.3-4).

Os anjos caídos são basicamente criaturas que se rebelaram junto com Lúcifer contra Deus, desistiram de seguir o caminho virtuoso. Por isso, se tornaram anjos maus ou demônios.

A maioria dos teólogos afirmam que a queda dos anjos aconteceu antes da criação citada em Gn 1.2, entre os vs. 1e 2; que foi esta queda que fez a criação original tornar-se “sem forma e vazia” (Gn 1.1).

Segundo alguns eruditos a queda de Satanás e seus anjos tem como base bíblica nos profetas Ezequiel 28.12-17e Isaías 14.12-14. Destas passagens, podemos deduzir que Satanás era, no princípio, o querubim da guarda, o ungido, o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Ele vivia no Éden, um jardim mineral. Ocupava uma posição sobre as demais criaturas celestiais. Ao criar os anjos Deus deixou o livre arbítrio, ou seja, tinham vontade própria, capacidade de pecar e a capacidade de não pecar. Lúcifer também tinha uma vontade com a qual ele podia escolher livremente.

Lúcifer, como Adão, tinha uma decisão a tomar. Ele poderia aceitar que Deus era Deus ou poderia decidir escolher que ele seria o deus para si mesmo.

A queda dos anjos foi lidera por Lúcifer, uma revolta deliberada contra o seu Criador. Embora apontado e designado para ser guarda do trono de Deus (conf. Ez 28), aspirou a posse de um trono para ele mesmo, e governar sobre “as estrelas de Deus”, isto é, os anjos (Jó 38.7; Jd 13; Ap 12.3-4).

Por causa da desobediência os anjos perderam sua santidade original e se tornaram corruptos na sua conduta (Mt 10.1; Ef 6.11-12; Ap 12.9), se tornaram ímpios e pecadores.

Os anjos foram levados a duvidar da bondade e amor de Deus, presumindo o “novo líder” superior, como aconteceu ao primeiro casal humano.

A ambição e o desejo de possuir aquilo que não era seu, levou Satanás a ruína. De qualquer forma foi o egoísmo, descontentamento com aquilo que ele tinha e o desejo ardente de conseguir tudo o qualquer outro tivesse. Sem dúvida a queda de Satanás foi também a queda dos outros. Por isso diz o apóstolo João no livro das revelações: “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra...” (Ap 12.4).

A terça parte dos anjos foram seduzido por Lúcifer, tornando se rebeldes ao Criador. Porém o fim deles será de condenação. O apóstolo Pedro descreve o destino deles. O juízo de Deus sobre eles não tarda para destruí-los. “Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo! (2ª Pe 2.4). Sobre esse assunto, devíamos usar uma passagem similar de Judas 6 que diz: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”.

Pedro e Judas tinham os mesmos anjos em vistas. Nem Pedro nem Judas falam da natureza do pecado dos anjos. Segundo Judas, os anjos não conservaram suas posições de autoridade, mas abandonaram sua própria morada. A queda dos anjos é descrita como abandono de suas funções nos céus, seu lar original. Como punição para este pecado, Deus os lançou no inferno. Inferno do hebraico Sheol, do grego hades, que significa: lugar de suplício, penas e açoites.

“Precipitando-os no inferno”. É uma única palavra em grego tartaroo, que ocorre somente aqui, e que significa “lançar dentro; manter cativo”.

Na mitologia grega, tartaroo, designava a área mais profunda do hades, reservado para a punição dos deuses desobedientes. Pedro usa essa expressão para designar a ideia de que os anjos caídos agora estão na prisão de trevas e morte, separados da divina fonte de vida.

No mundo antigo, os presos eram geralmente forçados a trabalhar e em muitos casos ficavam aguardando o julgamento em execução da pena já sentenciada contra eles (Lv 24.10-12; Nm 15.32-36). De acordo com Pedro, os anjos caídos estão encarcerados em trevas espirituais, no reino dos mortos esperando a execução de sua sentença. Eles já foram julgados. Embora uma parte dos demônios estão livre e ativos no mundo dos humanos (1ª Pe 5.8; Jd 9) sob o comando de seu líder Satanás.

O tempo quando os anjos serão julgados, nos parece que ocorrerá depois da volta em Cristo em Glória, depois do reino milenar de Cristo. Esse julgamento será para os anjos caídos. Satanás e algumas de suas hostes estão em liberdade para operarem os seus desígnios, dentro dos limites estabelecidos por Deus.

Satanás será primeiramente algemado no início do Milênio e então, no final de mil anos ele será solto por um pouco de tempo, e por fim será lançado no lago de fogo.

É claro que o Milênio não é o estado final. Os mil anos que Satanás passará no abismo não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno. A Bíblia ensina que, terminado o Milênio, Satanás será solto de sua prisão por algum tempo (Ap 20.3, 7-10).

A Igreja fará parte desse julgamento. A Bíblia assegura que Deus é o juiz do mundo (Sl 96.13; At 17.31; Ap 20.11-15), até mesmo dos anjos maus (2ª Pe 2.4; Ap 12.9). Por que, então, Paulo afirma que os cristãos serão os juízes do mundo e dos anjos?

Na teologia paulina, ele nos ensina sobre o juízo arbitral da Igreja (6.1-6). Sabemos que por nós mesmos não temos qualquer condição de nos colocar na posição de juízes. Somos apenas os instrumentos mediante os quais Deus executa o Seu julgamento. Não competirá a nós tomar as decisões finais.

A Bíblia afirma quando Cristo voltar estaremos como Ele, ou seja, participaremos com Ele do grande julgamento, pois estaremos na posição de perdoados, de justificados. O que Paulo está dizendo, que em virtude do relacionamento com Cristo, os crentes julgaram o mundo e os anjos juntamente com Ele, isto é, Igreja está unida ao grande Juiz de toda terra por isso estaremos juntos nesse julgamento.

Depois deste julgamento (1ª Co 6.3), serão lançados no lago de fogo (Mt 25.41-46; Jd 6; 2ª Pe 2.4) e logo após o julgamento dos anjos caídos acontecera o juízo do Grande Trono Branco e da destruição do antigo céu e Terra.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC