TEOLOGIA EM FOCO: AS DUAS BESTAS DO APOCALIPSE 13

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

AS DUAS BESTAS DO APOCALIPSE 13

O Anticristo e seu falso profeta

  
O Anticristo e seu falso profeta

 Apocalipse 13, fala de forças satânicas que estão tentando obter a adesão de todo ser vivente. A decisão de cada pessoa determinará o seu destino eterno. Cristo assegura a Seu povo o vigilante cuidado e a aprovação divina. A fidelidade dos seguidores de Cristo em resistir à tirania de Satanás será reconhecida e recompensada pelo Céu.

I. O DRAGÃO A ANTIGA SERPENTE

Antes de examinar Apocalipse 13, é bom analisar o capítulo 12 que estão intimamente relacionadas: “E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas.” (Ap 12.3).

Sinal” é a palavra grega “semeion”, a mesma usada por João no evangelho para descrever os milagres de Jesus. Isto, além de servir como uma das fortes evidências de que o autor do evangelho de João e do Apocalipse é a mesma pessoa.

O sinal do grande dragão vermelho é interpretado no versículo 9 como Satanás, que inicialmente aparece nas Escrituras como uma serpente no jardim do Éden (Gn 3). A imagem está de acordo com o Antigo Testamento e com o uso extra bíblico (Is 27.1). O dragão com sete cabeças e dez chifres se refere a Satanás e ao império sobre o qual ele governa durante o curso de tempo.

Sete cabeças, dez chifres e sete diademas referem-se ao esplendor, ao poder e à glória de Satanás (v. 9) como deus deste século (2ª Co 4.4). Ele é representado como um dragão por ser poderoso e muito perigoso. Todas as outras criaturas malignas em Apocalipse obedecem ao dragão. Essa descrição é quase idêntica à da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1.

Satanás nosso inimigo. Fomos advertidos: “O diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.” (Apo 12.12). Em Apocalipse, o dragão é o inimigo principal do povo de Deus. Ele luta contra os fiéis, tenta destruir a obra de Deus e quer ser adorado pelo mundo.

O dragão dá poder a duas bestas, uma que sai do mar e outra que sai da terra (Apocalipse 13.2). Essas bestas dominam sobre o mundo e recebem adoração de muitas pessoas no mundo. Os seguidores de Deus são perseguidos e o dragão reúne os povos de todo o mundo para lutar contra Deus.

I. A BESTA QUE SUBIU DO MAR - Ap 13.1.10


No capítulo 13 do livro do Apocalipse, o apóstolo João vê duas bestas; uma besta que sobe do mar que representa o Anticristo (um líder político) e a besta que surge da terra que representa o falso profeta (um líder religioso).

1. A diferença entre Satanás e o Anticristo. No capítulo 12 e verso 3 de Apocalipse, João viu Satanás o grande dragão vermelho (Pai), que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas, mas no capítulo 13 e verso 1, João vê uma besta (Anticristo) com sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas. Vamos analisar uma diferença entre Satanás (o pai) e o Anticristo (o filho). Note que ambos tinham sete cabeças e dez chifres, a diferença é que Satanás tem “sete” diademas sobre a cabeça e o Anticristo tem “dez” diademas sobre os seus chifres. Deste modo, os diademas do dragão eram sete, e os da besta eram dez.

O dragão tem diademas sobre as sete cabeças. A besta tem diademas sobre os chifres, que serão identificados como reis que reinariam com a besta por pouco tempo (17.12).

2. A besta que sobe do mar. Eis que surge do mar (dentre as nações: Is 17.1-13; Ap 17.15). A Besta que surge do mar refere-se ao Império do Anticristo; ele é assim chamado por duas razões: opõe a Cristo no sentido de resistir e hostilizar, mas também se chama assim porque imitará a Cristo no seu papel de redentor.

No livro do Apocalipse são descritos três símbolos caracterizados como besta de sete cabeças: o dragão vermelho (Ap 12.3), a besta semelhante a leopardo (Ap 13.1) e a besta escarlate (Ap 17:3). Os elementos visuais e anatômicos desses monstros apocalípticos são os recursos de uma linguagem metafórica empregada na descrição de conflitos de natureza cultural, política e religiosa.

A palavra usada no original indica animal selvagem. Isso mostra o caráter bestial, animalesco, baixo e vil do Anticristo, quando ele se manifestar abertamente.

A besta que sobe do mar é o último grande governo mundial da história e consiste em dez reinos sob o controle do Anticristo. No sonho de Nabucodonosor revelado ao profeta Daniel no capítulo 2 e verso 41 e 42, ele vê uma estátua com os dez dedos dos pés, mas no capítulo 7 e verso 7 e 20, Daniel vê um terrível animal com dez chifres, porém aqui o profeta João vê uma besta com como dez diademas sobre os chifres. Nas revelações de Daniel e aqui no apocalipse, os números dez também representa dez reinos. Mas as sete cabeças são sete montes onde a besta estará assentada (Ap 17.9).

A besta será apoiada por todas as nações em troca de promessas fabulosas de “paz e segurança”. Visto naturalmente, esse reino oferece paz, mas na realidade, será um reino brutal, animal, evidenciando o espírito de uma fera (besta).

3. No sentido figurado como será esta besta?

Na visão de Daniel no capítulo sete, ele vê quatro terríveis animais (leão, urso e leopardo e o quarto animal que era terrível, espantoso e muito forte). Aqui no Apocalipse, João vê a besta com aparência de todos os animais juntos. Entretanto no verso dois, João vê o retrato da besta: “Era semelhante ao leopardo, com pés de urso e boca de leão” (v. 2).

O leopardo fala de rapidez; o urso de força e o leão de soberba. Certamente isso significa a rapidez, a força e a soberba desse monstro dos últimos tempos. Aboca de leão fala da autoridade que ele irá receber de Satanás para guerrear contra os santos na Grande Tribulação. Esta besta será uma pessoa cruel como uma fera, que conseguirá o governo político e religioso do mundo naqueles dias. O Anticristo afirmará ser o Messias verdadeiro (Mt 24.24).

A besta receberá o trono e autoridade de Satanás para governar o mundo: “E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (v. 2).

Esta besta, sendo o último representante dos poderes gentílicos do mundo (como a grande imagem em seu aspecto final, Daniel cap. 2). Ela é, realmente, a quarta besta no último tempo de seu reino; agora revivificada e restaurada no poder de Satanás, que levantará a sua força contra o Rei dos reis e encontrará sua ruína nas mãos d’Ele, depois que o Senhor e os seus santos descerem para reinar sobre a terra.

4. Será ferida de morte.


“Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada” (v. 3).

As pessoas não aceitam Cristo, a Verdade, mas recebem o anticristo, a mentira. A besta blasfemará a igreja no céu e perseguirá o remanescente judeu crente na terra. Como vimos em Apocalipse 11, nesse ponto ela tam­bém matará as duas testemunhas, cujos corpos, após três dias e meio, serão levantados da morte.

Satanás deu-lhe poder para fazer prodígios. 2 Tessalonicenses 2 afirma que Deus permitirá que brote no mundo descrente a “operação do erro”. Parecerá ao mundo que o Anticristo foi mortalmente ferido e depois revivificado pelo poder miraculoso de Satanás (2ª Ts 2.9; Ap 17.8). Nesta época Deus permitirá a Satanás, imitar o poder de Cristo, podendo ser este seu principal meio de enganar a raça humana, pois o seu objetivo principal é enganar os homens. E o mundo irá maravilhar-se com isto e irá adorar a besta: “e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta?” (3b, 4).

A expressão “maravilhou-se” fala não somente de maravilhar-se no sentido de aplausos e louvores, mas de adoração e endeusamento completos que renderão á besta e ao dragão, a qual será adorada universalmente, como acontecia aos antigos reis, que se julgavam ser os deuses supremos de toda a terra.

5. Receberá poder e sabedoria. “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu” (vs. 5-6).

Daniel estava considerando as pontas do quarto animal, em sua visão, quando viu a saliência da “ponta pequena” sobre as outras pontas “que possuía uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

João contempla o cumprimento desta visão: a Besta (a ponta pequena), arrogante no poder que lhe foi dado, insurge-se contra grandes coisas e blasfema contra o Todo poderoso e Sua obra.

A especialidade do adversário é maltratar e lançar todo o impropério contra seu inimigo. Assim a besta, em que sua grande campanha, blasfemará com todo o ardor satânico, com vingança e ódio contra Deus, contra seu nome, contra o Tabernáculo e contra os que habitam no céu.

“... e recebeu autoridade para continuar quarenta e dois meses...”. Nos primeiros três anos e meio, a metade da tribulação, será um período de falsa paz entre o mundo. A besta terá inigualável habilidade de influenciar as massas humanas, pelos seus discursos inflamados. Com os modernos meios de comunicação, alcançará o mundo todo com sua demagogia saturada de poder maligno.

Nas ações iníquas, praticadas pela besta, notam-se as expressões: “foi lhe dada uma boca”; “deu-lhe poder”; “foi permitido fazer guerra aos santos”; “deu-se lhe poder sobre toda tribo, língua e nação” Esse poder provém de Deus (conf. 1° Rs 22.19-23), que não quer que o mundo se pereça na obstinação em que tem vivido (Ez 18.23; 1ª Tm 2.4). O homem tem resistido a todos os rogos de Deus em seu favor (Pv 23.26; Is 1.18; Mt 11.28); por isso Deus vai permitir a toda humanidade tragar o amargo fruto da sua rebeldia e desobediência.

Quarenta e dois meses é a duração da supremacia mundial da besta, de acordo com a profecia em Daniel 7.25. Ela recebeu toda a medida de poder depois de matar as duas testemunhas (Ap 11.7) ao final dos três anos e meio do ministério delas (v. 3). Os dois números sucessivos somam sete anos, o período total da tribulação.

6. Levantar-se-á contra Deus e o que se chama Deus.


“E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los” (v. 7). A Grande Tribulação é esse período de angustia sem igual que envolve o mundo todo, mas é, especialmente, o tempo de angustia para Jacó (Jr 30.7), tendo por centro Jerusalém e a Terra Santa. Nessa oportunidade, a besta estará furiosa, lutando contra os santos, subjugando os seus súditos e desafiando o próprio Céu (v. 6; conf. Dn 7.25).

“...como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta” (Vs. 15b).

O Anticristo fará guerra contra os santos, a fim de vencê-los (v.4). Os tais santos mortos pela besta são os mártires da grande tribulação.

“...e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (v. 8).

Na metade da grande tribulação, o Anticristo se levantará contra Deus e todos os que se chamam pelo seu nome e ele se assentará como um deus (2ª Ts 2.4). O Anticristo se apresentará como se fosse deus com poder sobrenatural demoníaco (2ª Ts 2.9). Ela é um objeto de adoração mundial e também de adoração individual. O povo terá de escolher entre a nova, popular religião que o Anticristo implantará, ou crer em Jesus e permanecer fiel. Quem não aceitar o plano do Anticristo e sua marca será morto (Ap 20.4). Satanás concede seu poder ao Anticristo para combater contra Deus e seu povo. Seu povo aqui significa os que ficaram na tribulação e a nação de Israel. Eles não adoram a besta, mas, por serem imponentes diante de todo aquele poderio infernal, não a puderam vencer: foram levados cativos a morte, mas triunfaram na fé e perseveram na confiança do Seu Deus.

Isto levará o mundo a adorá-lo. A religião do Anticristo ensina a divinização do ser humano ao invés da verdade, que somos pecadores e precisamos de salvação e que em Cristo Deus se tornou homem (Jo 1.14). O Anticristo propaga a mentira de que, nele mesmo a humanidade é parte de Deus (2ª Ts 2.4). Atualmente a Nova Era já enfatiza claramente a doutrina do Anticristo, sem dúvida preparando as massas para a aceitação posterior e final desta doutrina.

II. A BESTA QUE SUBIU DA TERRA


1. A segunda besta ou o Falso Profeta.
 “Vi ainda outra besta emergir da terra (v. 11).

A primeira besta sobe do mar (nações - v. 1), o que lembra a agitação e o estado de perturbação e instabilidade dos povos em seus governos políticos (Dn 7.2). A segunda besta subiu da terra, símbolo daquela parte do mundo para onde estão voltadas todas as atenções divinas e humanas - a Terra da Promessa, por dependerem dela como verdadeira bússola os planos e os propósitos de Deus, com relação ao bem de toda a humanidade (Gn 12.7).

A segunda besta será chamada falso profeta, vai preparar o mundo para adorar o Anticristo, que é a primeira besta que João vê. Se Satanás imita o Pai, o Anticristo o Filho então o Falso Profeta irá imitar o Espírito Santo.

O falso profeta construirá uma imagem do Anticristo que será colocada no templo de Deus. O Senhor Jesus profetizou isso no Seu evangelho: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, estiver no lugar Santo quem lê que entenda” (Mt 24.15). E concernente a isto Daniel diz assim: “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar os sacrifícios e as ofertas de manjares, e sob a asa das abominações virá o assolador” (Dn 9.27).

Em Mateus 24.15, Jesus estava falando uns 200 anos depois que a abominação da desolação descrita acima tinha ocorrido. Então, Jesus estava profetizando que em algum tempo futuro uma outra abominação da desolação iria acontecer no Templo de Jerusalém. A maioria dos intérpretes das profecias bíblicas acreditam que Jesus estava se referindo ao anticristo, que vai fazer algo muito parecido ao que Antióquio Epifanes fez. Isso é confirmado pelo fato de que parte do que Daniel profetizou em Daniel 9.27 não ocorreu em 167 A.C. com Antióquio Epifanes. Antióquio não confirmou uma aliança com Israel por sete anos. É o anticristo que, no final dos tempos, vai estabelecer uma aliança com Israel por sete anos e então quebrá-la ao fazer algo parecido com a abominação da desolação no Templo de Jerusalém.

Ele colocará a imagem da besta dentro do templo, e o mesmo falará, e obrigará a todos que adorem a imagem da primeira besta (2ª Ts 2.4).

2. O falso profeta será um líder religioso.


“...possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão” (v. 11).

Os dois chifres é símbolo de poder em qualquer sentido, tanto político como religioso, pois no verso 12 diz que ela exerce a autoridade da primeira besta e compele todos à adoração da primeira besta “Parecendo cordeiro”, mas falava como dragão.

A segunda besta é descrita como cordeiro, o que indica o seu caráter religioso, que é confirmado pelo seu título “falso profeta”. Profeta de quê? Só pode ser uma falsa religião, um falso líder religioso que conquistará as nações, com seus discursos inflamados.

A falsa igreja que podemos chamar de igreja ecumênica, será a unificação de todas as religiões, desde que creiam em Deus. Sabemos que há um movimento muito grande em prol do ecumenismo, pois o palco para seus autores já está sendo montado.

A segunda besta liderará uma falsa igreja que adorará o Anticristo e sua marca. Isso será efetuado mediante grandes sinais e maravilhas (2ª Ts 2.9). Ora, o comparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios de mentira. Portanto serão como sempre, milagres falsos.

Não é difícil pela luz da Bíblia identificar o falso profeta. Se analisar as igrejas em geral veremos uma que sempre buscou o poder e se coloca como única “igreja” verdadeira. Para sermos bem claro, há algumas “arrogâncias” certos líderes que para Deus são blasfêmias. Por exemplo: sua pretensão de perdoar pecados. Depois da ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo, São Pedro deixou bem claro que ele (Pedro) não tinha poder para perdoar pecados, que esta é atribuição de Deus (At 8.20-13). Evidentemente ele conhecia o princípio bíblico de que só Deus tem poder de perdoar pecados e que, quem pretende fazê-lo, blasfema (Mc 2.7). Proclama ser cabeça da igreja, usurpando assim a função de Cristo, que é o cabeça do corpo da Igreja (Ef 5.23). Também aceita homenagens que na Santa Bíblia são um ato de adoração que corresponde só a Deus. Referimo-nos à prática de ajoelhar-se diante de seus líderes. São Pedro proibiu a Cornélio que o fizesse por considerar-se (Pedro) um mero ser humano (Atos 10.25-26). Note que o anjo de Deus, apesar de ser superior a um apóstolo, proibiu a João que se ajoelhasse diante dele, explicando-lhe que isso era um ato de adoração que só corresponde praticar perante Deus (Ap 19.10; 22.8-9). Agora entendemos melhor o que quis dizer o apóstolo Paulo quando escreveu na sua carta que “o homem da iniquidade, o filho da perdição, a ponto de sentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2ª Ts 2.3-4). Por isto é ele o Anticristo (quer dizer que se põe no lugar de Cristo, e também se opõem a Cristo).

“...falava como dragão”. O povo de Israel esperava um messias de atitude forte e agressiva e com uma completa liderança para reinar. Eles queriam que Jesus expulsasse os romanos da Palestina e se constituísse rei de Israel. E assim Israel esperava um reino material e poderoso. Foi a maior decepção para eles e seus líderes: Jesus só falava de coisas espirituais, e de um reino espiritual e santo, que seria formado com base no sacrifício d’Ele próprio. Isto porque não podiam compreender o plano de Deus para a salvação de toda a humanidade.

A maneira que o Anticristo e o falso profeta se imporão ao povo de Israel, fazendo ouvir a voz do dragão, revela a sua grande astúcia. Satanás sabe inteiramente, o porquê da rejeição de Jesus e assim inspira o seu representante junto a Israel, para preencher todas as medidas exigidas pela nação. Eis porque lhe será fácil a conquista dos israelitas; mas, o verdadeiro Israel, os assinalados, serão libertos dos ardis satânicos.

“E esse rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas ao deus das fortalezas honrará em seu lugar; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. E haver-se-á com os castelos fortes com o auxílio do deus estranho; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço” (Dn 11.36-39).

“E não terá respeito aos deuses de seus pais...” (Dn 11.36-39). Daniel descreve como o Anticristo viverá em Jerusalém. Ele será um judeu apóstata, verdadeiro ateísta, que não respeitará o Deus de seus pais (referindo-se ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e contra o Senhor falará coisas espantosas). É muito importante sabermos que besta nunca poderia apresentar-se como Messias, ainda que falso, se não fosse um judeu; porque, de outro modo não seria aceito por Israel.

“E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada” (Ap 13.12).

Aqui fica demonstrada a aliança entre o Anticristo e o falso profeta, pela ação dos milagres que opera. Para os judeus o falso milagre operado pelo falso profeta será considerado um milagre da parte de Deus.

“E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia (Ap 13.13-14).

Os antigos imperadores exigiam a adoração de seus súditos e consideravam-se deuses. Os magos e falsos profetas mantinham esta adoração supersticiosa aos imperadores (conf. At 13.6-12; 2ª Tm 3.8), erigiam suas imagens, colocando-as nos templos de seus deuses para serem adorados. Assim procederá a segunda besta, exercendo a sua função de falso profeta.

3. O falso profeta, a segunda besta, ajudará a preparar o mundo para adorar o Anticristo.


“E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (v. 15).

Esse “sinal”, visível, relaciona-se primeiramente com a profanação do templo judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo.

O Anticristo, também chamado o homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de Deus, declarando ser ele mesmo Deus (2ª Ts 2.3,4; Ap 13.14,15).

Será lançado um decreto ordenando a morte de todos que recusarem a adorar o governo mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que resistirem ao Anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com suas vidas.

4. Obrigará os homens a usarem o sinal da besta. 


“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhe seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” (v. 16-17).

O caos econômico, o terrorismo e a violência estão levando o mundo para uma sociedade sem dinheiro, onde instituições financeiras interligadas com os governos controlarão toda a humanidade através da tecnologia por um curto período de tempo chamado “A Grande Tribulação”.

O Anticristo terá o total controle econômico do mundo. Todo o mundo será obrigado a adorá-lo e receber um sinal na mão ou na testa, a fim de poder comprar ou vender, identificando, assim, os adeptos dessa religião mundial do Anticristo. Quem se recusar a aceitar o sinal será procurado e morto: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na sua mão; e viveram e reinaram com Cristo por mil anos” (Ap 20.4).

Esta multidão incontável pode referir-se aqueles que, então, guardaram sua fé e confessarem a Cristo como seu messias durante a grande tribulação. Note que eles serão perseguidos e mortos pelo próprio Anticristo e o falso profeta. Mas aquele que irão aceitar a marca da besta deve dizer que não terá o seu nome escrito no livro da vida e no juízo final serão condenados e lançados no lago de fogo (Ap 20.15).

“...e que não adoraram a besta nem a sua imagem...”. A palavra aqui traduzida como “marca” “charagma” – ocorre apenas em um lugar no Novo Testamento, exceto no Livro do Apocalipse e Atos, onde é traduzido como “esculpido.” Em todos os outros lugares onde é encontrado (Ap 13.16-17; Ap 14.9; Ap 14.11; Ap 15.2; Ap 16.2; Ap 19.20; Ap 20.4; At 17.29), é traduzido como “marca” e é aplicado à mesma coisa – a “marca da besta”. A palavra significa apropriadamente “algo esculpido ou esculpido”; consequentemente:

a) Gravuras, esculturas, trabalhos esculpidos, como imagens ou ídolos;

(b) Amark cortado ou carimbado – como o carimbo de uma moeda;

“Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor.” (Lv 19.28).

No hebraico a palavra marca כְּתֹ֫בֶת que se pronuncia Katabah significa literalmente impressão, marca. Portanto o texto original fala de uma marca, uma impressão na pele, mas uma marca em relação ao quê?

No Egito antigo era mutilação utilizada pelas religiões pagãs para honrar os mortos e inclusive deuses pagãos. Percebemos então que os hebreus saíram do Egito, uma nação pagã que venerava o deus da morte “Seth” possivelmente teria práticas pagãs que envolveriam golpes nos corpos para prestar honras aos mortos e aos deuses e a única forma das pessoas provarem que honraram estas crenças era apresentarem marcas na pele do ritual que tinham feito.

“... vocês são filhos do SENHOR, nosso Deus. Portanto, quando chorarem a morte de alguém não se cortem, nem rapem a cabeça, como os outros povos fazem” (Dt 14.1 NTLH).

Estes sinais de luto pelos mortos, que eram praticados pelos cananeus como reconhecimento da divinização do falecido, foram estritamente proibidos para o povo de Deus. “Tanto os ricos como os pobres morrerão nesta terra, mas ninguém vai sepultá-los, nem chorar por eles. Ninguém se cortará, nem rapará a cabeça em sinal de tristeza” (Jr 16.6 NTLH). Era costume rapar-se a cabeça na parte frontal da testa.

Jr 41.5. “Corpo retalhado”: uma forma pagã de lamentação proibida ao povo de Deus. (1ª Reis 18.28, e Zc 13.6).

No V.T., Deus estabeleceu a circuncisão quando fez Sua aliança com Abraão. Deus prometeu abençoar Abraão e ser seu Deus, se ele obedecesse aos Seus mandamentos (Gn 17.9-11). A circuncisão era um ato de submissão a Deus.

No Novo Testamento a circuncisão é no coração (Rm 2.28-29). O coração representa a força espiritual (Lm 3.41), como intimo da pessoa (Jr 17.10). Emprega a palavra para indicar a percepção (Jr 4.9); o pensamento (Ec 2.20); a memória (Sl 31.12) e a consciência (Jó 27.6).

O apóstolo Paulo explica que o mais importante é a “circuncisão do coração”. Deus se preocupa com o interior, não com cerimônias exteriores. Quem tem o coração marcado pela presença de Jesus Cristo faz parte da Nova Aliança e é verdadeiramente circunciso (Fl 3.3). A aparência exterior não afeta o interior, mas o interior afeta a vida toda. Por isso o cristão não precisa nem deve se circuncidar.

“Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne. Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais” (Fl 3.3-4).

“...somos a circuncisão...”. Significa que pertencemos a Cristo. No N.T. adoração é uma marca que pertencemos a Cristo e esta marca é no coração através do novo nascimento. Por isso Jesus disse para mulher samaritana: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.23-24).

A marca da Besta. O falso profeta vai exigir uma “marca” em sinal de lealdade e devoção à besta, e essa marca será “sobre a mão direita” – não a esquerda – “ou sobre a fronte” (Ap 13.16).

A marca deve ser algum tipo de gravura ou carimbo, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221-203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3º Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Is 44.5), e também a prática de marcar os escravos a fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma (“marca”) também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.

Apocalipse 13.17, o “nome” ou o “número”. Essa marca parece ser uma paródia do plano de Deus, principalmente no que se refere aos 144.000 “selados” de Apocalipse 7. O selo de Deus sobre Suas testemunhas é invisível, no coração e tem o propósito de protegê-las do Anticristo. Por outro lado, o Anticristo oferece proteção contra a ira de Deus – uma promessa que ele não tem condições de cumprir – e sua marca é visível e externa. Como os que receberem a marca da besta o farão voluntariamente, é de supor que as pessoas sentirão um certo orgulho de terem, em essência, a Satanás como seu dono. O Dr. Thomas afirma: “A marca será visível e identificará todos os que se sujeitarem à besta”. [Thomas, Revelation 8-22, p. 181].

A marca será inscrita de maneira tão indelével na mão ou na testa, de modo a mostrar que quem o descobriu pertencia à “besta” e estava sujeito à sua autoridade – como escravo é ao seu mestre, ou um soldado ao seu comandante. Aplicado ao Anticristo, o significado é que haveria alguma marca de distinção; algum sinal indelével; algo que designaria, com toda a certeza, aquelas pessoas que lhe pertenciam e que estavam sujeitas a ele; que pertence a ele; e quem tem comunhão com ele, ou seja, aqueles que pertencem a essa comunhão e, em todo o mundo.

O capítulo conclui com uma profecia do que poderia ser chamado de ditadura econômica. O texto não diz que os homens não poderão comer se não tiverem a marca da besta, mas não poderão negociar sem esse sinal.

Por fim, o apóstolo João faz uma alerta, que deve servir para mim e para você nos dias que vivemos: “aqui está a sabedoria: aquele que tem entendimento calcule o número da besta”. Com isto João não está orientando e incentivando uma busca desenfreada por descobrir alguém que tenha as letras de seu nome somadas 666. A sabedoria consiste em discernir acerca do que é perfeito daquilo que é apenas uma cópia falsa e barata do que é verdadeiro. Portanto, o número 666 se refere ao número do homem que é imperfeiro,. Todavia o homem do pecado (666) será três vezes imperfeito e não a soma de números de um nome, ou um código que é muito usado hodiernamente como o código de barras.

Na minha opinião o chip que contém o código de barras, e hoje está sendo implantado na humanidade como uma identificação documentaria distinto em cada ser humano é uma identificação normal sem a demonização do que muitos pensam ser a maraca da besta. Todavia, em breve também será obrigatório. Porém, a marca “charagma” conforme já vimos será um sinal esculpido em seu corpo físico, uma aliança onde cada ser humano terá de decidir se aceita adorar e cultuar a besta ou decidir pelo testemunho de Cristo e manter-se fiel a Sua Palavra. Todavia, a marca da besta (Ap 13.16-18) é uma marca que está intimamente ligada à adoração à besta (13.12, 15; cf. 19.20; 20.4). Assim, a marca da besta é uma marca de lealdade e devoção à besta. Os cristãos serão perseguidos e decapitados pela autoridade decretada pelo Anticristo. E esta decisão decidirá a vida ou morte, ou seja, a vida se receber a marca da besta (uma aliança com a besta) ou a morte por decapitação se decidir por Cristo Jesus (Ap 20.4). Essa marca será usada como uma forma de controle pelo Anticristo, para identificar seus adoradores.

Todos os homens deverão ser marcados. Quem não tiver a marca da besta e não adorar ao Anticristo como deus, não poderá comprar ou vender, sendo caçados para que sejam mortos. Cabe a você decidir.... qual sua escolha?

Pr. Elias Ribas

Dr. Em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau SC

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